Se tem um setor que pode dar a temperatura da economia de um país é o setor de construção.
Imóveis não são bens de fácil aquisição: tem a ver com crédito, com poder de consumo e influenciam diversos setores que estão abaixo na cadeia produtiva.
Se a construção está bem, pode ter certeza de que o país tem emprego, em todos os níveis, e que as pessoas (empregadas, com trabalho) estão com dinheiro e se sentindo confiantes em fazer uma aquisição que comprometerá seu financeiro durante um longo tempo.
Assim, momentos de crise, como o que estamos vivendo agora, podem ser uma oportunidade para investir em ações de empresas de construção: justamente pelo imediatismo do mercado, seus ativos podem estar precificados em um ponto muito abaixo do que eles realmente valem pensando-se no longo prazo, quando as coisas estiverem, possivelmente, melhores.
Neste artigo, vamos listar todas as empresas do setor de construção presentes na bolsa de valores, com ênfase para aquelas que estiverem na composição do índice Bovespa (Ibovespa), quer dizer, aquelas que têm uma maior participação nos negócios realizados no mercado de ações.
Lista de empresas de construção da bolsa de valores brasileira, a B3
Construção e Engenharia – Construção Pesada
- Azevedo e Travassos S.A.
Construção e Engenharia – Engenharia Consultiva
- Sondotecnica Engenharia Solos S.A.
- Tecnosolo Engenharia S.A.
Construção e Engenharia – Produtos para Construção
- Eternit S.A.
- Haga S.A. Industria E Comercio
- PBG S/A (mais conhecida como Portobello)
Construção e Engenharia – Serviços Diversos
- Mills
- Priner (pertencia à Mills)
Construção Civil – Incorporações
É esta categoria que melhor se encaixa no conceito de “setor de construção” a que estamos nos referindo no início do artigo:
- Construtora Adolpho Lindenberg S.A.
- Construtora Tenda S.A.
- CR2 Empreendimentos Imobiliarios
- Cyrela Brazil
- Direcional Engenharia S.A.
- Even Construtora E Incorporadora S.A.
- Ez Tec S.A.
- Gafisa S.A.
- Helbor Empreendimentos S.A.
- Inter Construtora e Incorporadora S.A.
- JHSF Participacoes S.A. Jhsf Part
- Joao Fortes Engenharia S.A.
- Mitre Realty Empreendimentos E Participações S.A.
- Moura Dubeux Engenharia S/A
- MRV Engenharia E Participacoes S.A.
- PDG Realty S.A.
- RNI Negócios Imobiliários S.A.
- Rossi Residencial S.A.
- Tecnisa S.A.
- Tegra Incorporadora S/A
- Trisul S.A.
- Viver Incorporadora E Construtora S.A.
Agora vamos ver mais detalhadamente quais dessas participam do Ibovespa
Apenas duas empresas da construção civil, neste momento (julho de 2020), fazem parte da composição do índice Bovespa. E, ainda assim, com apenas com 0,714% de peso.
- Cyrela (CYRE3): a companhia tem 2.500 empregados e, até o momento, 200 mil unidades imobiliárias entregues. A empresa está no mercado há 50 anos. A Cyrela tem foco em empreendimentos de alto padrão e luxo. A empresa tem outras marcas, como a Vivaz, a fim de atingir um público maior, focado na construção do sonho da casa própria com o valor certo em parceria com o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. A CYRE3 começou o ano a R$ 31,11. No pior momento, até agora, da crise do novo coronavírus, chegou a R$ 12,45. Desde então, vem se recuperando e chegou a R$ 25.
- MRV (MRVE3): A MRV Engenharia e Participações S.A. é a maior incorporadora e construtora brasileira no segmento de empreendimentos residenciais populares em número de unidades incorporadas e cidades atendidas. A Companhia tem 39 anos de atuação com foco nas classes populares. Atua primordialmente no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, construindo unidades com preço médio de venda de R$ 152 mil. A Companhia atua em 158 cidades em 21 estados. A MRVE3 iniciou o ano a R$ 22,30. No pior momento, até agora, da crise, chegou a R$ 10,28. Finalmente, chega ao início de julho a R$ 18,68.
Que ações da construção civil comprar?
Apesar de termos apenas duas ações da construção civil no Índice Bovespa, encontramos diversas das outras ações negociadas na bolsa com boa liquidez, quer dizer, podemos investir ou fazer trades sem o risco de não ter pra quem vender ou encerrar a operação.
A questão é: qual escolher para investir?
Como cansamos de enfatizar: o momento de “investir” pensando no longo prazo é justamente o de crise, mesmo sabendo que novas quedas poderão acontecer.
Sem jamais esquecer:
- A empresa precisa ter condições de superar a crise e seus prováveis desdobramentos (certamente haverá) e, além disso, manter uma relativa saúde para aproveitar as oportunidades que surgirão quando a retomada econômica acontecer (certamente vai acontecer, não se sabe quando)
- Devemos estar cientes de que novas quedas podem acontecer. Desta vez, o que ocasionou o problema foi uma pandemia. E quem disse que uma nova pandemia não ocorrerá? E uma guerra? E um cataclisma de consequências planetárias. Além dos problemas práticos que isso causará, você está pronto para ver seu dinheiro se desvalorizar em, por exemplo, 50%? Só comprometa seu financeiro no mercado de risco no longo prazo de acordo com sua capacidade de aguentar essas pancadas.
- A retomada pode demorar. O retorno a patamares anteriores mais ainda. A colheita dos frutos com um ciclo de alta respeitáveis ainda mais. Então leve a sério o termo “longo prazo”. Se prepare para deixar o dinheiro nisso durante dez anos ou mais.
Claro, se nos momentos de otimismo recomendamos trades de duração mais curta, não poderia ser diferente nos momentos de pessimismo e de crise como agora. O curto prazo sempre é válido, sobretudo porque podemos entrar em posições tanto compradas (apostando em uma alta) quanto vendidas (apostando em uma queda). E claro, em momentos em que as ações estão abaixo do valor que seria “justo” considerando tudo o que a empresa vale, não podemos descartar o longo e o longuíssimo prazo.
Para esses dois casos, recomendamos uma metodologia de leitura que se baseie no volume de negócios.
O volume é a causa do movimento de preços. Por vezes, um volume aparentemente baixo pode estar escondendo, numa lateralização, compras enormes divididas em diversas compras de menor vulto. O mesmo vale para venda. Se um participante está comprando muito, mesmo em um momento de queda, é bem provável que esteja interessado que esse ativo suba e certamente fará tudo o possível para que isso aconteça quando tiver comprado todas as ações de que precisa.
Grandes volumes – em suas diferentes manifestações visíveis nos gráficos dos ativos – significam diferentes efeitos sobre o preço, de acordo com o contexto (alta, baixa, lateralização, volumes evidentes, volumes escondidos, etc). A leitura desse volume de negócios nos dá o comportamento dos investidores institucionais, os big players, os profissionais, participantes bem informados sobre as companhias e sobre a economia e com capacidade real (através do próprio volume) de influenciar o preço.
Para ter essa leitura, precisamos entender o volume como a principal informação do mercado. O preço é secundário. O Raio X Preditivo é a metodologia que foca nesse parâmetro.
Acreditamos que, com o uso da leitura do volume e do comportamento institucional, é possível escolher as melhores ações, não só do setor de construção, como também de qualquer setor negociado na bolsa de valores.