Durante muito tempo eu persegui o “santo graal” das operações na bolsa de valores.
Como os antigos alquimistas, eu buscava a pedra filosofal, aquela da vida eterna e que supostamente transformaria chumbo em ouro.
E eu fazia parte de um grande rebanho de traders que está na mesma aventura, fadada ao fracasso.
Procurava a combinação de médias, de indicadores, de estudos que, juntos, com os parâmetros corretos, com os níveis de loss e gain ideais dariam mais acertos que erros e, num prazo mais curto, encheriam minha conta bancária de dinheiro.
E a verdade é que isso não existe. O verdadeiro “santo graal” é descobrir que o “santo graal” não existe.
Porém, só a busca desenfreada por essa quimera me fez ter essa descoberta a um só tempo frustrante e animadora (animadora porque, então, eu não precisava mais me dedicar a essa busca inútil e sim a estudos mais úteis). Para quem não sabe, quimera é um monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente e cujo nome se convencionou usar para qualquer coisa que não existe.
Procurar setups perfeitos e automáticos é como procurar quimeras, pelo em ovo, chifre em cabeça de cavalo.
Antes disso, eu fazia os famosos “back tests”, colocando setups com diferentes configurações e combinações para rodar em computadores durante dias sobre pregões da bolsa passados. E, baseado nos pregões dos últimos três anos, eu descobria que eu teria ficado rico se usasse entradas de cruzamento de médias de 13 e 32 períodos, sempre que elas se cruzassem fora de uma Banda de Bollinger de determinada largura.
Mas, quando ia aplicar essa configuração, descobria que, naquela semana, essa combinação não funcionava. Eu perdia dinheiro. As médias de 15 e 44 períodos, combinadas com o MACD (outro indicador famoso), teriam funcionado melhor.
Vamos fazer um pequeno teste imaginário. Vamos atravessar a rua. Você faz um “back test” e descobre que o momento ideal de atravessar a rua é quando, depois de um carro vermelho ter passado, você contar os próximos três carros, respirar três vezes e ir em direção ao outro lado a uma velocidade de dois passos por segundo.
Eu pergunto: você seguiria essa regra em qualquer situação de travessia de ruas?
Fecharia os olhos e iria sem medo de ser atropelado?
Acho que sei a sua resposta.
A bolsa de valores é MUITO mais complexa do que atravessar a rua. Então por que cargas d’água há tantas pessoas tentando encontrar essas fórmulas? Porque parece um atalho. E também porque, na bolsa, você não corre riscos físicos (embora muita gente sofra traumas diariamente por acreditar nessas soluções mágicas).
O problema é que, assim como os carros numa avenida movimentada, os elementos que causam o sobe e desce dos preços nunca são os mesmos diariamente na bolsa de valores.
O que uma pessoa normal faz ao atravessar a rua? Olha para os dois lados, avalia a distância dos carros, a quantidade, a frequência, a velocidade com que eles passam e só então toma a decisão de atravessar ou não. Ou até mesmo de buscar uma travessia em outro ponto da avenida. Então, basicamente, o que ela faz? Ela aprende a ler aquele mundo, aquele universo, com que está lidando no momento, o “universo do trânsito”.
O que o trader deve fazer então?
Aprender a ler o mercado, de maneira que ele saiba o momento de fazer suas operações na bolsa, na direção certa, com a duração certa, de acordo com as informações que os gráficos estão oferecendo.
E aí entramos em outro problema das metodologias que tentam ensinar a tirar dinheiro dos mercados: estamos usando as informações erradas. Mas de uma forma tão absurda que é como se alguém que fosse atravessar a rua baseasse sua decisão nas cores dos veículos e não na sua velocidade, proximidade e aceleração.
Você para no meio fio, olha para o carro que está a 15 metros a 80 km/h e pensa: “Posso atravessar porque ele é bege.”? Acho que não. A cor do carro não tem nada a ver com o fato de que você vai acordar no pronto-socorro (se acordar).
E todos os indicadores que eu estava usando para realizar operações na bolsa, só me diziam sobre informações acessórias. Eles falavam sobre o preço dos ativos. E, por isso, eu estava sendo atropelado pela bolsa de valores.
É da natureza do mercado que o preço dos ativos suba e desça. Isso sempre vai acontecer. Mas esse sobe e desce tem uma causa. Essa causa pode ser lida, usando-se os conceitos e as ferramentas certas. Sim, não adianta esperar que a própria causa lhe diga o que fazer: você precisa saber ler esse fator no contexto em que ela está se expressando (tem gente que conhece a causa e lê da forma errada).
O nome da causa dos movimentos de preço é: volume. O volume é o combustível do mercado e, sem ele, os preços não se movimentam com consistência.
E os únicos participantes do mercado que têm a capacidade de gerar volume de negócios suficiente para uma demanda que sustente uma alta e uma oferta que sustente uma queda são os investidores institucionais, grandes companhias com dimensões continentais. Por terem necessidade de grandes posições em ativos (acumulando-os ou distribuindo-os), lutam por liquidez em faixas de preço vantajosas ora tentando mantê-los em certos níveis ora tentando fazer com que disparem para cima ou para baixo.
A partir do momento em que busquei entender essa causa, o volume, e em que busquei ler o volume dentro do contexto presente dos ativos que negociava, minha forma de fazer trades se transformou.
Esse modo de ler o mercado você aprende no treinamento Raio X Preditivo, que é a sistematização da Nova Análise Técnica, em ferramentas e conceitos voltados especialmente para interpretar, detectar e utilizar a nosso favor a atuação dos big players institucionais.
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