Confira seis motivos pelos quais a modernização das bolsas de valores nos deixa com saudade do pregão viva voz.
Em 2005, a então Bovespa aposentou o seu pregão viva voz. Em 2009, a Bolsa de Mercadorias e Futuros, já unida à Bovespa, fez o mesmo. Todas as negociações são feitas agora por meios eletrônicos. Todas as vantagens que isso tem: transparência, velocidade, organização, melhor fiscalização…
Sem falar no quanto a bolsa de valores ficou acessível a nós meros mortais, que não temos (ainda) milhões na conta bancária. Com um computador, um acesso à internet, uma conta em uma corretora (coisa mais fácil de abrir hoje em dia) e uma plataforma gráfica de negociação ou um home broker podemos negociar ativos e derivativos na bolsa de valores.
Mas algumas coisas deixaram saudades.
1. O próprio pregão viva voz
A gritaria nas rodas dos ativos, o drama humano traduzido em cifras, o sofrimento e a alegria, o medo e a coragem, o jogo e as atuações dos operadores do chão da bolsa. Mesmo para leigos, era um espetáculo digno de nota. Isso, agora, acabou.
2. Os personagens da bolsa
Claro que alguns dos operadores da bolsa de valores eram figuras marcantes: alguns temidos, alguns matreiros e outros folclóricos. Por exemplo, o JP, um dos caras que operava índice em maior volume na BM&F, era conhecidíssimo. No treinamento do Raio X Preditivo você aprende quem é o JP e como pessoas como ele, são responsáveis por movimentares os preços do mercado.
3. Ligar para a corretora
Ordens dadas pelo telefone, para a corretora, inclusive são cobradas mais caro. Claro que é mais prático e barato fazer pelo computador. Mas quem começou a negociar no início dos anos 2000, até gostava de ligar na frente dos amigos para se exibir: “Isso, pode comprar 2 ações da Vale. E vende todas as minhas 3 de Petro. Obrigado.”
4. Os filmes
Filmes sobre a bolsa de valores perderam um de seus mais importantes cenários. Cenas que envolvam pregão viva voz só acontecerão em produções “de época”. Se algum filme moderno mostrar algo assim, vai cometer um erro de contexto grave.
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5. A ocupação de operador
Quando o pregão viva voz terminou havia 400 operadores autorizados a pisar no chão na bolsa. Em tempos anteriores, chegaram a ser mais de mil. O salário dessas pessoas era de R$ 12 mil por mês (em 2009), o que para muitos deles, que não tinham terceiro grau, era um valor bastante respeitável.
6. As outras bolsas
O Brasil recentemente tinha 7 bolsas em diferentes estados. Porém, elas foram todas unificadas na B3. Aparentemente foi uma mudança para melhor, mas é comum que países desenvolvidos tenham mais de uma bolsa de valores.
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1 Coisa que não deixa saudades
Eram comuns algumas práticas pouco leais. Alguns operadores poderiam dar preferência para scalpers (traders que mexem volumes gigantescos em poucos segundos), podia haver combinação de preços, boletos com alteração de valores, ordens poderiam ser seguradas, “fechados falsos” só para manipular o preço e muitos outros truques que só humanos frente à frente poderiam fazer. Agora, com a bolsa eletrônica, isso tudo acabou.