Será que a autoanálise e a sinceridade extrema para consigo mesmo funciona nos investimentos? Certamente que sim: o trader que sabe que está errando ou mesmo que está acertando pelos motivos errados e admite isso para si mesmo, tem muito mais chances de sucesso.
Mas será que, coletivamente, para uma empresa de investimentos isso funciona?
Talvez a experiência de Ray Dalio responda essa questão.
A Bridgewater é o maior hedge fund do mundo com US$ 160 bilhões sob suas asas e Ray Dalio é o seu fundador. Nem parece que se trata da mesma pessoa que, em 1975 começou a ideia trabalhando em sua própria casa, um apartamento de dois quartos em Nova York. Hoje, fundos de pensão, universidades e famílias com muitos recursos têm sua atenção.
Ray Dalio era tão focado em seu perfeccionismo em ganhar dinheiro que certa vez, em 1993, seus sócios o chamaram para uma conversinha: foi avaliado como competentíssimo, mas eles entendiam que os demais funcionários o viam como um “babaca”, o tipo de chefinho que ninguém gosta de ter.
Não disseram isso com essas palavras, mas deixaram claro que a empresa só iria para frente se isso fosse corrigido. Para melhorar, Ray Dalio elaborou princípios que ajudaram para todos que o conhecessem melhor e percebessem que ele não era um bicho-papão: os princípios se baseiam na “verdade radical” e na “transparência radical”.
A coisa funcionou, mas dizem que muita gente acha a Bridgewater uma empresa quemais parece uma seita.
Seita ou não, os 160 bilhões de dólares sob gestão parecem dizer que a coisa está dando certo. Tudo é gravado e avaliado, numa espécie de big brother em que todos os funcionários participam, avaliando e melhorando tudo o que acontece por ali.
Em 2011, Ray Dalio publicou um volume de 123 páginas chamado Princípios, que delineou sua lógica e filosofia pessoal para investimentos e gerenciamento corporativo com base em uma vida de observação, análise e aplicação prática através de seu hedge fund, onde apresenta todas essas ideias. Até agora estima-se que foi baixado uns 3 milhões de vezes.
A Bridgewater foi uma da empresas que conseguiu se adiantar à crise financeira global causada pelos subprime. Em 2008, por conta da sobrevivência ao “furacão”, Ray Dalio publicou o ensaio, “Como funciona a máquina econômica: um modelo para entender o que está acontecendo agora”.
Em 2012, Dalio apareceu na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da Revista Time. Em 2011 e 2012 ele já havia sido listado pela Bloomberg Markets, como uma das 50 pessoas mais influentes .
Ray Dalio tem uma fortuna de US $ 15,9 bilhões, tornando-se a 30ª pessoa mais rica dos Estados Unidos e a 69ª pessoa mais rica do mundo.
Em 2013, Ray Dalio começou a compartilhar seus “segredos de investimento” e teorias econômicas no YouTube através de um vídeo animado de 30 minutos que ele narra, chamado How The Economic Machine Works.
O vídeo foi visualizado mais de 4,6 milhões de vezes e foi traduzido e disponibilizado em japonês, chinês, russo, espanhol, alemão, italiano e francês.
Ah, sim. Tem legendado em português, caso você queira ver como pensa esse titã financeiro: