A bolsa brasileira, hoje, se resume à B3, mas nem sempre foi assim! Conheça a história da Bolsa de Valores no Brasil!
A B3, até 2017, foi a BM&FBovespa. Até 2008, foi Bovespa e, antes disso, o Brasil tinha diferentes bolsas em diversos estados, como o Paraná e o Rio de Janeiro. A história da Bolsa de valores no Brasil é interessante.
Mas como a história da bolsa começou?
Em 23 de agosto de 1890, o então presidente Emílio Rangel Pestana fundou a Bolsa Livre. Esse seria um rascunho, é o começo da história da bolsa hoje, consideradas as devidas proporções.
A política do encilhamento, um plano econômico infeliz de Ruy Barbosa, no entanto, causou grande crise de crédito e, no fim das contas, a Bolsa Livre fechou as portas em 1891.
Depois dessa derrota para a então nascente bolsa de valores brasileira, quatro anos depois, em 1895, nascia a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Finalmente, 40 anos depois, ela foi transferida para o Palácio do Café, no Pátio do Colégio, no Centro da capital paulista. Foi justamente em 1935 que ela passou a se chamar Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
Demoraria mais 32 anos, em 1967, para passar a se chamar de Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Mas, como explicamos no início do texto, a Bovespa não era a única bolsa do Brasil naquela época. No início da década de 60, havia uma bolsa de valores por estado. Eram controladas pelas respectivas secretarias estaduais de finanças e eram entidades oficiais corporativas. Mas, em meados, de 1965, todas elas se desvincularam da coisa pública e passaram a ser associações civis sem fins lucrativos: estavam por conta própria, regulando-se com autonomia financeira e administrativa.
Outro fato marcante: chega a ser difícil imaginar a B3 sem ter a importância que hoje tem. Mas durante muito tempo, ela não era a mais importante do país. Na verdade, esse posto era ocupado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Durante a ditadura militar, houve a crise econômica de 1970 e a bolsa de São Paulo começou a ganhar destaque cada vez maior.
Foi em 2000, porém que às duas bolsas, do Rio e de São Paulo, trataram de iniciar a unificação das nove bolsas então ativas no Brasil. Além das duas: Minas-Espírito Santo, Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia-Sergipe-Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional.
Ficou acertado que a partir daí, as ações seriam todas negociadas na Bovespa. Com a bolsa do Rio ficariam os títulos públicos, negociados eletronicamente a partir de então.
A modernização, a partir daí, foi galopante. Na Bovespa, o pregão viva-voz acabou em 2005. Todos os negócios eram feitos através dos computadores, da internet.
Após todas as mudanças anteriores, em apenas quatro anos outras quatro modificações transformaram a Bovespa no que ela é atualmente. Em setembro de 2005 houve o fim do pregão viva-voz , tornando a bolsa totalmente eletrônica. No ano seguinte, iniciou-se o pregão eletrônico 100% doméstico, dando fim a toda aquela confusão de papéis e corretores ao telefone que foi por muito tempo símbolo do mercado financeiro.
O ano de 2007 foi marcado pela abertura de capital da Bovespa, que passou a ter suas ações negociadas também. E, finalmente, em 2008, foi celebrada a união com a Bolsa de Mercadorias e Futuros. A instituição passou a se chamar BM&FBovespa. Os contratos futuros ainda eram negociados no pregão viva-voz, mas isso acabou em 2009. Atualmente, todas as negociações da bolsa são eletrônicas. Primeiro eram controladas pelo Mega Bolsa e, agora, pelo Puma (Plataforma Unificada Multiativo).
Finalmente, em 2017, a BM&FBovespa se uniu à Cetip, criando-se assim B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Curiosamente, o nome do principal índice da bolsa brasileira permanece o mesmo (Ibovespa – Índice Bovespa), pela popularidade e pelo reconhecimento da marca.