Fintechs são startups cuja finalidade envolve serviços financeiros. Startup, por sua vez, tem como uma de suas muitas definições uma empresa cujos custos são baixos e de estrutura enxuta, com capacidade para crescer em velocidade acelerada.
Portanto, podemos entender que fintechs são empresas enxutas do setor financeiro com expectativa de rápido crescimento.
Nesse segmento, podemos incluir Nubank, Banco Inter, Bidu, Guia Bolso, PicPay, Neon, Méliuz, e diversas outras. Nem todas elas estão na bolsa de valores ainda.
Vamos destacar neste artigo aquelas que já estão na bolsa de valores e nas quais você já pode fazer suas “apostas” caso suas análises, sejam técnicas ou fundamentalistas, apontem para tanto.
Quando uma empresa começa a negociar ações na bolsa de valores começa a ficar difícil encaixá-la nesse conceito de “fintech”, visto que ela começa a apresentar um tamanho que não se encaixa nas dimensões que imaginamos para uma, tanto financeiramente quanto estruturalmente, porém, gostamos de imaginar que seu início enxuto se mantenha mantidas as devidas proporção, e que sua agilidade e escalabilidade sejam preservadas.
- Banco Inter
O Banco Inter (BIDI4) tem sua semente na financeira Intermedium CFI, fundada em 1994. Os fundadores são da família Menin, nomes também ligado ao grupo MRV Engenharia.
Primeiro, a financeira pensava em atuar nas operações de Crédito Imobiliário. Porém, aos poucos, foram surgindo oportunidades nos mercados de Crédito Consignado e Middle Market.
Em 2007, o mercado original, o crédito mobiliário, voltou às possibilidades da então financeira e, finalmente, ela se tornou banco múltiplo.
Mas foi apenas em em 2014, que o Banco Inter (BIDI4) lançou sua conta gratuita digital, acessível por computadores e celulares. O que acabou por surpreender todo o mercado, visto que não demorou muito para que o banco tivesse crescimento exponencial.
De fato, em 2016, o banco chegou à marca de um lucro líquido de R$ 25,5 milhões. A carteira de crédito pra R$ 2,3 bilhões de reais (crescimento de 10,3 milhões de reais). Pouco mais da metade disso correspondendo a crédito imobiliário.
A captação de recursos cresceu 32,5% chegando a R$ 2,7 bilhões em dezembro de 2016.
Em 2017 o Intermedium passou a ser conhecido como Inter, tendo então 184,7 mil correntistas digitais, crescimento de 804% em relação ao 1º semestre de 2016. Houve um crescimento de 29 vezes em número de transações.
Abriu capital na bolsa de valores em 2018, tendo suas ações negociadas com o código BIDI4 e com um valor de mercado de R$ 1,9 bilhão.
- Méliuz
A Méliuz foi fundada em 2011. Seu modelo de negócios é dar cupons gratuitos de desconto de lojas. Com isso, parte do dinheiro da compra é devolvido aos consumidores diretamente na conta: conceito de cashback.
Desde 2011, a Méliuz já arrebanhou 3.000 lojas parceiras, tendo devolvido em cashback R$ 94 milhões aos clientes. São 10 milhões de clientes cadastrados.
O lucro da Méliuz vem dos parceiros, que pagam um certo valor para estar no site da companhia, aumentando assim as suas vendas. A companhia diz que, nesse modelo de negócio, tanto a loja parceira quanto o consumidor saem ganhando simultaneamente.
Entre os parceiros da Méliuz estão Americanas, Submarino, Livraria Saraiva, Casas Bahia, Walmart, Ricardo Eletro, Fnac, Sephora, Netshoes, Extra e muitos outros.
Recentemente, lançou o Cartão Méliuz – um cartão de crédito sem anuidade que oferece até 1,8% de cashback em todas as compras. E, em 2020, começou a dar cashback a partir da leitura da nota fiscal da compra de produtos específicos.
