Já aconteceu com todo o mundo. Aquele dia em que, já de início, no começo da manhã, levamos dois ou três stops. Continuo a operar ou não continuo? Leia este artigo e entenda como lidar com os prejuízos na hora de operar.
Está cansado de tomar prejuízo na hora de operar na bolsa? Sim, então este artigo é para você!
Ou, ainda, para aqueles que preferem o longo prazo na bolsa (credo), aquela sensação ruim de ir dormir pensando que as ações de sua carteira vão desvalorizar ainda mais: vendo ou não vendo? Só hoje perdi o valor de um carro popular, pensa o sujeito que colocou todas as suas economias na bolsa na hora em que o mercado estava mais otimista.
Como lidar com essas situações?
Eis algumas dicas para que você deixe de tomar prejuízos na hora de operar de acordo com nossa visão do mercado:
- Não tenha meta de prejuízos: se acontece com muita frequência de você precisar parar de operar porque atingiu uma “meta de prejuízos” tem alguma coisa de errada com seu método de trade. Ou ele é ruim ou você não entendeu como ele funciona. Um método de trade deve ser bom o suficiente para que você detecte oportunidades reais e de alta probabilidade de acerto. De outra forma, é mera adivinhação ou uma metodologia de “sinais” que “diz” a hora de clicar no mouse para comprar ou vender. O trader deve saber LER e INTERPRETAR o mercado com as ferramentas, conceitos e informações certas. Esse tipo de trader ao levar um prejuízo inicial em um dia não ficará com a consciência tranquila se parar pois sabe que estará perdendo oportunidades reais. Por outro lado, seu psicológico não fica abalado por perdas, pois ele confia na sua metodologia. No entanto, repito: se suas perdas são constantes, há alguma coisa de errado com seu método. Afinal, se um paraquedista vive se acidentando, tem alguma coisa de errado com seu equipamento ou seu modo de saltar.
- Sua taxa de acertos deve começar a ser muito superior à sua taxa de erros: quanto mais acertamos nossas operações no longo prazo, mais podemos arriscar no curto. Faça as contas. Se eu acerto uma operação e erro outra, uma média de 50% de acertos, precisarei ganhar, ao acertar, o dobro do que perco quando errar para ter algum lucro no longo prazo. Vamos exagerar agora, para entender, pois, ninguém tem 99% de taxa de acerto: se eu acertar 99 vezes em cada 100, com regularidade, na vez que eu errar poderei perder 50 vezes ou mais do que eu ganho quando acerto e, ainda assim, terei bons resultados. Assim, muitos ensinantes de métodos de trade dizem que “o importante não é quantas vezes eu ‘acerto’, mas quanto ganho quando acerto e quanto perco quando erro”. Não deixa de estar errado. Mas, a meu ver, deixar o erro e o acerto calibrado em 50% é o mesmo que jogar cara e coroa para decidir se compramos ou vendemos. Sério, o seu método deve ser bom o suficiente para que sua taxa de acertos seja de pelo menos 70%.
- Prejuízos no longo prazo? Melhor não tê-los: nossa opinião quanto aos investimentos de longo prazo na bolsa de valores é muito cautelosa. Quer saber? Melhor não. Se você já o fez, comprando ativos num momento de otimismo e euforia do mercado, e viu suas ações desvalorizarem nos últimos meses e está preocupado, paciência. Agora é uma decisão de como lidar com isso: alguns dizem que enquanto eu não vender as ações desvalorizadas, eu não realizei prejuízo. Bom, nesse meio tempo, seu dinheiro está preso para, quem sabe, um dia, valer o que valia antes. Outra forma de lidar é aceitar que perdeu, vender e, tentar na renda fixa, se recuperar do baque. Quem sabe destinar uma parte do dinheiro restante para fazer trades de curto prazo. A verdade é que a bolsa de valores é um mercado dos mais competitivos. Mesmo aquelas empresas que consideramos intocáveis, de repente, podem sofrer o revés de uma crise mundial (elas sempre acontecem de décadas em décadas; às vezes de anos em anos). Eu gosto muito dessa metáfora: você colocaria seu filho de cinco anos no meio de uma guerra do Vietnã, sozinho, imaginando que, quando você voltar dali a dez anos ele terá se tornado um Rambo? Quando você coloca seu dinheiro na bolsa de valores, sem acompanhamento, sem assistência, sem planos de resgate no curto prazo, é isso o que você está fazendo com ele.
Ao fim de dez anos pode ser que ele tenha se tornado um Rambo.
O mais provável é que tenha sido dilacerado. É uma imagem forte. Mas quero mesmo que ela fique em sua cabeça.