O super investidor Kenneth C. Griffin ficou notório fora do mundo das finanças recentemente ao comprar duas pinturas – “Number 17A”, de Jackson Pollock, e “Interchanged” de Willem de Kooning – pela bagatela de meio bilhão de dólares em 2015.
Nada de novo no front, se no passado eram os grandes industriais que investiam suas fortunas em arte, agora é a vez dos grandes gestores de fundos.
Mas tudo bem. Ele não comprou para ele (seu escritório só tem fotos e desenhos de seus filhos) e, na ocasião, deixou as obras milionárias expostas no Instituto de Arte de Chicago.
Griffin nasceu em 1968 e fundou a empresa global de investimentos Citadel em 1990. Sua companhia se tornou em 2015 uma das maiores do ramo de gerenciamento de investimentos do mundo com um portfólio de US$ 25 bilhões.
Para a Forbes, Griffin é um dos maiores gerentes de fundos de hedge do mundo. Sua fortuna está estimada em quase US$ 8 bilhões.
Desculpe, mas depois de escrever um artigo sobre Warren Buffet não consigo deixar de pensar que ele é da classe média.
Griffin começou a investir aos 18 anos, em 1986. Já estava na Harvard a essa altura. Leu um artigo da Forbes e, entre uma reunião ou outra do clube de matemática do qual era presidente, achou que era uma boa colocar dinheiro nisso.
Ainda no segundo ano em Harvard, começou um fundo que iniciou com um capital de US$ 265 mil de amigos e familiares.
Sim. O dinheiro da sua avó também entrou na dança.
As coisas eram difíceis na época. Você pensa que as pessoas investiam usando Meta Trader 5 com um computadorzinho comum e uma conexão com a internet?
Imagine a cena: entre uma aula e outra em Harvard, Griffin tinha que voltar para seu dormitório onde ele havia instalado uma conexão por satélite para acompanhar as bolsas.
Em meio a toda essa parafernália, suas estratégias ajudaram a preservar o dinheiro do seu fundo (o da sua avó, por consequência) no crash de 1987.
Foi então que ele lançou um segundo fundo: com o novo fundo, agora ele já estava gerenciando US$ 1 milhão.
E ainda conseguiu se formar em 1989. Como já contei, três anos depois formou a Citadel, com US$ 4,6 milhões. Oito anos depois, a empresa já gerenciava US$ 1 bilhão e tinha cem funcionários.
Em 2003, Griffin tinha 34 anos e foi a pessoa mais jovem até então a figurar na lista Forbes 400.
Não bastasse isso, a Citadel foi considerada uma dos melhores lugares para se trabalhar. Griffin instituiu uma cultura de trabalho colaborativo, oferecendo vantagens para os funcionários, incluindo almoços grátis, passeios a museu, programas de exercícios físicos e brindes pessoais. A pesquisa que revelou isso foi feita com os funcionários.
Griffin participa do G100, uma rede de 100 CEOs que se reúne periodicamente para discutir a economia global: “Essa crença de que um estado maior é o que cria prosperidade, que um estado maior é o que cria o bem: é errada”.
Após a crise financeira de 2008, Griffin fez contribuições e doações para candidatos, partidos e organizações que apoiaram suas opiniões de governo limitado.