Invista como os milionários: aprenda sobre as ações e dê o primeiro passo em direção à riqueza. Leia agora e comece antes que seja tarde
Ações são os ativos mais populares das bolsas de valores, pelo menos para quem está começando a ouvir falar desse meio de turbinar seus investimentos.
Basta falar em mercado e ações logo vem à cabeça, mesmo daqueles que só tem um conhecimento primitivo daquilo de que se está falando, mesmo sabendo-se que estas são apenas alguns dos papéis negociados.
Afinal, também temos minicontratos e contratos futuros, opções, ETFs, Fundos Imobiliários e outros, todos negociados pesadamente todos os dias.
Mas o que são ações? Para que servem? E como são negociadas exatamente?
Este artigo foi escrito pra tirar dúvidas básicas sobre esse ativo tão falado, mas, ainda, no Brasil, ainda tão pouco compreendido (considerando que menos de 3% da população investe na bolsa de valores).
- O que são Ações?
- Onde as ações são negociadas?
- Tipos de Ações
- Maneiras de investir em ações
- Como saber em quais ações investir?
- Quais são as operações possíveis em ações?
- Quantidade de ações compradas
- Por que ocorre a variação nos preços das ações
- Bancos e corretoras: como comprar ações?
- Facilidade na hora de comprar e vender ações: entenda o home broker
- Custos e taxas que você precisa saber antes de comprar ações
- Valor mínimo para investir em ações?
- Quanto dá para ganhar em ações?
- Como gerenciar os riscos das ações?
- Quais as formas de ganhar na bolsa de valores em ações?
- Principais erros que as pessoas cometem ao se falar de ações
- Educação financeira: saiba como conhecer o mercado vai lhe ajudar a obter maiores lucros?
- Conclusão
1. O QUE SÃO AÇÕES?
Ações são “pequenos pedaços” de empresas. Ao comprarmos um único pedaço desses, em tese, nos tornamos “sócios” da empresa.
Uso aspas e o termo “em tese” porque, apesar de tudo isso ser uma teoria muito interessante, se falarmos sério, isso não passa de um conto de fadas.
Vamos dar uma olhada numa empresa como a Vale.
A Vale tem, por aí, 5,2 bilhões de ações.
Se você comprar uma ação da Vale, então, em tese, você é sócio. Mas um sócio bem mequetrefe que tem uma parte de 5 bilhões de partes.
Calma que ainda vamos ver formas de ganhar dinheiro com ações muito mais vantajosas e menos arriscadas do que sermos “sócios”, expostos a todo o tipo de riscos do mercado.
As empresas veem na abertura de capital – o momento em que começam a negociar ações na bolsa de valores -, como uma forma de financiar seu crescimento.
Em vez de recorrerem a empréstimos, elas abrem o capital. O seu capital é dividido nesses pequenos pedaços chamados ações. Ao serem vendidos esses pedaços, a empresa capta dinheiro. Com o dinheiro, investem no crescimento. Com o crescimento, as ações valorizam e os sócios ficam felizes.
Veja o vídeo abaixo para entender:
Alguns, quando acham que suas ações valorizaram o suficiente, as vendem, lucrando: quer dizer, compraram por um preço x e venderam por um preço x+y. Y é o lucro.
Mas onde as empresas abrem capital e os sócios compram e vendem ações?
2. ONDE SÃO NEGOCIADAS AS AÇÕES?
As ações são negociadas, isto é, compradas e vendidas, nas bolsas de valores. Existem bolsas de valores em todo o mundo, pelo menos nos países com uma economia minimamente desenvolvida: Estados Unidos, Alemanha, França, Japão, China… alguns países chegam a ter mais de uma bolsa de valores. Algumas cidades também, caso de Nova York, que tem a New York Stock Exchange e a Nasdaq.
Conheça as bolsas de valores mais importantes do mundo: Clique aqui para ver!
O Brasil já chegou a ter diversas bolsas de valores, mas nas últimas décadas a Bolsa de Valores de São Paulo, antes conhecida como Bovespa, foi unificando todas e, atualmente, todos os negócios são feitos por intermédio da bolsa conhecida como B3, que funciona em São Paulo.
A B3 surge primeiro da união da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias e Futuros, que criou a BM&FBovespa, e depois da união dessas, em 2017, com a Cetip, que criou a Brasil, Bolsa, Balcão (B3).
A imagem de pessoas berrando em uma espécie de cercado ainda está na mente das pessoas, mas isso não existe mais desde 2009, quando ocorreu o último pregão viva voz da história no Brasil.
