A Euforia de Mercado é uma das fases que compõe os ciclos do mercado. Aprenda como identificar e tirar partido desse fenômeno.
A bolsa passa por isso, seja em períodos mais longos, seja em períodos mais curtos.
Em períodos longos, o melhor exemplo que me ocorre é o que foi de 2007 a meados de 2008.
Só se falava em bolsa de valores. Muita gente que nunca tinha pensado nela entrou no mercado nesses anos.
Era recorde atrás de recorde, chegávamos aos topos históricos.
A Petrobras havia descoberto o Tupi, o Pré-Sal.
As outras companhias iam à esteira otimista, positiva e crescente.
Nada poderia dar errado.
Como dizem, até o engraxate estava comprando ações.
Se você lembra daquela época, já sabe o que aconteceu depois. Se não lembra, deve ter ouvido falar ou, pelo tom da minha conversa, já desconfia.
Isso mesmo.
A crise de títulos imobiliários dos EUA desencadeou uma queda generalizada de todas as bolsas de valores do mundo.
O Ibovespa que estava na faixa dos 70 mil pontos em poucas semanas foi para 35 mil pontos.
Todos os pés rapados que compraram ações naqueles dias, ficaram até o fim da baixa porque estavam acreditando naquela história pra boi dormir que se conta para iniciantes: a bolsa, no longo prazo, sempre dá lucro.
Duvido que essas pessoas aguentaram ver seus R$ 100 mil virarem R$ 70 mil e, depois, R$ 50 mil.
Mas o que isso quer dizer? Como tirar partido desse fenômeno?
Como eu disse, isso é frequente na bolsa. Quando todos começam a comprar e a falar de bolsa é porque, provavelmente, quase que com certeza, os grandes investidores já estão vendendo seus ativos. Literalmente distribuindo banana a preço de caviar. Estão embolsando seus lucros ou fazendo vendas descobertas, esperando recomprar esses ativos quando estiverem mais baratos.
E isso acontece em periodicidades mais curtas.
Pouco antes da grande queda que a bolsa sofreu durante e após a greve dos caminhões, estavam todos muito empolgados com o novo topo histórico e a proximidade dos 90 mil pontos.
Tão logo essa euforia se deu, o preço estagnou e os big players ficaram distribuindo ativos caros nesse topo, numa lateralização que durou semanas, meses.
Finalmente, as cotações e o próprio Ibovespa despencou. Só agora chegamos novamente em patamares anteriores.
Muitos estão empolgados com a posse do novo governo, porém, novamente, o preço lateraliza. Pode ser um novo sinal de final de euforia. Talvez os grandes players estejam distribuindo e, se vender ativos a descoberto agora não é a certeza, comprar também não é.
De fato, o longo prazo nos dá mais incertezas que certezas. Quanto mais distante nosso destino, mas embotado pela neblina ele fica.
Assim como esse cenário de empolgação acontece em grandes períodos, em curtos períodos ele também é produzido.
Com uma leitura adequada de volume e fluxo comprador, absorção das agressões de compra pelos grandes players, podemos detectar a distribuição de ativos e uma provável queda que virá a seguir caso a demanda seque.
Nesse caso, o praticante do Raio X Preditivo, em vez de ter ido com o rebanho numa compra eufórica, terá esperado e entrará na venda, assim que os sinais se confirmarem, garantindo o lucro.
Se você soubesse disso antes, pelo menos não teria comprado ações da Petrobras em 2008, não é mesmo?