A verdade sobre os clubes de investimento: como funcionam, como fazem para dar lucro e em que ativos se pode aplicar… saiba tudo e descubra se você vai ficar rico
Um clube de investimento pode ser uma boa alternativa a quem quer investir na bolsa e ainda tem pouco dinheiro para comprar um número de ações que seja vantajoso e com a diversificação que, por outro lado, ameniza riscos pontuais de ativos, individualmente.
Veja bem: digamos que eu queira uma carteira de ações hipotética que inclua 1000 ações da Vale, 1000 ações da Petrobras, 1000 ações da Ambev, 1000 ações das Americanas e 1000 ações da Gerdau.
Só nessa carteira composta de cinco papeis diferentes eu precisaria de aproximadamente R$ 120 mil.
Quantos de nós, que estamos começando, dispomos desse valor?
A solução desse problema pode ser um clube de investimento. Com ele, podemos unir forças entre 3 e 50 investidores, amigos, parentes, conhecidos ou não e poder desfrutar das vantagens da diluição de custos, impostos e riscos que só um investimento de grande monta proporciona.
Mas será que o clube de investimento ainda é vantajoso nos dias de hoje?
Vamos descobrir neste artigo.
Aqui vou contar tudo sobre clubes de investimento e, no final, vou tentar deixar claro se realmente vale a pena. Assim, vejamos os tópicos que abordaremos:
- O que é?
- Características
- O que é necessário e como funciona
- Quem decide as aplicações
- Quem administra e fiscaliza
- Como funciona o resgate das minhas cotas
- Custos e taxas, como são cobrados?
- Regulamentação na BM&FBovespa
- Riscos
- Vale a pena investir? Conheça as Vantagens
- Como fazer parte
- Conclusão
1. O QUE É UM CLUBE DE INVESTIMENTO
O clube de investimentos se destina a pessoas físicas. Eles foram criados justamente a fim de dar acesso aos pequenos investidores ao mercado de renda variável, à bolsa de valores e todas as suas possibilidades.
Segundo a definição da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ele serve para a aplicação preponderante em títulos e valores mobiliários com características de participação: 67%.
Número de participantes
Tem no mínimo 3 cotistas e no máximo 50 cotistas. Até 2011, era possível ter até 150 cotistas.
Diferença entre um clube e um fundo de investimento
Tem um máximo de 50 participantes, desde 2011. Um fundo de investimento tem participação ilimitada.
No primeiro, há participação de todos na decisão de investimento, embora com orientação da administradora do fundo. No segundo, só a empresa administradora toma decisões com independência.
2. CARACTERÍSTICAS DOS CLUBES DE INVESTIMENTOS
Não posso deixar de ser realista com você. Imagine criar um com seus parentes. Sabe a festa de Natal ou de ano novo, quando alguém toma um champanhe a mais e fica mais exaltado e resolve colocar as cartas na mesa?
Dinheiro e investimentos tendem a fazer as emoções extrapolarem tanto quanto uma ou duas tacinhas de espumante. Então, na hora de decidir em que papeis investir ou deixar de investir, os ânimos podem ficar exaltados.
Será que é isso o que queremos?
Assim, vamos levar em conta algumas características de um:
Assembleias
Terá assembleias gerais de cotistas periódicas, pelo menos uma vez por ano ou mais frequentes de acordo com o estatuto do clube.
Tempo de existência
Um clube de investimento pode ter duração determinada ou indeterminada. Isso deverá ser previsto no estatuto. Se for de duração indeterminada, o clube só se encerra quando for incorporado, dissolvido ou transformado de alguma outra forma.
Aplicações
Como foi explicado, pelo menos 67% dos recursos devem estar em títulos e valores mobiliários com características de participação (ações e afins).
E os outros 33%?
Segundo o regulamento sobre clubes de investimento encontrado no site da BM&FBovespa, pode-se aplicar ainda nos seguintes papeis: outros valores mobiliários de emissão de companhias abertas,) cotas de fundos de investimento das classes curto prazo, referenciado e renda fixa, títulos públicos federais, títulos de responsabilidade de instituição financeira e opções (um tipo de derivativo que permite a compra ou a venda de uma ação a determinado preço em determinada data).