Atualmente, todos os negócios são realizados por meio eletrônico através de um sistema chamado Puma. Enquanto um operador levava pelo menos um minuto para fechar um negócio na base do berro, eletronicamente esse negócio acontece em frações de segundo.
Ações e contratos futuros trocam de mão mais rapidamente do que num piscar de olhos.
3. TIPOS DE AÇÕES
Ações podem ser classificadas de diversas maneiras.
Uma das mais comumente usadas é classificá-las como ações ordinárias (ON) ou ações preferenciais (PN).
Geralmente, as ações ordinárias são designadas pelo final 3, como VALE3, e as preferenciais são designadas pelo final 4 ou pelo final 5, como VALE5.
Ações Ordinárias
As ações ordinárias são aquelas ações que dão direito à voto nas assembleias das empresas. Mas não pense que comprando 10 mil ações ordinárias da Vale vai lhe dar direito a decidir os destinos da empresa que vem sendo responsabilizada pela tragédia do Rio Doce.
Geralmente, as participações em assembleia de empresas de capital aberto implica que o sócio tenha uma porcentagem considerável de ações ordinárias. Esses sócios são conhecidos como sócios majoritários.
A B3 tem adotado diversos segmentos de listagem de empresas e o segmento Novo Mercado inclui apenas ações ordinárias.
Ações Preferenciais
As ações preferenciais são aquelas que, embora não deem direito à voto, dão preferência no pagamento de proventos como dividendos e juros sobre capital próprio que, grosso modo, são porcentagens do lucro que as empresas de capital aberto devem pagar a seus acionistas de tempos em tempos.
As ações ordinárias também têm esse direito a ser recebido, mas não a preferência.
Em casos de falência ou outros casos em que a companhia tenha que “entregar o ouro aos paraguaios”, os portadores de ações preferenciais também têm a frente da fila ao receber os seus direitos.
4. MANEIRAS DE INVESTIR EM AÇÕES
Os iniciantes podem imaginar que apenas podemos investir em ações comprando-as propriamente. Porém, existem diversas maneiras de fazer isso.
Abaixo, destacamos algumas delas.
Fundos de índices – ETFs
Logo que começamos a investir em ações, uma das primeiras coisas que ouvimos é que devemos diversificar, não colocar todos os ovos em uma única cesta.
O ideal é comprarmos diversas ações a fim de que, se uma cair, as perdas sejam compensadas pela alta das outras ações.
Porém a diversificação exige recursos que, muitas vezes, o iniciante não tem.
E agora?
Vamos falar de índices: os índices da bolsa de valores – e o mais famoso, no Brasil, é o Ibovespa – reúnem dezenas de ações.
Eles representam a média do mercado. Podem cair de vez em quando, mas, por conta de sua variedade, tendem a subir no longo prazo.
Veja quais são as ações que compõem o Índice Ibovespa: clique aqui!
Mas como comprar dezenas de ações? A fim de valer a pena os custos devemos trabalhar com lotes (geralmente de 100 ações).
Mas se uma ação da Vale custa R$ 50, só esse lote custará R$ 5 mil. Se comprar de outras ações, facilmente terei que investir mais uns R$ 50 mil.
Para isso, foram criados os ETFs, os Fundos de Índices.
Os ETFs são negociados como se fossem ações, mas eles replicam o comportamento de índices. Comprar ETFs do Ibovespa (BOVA11) é como comprar as 67 ações que fazem parte dele usando uma fração do valor necessário: hoje, um lote de BOVA11 sai R$ 6.900.
Existem na bolsa de valores do Brasil outros 14 ETFs listados além do BOVA11.
Carteira de Ações
A mais óbvia escolha de quem quer investir em ações, de fato, é fazer uma carteira de ações.
Essas ações terão de ser cuidadosamente escolhidas porque o mercado, no longo prazo, pode ser mais perigoso do que nos dizem os analistas que sempre afirmam que “no longo prazo ações de grandes e sólidas empresas sempre valorizam”.
Quem comprou ações da Petrobras em seu auge, em 2008, pode lhe dar algumas palavras sobre esse tema.
Olhamos para o investimento, no sentido estrito do termo, em ações com certa reserva e cautelosamente.
Ao ler nossos artigos, você perceberá que tipo de ambiente é a bolsa de valores e, embora alguns investidores tenham sucesso no longo prazo, eles não devem ser observados como exemplo, mas como exceções que confirmam a regra de que a bolsa de valores é um bom lugar pra seu dinheiro visitar, mas não para ele morar.
