Como investir meu dinheiro: conheça todas as opções para seu dinheiro, das mais conservadoras às mais lucrativas!
Como investir meu dinheiro? Talvez você esteja passando por essa dúvida num momento em que quer fazer suas economias renderem mais, de modo a ter um futuro financeiro mais promissor.
Em primeiro lugar, meus parabéns por ter essa iniciativa.
Em segundo lugar, devo alertar de que este é apenas o primeiro passo de uma jornada que irá se desdobrar em ainda mais perguntas.
Muito bem, em algum momento a gente tem que dar o primeiro passo para começar uma longa caminhada. E meu julgamento é que, para investir corretamente, precisamos entender antes qual a diferença entre investir meu dinheiro em renda fixa e investir meu dinheiro em renda variável.
Neste artigo, vamos entender brevemente o que é cada uma dessas categorias, suas características e as principais opções pra aplicar em cada uma delas.
- Entendendo como funcionam os investimentos em Renda Fixa
- Entendendo como funcionam os investimentos em Renda Variável
- Encontrando um investimento que combina com você
- Conclusão
Desnecessário o meu alerta de dizer que este texto é apenas uma introdução ao que é investir dinheiro em renda fixa e renda variável: a recomendação é que se busque nossos artigos em que “esmiuçamos” cada uma das opções.
Inicialmente, entenda:
- Renda fixa: investir meu dinheiro em renda fixa significa ter menos riscos e, ao mesmo tempo, garantir os rendimentos, ainda que menores.
- Renda variável: aplicar meu dinheiro em renda variável significa ter oportunidades de ganhos maiores, mas ao mesmo tempo ter mais riscos, podendo ver o capital diminuir em alguns momentos.
A ideia é balancear as duas vertentes de acordo com o seu perfil de investidor, tempo de aprendizado e de dedicação disponíveis e capacidade de suportar eventuais perdas.
1. ENTENDENDO COMO FUNCIONAM OS INVESTIMENTOS EM RENDA FIXA
Como dissemos, investir meu dinheiro em renda fixa é como buscar a segurança sem abrir mão de rendimentos, ainda que inferiores. De qualquer forma, esses rendimentos terão que ser melhores que “deixar o dinheiro embaixo do colchão” ou do que ceder aos impulsos consumistas e às gratificações imediatas.
Em todos os casos teremos que abrir mão de comprar aquele objeto de desejo pra apostar em uma independência financeira.
Poupança
A poupança é a mais tradicional escolha pra investir meu dinheiro. É a preferida de nove entre dez brasileiros (dos que conseguem guardar alguma coisa). Porém, hoje, é como guardar o dinheiro embaixo do colchão. Com a Selic abaixo de 8,5% ela só rende 70% dessa taxa mais a TR (que hoje é zero). Isso é pouco acima da inflação, muito pouco pra meu ou pra seu dinheiro.
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
Assim como a poupança e diversas formas de investir oferecidas pelas instituições bancárias, trata-se de um empréstimo que se faz pra essas companhias, que usam esse recurso pra emprestar ou financiar terceiros.
Como qualquer empréstimo, o banco se compromete a devolver o valor com juros, depois de um tempo.
Esses juros sobre o dinheiro que você aplicar serão calculados de diferentes maneiras:
- Prefixado: sabemos de antemão quanto receberemos ao final sobre o dinheiro que vamos investir. Por exemplo, 7% ao ano.
- Pós-fixado: só sabemos quanto receberemos sobre o meu dinheiro após a aplicação, pois os juros são atrelados a uma porcentagem do CDI que, por sua vez, está intimamente ligado à Selic. Por exemplo, 89% da Selic ao ano.
- Misto: correção da inflação do período mais juros fixos. Por exemplo, IPCA+3% ao ano.
Entre suas principais características, meu rendimento terá incidência de imposto de renda (seguindo a tabela regressiva) e meu dinheiro estará completamente protegido até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito).
Portanto, é muito seguro e me garante, no mínimo, um rendimento superior à poupança. Mas é possível encontrar CDB com rendimentos superiores à própria Selic.
