As somas envolvidas nos trades a seguir estão além de nossa compreensão. Talvez os próprios traders que os executaram não abarquem tal volume completamente. São os maiores trades já feitos no mercado de renda variável.
Lucrando com o desespero do subprime
John Paulson percebeu que a bolha dos empréstimos de alto risco para compra de imóveis ia explodir. Ele foi um dos muitos que apostou contra o mercado imobiliário dos EUA e fez parte de uma minoria que comemorava enquanto a maioria chorava. Mas este trade, na ocasião, se destacou pelo tamanho da aposta, cujo valor resultou em um lucro de US$ 15 bilhões para o fundo de Paulson.
Lucrando com a mais famosa quebra de bolsa de todos os tempos
Mais uma vez: alguns choravam e alguns poucos riam. Jesse Livermore foi um desses que, em 1929, só tinha a comemorar. Ele percebeu que o mercado estava sobrevalorizado e se posicionou forte na venda de ativos. Lucrou US$ 1,2 bilhão em dinheiro da época.
Quebrando a banca na Inglaterra
George Soros ainda não era tão famoso quanto é hoje. Em 1992, ele apostou contra as libras esterlinas, vendendo forte: uma posição de US$ 10 bilhões, vendida. E, de fato, a moeda caiu fortemente na ocasião. Arriscando pouco de seu capital, como deve ser, ele lucrou US$ 1 bilhão em uma sentada só. Até hoje comentam que “ele quebrou o banco da Inglaterra”.
Ouro negro
Andrew Hall pode ser identificado como o cara que viu o óbvio que ninguém conseguia ou queria ver: o Petróleo, em 2003, estava uma pechincha, custando US$ 30 o barril. Comprou loucamente nos cinco anos seguintes, período em que a commodity chegou a US$ 100 o barril. Hall colocou na sua conta pessoal US$ 100 milhões com a jogada de mestre.
Segunda-feira festiva
Já notou que quase todos os grandes trades que estamos relatando aqui vêm de momentos de desespero? Não foi diferente com Paul Tudor. Na segunda-feira negra, de 1987, quando houve uma queda tão ou mais terrível que a de 1929 na Bolsa de Nova York, seu fundo lucrou US$ 12 bilhões.
Guerra do Golfo
Louis Bacon sacou que o ataque de Sadam Hussein ao Kwait era inevitável. Também previu que os Estados Unidos se envolveriam e teriam uma vitória rápida. Com essa bola de cristal toda, lucrou bilhões para o seu fundo.
Bancos em liquidação
David Tepper, em 2009, percebeu que, depois da crise do subprime em 2008, os bancos estavam desacreditados e suas ações mais baratas do que realmente valiam. Tão logo o governo garantiu o resgate dessas instituições, seu fundo lucrou US$ 4 bilhões com as ações do Bank of America e Citigroup que ele havia comprado.
Bônus track: o cara que vendeu a Nova Zelândia
Em 1987, depois da segunda-feira negra, todos estavam fugindo da moeda americana. Resultado, as moedas dos demais países sobrevalorizaram. O jovem de 31 anos, Andrew Krieger percebeu que uma das mais sobrevalorizadas e mais vulneráveis a suas estratégias era o Kiwi Neozelandês. Entrou vendido, alavancado até o talo, tão forte que vendeu mais dólares neozelandeses do que estava em circulação naquele país. O governo chegou a ligar para o banco para o qual Andrew trabalhava. Ao fim da operação, o lucro foi de US$ 300 milhões.