Fundos de Investimento em ações
Outra forma de diversificar seus investimentos em ações, mesmo tendo pouco dinheiro, inicialmente é investir em fundos de investimento de ações.
Os fundos de ações geralmente se comprometem a igualar ou superar o Ibovespa ou outro índice. Ou até mesmo a superá-lo ou, ainda, conseguir amortizar qualquer queda que a bolsa de valores possa vir a ter.
Nesse tipo de investimento, compramos uma cota do fundo que equivale a uma amostra do mix de ações em que o administrador decidiu investir.
O fundo de ações têm taxa de administração (geralmente 2%, mas pode ser mais ou menos que isso) e taxa de performance (geralmente de 20%).
A taxa de administração é anual e incide sobre o montante investido.
A taxa de performance incide sobre tudo aquilo que ultrapassou o objetivo do fundo. Se o objetivo do fundo era igualar o Ibovespa e o administrador fez a proeza de sobrepujá-lo em 100%, no caso de a taxa de performance ser de 20%, ele ficará com 20% e o cliente com 80% de tudo o que superou o índice da B3.
Dentre os fundos, os fundos de ações são o que têm a menor mordida do leão: 15% sobre o lucro.
Clube de Investimentos
Os clubes de investimentos já foram mais populares, principalmente na época em que o acesso à bolsa de valores era difícil, tanto em termos de conhecimento quanto financeiramente.
Eles serviam para que pessoas comuns se unissem e juntassem seus tostões, fizessem uma espécie de vaquinha, e criassem um tipo de “condomínio de investimento”. O termo condomínio não é de todo errado. Havia até uma reunião anual para decidir o que fazer com o dinheiro.
Uma coisa é certa: a maior parte desse dinheiro deve estar em ações.
Atualmente, os clubes de investimento vêm minguando e são cada vez menos populares.
São formados por entre 3 e 50 pessoas. Uma delas deve ser o representante do grupo e é necessário haver um gestor, geralmente um representante da corretora de valores que ajudou com a burocracia da abertura do clube.
Diversas pessoas recomendarão que se pense bem antes de montar um clube de investimento com amigos ou parentes: é muito fácil um querer culpar o outro em momentos de crise quando nenhuma ação está indo bem.
Aquele seu cunhado estranho vai dizer que avisou para que vocês comprassem aquelas ações de uma empresa obscura que, no meio da confusão, foi a única a valorizar.
O seu sogro vai garantir que a culpa de terem comprado tantas ações da Petrobras, bem na época da greve dos caminhoneiros e do pedido de demissão de Pedro Parente, foi sua.
Para saber mais sobre os clubes de investimentos, preparamos um artigo completo sobre o assunto: clique aqui para ler!
5. COMO SABER EM QUAIS AÇÕES INVESTIR?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Possivelmente de muitos mais milhões de dólares.
Afinal, quando compramos ações, nada garante que elas virão a de fato, num prazo maior ou menor, vir a subir realmente.
Para tentar comprar ações que vão valorizar ao longo de um tempo maior ou menor, os investidores desenvolveram diversos métodos que, atualmente, podem ser divididos em dois ramos principais.
- Análise fundamentalista
- Análise técnica
Análise fundamentalista
A Análise Fundamentalista, como o nome indica, observará os fundamentos das companhias emissoras das ações.
Através desses fundamentos, obtidos geralmente na divulgação periódica dos resultados de cada companhia, o analista chega ao preço intrínseco da ação, que seria seu “preço justo”, quanto a ação deveria valer.
Se a ação deveria valer R$ 20 e hoje custa R$ 10, certamente é um bom negócio comprar tais papeis na perspectiva de um lucro de 100% em um prazo mais ou menos longo.
Que fundamentos são esses: balanço patrimonial, dívida bruta, dívida líquida, ativo circulante, patrimônio líquido, receita líquida, lucro líquido, EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e dados derivados dessas informações.
Porém a Análise Fundamentalista não para aí. É claro que ela também precisa analisar o setor da empresa como um todo, bem como a economia do País e do mundo num sentido macro.
A Análise Fundamentalista se volta sobretudo para o longo prazo.
Análise Técnica
A Análise Técnica leva sua atenção para o comportamento estatístico do preço ao longo do tempo através da observação dos gráficos.
Para isso, lança mão de resistências (linhas do gráfico que o preço tem dificuldade de ultrapassar para cima), suportes (linhas em que o preço tem dificuldade de ultrapassar para baixo), linhas de tendência de alta (suportes inclinados), linhas de tendência de baixa (resistências inclinadas) e figuras derivadas dessas fundamentais, como triângulos, retângulos, bandeiras, flâmulas e até coisas complexas como ombro-cabeça-ombro e, pasmem, morcegos.