Importante notar que os melhores CDB não têm liquidez. Ou seja: só posso tirar meu dinheiro no vencimento depois de aplicar.
CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
Ao investir nos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) estamos a investir em direitos creditórios originários (dívidas) de negócios realizados, em sua maioria, por produtores rurais ou suas cooperativas.
Diferentemente do CDB, o CRA não é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito, embora apresentem a segurança de instituições financeiras fortes.
Como CDB, ao investir sabemos que o rendimento pode vir em uma por uma porcentagem do CDI e índices inflacionários somados a uma taxa fixa.
Uma de suas vantagens é a isenção de imposto de renda pra pessoa física. Ao investir o meu dinheiro eu sei que todo o rendimento é líquido.
Se eu precisar do meu dinheiro, este investimento tem liquidez no mercado secundário: quer dizer eu posso ter meu dinheiro antes do vencimento.
Esta modalidade de renda fixa se destina a investidores qualificados (acima de R$ 1 milhão em investimentos) e profissionais (acima de R$ 10 milhões).
CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)
Se os CRA são opções pra investir meu dinheiro em dívidas do agronegócio (isto é, receber parte do risco do empréstimo em forma de juros), os Certificados de
Recebíveis Imobiliários são lastreados em créditos imobiliários.
Da mesma forma, pode ser prefixado e pós-fixado (porcentagem do CDI) e também posso aplicar em um CRI que seja remunerado pelo índice de preços mais uma taxa fixa.
O rendimento da pessoa física que desejar aplicar em CRI é isento de imposto de renda. Além disso, há liquidez no mercado secundário: se eu precisar do meu dinheiro antes do vencimento posso tentar vender meu título.
Importante dizer que, diferentemente do CDB, esta modalidade não tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito em nenhum nível. Portanto, é aí uma pequena camada de risco pra meu dinheiro, caso eu decida aplicar.
Debêntures
Debêntures são o “CDB” das empresas privadas. Isto é, elas decidem fazer investimentos em seu crescimento e pra isso precisam de recursos. Em vez de pedir emprestado a um banco, pedem ao “mercado”. As debêntures são certificados privados de crédito. Quer dizer: ao investir meu dinheiro em debêntures, a empresa em questão estará comprometida a me pagar, depois de um tempo com juros.
As modalidades de remuneração são similares aos anteriores: prefixado, pós-fixado e mistas.
Existem diversas outras classificações de debêntures: incentivadas (isentas de imposto de renda), conversíveis (que podem ser convertidas em ações ao final do investimento) e muitas outras possibilidades.
Não é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito, mas é uma escolha interessante pra diversificar em renda fixa ao aplicar meu dinheiro.
DPGE (Depósito a Prazo com Garantia Especial)
Imagine que você tenha muito dinheiro e queira investir com a mesma garantia e segurança de um CDB.
Para isso foi criado o DPGE. Pra ele, a garantia é de até R$ 20 milhões: se eu tiver investido R$ 19 milhões em DPGE e o banco for a falência, o Fundo Garantidor de Crédito cobre e eu não perco o meu dinheiro.
Claro, o investimento mínimo em DPGE é alto também, pelo menos R$ 250 mil. Os prazos também são longos e sem liquidez e há incidência de imposto de renda sobre a rentabilidade (tabela regressiva).
Como nos exemplos anteriores, o objetivo de um banco ao emitir um DPGE é captar recursos pra poder trabalhar (emprestando, financiando e outros).
FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios)
Vamos entender o FIDC como um adiantamento a dívida de terceiros que você dá ao banco. Tipo, uma empresa (uma rede de lojas, por exemplo) tem dinheiro a receber? Por que não adiantar ao banco esse dinheiro e receber, em troca, juros sobre meu dinheiro?
A definição técnica do FICD é a seguinte, importante caso você decida por investir: “Fundo de investimento que destina parcela preponderante de seu patrimônio líquido pra aplicação em direitos e títulos representativos de créditos (direitos creditórios) provenientes de operações comerciais, industriais, imobiliárias, financeiras ou de prestação de serviços, entre outras.”
