Não adianta. É só falar de vida econômica e vida financeira que uma das primeiras imagens que nos vêm é Wall Street e seu famoso touro, símbolo dos mercados em tendência de alta e dos que operam na ponta comprada, empurrando o mercado pra cima na base das chifradas.
A Wall Street fica na região de Manhattan conhecida como Manhattan Inferior. É o centro gravitacional do Distrito Financeiro nova-iorquino. É ali que se localiza a Bolsa de Nova York, a bolsa mais conhecida, valiosa e importante do mundo.
É uma rua tão importante do ponto de vista histórico que é comum nos referirmos a Wall Street quando queremos nos referir aos mercados americanos como um todo.
A origem mais aceita para o nome desse centro financeiro vem do século 17. A rua era o limite da região conhecida como Nova Amsterdam (coincidência ou não, as primeiras bolsas de valores surgiram na Holanda, séculos antes).
Lá os holandeses construíram um muro (wall), por volta de 1652), pois os holandeses queriam se defender dos índios, num tempo em que os estrangeiros buscavam abrigo dos nativos. A verdade é que eles não queriam que os negros escravizados fugissem da colônia.
Em 1699, a parede foi destruída pelos ingleses, mas o nome ficou. A rua do muro. Wall Street. Finalmente, no final do século 18, alguns negociadores passaram a se encontrar ali, sob uma árvore, para realizarem seus “trades” especulativos. A região virou uma referência para esse tipo de atividade e se consolidou ao longo das décadas e séculos seguintes. No fim do século 19 e no início do século 20, começou a virar um verdadeiro centro de arranha-céus. Wall Street e seus entornos são uma das maiores zonas comerciais dos EUA. Em Nova York, perde apenas para o centro da cidade em tamanho.
O comércio local se dedica aos traders, empresários e negociantes internacionais que andam por suas calçadas.
O touro de Wall Street
O Touro de Wall Street tem como nome original “Charging Bull” (touro atacando).
É feito em bronze e pesa 3,5 toneladas, com 3,4 metros de altura e 4,9 metros de comprimento. O artista responsável foi Arturo di Modica e instalada em dezembro de 1989.
Modica teve a ideia para a estátua depois do crash de 1987, conhecido como a “segunda-feira negra”. Ele a concebeu como um presente para a cidade. Ele não teve receio de gastar: gastou todas as suas economias para fazê-la e instalá-la. Foram US$ 360 mil, na época.
Ele a colocou na Broad Street, bem na frente do prédio da Bolsa de Nova York. Detalhe: ele não tinha permissão para fazer isso. A polícia apreendeu a escultura e a levou para um pátio de veículos.
O público que de cara havia simpatizado com o animal de bronze (frequentemente comparado com o bezerro de ouro bíblico) protestou e dois anos depois a prefeitura teve que reinstalar a escultura. Porém, seu destino definitivo ficou a dois quarteirões ao sul da Bolsa, em Bowling Green.