Além disso, a Análise Técnica possui centenas (se não milhares) de indicadores que, analisando o andamento do preço, lançam hipóteses do que esse mesmo preço fará a seguir.
Atualmente a Análise Técnica se divide em duas principais escolas:
- Análise Técnica Clássica: foca principalmente no preço e nos seus movimentos; os indicadores analisam e plotam informações do passado, de maneira que o analista, baseado em comportamentos anteriores, acredita na alta probabilidade de que esses comportamentos se repitam.
- Nova Análise Técnica: baseia suas decisões não no preço, mas nas causas de seu movimento, sejam eles evidenciados pelo volume que acaba por denunciar o comportamento dos grandes players, aqueles investidores que, de fato, tem a capacidade de movimentar o preço. Para isso, lança mão de ferramentas capazes de analisar o volume em tempo real e até mesmo interfaces que tornam a leitura do book muito mais intuitiva, como o Bookmap. O Bookmap permite visualizar a presença de ordens de compra e venda, se são executadas e por quem. Atualmente, o curso que está trazendo a Nova Análise Técnica ao Brasil é o Raio X Preditivo.
6. QUAIS OPERAÇÕES COM AÇÕES SÃO POSSÍVEIS?
Quando falamos de ações, as pessoas leigas ainda têm em mente que devemos comprá-las e mantê-las “encarteiradas” por muito tempo. De fato, essa é uma forma de encarar a coisa, embora, ao nosso ver, nem sempre seja o modo mais seguro de lidar com ações, visto a instabilidade e a volatilidade inerente à bolsa de valores.
Existem formas de operar ações, no que se refere a tempo, que vão nos dar diferentes posturas, objetivos e tamanhos de risco. Até a maneira de analisar muda.
Day Trade
O day trade é qualquer operação que começa e termina no mesmo pregão.
Pode, inclusive, durar segundos, caso de operações de scalping que, usando volumes enormes de ações, pode visar a valorização de poucos centavos de um ativo qualquer.
O day trader, naturalmente, fará mais operações com ações (ou contratos e minicontratos, um derivativos de que falamos em outros ativos).
Quanto mais curto seu tempo operacional, mais operações fará para bater a sua meta.
Uma das características do day trader é a facilidade para trabalhar alavancado. Isto é, podemos operar um certo número de ações sem que, para isso, tenhamos o valor total dos ativos envolvidos, mas apenas uma “margem de garantia”.
A “margem de garantia” assegura que o trader terá em sua conta o valor minimamente necessário para cobrir movimentos que venham contra as suas posições.
Outro ponto interessante de se fazer day trade é a facilidade de se trabalhar em posições vendidas. Se acreditamos que um ativo vai cair, podemos vendê-lo mesmo sem ter essas ações na carteira. O plano é comprar de volta quando estiverem mais baratos, mantendo, como lucro, a diferença de preço entre as duas operações.
Em posições com duração de mais um dia, para fazer essa operação chamada venda descoberta, precisamos alugar os ativos em questão de outro investidor que os tem e, ao final, pagar esse “aluguel”, cujo valor depende pela demanda dessas ações.
O day trader, em suas operações, normalmente visa variações de preço das ações que vão até 1%. Ele vai vigiar os gráficos de um minuto a até quinze minutos. Mas tudo pode variar com o estilo operacional do day trader: existem gráficos de 15 segundos e até menos! E ele pode, se quiser olhar o gráfico de uma hora ou o diário se quiser um contexto maior dos preços das ações.
Alguns day traders vão ficar olhando os gráficos o dia inteiro. Outros, de acordo com seu gerenciamento de tempo, olharão apenas pela manhã ou pela tarde, ou apenas parte desses períodos.
Swing Trade
O swing trade são operações com duração de pelo menos dois dias. Geralmente, duram no máximo cinco pregões, mas podem chegar a uma ou duas semanas, de acordo com o quanto o trader queira “esticá-la”.
A alavancagem não é tão grande quanto a do day trade: o trader precisa ter o valor integral dos ativos. Por isso mesmo, visa-se ganhos acima de 2%, podendo-se chegar a 5% ou mais.
Se o trader apostar na venda, terá que alugar os ativos. Isso é feito com grande facilidade com ajuda da corretora.