A vantagem é que os juros sobre meu dinheiro podem ser maiores. A desvantagem é que o risco é maior. E se houver insolvência das dívidas em que os fundos são lastreados? Pois é. Não tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito.
O FIDC pode ser aberto (permitindo a entrada e saída de meu dinheiro a qualquer tempo) ou fechado (a entrada de meu dinheiro não é permitida após o período de captação, e a saída não é permitida antes do vencimento).
Além disso, pode ter duração determinada (fundo fechado) ou indeterminada (fundo aberto). A má notícia é que só poderei aplicar meu dinheiro se eu for investidor profissional (acima de R$ 1 milhão) ou profissional (acima de R$ 10 milhões), conforme o caso. O aporte inicial também costuma ser alto pra quem está começando a investir: R$ 25 mil.
LC (Letra de Câmbio)
A letra de câmbio – LC – é uma opção muito parecida com o CDB. Também é um recurso pra captar dinheiro, mas não dos bancos e sim das financeiras. As formas de remuneração são similares também: pós e prefixadas. E, sim, tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito até R$ 250 mil. A LC tem incidência de imposto de renda de acordo com a tabela regressiva.
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
Aqui, temos um outro recurso de captação de recursos, desta vez, dos bancos. Porém, os recursos captados pela LCA devem ser emprestados ao agronegócio. É muito parecido com o CDB, mas não tem liquidez e, uma vantagem, não tem incidência de imposto de renda. Porém, é sempre bom fazer as contas: às vezes a não incidência do imposto de renda não representa uma vantagem se meu dinheiro puder render mais em um CDB.
Tem garantia do FGC até duzentos e cinquenta mil.
LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
O LCI é o “irmão” do LCA, igual em tudo. Porém, o dinheiro que o banco capta aqui é usado pra emprestar pras atividades econômicas ligadas ao setor imobiliário.
Letra Financeira
Outra forma de as instituições financeiras alavancarem recursos. Mas, mais uma vez, essa opção pode ser meio “salgada” pra meu dinheiro se eu estiver apenas começando a aplicar.
Instrumento de captação de recursos exclusivo das instituições financeiras. As formas de remuneração são as clássicas: porcentagem do CDI, prefixada ou índice de preços mais porcentagem fixa ao ano.
O investimento mínimo é de R$ 150 mil pra LC Sênior (2 anos de permanência) e R$ 300 mil (5 anos de permanência). E, detalhe, depois de investir não tem como resgatar: só vejo meu dinheiro e meu lucro depois do vencimento.
Trata-se de uma modalidade de investimento que não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa em parceria entre o Tesouro Nacional e a bolsa de valores pra tornar acessível a compra de títulos públicos pelo pequeno investidor. Ao comprar títulos públicos, estou emprestando dinheiro ao governo pra realização de obras em educação, saúde e infraestrutura.
É considerada a forma mais segura de investimento em renda fixa por se tratar de um empréstimo ao Tesouro Nacional que, dificilmente, dará calote.
Tem vencimentos em diferentes anos, mas o resgate pode ser a qualquer momento.
Os diferentes títulos oferecem remunerações indexadas pela Selic, prefixadas e de acordo com a variação inflacionária (somada de uma porcentagem anual).
O Tesouro Direto tem tantas possibilidades e peculiaridades interessantes para eu começar a aplicar meu dinheiro que vale a pena dar uma olhada em nossos artigos específicos sobre o tema.
LHs (Letras Hipotecárias)
As letras hipotecárias são emitidas por entidades financeiras, geralmente bancos, e são consideradas de risco moderado, apesar de estarem na categoria de renda fixa.
Afinal, elas são lastreadas por dívidas imobiliárias. Ao comprar Letras Hipotecárias, estamos emprestando dinheiro ao banco que nos devolverá depois de um tempo com juros combinados. Isso mesmo: a mesma coisa que tantos outros exemplos anteriores e com possibilidades de remuneração semelhante.
Você já deve ter entendido a essa altura: a renda fixa tem uma ou outra característica diferente para investir meu dinheiro, mas, no fundo, são todas iguais, em essência.
