Uma das primeiras dúvidas de um iniciante na bolsa de valores é saber se, afinal, para investir ou para fazer trades na bolsa de valores é preciso se dedicar por tempo integral ao mercado de ações e afins.
Afinal, todos nós temos uma vida ocupada, empregos, empresas, clientes. Seja lá o que for, são poucas as pessoas que conhecemos que dedicam realmente todo o seu tempo para acompanhar o sobe e desce dos mercados. E não é só isso: quem é que quer passar todos os dias em função de gráficos e cotações?
Eu tenho duas notícias pra você. Uma boa e uma ruim (não tão ruim assim).
A primeira, a boa, é que não, não é preciso dedicar tempo integral à bolsa de valores para obter lucros consistentes e que tenham representatividade em sua vida financeira. Isso é um mito e, sinceramente, eu espero que não seja preciso que você faça isso, a não ser que goste muito da ideia.
A segunda – a má notícia, mas não tão má assim – é que independentemente do tempo que vamos dedicar à bolsa de valores, não é possível determinar com certeza quanto lucraremos em determinado mês. Afinal, bolsa de valores é renda variável. Se fosse possível prever, se chamaria renda fixa e, por outro lado, não teria tanto potencial de lucro: o risco e a incerteza sempre é proporcional a esse potencial.
Quanto ao tempo que precisamos dedicar à bolsa de valores existem várias alternativas.
Se não queremos olhar todos os dias para os gráficos e cotações, talvez a modalidade mais indicada a nosso perfil seja o position trade. No final de semana, olhamos aquelas ações nas quais vemos oportunidades e deixamos nossas ordens preparadas para que, durante a semana, sejam executadas caso as condições desejadas sejam atingidas. Tudo automático. É programar e esquecer (sem deixar de lembrar de programar os stops para o caso de o objetivo da operação ser atingida ou para o caso de ela ser perdedora e nós podermos sair com um prejuízo assimilável).
O position trade, por suas características, permite que acompanhemos os gráficos semanais, com o objetivo de ficarmos um bom tempo, acima de algumas semanas posicionados em um ativo. Um pouco mais rápido é o swing trade, em que ficamos posicionados alguns dias a no máximo algumas semanas. No swing trade, no entanto, basta olhar as ações que estamos acompanhando no final do dia, como o mercado já parado.
E até mesmo para opções mais rápidas, como o day trade – operações que começam e terminam no mesmo pregão – há opções para quem tem pouco tempo: operar apenas por um período, manhã ou tarde, ou, ainda, usar os robôs de investimento. Os robôs de investimento fazem compras e vendas automaticamente, baseados em algoritmos que o próprio investidor programa. Não é preciso conhecer programação: é só preencher parâmetros a partir de um indicador (cada robô usa um ou um conjunto de indicadores diferentes) e o robô faz o resto sozinho. Claro, é preciso testar o algoritmo, mas o fato é que o robô tem algumas vantagens. Uma delas é operar sem o envolvimento das emoções. A outra é justamente o tempo: o investidor, mesmo que não tenha espaço na sua agenda para acompanhar os ativos, estará fazendo day trade.
Mas nunca é demais repetir: quanto podemos ganhar é uma incógnita, muito embora boas estratégias de investimento e de gerenciamento de risco, que podem ser aprendidas em bons cursos existentes no mercado, potencializam a lucratividade de qualquer um.