Se você acha atraente usar a bolsa de valores como uma “poupança turbinada”, para lucrar no longuíssimo prazo, segurando ações por tempo indefinido, já deve ter ouvido falar de Warren Buffett. Hoje, ele é o ícone desse tipo de estratégia. Mas até os mestres tem seus mestres. E, no caso de Warren Buffett, esse mestre foi Benjamin Graham. Buffett, aliás, o considera o maior investidor de todos os tempos.
Benjamin Graham é considerado o pai da estratégia “Buy and Hold”, do inglês “comprar e segurar”. Claro, não adianta “comprar e segurar” qualquer ação de qualquer empresa. As ações devem ser de empresas sólidas, mas não só isso. Elas devem ter uma ótima perspectiva de geração de caixa para as décadas seguintes e fundamentos impecáveis.
Benjamin Graham nasceu em 1894, em Londres, e morreu em 1972, na França, aos 83 anos de idade, mas tinha nacionalidade estadunidense. Graças às características de seus investimentos é considerado o pai do “value Investing”. Além de escolher as ações a dedo, a estratégia de Graham era focada em evitar os custos das transações e os gastos com o imposto de renda.
Além de Buffett, são considerados discípulos de Graham Jean-Marie Eveillard, William J. Ruane, Irving Kahn, Walter J. Schloss, entre outros.
Graham era de ascendência judia e seu sobrenome original era Grossbaum. Mudou-se para Nova York com sua família quando tinha um ano de idade. A mudança de nome se deu para despistar os alemães na Primeira Grande Guerra.
Com a morte do pai, conheceu a pobreza, mas se tornou um bom estudante e graduou-se na Universidade de Columbia aos 20 anos. Graças a isso, foi convidado a trabalhar como instrutor de inglês, matemática e filosofia, mas todo o seu destino mudou quando preferiu um trabalho em Wall Street, iniciando a parceria Graham-Newman.
Seu livro, Security Analysis, com David Dodd, foi publicado em 1934 e é considerado a bíblia dos investidores desde então.
Graham investia considerando alguns preceitos.
O primeiro era sempre investir considerando uma margem de segurança. Isto é, só devemos comprar uma ação considerando que há um “desconto” em relação a seu valor intrínseco. Isso dá conforto nos momentos em que as ações compradas caem. Claro que, para chegar a essas conclusões, é necessário ter uma leitura de fundamentos ímpar. A ideia é fazer baixos investimentos mas com perspectivas de crescimento em ativos pobremente avaliados pelo mercado.
O segundo princípio diz respeito a estar pronto para a volatilidade do mercado, tentando evitar o pessimismo que às vezes toma conta desse ambiente. Esse humor coletivo não pode influenciar as decisões do investidor: às vezes, quando todos estão otimistas, é hora de vender. E, quando todos estão pessimistas, é hora de ir às compras. O importante é estabelecer o real valor de uma empresa através de uma avaliação muito criteriosa. Para enfrentar a volatilidade, a solução é a diversificação e o preço médio.
O terceiro princípio é sobre o perfil do investidor. Naturalmente, investidores que podem dedicar mais tempo ao estudo da bolsa de valores terão mais sucesso, mas isso envolve tempo e comprometimento. Mas é possível ter sucesso também aqueles investidores que não querem ter tanto trabalho: a solução é aplicar em índices ou carteira que repliquem índices. Os resultados não serão tão bons quanto o dos investidores ativos, mas certamente serão bons em sua opinião.