Confira quais foram as ações que mais valorizaram em cada ano e saiba o que aprender com cada uma delas.
Certamente você deve estar muito curioso para saber quais foram as ações que mais valorizaram em cada ano. Quem sabe até procurando por padrões ou pistas de qual ação comprar.
Todo ano é a mesma coisa.
A imprensa econômica e de negócios faz um levantamento das ações que mais valorizaram no ano anterior.
Muitos investidores iniciantes se empolgam em duas frentes:
- Tentar descobrir qual será a bola da vez no ano atual.
- Ou comprar as ações que já valorizaram.
As lições que ficam disso é que, em primeiro lugar, sobretudo na renda variável, rendimentos passados não refletem rendimentos futuros. Inclusive as ações que deram uma esticada em 12 meses provavelmente já estão sendo distribuídas pelos possuidores fortes, que estarão realizando lucros, e, na euforia, os possuidores fracos vão comprá-las como pão fresco, justamente antes de seus preços começarem a cair.
Por outro lado, tentar descobrir quais são as ações que vão valorizar bastante no ano que segue é uma tarefa difícil, quase próxima da adivinhação. Ainda que os fundamentos da empresa estejam bons, nunca se sabe o que pode acontecer na economia mundial que pode refletir nos resultados das companhias, mesmo de companhias boas.
Assim, vamos ver quais foram as empresas que mais valorizaram de 2010 até 2017 e ver em que pé estão suas cotações atualmente, para termos uma ideia do que teria acontecido se as comprássemos no afã da repetição de seu desempenho nos anos que passaram.
- 2010 – A Souza Cruz (CRUZ3) teve uma alta de 65,78% chegando a valer quase R$ 15. Em 2015, chegou a custar R$ 27, continuando sua trajetória de valorização, embora menos acelerada ao longo dos anos. Porém, nesse ano, teve 90% de suas ações compradas pela Britsh American Tobacco sendo praticamente retirada do mercado. Os investidores sentiram falta porque era uma das que mais pagavam dividendos.
- 2011 – A empresas de saneamento do Paraná, a Sanepar (SAPR4), valorizou 43%, chegando a R$ 4,16. Se comprássemos a esse preço, veríamos os papeis valorizarem bastante nos anos seguintes. Mas levaríamos um susto em 2016, vendo elas voltarem ao patamar de R$ 2,88. E aí, na bolsa dá para confiar no longo prazo?
- 2012 – A Hypermarcas (HYPE3), hoje Hypera Pharma, teve alta de 95,53%, chegando a quase R$ 17. Seguiu uma trajetória de alta até 2016 quando a baixa atingiu a quase todas as ações da bolsa e, finalmente, chegou a R$ 36 no primeiro trimestre de 2017. Depois disso, voltou a R$ 26.
- 2013 – A empresa de educação Kroton (KROT3) teve uma valorização de 67% chegando a quase R$ 10. Se você tivesse segurado essas ações até hoje, teria visto elas valerem cada R$ 17 no início de 2014 (mais 70% de valorização).
- 2014 – A Smiles (SMLS3) valorizou 76% chegando a R$ 45. Se tivéssemos comprado no início de 2015, ficaríamos muito animados até agosto, quando chegaram a R$ 55. Porém, já no início de 2016 teríamos perdas horríveis que fariam os possuidores fracos venderem aos possuidores fortes. Elas passaram a custar R$ 27 na época. Depois de acumularem bastante, os big players as venderam novamente aos patos em outubro de 2017, por quase R$ 100.
- 2015 – A Fibria (FIBR3) valorizou 71%. Antes do final do ano, chegou a custar mais de R$ 50. Muita gente comprou esse topo, onde se viu um claro range de distribuição de papeis para os patos. Em julho de 2016, o ativo já custava menos de R$ 20.
- 2016 – A Bradespar (BRAP4) só deu alegria a quem a comprou no início do ano: 200% de ganhos chegando a R$ 15. Até o momento está indo bem. Mas, considerando a trajetória de longo prazo das ações de bom desempenho dos anos anteriores, você encararia?
- 2017 – Usiminas (USIM5) valorizou 121% chegando a R$ 9,10. Chegou a valer R$ 12 em 2018, mas enquanto nos aproximamos do fim do ano vimos ela chegar a R$ 7.
- 2018 – Magazine Luiza (MGLU3) valorizou 126% somente em 2018. Em três anos as ações da companhia subiram mais de 17.000%. Leia nosso artigo sobre as ações do Magazine Luiza: clique aqui!
Dessa breve lista, o que posso observar é que quanto mais próximos ficamos do presente, mais incertezas temos. É fácil dizer o que faríamos quando olhamos o jogo já transcorrido.
Porém, com dinheiro de verdade na mesa e com as incertezas econômicas e como elas se desdobram sobre o futuro das companhias de uma maneira que dificilmente podemos imaginar, o grau de probabilidades se abre em leque.
Quanto maior o prazo, mais dúvidas temos. Nossa postura continua sendo de focar em prazos mais curtos na bolsa de valores, observando o fluxo de negócios dos grandes investidores institucionais em regiões de preço significativas.
Eles têm as informações necessárias e não atuam no escuro: seguir seus passos com as ferramentas corretas de leitura é o mais indicado para acertar a mão nos mercados.
Veja o vídeo abaixo e aprenda um método eficiente para escolher boas ações na bolsa de valores: