Está chegando agora no mercado financeiro e não sabe qual corretora escolher para operar? Confira algumas dicas para proteger seu capital.

Se você está pensando em investir na bolsa de valores ou mesmo fazer trades de curto prazo com ações, contratos futuros, minicontratos e outros ativos e derivativos negociados no mercado, certamente precisará em algum momento escolher uma corretora de valores. Talvez até mais de uma, quem sabe.

Talvez já tenha escolhido uma, já esteja investindo e não está tendo uma boa experiência. Só isso já é suficiente pra lhe dar mais parâmetros do que olhar para escolher uma empresa que lhe dará apoio, segurança, variedade de produtos e atendimento: fatores fundamentais de que precisamos numa época em que juros baixos nos fazem buscar alternativas mais rentáveis para nosso dinheiro.

1. Valores e taxas não são tudo

Não são incomuns hoje em dia corretoras que oferecem taxa zero. Não só para o Tesouro Direto, custódia de CDB, LCI, LCA e outros investimentos de renda fixa, mas também para corretagem.

Embora o preço de corretagem não seja nunca exorbitante nas melhores corretoras, ter taxa zero em corretagem pode ser fundamental, sobretudo para traders e investidores de menor porte, em que uma taxa de corretagem pode impactar de forma maior em lucros menores. Quer dizer, às vezes, o ganho pode ser substancial se considerado o tamanho do dinheiro investido, mas a taxa de corretagem pode chegar a 1% dele. Digamos uma taxa de R$ 18 representa R$ 18 na hora da compra e R$ 18 na hora da venda, um total de R$ 36. Se o seu lucro na operação foi de R$ 360, 10% desse valor foi “comido” pela corretora.

Porém, fique atento. Uma corretora pode oferecer taxa zero de corretagem, porém, na hora de operar surgem dificuldades, como instabilidade na plataforma de negociação, não execução de ordens, travamentos e atendimento ruim de um modo geral.

Então os preços devem estar baixos. Porém, vale mais a pena pagar uma taxa de corretagem maior e ter a garantia de um bom atendimento e uma boa estrutura, que garanta a segurança e o conforto do cliente.

2. Variedade de produtos

Nem só de mercado de risco vive o investidor.

Boa parte dos investidores, além de ações e outros ativos e derivativos, vai querer ter acesso a investimentos mais seguros:

• Renda fixa: CDB, LCI, LCA, CRI, CRA, Debêntures e tudo o mais que a sopa de letrinhas da renda fixa oferece, emitidos por uma grande variedade de bancos e empresas privadas, com taxas de remuneração vantajosas e, ao mesmo tempo seguras (lembrando que não é toda renda fixa que permite a proteção do Fundo Garantidor de Crédito)
• Fundos de ações: talvez o investidor não queira aplicar em ações por conta própria e abrir mão de uma parte dos ganhos pagando, pela taxa de administração, pelo trabalho de profissionais que terão toda a tarefa de analisar, comprar e vender ativos. Para isso, a corretora deve dar acesso a diversos fundos de diferentes origens e com diferentes abordagens do investimento em ação (long only, long and short, quantitiativos, longo prazo e uma infinidade de formas que podem configurar fundos de ações
• Fundos multimercados: os multimercados são fundos bastante livres e, desde que sigam o proposto em seu prospecto, assumem infinitas configurações, com diferentes riscos. Inclusive, alguns multimercados são mais arriscados que alguns fundos de ações. São uma forma bastante diversificada de investir
• Além de tudo isso, podemos incluir mais alguns produtos que toda corretora deve ter de forma o mais variada possível: Certificados de Operaões Estruturadas (COE), fundos imobiliários, Tesouro Direto, fundos de previdência privada, ouro, moedas e muito mais

Quanto mais variados os produtos, menos você vai precisar depender de outra corretora quando precisar de variedade.

3. Sua corretora está registrada na Comissão de Valores Mobiliários?

Esta é tão básica que nem deveria estar aqui.

Mas, acredite. Tem gente que embarca em furadas justamente por não conferir no site da CVM se a corretora em que está abrindo conta tem registro e está operando de forma regulamentar.

Só isso vai garantir uma série de direitos e um nível imprescindível de segurança para seus investimentos.

Claro, a essa altura é precisa ser muito ingênuo para cair numa dessas, principalmente se você optar por uma corretora mais famosa, mais conhecida.

Mas se você ficar tentado a abrir uma conta em uma corretora mais obscura, não deixe de fazer uma consulta no site da CVM.

4. Atendimento personalizado

Ao abrir uma conta numa corretora, imediatamente ela estará vinculada a um agente autônomo de investimento. O agente não é funcionário da corretora, mas atualmente esse profissional está vinculado a uma.

A corretora deve, sem sombra de dúvida, lhe dar acesso a um profissional competente e, se ele não for de seu agrado na hora de indicar investimentos, deve poder mudar facilmente de agente.

Além disso, a corretora precisa ser ágil na hora de responder dúvidas das mais variadas, das mais banais às mais complexas:

• Mudança de senha da conta
• Fornecimento de contas demo para treinar operações
• Oferecimentos de plataformas gratuitas de negociação
• Ajuda no encerramento de operações em caso de dificuldades com as plataformas
• Material com dúvidas mais frequentes ou tira dúvidas com um profissional

5. Plataforma de investimento com informações atualizadas

Quem gosta de acompanhar a quantas anda o seu dinheiro, precisa de um site que lhe diga quanto tem ao todo na conta, em cada investimento, em cada fundo, em cada categoria de aplicação, atualizado diariamente e se possível minuto a minuto, com comparativos percentuais de rendimentos ao longo do tempo e com relatórios detalhado. Se você não tiver isso com facilidade, pode ficar perdido e até frustrado.

Outra coisa que ajuda muito é a facilidade para baixar notas de corretagem, por dias separados ou por mês. Isso é uma mão na roda na hora de declarar o imposto de renda, por exemplo.

6. Conteúdo para sua educação

O ideal é que você faça um curso sobre investimentos e trade específico, quando se trata de bolsa de valores, a exemplo do Raio X Preditivo.

Porém, se você é um novato em investimentos, vai querer saber o que é cada uma das alternativas em que está investindo, sejam fundos de renda fixa, fundos de ações, COE e muitos outros produtos. Ter esse material a mão é fundamental.

Outro fator importante são os relatórios que as corretoras fornecem diariamente sobre diversos segmentos de mercado e sobre diferentes categorias de investimento. Embora nem sempre eles devam ser seguidos como orientação ao pé da letra para aplicações, é um conjunto de informações extras que vão ajudar a lhe educar.

7. Conta simulada

Sua corretora oferece conta simulada?

Tem que oferecer.

Jamais pule a etapa de aprendizado numa conta simulada ou mesmo se estiver testando uma nova estratégia.

A conta simulada permite que você faça operações com ações sem arriscar dinheiro real.

O fato de não haver o fator emocional torna a operação mais fácil do que na conta real.

Porém, se você não conseguir ter um desempenho ideal em uma conta simulada, pode ter certeza de que não o terá na conta real, que é mais difícil.

Conclusão

Existem diferentes maneiras de se escolher uma corretora e muitos fatores que devem ser levados em conta.

Em princípio, uma simples pesquisa no Google pode ajudar a descobrir sobre a reputação da corretora.

Eu garanto pra você que existirão reclamações sobre todas, inclusive a respeito das melhores. Afinal, nenhuma companhia é perfeita e sempre haverá clientes insatisfeitos por motivos que serão alguns legítimos e outros nem tanto.

Mas considerando todos os fatores acima, com algum discernimento, você será capaz de escolher a melhor corretora para você.