Se você está perdendo tudo na bolsa de valores, ou quem sabe já perdeu, esse artigo é para você!
Talvez alguém lhe tenha dito: “É seu psicológico…”
Ou: “Você está usando o método errado! Faça meu curso de fim de semana sobre trade. Custa só R$ 5 mil.”
Se você está perdendo tudo o que tem fazendo trades na bolsa de valores, talvez essas pessoas estejam certas em pelo menos duas coisas.
Seu psicológico, neste momento, deve estar sim abalado. Pare tudo. Não é o momento de continuar. Pelo menos não agora. Respire.
Mas você não está perdendo dinheiro porque seu psicológico está abalado. É ao contrário: você está perdendo dinheiro e, por isso, entrou em uma espiral descendente. Um círculo vicioso.
Já voltamos nesse tema.
O segundo ponto em que essas pessoas que dizem isso estão certas: você provavelmente está usando o método errado.
Mas, na segunda parte do conselho, elas estão erradas.
Não vai adiantar fazer um novo curso (de R$ 5 mil, no fim de semana), para aprender outro método que dará errado.
Aí, entra outra questão psicológica: dá para esperar resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas? Porque eu vou dizer pra você. Vou jogar a real. Nesse curso, o mais provável é que, mais uma vez, você aprenda mais um método, talvez com outro indicador, talvez com outro nome, talvez com outros setups que “pegam na sua mãozinha” na hora de clicar no mouse.
Mas a fundamentação continua a ser a mesma: o preço dos ativos e seus movimentos. A Nova Análise Técnica já sabe que o preço é mero mensageiro de uma mensagem muito mais poderosa: o volume.
Mais R$ 5 mil perdidos e você vê seu minguado dinheiro reduzir ainda mais.
E digo mais: ao ter “investido” R$ 5 mil em um curso que, por esse preço, deve ser “o santo graal”, a “fórmula mágica”, você acha que vai ficar satisfeito em fazer trades com poucos contratos, com poucas ações?
Você vai meter o louco e entrar em operações com a mão grande. Afinal, precisa recuperar o que colocou no curso. E, mais uma vez, talvez acerte uma ou duas, mas vai errar as demais. Por quê? Porque você está fazendo a mesma coisa esperando resultados diferentes.
A essa altura, você estará convencido de que não acerta porque, de fato, seu psicológico está comprometido. É ele que faz você entrar nos momentos errados, sem seguir o setup mágico que aprendeu, sair antes da operação estar finalizada ou levar violinadas.
O seu instrutor nunca vai dizer isso pra você: mas o método que ele lhe ensinou talvez seja mesmo ruim. E dizer que o problema é o seu psicológico, uma fraqueza emocional sua, é um modo de ele tirar o dele da reta.
Eu tenho uma boa notícia pra você, no entanto.
Você não tem o psicológico abalado.
Imagine você que você vai pular de paraquedas. Quando chega na pista de decolagem onde acontecerá a instrução já está sentindo um frio na barriga. Está com medo. Mas, depois, assiste à aula, vê cada detalhe dos esquemas de segurança, dos protocolos de salto, de tudo que pode dar errado e o que fazer nesses casos. A essa altura você ainda está com algum receio mas começa a confiar no seu instrutor.
O primeiro salto é em dupla, com o seu professor. Na hora de sair do avião você treme nas bases, mas o salto acontece mesmo assim. E é incrível! Você repete, repete e depois de alguns anos você já saltou mais de mil vezes. Você acha que ainda terá frio na barriga depois de mil saltos? Não! Você já sabe, fisicamente, que nada pode dar errado e, se der, há pelo menos três procedimentos diferentes para recuperar a estabilidade: você confia no seu equipamento e no seu método.
O paraquedista só tem um psicológico fraco se, depois de 1000 saltos bem sucedidos, continuar com medo.
Está na hora de encontrar uma metodologia que lhe dê segurança. Se o seu instrutor já começa dizendo – ou mesmo se ele fala isso lá pelo meio da sua fala – que o “seu psicológico precisa ser forte”, corra.
Se você ainda não perdeu tudo, considere encontrar um método que não exija do seu psicológico e que lhe mostre a lógica por trás do mercado. Quando passamos a entender aquilo que nos dá medo, o medo desaparece.