O swing trader tem a vantagem de poder observar os gráficos já no final do dia, com a bolsa parada, podendo programar suas operações à noite, para serem realizadas no dia seguinte se certas condições forem atingidas. A saída das operações, caso as ações comecem apresentar perdas demais ou caso atinjam o objetivo desejado, também pode ser programada com antecedência.
Os gráficos observados pelo swing trader, geralmente, serão o diário, o de uma hora, para mais detalhes, e o semanal, para um contexto mais amplo.
Preparamos um artigo completo sobre as diferenças do Day Trade para o Swing Trade; saiba qual modalidade se encaixa melhor em suas operações.
Position Trade
O position trader visa operações mais longas, de uma semana a meses de duração. Uma das vantagens é a possibilidade de se observar os gráficos no fim de semana, com a bolsa parada, programando operações para serem lançadas ao longo dos dias úteis caso algumas condições sejam atingidas.
Da mesma forma que o swing trade, é preciso haver dinheiro para os ativos (alavancagem menor que no day trade) e, em caso de venda a descoberto, será necessário alugar os ativos.
O position trader almeja variações próximas de 10%, podendo ultrapassar essa marca.
7. QUANTIDADE DE AÇÕES COMPRADAS
Quantas ações podemos comprar? O número de ações determina o tipo de mercado em que vamos operar. Na prática, não muda muita coisa, sobretudo no caso de ações com grande liquidez, mas vale a pena darmos uma olhada nesse tópico.
Lote Padrão
O lote padrão de ações costuma ser de 100. Ou seja, geralmente, quando vamos comprar ações, compramos de 100 em 100. Haverá ações com lote padrão de 1.000 ou mesmo 10. Mas o mais comum é 100 mesmo.
Do ponto de vista quanto à corretagem é, de fato, mais vantajoso pois diversas corretoras adotam um preço único até um certo valor em milhares de reais por operação: se o preço de uma operação é o mesmo para 50 e 100 ações, do ponto de vista do custo por ação, o segundo caso equivale à metade.
Lote Fracionário
Quando queremos investir em uma ação e não temos dinheiro para comprar um lote padrão, apelamos para o mercado fracionário.
Não há muita diferença do mercado à vista para o fracionário no caso de ações de grande liquidez. Pode ser que o investidor tenha de pagar um certo spread, mas muitas vezes não chega a ser significativo.
Só devemos avaliar se o custo por ação – em taxas, emolumentos, ISS – não fica muito alto, inviabilizando assim os nossos lucros.
Vamos imaginar, exagerando, que estamos comprando uma única ação cotada, neste instante, a $ 20. A corretagem da corretora, para operações até R$ 10 mil é de $ 18. Então, nossa operação completa fica em R$ 20 mais R$ 18. Para eu começar a entrar no lucro dessa ação, ela precisará valorizar 90% (R$ 18). Percebe como quanto menor o lote mais a corretagem compromete os ganhos?
Com um lote de 100 ações, o lucro começa a partir de uma valorização de 0,9%. Com dez lotes, o lucro inicia a partir de 0,09%.
8. POR QUE OCORRE A VARIAÇÃO NOS PREÇOS DAS AÇÕES
Os especialistas darão inúmeras explicações.
Porque a empresa está sendo mal gerida ou bem gerida, porque o político xis foi preso, porque o diretor de uma poderosa estatal pediu demissão, porque gravaram um áudio do presidente falando malandragens… todas essas notícias, certamente, têm influência maior ou menor sobre os preços dos ativos, mas a forma como elas afetam o preço das ações é meramente especulativo. Não é possível prever como um fato externo ao mercado o afetará, positiva ou negativamente e, menos ainda, quanto as ações subirão ou descerão em suas cotações.
A única causa realmente objetiva que faz os preços das ações subirem ou caírem é a famosa lei de mercado, de oferta e de procura, de escassez e de abundância.
Se há escassez, o preço de um ativo sobe. Se há muita procura, muita gente querendo comprar e pouca gente querendo vender, também.
Se há abundância, o preço cai. Isto é, há muita gente querendo se livrar do ativo vendendo e pouca gente querendo vender.
O resto é mera especulação de comentarista de telejornal.
9. BANCOS E CORRETORAS: COMO COMPRAR AÇÕES
As corretoras independentes ainda apresentam inúmeras vantagens quando o assunto é investimento em ações e trades com ações.
Os custos são menores, o atendimento é mais especializado e, além disso, as corretoras oferecem outra gama enorme de investimentos para seus clientes que não se limita aos produtos de uma única instituição bancária.
Mesmo os fundos de investimentos em ações dos bancos costumam ter taxas administrativas e taxas de performance mais onerosas.
