Pergunte para qualquer consultor de finanças pessoais: o ideal é guardar sempre 30% de seu salário.
Neste artigo falaremos como você pode investir 10% do salário em ações e rentabilizar seus investimentos.
Pode parecer muito, mas é possível.
Ora, se em algum momento você viveu com um salário menor e era possível – afinal ninguém começa a vida ganhando muito – porque agora não seria, considerando que essa porcentagem em vez de ser gasta terá um destino melhor?
Sim, ela será guardada.
O problema é que temos o mau hábito de, assim que recebemos um acréscimo em nossa arrecadação, aumentar nossos gastos, como se fosse para compensar algo que nos falta com o consumo.
Mas isso é tema para livros de autoajuda financeira.
Vamos, em vez disso, discutir o que fazer com esses 30% que vamos guardar. Digamos que você tenha uma arrecadação (por salário ou faturamento) de R$ 10.000 mensais.
O recomendado, então, é que você guarde cerca de R$ 3000.
Se você ainda fosse uma pessoa inocente, possivelmente colocaria tudo na poupança. E acabaria perdendo dinheiro. A poupança tem ganhos muito inferiores e, dependendo do caso, perde até para a inflação.
O ideal é que você abra uma conta em uma corretora, onde teremos escolhas em renda fixa muito mais vantajosas, acima da taxa Selic e, ainda, escolhas em ações.
Não é recomendável que coloquemos todas as nossas economias em ações, sobretudo se somos iniciantes, não sabemos bem o que estamos fazendo e ainda não entendemos com clareza os riscos. Assim, com ajuda de um agente autônomo de investimento, para 20% de seu dinheiro (R$ 2.000 no nosso exemplo), escolha alguma coisa em renda fixa ou, no máximo, algum fundo multimercado porque, com a Selic tão baixa, CDB, LCA e outros não são tão vantajosos no momento.
Os 10% restantes poderão ser investidos em ações. Mas, num primeiro momento, R$ 1.000 é pouco para comprar ações diretamente. Talvez daqui a um ano, quando tiver juntado R$ 12 mil para esse fim, esta seja uma opção.
Mas isso não impede que você possa investir mesmo com tão pouco dinheiro.
Eis algumas opções para estes primeiros meses:
- Um fundo de ações: os fundos de ações são compostos por 51% pelo menos de ações e as ações são escolhidas por profissionais da área. Em vez de comprar ações, você adquire uma cota desse fundo que representa uma parcela desse mix de ações selecionadas
- Certificado de Operações Estruturadas (COE): um COE observa três ou quatro ações. Se, em determinada data, elas estiverem acima do preço inicial, o investidor recebe um cupom de remuneração bem acima do que há disponível em renda fixa. Se no vencimento do COE as três não tiverem ficado acima do valor inicial, o investidor recebe seu dinheiro de volta
- ETF (fundos de índice): os fundos de índice replicam índices. É como se você comprasse de uma vez todas as ações que compõem um índice como o Ibovespa (que tem 64 ações), mas precisando de bem menos dinheiro. É uma forma de diversificar a baixo custo.
Note que mesmo essas opções mais acessíveis e seguras do que comprar ações diretamente pedem pelo menos um investimento inicial de R$ 5 mil (que costuma ser o preço mínimo de uma cota de fundo de ação ou de COE).
De fato, nos primeiros meses, você deverá escolher concentrar seus investimentos na renda fixa ou na renda variável e, a partir de um período poderá distribuir melhor suas aplicações, destinando 20% para a renda fixa e 10% para a renda variável.
Pode parecer difícil num primeiro momento guardar 30% do que se ganha mensalmente, mas acredite: se você se esforçar, seu “eu futuro” vai agradecer.