2. ENTENDENDO COMO FUNCIONAM OS INVESTIMENTOS EM RENDA VARIÁVEL
Se na renda fixa, sabemos com maior ou menor exatidão quanto dinheiro teremos ao final do tempo que decidimos investir, na renda variável, por princípio, isso não acontece.
Podemos inclusive perder, dependendo do prazo. Por correr esse risco – ou vice-versa – temos a chance de termos rendimentos superiores.
Ao investir meu dinheiro, portanto, em renda variável devo estar pronto para encarar possíveis perdas ou ganhos inferiores.
Porém, se eu aplicar meu dinheiro de forma responsável, estudada e disciplinada, a tendência é que os resultados sejam bons.
Creio que essa é a principal diferença da renda fixa em relação à renda variável quando o assunto é aplicar meu dinheiro: a responsabilidade; terei que ser um investidor mais ativo em relação à outra, em que sou mais passivo.
ETFS
Os Exchange Traded Funds nada mais são do que fundos que reproduzem índices da bolsa de valores.
Para exemplificar, você tem que entender pelo menos superficialmente o que é o Ibovespa.
O Ibovespa é um índice que reúne as ações mais negociadas da bolsa de valores brasileira, cada uma em diferentes proporções.
Se quiséssemos investir nessas ações, na mesma proporção, teríamos um grande trabalho e precisaríamos de bastante dinheiro para fazer essa carteira.
No entanto, podemos investir meu dinheiro comprando o ETF BOVA11, que reproduz em um único ativo, o comportamento do Ibovespa.
O BOVA11 pode ser comprado e vendido com facilidade como se fosse uma ação, o que lhe dá grande liquidez e nos proporciona a possibilidade de aplicar meu dinheiro no comportamento da média da bolsa de valores.
A B3, a bolsa de valores brasileira, tem mais uma dezena de ETF que reproduzem o comportamento de outros índices, com outras características.
Fundos
Os fundos de renda variável também são uma boa opção para quem quer investir dinheiro em ações sem precisar de muito comprometimento ou sem muito estudo de que ações comprar ou vender. Há fundos de ações ativos e passivos. Os primeiros vão buscar as melhores oportunidades de acordo com seus gestores. Os outros estarão reproduzindo índices. Uns são mais arriscados. Outros são menos. Alguns investem em outros ativos de diferentes mercados, outros se protegem ou se arriscam mais usando para isso derivativos como opções. Existem os fundos que fazem hedge, os long and short (que ganham na alta e na baixa), os multi mercados… a variedade é bem grande para eu investir meu dinheiro…
Além do fato dos altos e baixos que seu investimento pode e deve sofrer em fundos de ações é preciso ficar atento à taxa de administração e à taxa de performance (quando o fundo supera o índice de referência).
O Imposto de Renda é de 15% sobre os rendimentos.
Clubes de Investimentos
Como os fundos de ações estão cada vez mais acessíveis aos investidores, os clubes de investimento estão acabando. Mas basicamente eram “clubes” em que um grupo de pessoas fazia uma “vaquinha” e, com ajuda de profissionais, decidia em que ativos investir.
Desnecessário dizer que não era incomum que, quando as coisas não iam tão bem, eram comuns as brigas entre os participantes.
Pessoalmente, entre investir meu dinheiro em um fundo e um clube, eu prefiro um fundo, escolhido criteriosamente: devo decidir sempre pelas pessoas mais preparadas para cuidar do meu dinheiro.
Ações
Ações são a menor fração do capital social de uma empresa. Basicamente, são um “pedacinho” da companhia. O lançamento de ações visa a captação de recursos para investir no crescimento por parte da empresa. Ao comprar ações, os investidores estão dividindo os riscos com a companhia e a possibilidade de lucro. Se a empresa cresce e lucra mais, as ações valorizam e pagam dividendos.
Podemos investir em ações de diferentes formas: as mais conhecidas são a respeito da duração da operação:
- Day trade: operações que começam e terminam no mesmo dia. Eu compro ações com meu dinheiro e vendo mais caras, obtendo lucro. O imposto de renda, nesse caso, é de 20% sobre o lucro.
- Swing Trade: operações que duram dias. Imposto de renda de 20% sobre o lucro, menos nos meses quando as vendas são inferiores a R$ 20 mil, caso de isenção.
