O mega investidor Julian Robertson é conhecido como uma lenda dos hedge funds e, embora outros tenham criado essa indústria, ele foi um dos que a aperfeiçoou. Ele recebeu US$ 8 milhões no início da década de 80 e, no final da década de 90, os devolveu valendo US$ 22 bilhões. Durante esse período, ficou conhecido como “O Mago de Wall Street”.
Em 2008, já aposentado e com quase 80 anos, operou vendido na crise do subprime, através de Credit Default Swaps, lucrando só nessa operação US$ 250 milhões.
Robertson estudou administração de empresas na Universidade da Carolina do Norte, se formando em 1955. Seu primeiro trabalho em finanças após a faculdade foi na Kidder, Peabody & Co., na cidade de Nova York.
Ele se tornou sócio em 1957 e passou os 20 anos seguintes lá, desenvolvendo sua reputação como um dos principais traders da empresa. Mais tarde foi nomeado chefe da subsidiária de gerenciamento de recursos da empresa, a Webster Management Corporation.
Em 1980 fundou a sua gestora de fundos Tiger Invests, em Nova York. Tudo o que tinha eram recursos fornecidos pela família e por amigos. A estratégia inicial era observar a situação macroeconômica de seu país e do mundo, avaliar as companhias e se posicionar de acordo com as conclusões. Falando assim parece fácil, mas tudo o que Robertson queria fazer era encontrar as duzentas melhores companhias para comprar suas ações e as duzentas piores para operar com venda descoberta. Seu desempenho inicial foi tão bom que ele teve que limitar o investimento mínimo em seu fundo para US$ 5 milhões.
Mas nem tudo foi perfeito para Robertson. Quando em 1998 chegou aos US$ 22 bilhões sob a sua guarda, viu seu fundo despencar ainda naquela década: o volume gigantesco de recursos não foi usado para aproveitar positivamente a onda da Nasdaq e, ao mesmo tempo, muitos de seus investidores estavam liquidando suas cotas. No ano seguinte ao pico, perdeu 19% enquanto o S&P500 subiu 21%.
Essa queda de quase um quinto do valor fez Robertson largar os betes enquanto estava no topo. “Quero evitar investimento irracional”, disse, se referindo à Nasdaq. E, no ano 2000, deixou o Tiger Invests.
Isso não o impediu de, mesmo aposentado, gerir com qualidade seu próprio patrimônio. Entre 2000 e 2008 quintuplicou seus investimentos, passando de US$ 400 milhões para US$ 2,2 bilhões.
O estilo de Robertson não poucas vezes é descrito como extremamente pessoal e subjetivo sendo difícil de ser adaptado para o investidor de pequeno porte. Todas as suas decisões eram tomadas depois de analisar os relatórios feitos por seus funcionários. Desenvolveu fama de investidor macro, surfando nas tendências mundiais e atrelado à ideia de usar os fundamentos. “Ouça a história de uma ação, analise e compre agressivamente se isso parece certo”, dizia.
Atualmente com 85 anos, atua também nos mercados da Nova Zelândia onde possui algumas propriedades e, entre elas, vinícolas. Em agosto de 2010, se juntou a uma iniciativa do bilionário Bill Gates e do investidor Warren Buffett, prometendo, como eles, doar pelo menos metade dos seus ativos para instituições de caridade.