O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é recolhido pelas empresas e corresponde a 8% do salário do trabalhador. Em 2000 e 2010, o governo permitiu que as pessoas com dinheiro no FGTS investissem parte desse montante em ações, através de fundos voltados para empresas específicas: Banco do Brasil, Petrobras e Vale.
De outro modo, o trabalhador só tem acesso para fazer o que bem entender com esse dinheiro em certas condições. Por exemplo, quando é demitido, para quitar ou iniciar a compra de um imóvel ou mesmo para construí-lo.
Ou, então, em ocasiões em que o governo permite o saque de contas inativas, para pessoas que estavam desempregadas há muito tempo ou que foram empreender e, assim, não tinham mais carteira assinada, como aconteceu recentemente.
Não importa. Se você tiver a chance de sacar o FGTS, saque. O rendimento é muito baixo: TR+3% ao ano.
Perde para a poupança e para a inflação e basta uma pesquisa rápida na internet para descobrir isso.
Seja para se livrar de parte dos juros de um financiamento de imóvel, seja para se garantir num momento de desemprego, seja para abrir seu próprio negócio, o FGTS vale mais na sua mão ou num investimento de renda fixa ou mesmo investir o FGTS na Bolsa de Valores.
Aqui, quero elencar cinco motivos para você investir o FGTS na Bolsa de Valores. Vou supor que você já tem investimentos em renda fixa e, dessa maneira, investir todo o FGTS não compromete a integridade de seu capital total.
- O FGTS, apesar dos juros baixíssimos, ao cabo de dez ou vinte anos, representa um dinheiro extra considerável. Com ajuda de um agente autônomo de investimento, presente gratuitamente em qualquer corretora de valores, é possível fazer escolhas seguras em ações: seja através de fundos, seja através de uma carteira, seja usando parte desse montante para fazer trades de curta duração
- A bolsa tem riscos, claro. Mas todos eles podem ser gerenciados, planejados. Considere que o FGTS era um dinheiro com o qual você nem contava e o dinheiro com o qual você conta já está em escolhas mais conservadoras de investimento. Esse simples fato, lhe dá mais serenidade e racionalidade no momento em que a bolsa de valores sobe demais, podendo provocar euforia, ou cai demais, podendo provocar pânico. Ter a razão colocada sobre a emoção é mais de metade do gerenciamento de risco, sobretudo na hora de cortar uma operação que deu errado, com um pequeno prejuízo, e vencer a tentação de encerrar antes uma operação que está dando certo.
- Mesmo que o valor de seu FGTS, dificilmente será algo inferior a milhares de reais. O tempo em que a bolsa e o acesso às corretoras era só para milionários já passou. Com cinco mil reais já é possível fazer trades ou mesmo fazer uma pequena carteira de ações, caso você prefira o longo prazo.
- A bolsa de valores exige conhecimento, sem dúvida. Você terá que aprender coisas novas. Mas nada disso é um bicho de sete cabeças ou inacessível. Há muita coisa gratuita na internet e bons cursos a um custo acessível. Acima de tudo, você estará saindo de um extremo da passividade financeira – uma conta de baixo rendimento do FGTS – para o outro extremo – o da negociação na bolsa de valores -, exercendo atividade sobre seu dinheiro, pegando seu futuro econômico pelas rédeas.
- Finalmente, você não precisa colocar todo o seu FGTS na bolsa de valores. No início, não precisa colocar nem um tostão sequer. Há opções, como o day trade, em que simplesmente R$ 1 mil já dão a possibilidade de bons ganhos, desde que se tenha um mínimo de conhecimento. Além disso, abrir a conta na corretora de valores é grátis e dá acesso a uma série de investimentos mais conservadores. Enquanto não se sente um pouco mais seguro, você vai aprendendo mais sobre a bolsa de valores, começa a operar em um simulador para entender como tudo funciona. Esse tempo dedicado a aprender, queiramos ou não, também é investir na bolsa.
De qualquer modo, o dinheiro do seu FGTS – relativo a todo o tempo que você suou para uma empresa – merece um rendimento melhor do que 3% ou 4% ao ano. Investir o FGTS na Bolsa de Valores pode ser o começo da multiplicação dos seus investimentos.