- Position Trade: operações que duram semanas. Mesmo caso do imposto de renda que o swing trade.
- Buy and hold: único caso propriamente em que posso dizer que estou a investir meu dinheiro, pois meu objetivo é o longo prazo aconteça o que acontecer. Geralmente, estou visando o lucro através de dividendos, que é a empresa dividindo parte de seus ganhos comigo.
Empréstimo de Ações
Além de dividendos, se eu investir meu dinheiro em ações, posso ganhar alugando meus papeis. Geralmente, quem aluga as ações são traders que apostam na queda do ativo.
Eles alugam, vendem e quando atingem seu objetivo – recomprando as ações a um preço mais barato -, devolvem as ações para o investidor, pagando um aluguel.
Mercado Futuro
O papel primordial dos contratos futuros é garantir que pagarei por um ativo objeto – soja ou ouro – por exemplo, um valor determinado em determinada data, evitando assim os riscos da flutuação do preço desse ativo, dando mais previsibilidade ao meu negócio.
Os contratos futuros com maior negociação são os contratos futuros e os minicontratos futuros de dólar e os de Índice Bovespa.
A maior liquidez desses contratos se dá por conta de empresas e pessoas que fazem trades diários na bolsa de valores, tentando ganhar em cima das oscilações da moeda e do índice e das expectativas futuras do mercado.
Se você pretende aplicar dinheiro em moedas, esse é o mercado mais aconselhável.
Mercado de opções
Investir meu dinheiro em opções significa que estou comprando o direito de comprar uma ação a um certo preço em uma certa data. Ou comprando o direito de vender a um certo preço a uma certa data.
Por essas características, podemos dizer que as opções são uma espécie de “seguro” para ações.
Isso também que dizer que, depois de certa data e também se a ação objeto estiver muito longe do preço de exercício, as opções passam a valer… nada.
Assim, as opções não são exatamente um derivativo para “investir” meu dinheiro. Elas servem para proteger meu investimento, por exemplo, se eu tiver muitas ações de certa empresa e eu estiver com medo de que o preço caia muito (opções de venda) ou se eu quiser garantir que comprarei ações a um preço baixo mesmo que elas subam muito.
Porém, também podem ser usadas para especular – compra seca de opções e lançamento descoberto de opções – ou para remunerar uma carteira grande de ações (lançamento coberto de ações).
O mercado de opções é bastante complexo e mereceria por si só um artigo, um capítulo à parte para sabermos investir dinheiro com segurança nesse mercado.
3. ENCONTRANDO UM INVESTIMENTO QUE COMBINA COM VOCÊ
Pronto. Agora já tenho um panorama bem amplo, ainda que superficial, para saber como investir meu dinheiro.
Porém, o que fazer, como investir?
A primeira coisa é conhecer o seu perfil de investidor.
- Conservador: prefere não correr riscos.
- Moderado: aceita correr riscos, mas prefere ter parte de seus ganhos protegida na renda fixa.
- Agressivo: aceita correr mais riscos e boa parte de seu dinheiro estará na renda variável.
A verdade é que não existe um tipo de investidor puro e até mesmo, ao longo da vida, os investidores variam suas metodologias de investimento.
Quais os investimentos combinam com cada um dos investidores
Vamos ver como isso funciona observando como cada um desses investidores posiciona seus recursos:
- Consevador: prefere a renda fixa. Vai buscar Tesouro Direto, CDB, LCA, LCI. No máximo debêntures. Isso não quer dizer que não colocará parte de seu dinheiro em renda variável, geralmente em fundos de ações, mas uma porcentagem inferior a 10%.
- Moderado: terá mais lastro na renda fixa. Porém, terá debêntures, fundos de ações de variados perfis (ativos, passivos, hedge, long and short e outros). Eventualmente, comprará ações.
- Agressivo: Boa parte dos recursos estará em ações. Esse investidor sabe usar opções na medida certa, seja para proteger seu patrimônio, remunerá-lo e até especular. Poderá fazer day trade com minicontratos de dólar e de índice. Terá dinheiro em fundos de ações diversos. Isso não quer dizer que não terá recursos na renda fixa, sobretudo como fundo de emergência mas também como meio de proteger tudo o que lucrar na renda variável.
