Veja quais são as 17 ações que fizeram parte da primeira carteira teórica do índice ibovespa e saiba o que aconteceu com elas.
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3. Ele é formado por uma carteira teórica de ações de grande liquidez, isto é, que são muito negociadas diariamente, sendo responsáveis, juntas por cerca de 80% dos negócios realizados no mercado.
É como se – teoricamente – alguém tivesse comprado essas ações, em diferentes quantidades e juntas elas formam a pontuação do Ibovespa que, diariamente, sobe e desce, dando a temperatura dos investimentos no Brasil. Teoricamente, cada ponto equivaleria a R$ 1. Então, se o Ibovespa estiver em 87.456 pontos, essa carteira valeria, teoricamente, R$ 87.456,00.
Cada ação tem um peso diferente. Por exemplo, hoje, as ações da Vale e do Itaú, representam juntas, mais de 20% dessa carteira.
Por outro lado, temos ações como as da Ecorodovias, com peso de 0,108%.
A carteira teórica do Ibovespa é renovada a cada quatro meses. Nesse processo, algumas ações saem da lista e outras entram.
O Índice Bovespa nasceu em 1967 e pouca coisa mudou na sua metodologia de formação da carteira. Confiras abaixo as ações que fizeram parte da primeira carteira teórica do índice ibovespa:
- Aços Villares: Incorporada pela Gerdau S.A. Cada 24 ações ON foram substituídas por 1 ação PN da Gerdau S.A.
- Alpargatas: as ALPA3 e ALPA4 ainda existem, mas não fazem mais parte do Ibovespa.
- Antarctica: a Antarctica faz parte agora da Ambev, empresa com grande peso no Ibovespa.
- Banco do Estado de São Paulo (Banespa): foi comprado pelo Santander, que faz parte do Índice Bovespa.
- Banco Itaú: hoje correspondem às ações do Itaú Unibanco.
- Casa Anglo (Mappin): faliu.
- Cimento Itaú: teve as ações recompradas pela Votorantim no início da década de 2000.
- Companhia Docas de Santos: hoje é uma sociedade de economia mista e não está listada na bolsa.
- Duratex: ainda negociada na bolsa sob o ticker DTEX3, mas não compõem o índice.
- Indústrias Villares: não é mais negociada na bolsa de valores.
- Lojas Americanas: continua no índice até hoje.
- Fábrica de Brinquedos Estrela: a ESTR4 continua na bolsa de valores, mas há muito tempo não compõe o índice.
- Companhia Melhoramentos Papeis de São Paulo: não tem mais liquidez suficiente para ser do Ibovespa, mas continua, sendo negociada sob o código MSPA3 e MSPA4.
- Moinho Santista: não tem mais ações negociadas na bolsa.
- Companhia Paulista de Força e Luz: fazia parte do Ibovespa até pouco tempo atrás, mas saiu da composição da carteira.
- Souza Cruz: teve quase todas as suas ações adquiridas por uma empresa britânica em 2015 e saiu da bolsa.
- Vale do Rio Doce: hoje a empresa é conhecida como Vale e é o maior peso do Ibovespa.
Vamos conhecer, agora, algumas ações que já estiveram no Ibovespa e que, hoje, não estão mais.
- OGXP3 – As famosas ações da OGX Petróleo e Gás Participações, aquela do Eike Batista. Esses papeis, no seu auge, em 2011, chegaram a ser responsáveis por 5% da movimentação dos negócios da então BM&FBovespa. Quando, finalmente, desvalorizaram, mesmo com grande volume, foram retiradas do índice por estarem m recuperação judicial, em 2013. Essa é uma das formas que as metodologias de formação dos índices usam para se proteger de grandes baixas de seus componentes.
- OIBR3 e OIBR4 – As ações da Oi também fizeram parte do Ibovespa, mas também por problemas administrativos, de dívidas e ingerência acabaram por desvalorizar, a empresa entrou em recuperação judicial e foi catapultada do índice.
Como podemos ver, ações podem entrar no índice e sair ao longo do tempo. Inclusive, algumas das ações que estavam na carteira inaugural estão até hoje, caso da Lojas Americanas, Vale e, indiretamente, a Antarctica (via Ambev).
Porém, uma coisa é certa: os índices sempre vão se proteger através de sua metodologia, de maneira que mesmo ações que tenham volumes de negociação considerável, caso estejam com preços abaixo de um certo nível ou em recuperação judicial, serão excluídas.
Nesse caso, fica fácil afirmar, que, no longo prazo, a bolsa sempre valoriza. Na prática, é preciso tomar cuidado com essa afirmação.