3. O QUE É NECESSÁRIO E COMO FUNCIONA
Um clube inclui outros elementos:
Administrador
O administrador é obrigatoriamente uma corretora de valores, uma administradora de títulos ou um banco.
Essa figura é responsável por organizar os documentos do clube (por exemplo, o registro na Receita Federal e na Comissão de Valores Mobiliários), dar entrada junto à bolsa de valores e zelar pelo bom funcionamento da nova organização.
Representante
O representante é obrigatoriamente um participante, um cotista. O papel dele é representar os demais cotistas – que o escolheram em assembleia – diante do administrador e terceiros.
Administrador da carteira
O administrador da carteira é escolhido entre os conselhos de representantes e administra a carteira do clube.
É ele quem realiza as operações de compra e venda de ativos de acordo com as Políticas de Investimento do Clube, mantendo as expectativas de acordo com a economia e estratégias determinadas por todos.
Estatuto Social
Assim como um condomínio ou uma empresa, um clube de investimento precisa ter um estatuto.
Nele, constarão coisas como: política de investimento, como é feita a aquisição e o resgate de cotas, prazo de carência do resgate, taxa de administração, como será a remuneração do administrador da carteira, entre outros detalhes.
Cotas
Quando eu invisto em um clube de investimento, eu estou adquirindo cotas desse clube. As cotas são a fração ideal e iguais entre si e que representa em seu conjunto – isto é, somadas – o patrimônio total do clube. Por regra, nenhum participante pode ter mais do que 40% das cotas.
Custodiante
O custodiante, como o nome indica, é aquela entidade que fica responsável pela custódia de todos os ativos, respondendo por dados e envio de informações dos fundos aos gestores e administradores. Geralmente, o custodiante é a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.
4. QUEM DECIDE AS APLICAÇÕES DOS CLUBES DE INVESTIMENTOS
A política de investimento dos recursos é definida no estatuto que é criado e aceito por todos os participantes. Essa política pode ser mudada a qualquer momento, desde que em assembleia. Então, em tese, as decisões de aplicação foram feitas previamente por todos os integrantes.
Tributação
Como funciona a tributação, considerando a porcentagem de investimento em ações:
- Aquele clube que tiver pelo menos 67% de seus investimentos em ações propriamente ditas, terá sempre a tributação em 15% sobre o lucro.
5. QUEM ADMINISTRA E FISCALIZA O CLUBE DE INVESTIMENTO
A administração é feita obrigatoriamente por uma corretora de valores, por um banco ou outra instituição financeira credenciada para tanto, como uma distribuidora de títulos.
Essa empresa zela pelo seu bom funcionamento, cuida da burocracia e do envio das informações sobre o clube, como o seu desempenho, e, se for a escolha dos cotistas, será a administradora da carteira também.
A fiscalização é feita pela bolsa de valores (B3), juntamente com a CVM, órgão do governo que, por sua vez, fiscaliza e regulamenta as atividades em bolsa de valores.
Assim como nos fundos, o patrimônio é dividido em cotas. Essas cotas são valores mobiliários, conforme estabelecido na lei 6384/76, estando assim, sujeitas à regulamentação e à fiscalização.
6. COMO FUNCIONA O RESGATE
O estatuto do clube deve fixar o tempo entre o pedido de resgate feito pelo sócio e o momento da conversão das cotas equivalentes em dinheiro.
O pagamento, atualmente, de modo geral, é feito em conta corrente e em, no máximo, cinco dias úteis a partir da conversão das cotas.
7. CUSTOS E TAXAS DO CLUBE
Um clube de investimento tem taxas de administração cobradas como uma porcentagem anual sobre o valor líquido dos recursos totais. Essa taxa pode ser cobrada mensalmente e costuma estar na faixa de 2% ao ano, podendo ser maior ou menor conforme o tamanho do patrimônio.
Quanto maior o patrimônio, menor a taxa. Dependendo do estatuto pode também haver uma taxa de performance e uma remuneração para o gestor da carteira.
