O investidor David Tepper é uma figura um tantinho inusitada. Entre as proezas do sujeito está demolir a casa de US$ 70 milhões do ex-patrão para construir uma mansão no terreno. Vingança pouca é bobagem.
David Tepper acreditava que Jon Corzine era o responsável por ele não ter se tornado sócio da Goldman Sachs, onde trabalhava. Mais tarde, saiu da empresa e, em 1993, formou a sua Apalloosa Management, que teve grande sucesso, sucesso suficiente para, em 2015, 22 anos depois, comprar a casa de seu ex-patrão e construir uma duas vezes maior em cima. Só para tripudiar.
Em 2016, a solução de David Tepper para ficar mais tranquilo frente às crises mundiais foi abrir um escritório: um escritório só para ele, sem funcionários fixos. Pelo jeito Tepper gosta de se isolar quando trabalha. Bem, em 2016, a Apalloosa tinha quase 18 bilhões de dólares em ativos sob sua responsabilidade. Em 2015, os ganhos foram de 11% enquanto os outros fundos tiveram perdas de 0,16%. Dinheiro é o que não faltava para tal extravagância.
David Tepper nasceu em 1957 em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Formado em economia, já começou no mercado financeiro, passando pela Goldman Sachs e abrindo a sua empresa. Como tantos outros de que falamos aqui, ele ganhou fama por ser um dos que enfrentou as crises de 2008 e, posteriormente, sua continuidade em 2009: os bancos, desacreditados, estavam com as ações em baixa.
Isso foi em fevereiro daquele ano: ele encheu o carrinho. Ele levou papéis do Bank of America por menos de US$ 3 e ações preferenciais do Citigroup por menos de US$ 1. Ele sabia que o departamento do tesouro dos EUA iria comprar aquelas ações, pois embora tivessem menos chance de retorno apresentavam risco reduzido. E, detalhe, era uma informação pública.
Só o Citi teve o preço de suas ações triplicados e estima-se que seu lucro pessoal chegou a US$ 4 bilhões na ocasião em que essas ações subiram. Estima-se que seu fundo tenha lucrado US$ 7 bilhões numa rentabilidade de 120% enquanto outros 1.200 fundos americanos fecharam na ocasião.
Como tantos outros investidores bilionários de que falamos aqui, ele se aproveita das crises. Como em 1997, quando comprou ações da Coreia do Sul durante a crise asiática e as juntou em um fundo com títulos da dívida russa. Dois anos depois, esses mercados se recuperavam e ele colhia os frutos.
Lembra de Jérôme Kerviel, aquele que sozinho produziu a perda de quase cinco bilhões de euros de um grande banco francês? Essa história foi motivação de uma das grandes e poucas perdas significativas de David Tepper: ele estava com posições ligadas ao banco envolvido, o Société Général, e perdeu nada mais nada menos que um bilhão de dólares.