Valor necessário para investir
Pouco dinheiro não é desculpa para não começar a investir.
Meu conselho, se você está começando agora, é que busque o Tesouro Direto, em que dá para iniciar a investir com pouco mais de R$ 30.
Se você está interessado na renda variável, dá para começar com valores baixos como R$ 100 (para fazer day trade) ou R$ 1 mil num fundo de ações.
Porém, o melhor investimento para meu dinheiro, quanto à renda variável, sem dúvida é um curso sobre o mercado e sobre negociação na bolsa de valores. Sem isso, você estará jogando seu dinheiro fora.
Tempo necessário
Quando você decidir investir seu dinheiro, vai perceber que se trata de um assunto fascinante.
Acompanhar meu dinheiro crescendo em minhas contas é altamente gratificante.
Claro que algumas modalidades de investimento pedem mais tempo de dedicação, seja no estudo, seja na tomada de decisões, seja no acompanhamento do mercado.
Quanto mais “ativos” nosso investimento mais tempo vai nos tomar.
Por exemplo, um praticante de day trade terá que ficar olhando para os gráficos dos ativos por uma boa parte do dia.
Um praticante de swing trade poderia fazer isso no fim do dia, com a bolsa de valores já parada. E um de position trade pode fazer isso ao fim de semana.
Na ponta oposta, um investidor conservador mal precisará olhar como estão indo seus CDB. Estarão rendendo menos do que uma ação pode valorizar, mas com certeza estão rendendo. Aliás, até o vencimento tem muito pouco que ele possa fazer.
Então, quando eu for investir meu dinheiro também devo pensar em quanto tempo tenho disponível para pensar nesses investimentos.
Se for um investimento do tipo mais agressivo, tenho inclusive que reservar um tempo para estudar e para me especializar.
Riscos do investimento
Não existe investimento sem riscos para meu dinheiro.
Mesmo o Tesouro Direto, considerado o mais seguro, tem os seus. E se o governo declarar moratória? E se decidir não pagar os títulos? Tudo é possível.
Mas podemos dizer que o risco sobe dos menos arriscados (Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA e outros) para os mais, passando por debêntures, Fundos Hipotecários, ações, contratos, minicontratos e, finalmente, opções (o risco dessas vai depender de como será a estratégia do investidor).
Rentabilidade que o investimento pode oferecer
Falar da rentabilidade das diversas opções de renda fixa e renda variável em um pequeno parágrafo é uma tarefa ingrata e inconclusiva.
Afinal, como vimos, há diferentes formas de aplicar meu dinheiro, com diferentes patamares de risco e possibilidades de ganho.
Creio que, aqui, o mais importante é escolher aquelas que oferecem a relação entre risco e ganho justa: o risco é grande? Que a possibilidade de ganho seja maior ainda.
O rendimento é relativamente baixo (por favor, que seja pelo menos maior que o CDI ou a Selic pra valer a pena), que o risco seja, então ínfimo.
Obedecendo essa relação entre o risco e o ganho, pode ter certeza que está no caminho certo, sobretudo se não tiver pressa, for paciente e investir com disciplina.
4. CONCLUSÃO
Existem inúmeras formas de se investir meu dinheiro em diversos produtos do mercado.
Não vou escolhe apenas um deles, mas uma combinação de diversos a fim de obter o melhor rendimento possível e as menores perdas para o meu perfil de investidor.
Não devo me iludir com promessas de ganhos fáceis e, ao mesmo tempo, escolher criteriosamente.
Se sou conservador, nada impede de eu me molhar até os calcanhares na renda variável.
Se sou agressivo, nada impede de colocar parte de meu dinheiro em um CDB.
Creio que, como último conselho, aqui, deixo a dica: evite investir através de grandes bancos de varejo. Dificilmente os produtos de investimento por eles oferecidos vão superar os disponíveis nos bancos médios e pequenos.
Para chegar até esses produtos, o melhor caminho é escolher uma corretora de valores e abrir sua conta ainda hoje.