Abriu capital na bolsa em novembro de 2020 e suas ações são negociadas sob o código CASH3.
- PagSeguro
O PagSeguro não se encaixa exatamente no quesito de início “humilde” (muitas aspas em “humilde”), pois já nasceu como um braço de intermediação financeira do UOL e do Grupo Folha. Oferece opções de pagamento via “maquininha” e por meios online. Além disso, até o momento fez sua abertura de capital apenas na bolsa de Nova York.
Seu modelo de negócio se baseia em cinco pilares:
- Várias soluções bancárias digitais;
- Pagamentos presenciais através de dispositivos de ponto de venda (POS) que o PagSeguro fornece aos lojistas;
- Contas digitais gratuitas que o PagSeguro oferece a seus consumidores e comerciantes com funcionalidades como pagamento de contas, recarga de celular pré-pago, créditos Uber, Spotify e / ou Google Play, transferências bancárias, transferências ponto a ponto, cartões de crédito pré-pagos, cartões bancários, empréstimos , investimentos, pagamentos por código QR e portabilidade de folha de pagamento, entre outros serviços de banco digital;
- Emissora de pré-pagos, dinheiro e cartões de crédito;
- Operar como um adquirente completo.
O PagSeguro permite que seus clientes aceitem uma ampla variedade de métodos de pagamento online e presenciais, incluindo cartões de crédito, débito, vale-refeição, boletos, transferências bancárias, débitos bancários e depósitos em dinheiro.
A abertura de capital na bolsa de Nova York foi em 2018 e suas ações são negociadas por lá sob o código de PAGS.
- Mosaico
A Mosaico não é exatamente uma empresa do ramo financeiro e talvez não seja uma fintechs atualmente, mas podemos que seu modelo de negócios flerta com as transações comerciais e suas origens vêm de conceitos que trazem em sua raiz a agilidade e o componente de estrutura enxuta que é esperada de uma fintech.
Essa empresa é a responsável por sites como o Buscapé, o Bondfaro e o Zoom, especializados em pesquisas de preços. Naturalmente, seus lucros vêm da intermediação que esses sites fazem entre consumidores e comércio eletrônico.
A empresa afirma ser a maior plataforma digital de conteúdo e de origem de vendas para o comércio eletrônico no Brasil. São 500 lojas parceiras que trazem à plataforma 32 milhões de ofertas (número de setembro de 2020) em mais de 1,4 mil categorias.
A companhia tem 20 anos de história e só recentemente lançou suas ações na bolsa de valores. Nos nove meses até o final de setembro de 2020, a companhia teve receita líquida de R$ 160,7 milhões, com Ebitda de R$ 56,7 milhões e margem de 32,28%. O lucro líquido no período somou R$ 33,9 milhões, com margem de 21,06%.
A abertura de capital foi em fevereiro de 2021 e as ações passaram a ser negociadas como MOSI3.
Conclusão
Não devemos basear nossas decisões de investimento e trade tão somente no setor de uma companhia ou na forma como ela é estruturada.
Nós, do Raio X Preditivo, advogamos a análise do comportamento institucional (big player) através do volume de negócios ao longo do tempo e em diferentes faixas de preço.
Faixas de preço com alto volume de negociação nos trazem zonas de trade location e mesmo de investimento para o longo prazo, embora essa última modalidade não seja a nossa preferida na bolsa.
Os comportamentos desses participantes fortes dos mercados é detectado e deixa pistas através de diversos outros conceitos do Raio X Preditivo, sejam atuando em ações de Fintechs ou de qualquer outra empresa presente na bolsa de valores.
E as zonas de trade location são regiões seguras de negociação na bolsa de valores, com boa relação de assimetria de risco: perco pouco quando perco em um trade e ganho muito quando ganho.
Convidamos que você conheça o Raio X Preditivo, independentemente de se deseja investir ou fazer trades com ações de fintechs, ou qualquer outro setor presente na bolsa de valores.