Por enquanto, a recomendação é que, para investir em ações, você procure a melhor corretora de valores independente para o seu perfil.
10. FACILIDADE NA HORA DE COMPRAR E VENDER AÇÕES: ENTENDA O HOME BROKER
O home broker, se formos comparar, funciona como um internet banking, mas para conectar sua conta na corretora de valores com a bolsa de valores.
Pelo home broker podemos dar ordens de compra, de venda, iniciar operações automaticamente, inclusive posicionando já de início ordens automáticas de encerramento no caso de se atingir certo prejuízo (stop loss) ou certo lucro (stop gain).
Atualmente, os home brokers vêm sendo substituídos em popularidade pelas interfaces gráficas de negociação, como o Meta Trader 5, o ProTrader, o ProfitChart e outros.
Nessas, podemos posicionar nossas ordens diretamente no gráfico em que fazemos nossas análises, tornando a interação com as ações muito mais direta e intuitiva do ponto de vista visual.
11. CUSTOS E TAXAS DE AÇÕES QUE VOCÊ PRECISA SABER
Para investir e fazer trades com ações, naturalmente, há custos. Vamos dar uma olhada em alguns dos principais. Vamos usar como exemplo os custos daquela que, atualmente, é a maior corretora de valores brasileira, a XP Investimentos.
Corretagem
A corretagem é cobrada sobre cada ordem enviada à bolsa de valores pela corretora. Esse valor varia de empresa para empresa.
Na XP Investimentos, por exemplo:
- Day trade: R$ 8 (operações até R$ 10 mil), R$ 10 (operações entre R$ 10 mil e R$ 25 mil) e R$ 12 (operações acima de R$ 25 mil)
- Posições (operações com duração de mais de um dia): R$ 18,90 por ordem.
Observe que, por exemplo, a ordem de compra de uma operação terá uma corretagem e o encerramento dessa operação, com a respectiva ordem de venda, terá uma segunda corretagem.
Emolumentos
Os emolumentos são cobrados pela bolsa de valores, referentes ao serviço de negociação proporcionado pela B3 e equivalem a 0,031897% do total da operação para pessoas físicas. Esse valor inclui os custos de negociação e liquidação.
Custódia
Quando compramos ações, elas ficam sob custódia de nossa corretora de valores. Algumas corretoras ainda cobram por esse serviço, mas muitas, a fim de baratear os custos para os clientes, vem adotando custódia zero, como é o caso da XP.
Imposto de Renda
O Imposto de Renda sobre negócios com ações tem dois regimes diferentes. Um para day trade e outro para operações “normais”, de posição.
- Day trade: o imposto é de 20% sobre o lucro. Essa alíquota deve ser contabilizada ao final de cada mês, sobre o lucro do período. Ela é recolhida pelo próprio trader através de Darf até o último dia útil do mês seguinte. Se houve prejuízo em meses anteriores ao que se obteve lucro, o prejuízo pode ser abatido do lucro e o imposto é calculado sobre o saldo.
- Posição: só há imposto nos meses em que houve vendas superiores a R$ 20 mil. Se, em determinado mês, houve lucro, incide alíquota de 15%, recolhida através de Darf até o último dia útil do mês seguinte.
Em ambos os casos, havendo ou não lucro, as operações devem ser relatadas, com resultados agrupados mês a mês, na declaração de ajuste anual do Imposto de Renda.
Saiba tudo sobre Imposto de Renda na Bolsa!
12. VALOR MÍNIMO PARA INVESTIR EM AÇÕES?
Não há um valor mínimo para investir em ações. Podemos comprar um único papel da ação mais barata da bolsa de valores. Se essa ação custar R$ 0,01, com R$ 0,01 já dá para “investir” em ações.
A questão é se, pagando as taxas correspondentes, vale a pena fazer esse “investimento”.
O ideal, para começarmos a investir em ações ou fazer trades é ter, pelo menos, para isso, uns R$ 5 mil, fora o restante do dinheiro que deveria estar em aplicações mais seguras.
13. QUANTO DA PARA GANHAR COM AÇÕES?
Ações são renda variável.
Assim, é impossível estimar com certeza quanto podemos ganhar com ações sem estarmos mentindo.
O que podemos fazer é olhar para o passado e estimar quanto ganharíamos se tivéssemos colocado R$ 10 mil em ações que tiveram bom desempenho desde 2008, por exemplo, data de quando a bolsa de valores teve uma de suas desvalorizações mais expressivas, marcando um fundo importante em sua história.