Taxa de performance é uma porcentagem que se paga sobre tudo o que ultrapassar o objetivo do clube.
8. REGULAMENTAÇÃO NA BM&FBOVESPA
Os clubes de investimento geralmente são regulados na Instrução CVM 494 (que trata da constituição, administração, funcionamento, divulgação de informações e a distribuição de cotas) e no regulamento de clubes da B3.
9. RISCOS
Objetivamente, os riscos de um clube de investimento podem ser os mesmos oferecidos por um fundo de investimento.
- Risco de mercado
- Risco de liquidez
- Risco de crédito
Risco de mercado
O risco de mercado diz respeito ao andamento dos investimentos. O gestor da carteira, guiado pela política de investimentos que consta no estatuto, compra certas ações e outros ativos permitidos, e esses ativos despencam de valor.
Risco de liquidez
O risco de liquidez de qualquer tipo de investimento diz respeito a se ter determinado ativo e não se conseguir transformá-lo em dinheiro em espécie em qualquer momento.
No caso do clube de investimento, isso pode acontecer no caso de haver um prazo de carência antes de qualquer liquidação de cotas.
Risco de crédito
O clube de investimento poderá investir em aplicações de renda fixa e outros papeis privados, como debêntures. Se as instituições financeiras e outras empresas que os emitem não tiverem, em algum momento, capacidade de arcar com seus compromissos (valor investido e juros), estamos falando de risco de crédito. A instituição deve, não nega, mas não consegue pagar.
10. VALE A PENA INVESTIR EM UM CLUBE DE INVESTIMENTO?
As vantagens são relativamente óbvias. A primeira é que não precisamos de muito dinheiro para começar a investir. A diversificação, talvez, seja a melhor de todas as vantagens: o pequeno investidor, com poucos recursos, dificilmente consegue diversificar adequadamente. Dependendo do valor envolvido, a taxa de administração pode ser menor do que a de um fundo.
Desvantagens
Uma das vantagens do clube de investimento pode se converter em desvantagem. Embora tenhamos o apoio de outras pessoas na hora de decidir em que ativos investir, teremos que nos submeter à vontade da maioria, sobretudo à vontade daqueles que têm a maior parte das cotas.
Sim, um clube de investimento vai lidar principalmente com ações e outros ativos de renda variável. Então, há a possibilidade de perdas.
Finalmente, é preciso ressaltar que os clubes de investimentos não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito.
11. COMO FAZER PARTE DE UM CLUBE DE INVESTIMENTO
Podemos fazer parte de um clube de investimento desde o seu início. Para isso, participaremos com o capital inicial desse clube e estaremos na lista de cotistas iniciais fornecidos à administradora, que dará entrada à papelada junto à bolsa.
Mas também podemos entrar em um clube de investimento já iniciado, bastando, para isso, comprar o número mínimo de cotas necessário.
A verdade
Desde 2012, o número de clube de investimento existentes no Brasil vêm caindo fortemente. Existem razões para isso. A mudança nas suas regras engessaram algumas de suas funcionalidades, que muitas vezes, serviam para outras finalidades que não simplesmente proporcionar a entrada de pequenos investidores no mercado de renda variável.
12. CONCLUSÃO
O clube de investimento é interessante para se obter diversificação a um baixo custo. Também, temos em maior ou menor grau, dependendo do número de cotas que possuímos, uma participação mais ativa.
Porém, a julgar pelos últimos tópicos deste artigo, tudo indica que os clubes de investimento estão perdendo espaço para opções mais individuais que, cada vez mais, ganham espaço e acessibilidade entre os pequenos investidores.
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Quais corretoras montam fundos de investimento?
Rapaz, eu estou pesquisando isso à dias..a XP pede capital de 300.000 reais.., tem uma que pede 2milhões.. não sei que porta de entrada para investidor é essa..
Não tem minimo, entretanto, dado os custos, esse minimo gira na casa de 500 mil reais para se tornar viável. Os custo é um percentual do volume do clube com um mínimo de cobrança mensal.
Qual seja valor de inicio ou como fazer pra ta no clubee ter esta segurança. Com todo o apoio