Você consegue imaginar uma pessoa responsável pelo crescimento de fundos mútuos que, por fim, em 1982, tinham somados US$ 120 bilhões?
É muito dinheiro.
Mas essa pessoa é Leon Levy, investidor estadunidense nascido em 1925 e falecido em 2003.
Ele entrou na Oppenheimmer & Co. em 1959 como sócio. De início chegou apenas para ajudar, mas foi se envolvendo. Antes disso, havia se especializado como analista na Hirsch & Company.
A Oppenheimmer foi vendida em 1982 por US$ 165 milhões. Com sua parte, Leon Levy criou o hedge fund Odissey Partnes, com Jack Nash, que funcionou por 15 anos ainda, antes que Levy se aposentasse.
Levy, como a exemplo de outros investidores famosos, investia em empresas que julgava subestimadas. Mas ele ia além. Não tinha nenhum pudor de procurar ações de companhias que estivessem em processo de falência. O plano era que ou a empresa sobrevivesse ao processo de falência ou que, então, a liquidação da companhia deixasse valores que valessem a pena.
Por exemplo, em 1983, a Odyssey Partners tomou as manchetes dos jornais quando comprou uma participação de uma ferrovia falida. Leon Levy acreditava, acertadamente, que os altos preços da energia aumentariam a demanda por carvão (e, portanto, o transporte ferroviário de mercadorias). Enquanto isso, a venda dos bens imóveis e ativos imobiliários sub-avaliados da ferrovia geraram US $200 milhões para a Odyssey.
Uma das grandes jogadas de Leon Levy foi, no pico da bolha das empresas ponto com, vender descoberto o índice Nasdaq. A bolha estourou e ele ganhou em uma sentada só US$ 100 milhões.
A Odissey, entre 1982 e 1997, deu um retorno de, em média, 22% ao ano, transformando US$ 10 mil em US$ 794 mil. A média do mercado de fundos de hedge no período foi de 17% ao ano. No período, o fundo também acumulou cerca de US$ 3 bilhões em valores da época. Considere que, em seu lançamento, a Odissey começou com “apenas” US$ 50 milhões.
Quando morreu, Levy acumulava uma fortuna de US$ 750 milhões, mesmo com grandes e inúmeras doações filantrópicas e uma doação de US$ 100 milhões para o Bard College.
Leon Levy estudou psicologia no City College of New York (CCNY) e o fato de sempre ter notas baixas, mostra que vale a pena apostar contra a multidão e que a capacidade acadêmica (ou a falta dela) nem sempre é um obstáculo para o sucesso: graças ao sucesso em Wall Street, ele foi convidado a retornar ao CCNY como professor convidado. Imagine se tivesse notas altas…
Leon Levy nunca se aposentou. Na ocasião de sua morte, ele ainda era presidente do conselho da Avatar Holdings, uma operação imobiliária da Flórida, na qual, além de tudo era um grande acionista.
Ele foi também presidente do conselho do Instituto de Estudos Avançados em Princeton, consultor sênior da AIG Global Investments, administrador da Fundação John Simon Guggenheim e vice-presidente do Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York.
E ainda estava planejando participar de uma expedição liderada pelo explorador Robert Ballard para procurar navios afundados nos mares entre a Bulgária e o Egito.