- Guararapes Confecções (GUAR3): se tivéssemos comprado R$ 10 mil em ações dessa empresa em dezembro de 2008, quando custavam R$ 15, hoje teríamos R$ 66 mil. Se tivéssemos vendido no topo, em outubro de 2017, nossa sorte seria maior, teríamos embolsado R$ 110 mil.
- Ferbasa (FESA4): se tivéssemos comprado R$ 10 mil em ações dessa companhia de siderurgia em março de 2009, quando custavam R$ 6, em janeiro de 2018, teríamos R$ 41 mil, pois as ações, então, valiam R$ 25.
- Americanas (LAME4): não precisamos ficar só em ações obscuras para sonhar com lucros. As ações das americanas, em outubro de 2008 chegaram a custar R$ 2,50. Se tivéssemos vendidos nossos originalmente R$ 10 mil em ações em maio de 2018, agora eles seriam R$ 78 mil, pois as ações chegava a casa de R$ 19,60.
Claro, olhar para o passado e imaginar o quanto poderíamos ganhar é muito bom. Sonhar até é saudável.
Mas cuidado. Muita gente comprou ações da Petrobras pouco antes da greve dos caminhoneiros, impulsionado pelo discurso de algumas corretoras e, agora, estão chorando os prejuízos.
Uma coisa é certa, o senso comum não é base para você tomar suas decisões de compra e venda na Bolsa de Valores. Esse é um mercado altamente competitivo e pode ser muito rentável desde que você consiga aprender a tomar as melhores decisões. Sabendo decidir, você saberá se é ou não o melhor momento de comprar as ações da Petrobras.
14. COMO LIDAR COM OS RISCOS DAS AÇÕES
Sim, os riscos de perder dinheiro são até maiores do que ganhar na maioria das vezes, sobretudo se não sabemos muito bem o que estamos fazendo ou se somos mal orientados.
Qual o risco?
Existe o risco de liquidez, mas para ações muito negociadas ele é irrelevante.
O principal risco na bolsa de valores é o de mercado: basicamente, você compra e as ações se desvalorizam. Ou vende e elas ficam mais caras.
O mercado está cheio de casos de pessoas comprando no topo e vendendo nos fundos.
Como evitar o máximo de riscos
A melhor forma de evitar os riscos da bolsa é ficar longe dela. Mas não é o caso de quem quer e está interessado em investir em ações.
Nossa postura é evitar encarar a bolsa como “investimento” ou “poupança”. Existem pessoas que fazem isso e se dão bem? Sim, existem. Elas são a regra? Não, não são.
Uma das formas de evitar o risco é aprender métodos de operação, de trade, com ações em que possamos fazer negócios breves e sair do risco o mais rápido possível: ou com um bom lucro ou com um prejuízo mínimo, pequeno e assimilável.
Simuladores de mercado
Uma forma eficiente de se aprender a lidar com ações e sentir como funciona a volatilidade do mercado é operar através de
simuladores da bolsa de valores.
As próprias corretoras fornecem contas demo em que o iniciante pode operar em tempo real.
É um parâmetro razoável: se você não conseguir se dar bem na conta simulada, não vai se dar bem na conta de produção, na conta real.
Até porque operar com dinheiro de verdade é bem mais difícil: as emoções podem pesar e comprometer as estratégias do trader.
Então, operar ações em um simulador de mercado pode ser bem eficiente para conhecer e começar evitando os riscos das ações.
A final, como um trader deve usar o simulador e a conta demo?
Algumas pessoas tem medo da síndrome da conta demo, ou seja, ganham na conta demo e perdem na real. Mas o questionamento que eu faço é? Se você perdeu na real é porque você ainda não está pronto para ir para a real. Não é vergonha nenhuma você voltar para a conta real e continuar treinando.
Treino é treino e jogo é jogo, simulador e conta real é o treino do trader. Se você fosse um treinador de um time, eu duvido que você escalaria como titular alguém que não treina.
15. QUAIS AS FORMAS DE GANHAR NA BOLSA DE VALORES COM AÇÕES?
As ações nos dão uma série de oportunidades de ganho, vejamos algumas delas.
Dividendos
As empresas têm obrigação de dividir seus lucros com seus acionistas. Cerca de 25% dos lucros são divididos entre as ações existentes.
Por exemplo, em março de 2018, a Vale pagou R$ 0,48 por ação em dividendos para seus acionistas. Se eu tivesse 100 mil ações (o equivalente a uns R$ 5,1 milhões, na cotação de hoje), teria recebido R$ 48 mil em dividendos.
