Luiz Barsi é um dos maiores, se não o maior, investidor pessoa física do mercado de renda variável brasileiro.

Assim como boa parte dos grandes investidores que apresentamos por aqui, Luiz Barsi ama os períodos de crise: é o momento de comprar ações de boas empresas, empresas sólidas, por um preço bom.

Barsi não é um especulador e costuma dizer que quem especula na bolsa nunca vai ficar rico. Ele é adepto do value Investing, apostando no longo prazo e no recebimento de dividendos.

Nascido em 1939, sua formação passa por Análise de Balanços, Direito e Economia. Ele também comandou a editoria de economia do Jornal Diário Popular e participou do Conselho Regional de Economia, de São Paulo, e do Conselho de Administração da Eternit e da Unipar.

Algumas das palavras que você mais vai ouvir desse senhor é “carteira previdenciária”. Desde quando entrou no mercado financeiro, com pouco mais de vinte anos, esse era seu objetivo: não depender da previdência social. Digamos que ele foi bem no seu objetivo.

Ele tem uma coisa em comum com Warren Buffett, além dos investimentos: uma vida sem grandes extravagâncias. Não ostenta tudo o que poderia e, em vez de buscar uma satisfação imediata e momentânea, troca isso pela satisfação do longo prazo.

E esse é um estilo de vida que advoga para aqueles que querem ser bem sucedidos na bolsa de valores, como ele: é podre de rico e usa o metrô para ir ao trabalho.

Warren Buffett, que já citamos, certamente foi uma figura que o inspirou. Mantidas as devidas proporções, Barsi não deve nada a Buffett, este investidor que ainda mora na mesma casa que comprou antes de se tornar absurdamente rico.

Para Barsi, o primeiro passo para ser bem-sucedido em qualquer investimento é evitar comprar e consumir produtos que deem apenas uma satisfação momentânea, patrocinando grandes marcas: é preciso saber administrar as vontades do ego.

Outro hábito de um grande investidor, na opinião de Barsi: paciência. Quando começou, Barsi estava pensando cinquenta anos adiante.

Por isso, começar cedo também é importante.

Além disso, é preciso fazer o reinvestimento dos dividendos recebidos, fazer novos aportes mensais e colocar sua fé nos juros compostos que nunca falham.

Barsi prefere apostar em setores da economia que são permanentes, aqueles setores de que a humanidade precisará para sempre. Alguns são mais, outros menos, mas eis alguns: papel e celulose, bancos, energia.

Ações recomendadas, seguindo este critério? Klabin, Eletrobrás, Eletropaulo, Transmissão Paulista, Suzano, Ultrapar, Unipar, Eternit e Banco do Brasil entre outras.

A qualquer momento? Não. Quando estiverem baratas. Quando mostrarem oportunidade.

Mesmo que comece com pouco, o investidor precisa adquirir mais e mais ações desse tipo de empresa, sempre se perguntando se ela tem características de perenidade, de duração ao longo de um período grande de tempo.

E que paguem bons dividendos ao longo dos anos.

Sim. Barsi também defende que as empresas escolhidas para investir tenham um histórico de pagamento de bons dividendos.

Outra coisa que Barsi é evitar produtos bancários, pois segundo ele estão sempre contaminados pela renda fixa atrelada à Selic, à inflação ou outro índices. Tanto que ele chama a renda fixa de “perda fixa”, tamanha sua repugnância.