Tudo é tecnologia no sentido estrito da palavra, até a indústria meramente extrativista, vamos pensar na Vale, por exemplo, ou na Petrobras, envolve altíssima tecnologia, hoje em dia.
Porém, há empresas cujo o produto ou o serviço é em grande parte ligado ao desenvolvimento tecnológico em si: pensemos na Apple ou na Microsoft.
Quais seriam as ações do setor tecnológico brasileiro negociados na bolsa de valores?
Podemos levantar algumas delas, de acordo com a classificação setorial da própria B3.
Tecnologia da Informação – Programas e Serviços
- Linx S.A. (LINX3) – Uma das maiores empresas de tecnologia baseada na nuvem (cloud-based) na América Latina e líder desse mercado no Brasil em termos de receita. Voltada para companhias varejistas na América Latina. Em 2018, as receitas brutas de manutenção de uso dos softwares e royalties (em conjunto “receita de assinaturas”) representaram 86,8%, ou R$680,8 milhões, de receita operacional bruta, um aumento de 15,5% em comparação a 2017, em reais. Também é negociada via ADR no mercado dos Estados Unidos (LINX).
- Locaweb Serviços De Internet S.A. (LWSA3) – Abriu capital em 2020 e passou a ter suas ações negociadas na bolsa de valores. É uma empresa brasileira de hospedagem de sites, serviços de internet e computação em nuvem, líder no Brasil e na América Latina, segundo pesquisa da International Data Corporation em 2011. Tem 350 mil clientes, 5,5 milhões de caixas postais, 14 mil servidores cloud e 19 mil desenvolvedores parceiros. Seu data center tem 25 mil servidores no campus da Locaweb em São Paulo, distribuídos por 55.000 m², sendo 35.000 m² de área verde preservada.
- Sinqia S.A. (SQIA3) – A Sinqia S.A. (SQIA3) foi criada em 1996, em São Paulo, e tem mais de 1.100 colaboradores, com escritórios em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Salvador/BA, Curitiba/PR e Florianópolis/SC. Oferta quatro plataformas de Softwares (Sinqia Bancos, Sinqia Fundos, Sinqia Previdência e Sinqia Consórcios) e duas de Serviços (Sinqia Outsourcing e Sinqia Consulting). Desde 2005 executa uma estratégia de consolidação que resultou em 14 aquisições. Em 2013, captou R$ 39,7 milhões via IPO na B3. Três vezes entre as 100 maiores FinTechs do mundo, segundo rankings da IDC (2017, 2018, 2019). Tem mais de 360 clientes. Durante a crise, suas ações caíram de R$ 30 para R$ 10, em março de 2020, mas quem teve o bom senso de comprar no fundo teve pelo menos 110% de ganho até agora. As ações estão custando R$ 21 no final de junho.
- Totvs S.A. (TOTS3) – A companhia dá soluções de negócios para empresas de todos os portes, atuando com softwares de gestão, plataformas de produtividade e colaboração e consultoria. Foi a primeira empresa do setor de TI da América Latina a abrir capital. Com aproximadamente 50% de market share no Brasil, ocupa a 20ª posição de marca mais valiosa do país no ranking da Interbrand. Está em 41 países com uma receita líquida de mais de R$2 bilhões e 7,8 mil funcionários. No Brasil, conta com 11 filiais, 52 territórios franqueados e 10 centros de desenvolvimento. No exterior, conta com mais 7 filiais e 2 centros de desenvolvimento (Estados Unidos e México).
O site da B3 ainda lista empresas como o Universo Online, mas algumas das listadas não têm mais ações negociadas na bolsa.
Tecnologia da Informação – Computadores e equipamentos
- Positivo Tecnologia S.A (POSI3) – As ações da Positivo, ultimamente são aquelas que levam os seus acionistas do céu ao inferno e do inferno ao céu, ultimamente. Até meados de 2019, estavam na faixa dos R$ 2 ou R$ 3. Em dezembro, chegaram a R$ 12, quadruplicando a capitalização dos investidores. No auge da crise do novo coronavírus, chegaram a R$ 1,63 e, agora, final de junho, estão em pouco mais de R$ 5. Haja coração para quem decidiu se posicionar no longo prazo. Anteriormente conhecida como Positivo Informática, fica em Curitiba e faz parte do Grupo Positivo. A empresa é a décima maior fabricante de computadores do mundo, além de produzir softwares educacionais, jogos eletrônicos, set-top box para a televisão digital brasileira e, atua no mercado de dispositivos para automação comercial, tablets, celulares e smartphones. Em 2014 anunciou uma maior participação no mercado de tablets e smartphones, em face ao descréscimo das vendas de computadores pessoais.
Observações sobre o setor de tecnologia na bolsa de valores
Podemos considerar o fato de haver tão poucas empresas de tecnologia na bolsa de valores brasileira altamente sintomático.
Se formos olhar o Ibovespa, nosso principal índice, as empresas com maior peso são extrativistas (Vale e Petrobras) e bancárias (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil).
Há outras empresas que podem ser consideradas de tecnologia e que estão classificadas em outros setores, segundo as categorias da B3. Por exemplo, o Banco Inter por ter uma pegada extremamente digital, poderia ficar nessa categoria, mas por uma questão de organização preferimos não incluir.
Olhe o mercado dos Estados Unidos e veja as empresas que se notabilizaram por ter uma pegada ligada à tecnologia de informação e que tem ações negociadas na bolsa: Apple, Amazon (varejo), Facebook, Uber, Alphabet (Google)… e estas são apenas as maiores. Certamente há centenas delas, em diversos setores de atuação.
Isso nos diz muito sobre nosso mercado.
Que ações de tecnologia escolher
Como podemos ver, temos poucas ações do setor tecnológico, no sentido puro, na bolsa de valores.
Ainda assim, como é um setor ainda em crescimento no Brasil, pode ser a oportunidade de, nos próximos anos, ver seu dinheiro multiplicado, a exemplo de uma Magazine Luiza (que se valeu da digitalização de seu negócio para ter ganhos exponenciais a partir de 2016).
Acreditamos que qualquer aposta neste sentido deve ser feita com cautela, principalmente porque o longo prazo está sujeito a “acidentes”, como vimos no recente caso do novo coronavírus. Se não fosse uma pandemia, seria outra coisa a provocar a que da bolsa. E, no futuro, sabe Deus o que será.
Momentos de crise podem ser oportunidades para compras interessantes, mas sempre devemos levar em conta a capacidade de uma empresa superar uma crise, a possibilidade de novas quedas (o que deve limitar o nosso capital investido de acordo com o risco e de acordo com o que estamos dispostos a perder) e a demora na “colheita dos frutos” (longo prazo é longo prazo).
Independentemente disso, sempre precisamos estar atentos ao comportamento dos investidores institucionais (big players), que sempre montam posições importantes nos ativos que julgam promissores. Geralmente, um grande volume de compras em um fundo, como o que vimos recentemente, demonstra que eles estão montando essas posições.
Para acompanhar a atuação desses players é fundamental o acompanhamento do volume, que denuncia essa atividade institucional. A atividade institucional e o volume ajudam na tomada de decisões tanto para o longo prazo quanto para o curto (o curto prazo, com trades de menor duração, é nossa indicação para qualquer ocasião, na bolsa, pois nos submetemos ao risco por um tempo limitado e com valores limitados).
Para fazer essa análise de volume, recomendamos o Raio X Preditivo, que é a sistematização da Nova Análise Técnica, em conceitos e ferramentas, voltados para mostrar ao trader e ao investidor quais são os pontos do preço em que é mais seguro se posicionar.