Operando
Esta é a forma mais óbvia:
- Comprando: comprar quando a ação vai subir e vender quando estiver mais cara
- Vendendo: vender quando a ação vai cair e comprar quando estiver mais barata
O lucro sempre é a diferença entre as duas operações.
Aluguel de ações
Se você tem diversas ações em carteira e que não deseja vender de jeito nenhum, pode remunerar esse capital alugando suas ações a traders que desejem operar fazendo vendas descobertas.
Não há risco nenhum nesse tipo de operação e ela é toda intermediada pela corretora de valores.
Venda descoberta
Se acreditamos que as ações vão cair, podemos, por outro lado, tomar ações alugadas e vendê-las. Quando caírem o suficiente (se caírem) recompramos, ficamos com a diferença e pagamos o seu aluguel, sendo que o saldo disso tudo é o nosso lucro.
16. PRINCIPAIS ERROS QUE AS PESSOAS COMETEM AO SE FALAR DE AÇÕES
O erro mais comum e avassalador que acontece na bolsa de valores com as pessoas leigas e cheias de boa vontade é comprar em topos e vender em fundos.
Quando todos começam a falar de bolsa de valores, nos telejornais, nos ônibus, nos táxis, nos elevadores, de repente, uma massa enorme de pessoas começa a comprar ações. Uma grande empolgação toma conta de todos. Nunca a bolsa de valores teve resultados tão bons. Pode apostar que, em breve, a bolsa de valores vai começar a cair.
Muitas dessas pessoas, durante a queda, vão segurar suas ações recém-compradas, crentes de que é só uma crise passageira, que logo a alta será retomada, que, no longo prazo, a bolsa sempre valoriza. Mas vai um mês, dois, três. Lá pelo sexto mês, ela convence a si mesma de que não dá para aguentar mais. Logo as suas suadas economias virarão nada!
E então vende! Todos estão pessimistas, nunca mais as coisas serão boas.
Para a surpresa de todos, de repente, a bolsa de valores começa a subir, bem como as ações que acabaram de vender. E, em alguns meses, buscarão um novo topo.
Como não os cometê-los
O primeiro passo é desconfiar sempre de momentos de euforia. O segundo é olhar com muita cautela quando se encara a bolsa de valores como investimento ou poupança.
Mas o principal é aprender sobre a bolsa de valores e sobre trades de menor duração em um curso sério que ensine você a ler o comportamento do mercado, não apenas pelo preço, que é o efeito de suas leis, mas através das causas, as verdadeiras causas que provocam as grandes movimentações das cotações.
17. EDUCAÇÃO FINANCEIRA: SAIBA COMO CONHECER O MERCADO VAI LHE AJUDAR A OBTER MAIORES LUCROS?
Assim, podemos concluir que o melhor investimento, de fato, antes mesmo de se colocar o primeiro real em ações, é escolher um bom curso sobre a bolsa de valores.
Esqueça cursos que ensinam fórmulas prontas e indicadores mágicos que são quase como se fossem luzinhas que acendem na hora de comprar e vender.
A decisão de comprar e vender ações depende da análise do contexto e da leitura correta da situação do mercado e de seus agentes mais importantes.
Assim, escolha um curso que ensine a entender o mercado. A bolsa de valores é como um texto que precisa ser lido diariamente: embora tenhamos 26 letras no alfabeto a quantidade de textos possíveis de serem escritos com essas poucas variáveis enchem bibliotecas e mais bibliotecas. Não adianta aprender um ou outro versinho e achar que domina a literatura ocidental.
18. CONCLUSÃO
As ações são ativos que valem a pena ser estudados por aqueles que desejam começar a investir na bolsa de valores.
Embora não sejam os únicos papeis negociados, estão entre os mais conhecidos e populares e são a porta de entrada para a renda variável para muitas pessoas.
Devemos, no entanto, tomar cuidado com a visão de ações como “investimento”, lembrando que ganhos passados não necessariamente representam ganhos futuros.
Além disso, devemos tomar cuidado com os momentos de euforia, quando, habitualmente, a grande massa compra topos e meses depois se vê, no desespero, vendendo fundos.
Assim, o melhor investimento, antes de investir em ações, é colocar parte de seu capital em um curso de qualidade sobre o mercado e sobre como tirar dinheiro dele, com consistência, segurança e lucratividade.
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Texto muito informativo. Me ajudou muito. Obrigada por compartilhar
Excelente texto,bem transparente, fácil didática,bem popular.que Deus continue abençoando sua sabedoria em compartilhar ela com agente. Obrigado.