Muitos acham que não, mas sim, crianças podem investir na bolsa de valores. É claro, com algumas regras que vou te contar!
Antes de entender como as crianças podem investir na bolsa, deixo uma pergunta!
Por que é tão raro ver pessoas adultas economizando e investindo?
Porque é tão comum pessoas endividadas, gastando mais do que podem?
Por que isso acontece?
Porque, basicamente, aprendemos pelo exemplo.
Se não vemos nossos pais com posicionamentos positivoos quanto ao dinheiro, a tendência é que, quando nos tornamos adultos, tenhamos dificuldade em nos comportar adequadamente.
Em raros casos, temos jovens que, ao entender a dificuldade de seus pais, com muito esforço procuram alternativas financeiramente mais saudáveis.
Mas somente quando já têm condições de ganhar o próprio dinheiro.
Mas, se você tem um filho ou uma filha, está com sorte. Pois, se chegou até aqui, certamente já está em um processo de buscar alternativas de fazer render mais o seu dinheiro e quase que com certeza já tem algum dinheiro “trabalhando” em aplicações diversas.
E esta é sua chance de ensinar não só pelo exemplo, mas também incentivar essa criança a lidar com o dinheiro de uma forma positiva.
E ela pode até investir na bolsa. Eu explico como fazer isso e o que é necessário neste artigo. Mas, antes, vamos a alguns aspectos psicológicos dessa história.
Bolsa de valores é para crianças?
Podemos imaginar que a bolsa de valores é algo muito complexo para uma criança. Mas devo dizer que quase nada é complexo demais para uma criança. A infância é o momento em que mais temos facilidade para aprender coisas absolutamente novas. Não é na infância que aprendemos uma das coisas mais complexas que existem? Sim: a comunicação através de uma linguagem falada. Uma criança aprende com facilidade, o idioma pátrio e, se for dada a oportunidade, mais duas ou três línguas, com facilidade.
A bolsa de valores não é exceção. A criança deve ser incentivada a poupar e a investir. Não só na poupança. Aliás, ensine a ela porque a poupança não tem vantagem nenhuma e por quê.
Para ela começar, claro, você vai ter que presenteá-la com uma soma em dinheiro que não deve ser usada para outra coisa além de investir.
Claro que, quando estamos falando disso, nos referimos a uma criança já com uma certa idade, capaz de entender o valor do dinheiro e do quanto, ao adiarmos recompensas obtidas pelo consumo, obtemos recompensas maiores no futuro.
Que idade é essa? Vai depender de quando e como você a apresentou a esse conceito abstrato de valor e o quanto custa ganhá-lo.
Esse dinheiro investido, à medida que o tempo passa, vai começar a crescer. Comemore com ela esse crescimento.
Ela se sentirá recompensada não por seu dinheiro, que “cresceu”, mas pelo seu sentimento de reconhecimento em relação a esse crescimento e passará a ver e sentir, principalmente, seus ganhos como algo emocionalmente positivo.
Lembre-se: aprendemos mais pela emoção que pela razão.
Mas a bolsa não é muito “perigosa” para minha criança investir?
A criança não precisa arriscar seu “dinheirinho” na bolsa diretamente. Se for preciso, aplique inicialmente essas economias, que agora estão numa conta em nome de seu filho (já explico como abrir uma conta numa corretora para um menor de idade), em investimentos mais conservadores e seguros. Por enquanto eles vão ficar ali, até que ele demonstre que tem competência para comprar e vender ações e outros ativos por si mesmo.
Mas isso não quer dizer que ele não possa fazer operações! Ora, a conta demo que todas as corretoras oferecem a seus clientes está aí pra isso mesmo!
Essa criança pode fazer operações em um ambiente simulado, com as variações reais dos ativos e derivativos da bolsa de valores.
Imagine você e a criança pela qual você é responsável operando juntos, lado a lado, ele numa conta simulada, com dinheiro de “mentirinha” e você com dinheiro de verdade, escolhendo ações, contratos e minicontratos, olhando oportunidades de compra e venda… claro, você só vai fazer isso se houver um clima positivo no modo como você lida com o mercado financeiro. Nenhuma criança quer ver o seu pai nervoso, sofrendo com suas operações. Não é isso que você quer ensinar.
E, com o tempo, você, como responsável e observador atento, verá quando é o momento para que essa pessoa comece a operar por conta própria. Não se apresse. Quem sabe isso aconteça quando ela se tornar maior de 18 anos, apenas. O importante é que, a essa altura, ela já terá acumulado mais economias e, principalmente, experiência e um bom relacionamento com o dinheiro.
Como abrir uma conta em uma corretora para uma criança
Em 2015, quase 2 mil crianças estavam registradas na bolsa de valores, como investidores em ações.
E é muito simples.
Geralmente, a parte inicial do cliente menor de idade se dá exatamente como se estivéssemos cadastrando uma conta comum.
Tão logo seja identificado que se trata de um menor de 18 anos, a corretora pede documentos extras, desta vez do responsável.
Por exemplo, na XP são pedidos os seguintes documentos extras e tudo pode ser enviado pela internet:
- Imagem de documento de identidade (RG, RNE ou certidão de nascimento para menores de 3 anos), de forma legível e com frente e verso
- Imagem de documento de identidade da mãe (RG, RNE ou CNH), de forma legível e com frente e verso
- Imagem de documento de identidade da pessoa responsável (RG, RNE ou CNH), de forma legível e com frente e verso
- Uma ficha cadastral
- Comprovante de residência da família
- Dados sobre o procurador (qual dos pais será o representante do menor)
Aí, é só esperar a aprovação da conta, que não costuma demorar mais do que 24 horas.
E, de uma forma simples, a criança pela qual você é responsável está pronta para fazer investimentos de verdade. E não só ficar juntando dinheiro na poupança, que não rende nada atualmente.
obrigado