Seu gerente de banco não é má pessoa. Ele tem seus problemas, como eu e você, tem que colocar o leite das crianças na mesa e, considerando tudo isso, ele tenta lhe ajudar da melhor forma que ele pode.

Mas tem um porém.

Ele não trabalha para você.

Ele trabalha para o banco.

E, trabalhando para o banco, ele e seus subordinados têm que vencer metas e cumprir tarefas, como:

• Vender consórcios (eca!).
• Vender títulos de capitalização (fuja como o diabo foge da cruz!).
• Vender seguros.
• Vender empréstimos (por exemplo, o que você acha que é o adiantamento da restituição do imposto de renda que muitos bancos oferecem?).
• E, sim, claro, fazer o máximo para que seu dinheiro fique com eles.

Esse último item é importante. Por menor que seja sua conta bancária, junto com os milhões de outros correntistas e poupadores, soma-se um grande financeiro que os bancos usam para emprestar a terceiros nas mais diversas categorias e de quem eles cobrarão juros maiores do que qualquer outro que alguma aplicação deles possa oferecer.

Assim, vamos ver algumas coisas que o seu gerente de banco não quer que você saiba.

A remuneração das aplicações em bancos de varejo são, no mínimo, ridículas

Os bancos de varejo – quando uso esse termo, pense em qualquer banco que tenha publicidade em TV, já dá pra dar uma ideia – contam com a sua grande base de clientes para captar recursos.

Eles também contam com a comodidade de você já estar em um ambiente que oferece investimentos e também com o medo do público leigo em relação aos bancos de menor porte e em relação às corretoras de valores que oferecem diversas aplicações com melhores remunerações nesse tipo de entidade financeira.

Como já têm a publicidade e a base de clientes a seu favor, não precisam oferecer taxas atraentes em investimentos a fim de obter os recursos que usam para emprestar a terceiros e financiar atividades diversas.

Isso mesmo: quando você investe em um produto de um banco está emprestando dinheiro a ele. Os rendimentos nada mais são os juros que a entidade paga a você por esse empréstimo. A diferença é que eles pegam essa grana e emprestam a juros muito maiores a terceiros.

Até a Poupança é assim. O que nos leva a outro ponto que seu gerente prefere que você não saiba.

A poupança não vale nada

A poupança, com a Selic a 6,5% ao ano, paga 70% dela ou o equivalente a 4,55% ao ano, o que mal dá para cobrir a inflação.

Porém, a Caderneta de Poupança continua a ser a queridinha dos “investidores” brasileiros. Pelos motivos de sempre: comodidade (porque o banco oferece com grande facilidade), ilusão de segurança e por medo de outros tipos de aplicação (que “não são pra mim”).

Fundo Garantidor de Crédito

Aposto que o seu gerente nunca falou com você sobre o Fundo Garantidor de Crédito. Pois, é ele que torna o investimento em produtos de renda fixa de bancos pequenos e médios tão seguros.

Quaisquer valores que você invista em CDB, LCI e LCA e algumas outras aplicações, são protegidos pelo FGC até R$ 250 mil por CPF por instituição, num limite de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Ou seja, para a maioria de nós, é mais do que uma boa garantia. Se o banco for a falência, o que raramente acontece, mesmo com bancos pequenos, você tem o seu dinheiro de volta e os juros até a data entregues a você.

O problema é que a maioria das pessoas, mesmo brasileiros esclarecidos, tem ainda certa aversão às corretoras, achando tudo muito complicado e difícil.

Fazer aplicações através do site de qualquer corretora, hoje em dia é muito simples. Abrir uma conta não leva mais do que 24 horas num processo em que só é necessário preencher um formulário com seus dados pessoais e bancários.

A partir daí, é possível fazer aplicações em investimento de renda fixa super seguros e que, às vezes, chegam a ter o dobro do rendimento da poupança, com simples cliques do mouse.

Mas sobre isso o seu gerente não vai falar.

Talvez ele lhe ofereça um título de capitalização quando você tocar no assunto.

Mas não é porque ele é má pessoa.

É porque ele trabalha para o banco, não para você.