Conheça algumas empresas retiradas da bolsa de valores e, entenda o que elas fizeram para serem excluídas.
As companhias – na figura de seus proprietários, presidentes e diretores – sonham em entrar para a bolsa de valores, tendo suas ações negociadas, valorizando mais a mais a cada mês. O processo para se entrar nesse mercado é relativamente exigente e pede um nível de transparência e práticas de governança de ponta. Embora represente um custo menor em termos de captação de recursos para o crescimento, vender ações a investidores em vez de tomar empréstimos bancários, exige grandes esforços burocráticos e de readequação de gestão.
Depois de tudo isso, finalmente, a companhia consegue entrar para a bolsa e fazer a sua oferta pública inicial.
Porém, nem todas as companhias que passam por esse processo costumam se manter. Em 2016, 16 empresas deixaram a bolsa de valores. Em 2017, foram 15.
Geralmente, a saída acontece quando se descumpre de forma repetida as normas da B3: não entregar informações financeiras ou ter ações negociadas por menos de R$ 1.
Veja quais foram as ações de 2017:
- Agrenco
- Companhia Agropecuária do Jahu
- Companhia Docas de Imbituba
- DHB
- Firmeza Agroindustrial
- Laep
- RJ Capital Partners
- Cobrasma
- Companhia Industrial Schlösser
- Fiação e Tecelagem São José
- IGB Eletrônica (Gradiente)
- Maori
- Tecblu Tecelagem Blumenau
- YPF
- Construtora Sultepa
Conheça, agora, as que saíram em 2016:
- Arteris
- Tempo Participações
- Marina de Iracema Park
- Companhia Celg de Participações
- Banco Daycoval
- Vigor Alimentos
- Manufatura de Brinquedos Estrela
- Iguaçú Celulose e Papel
- Mundial
- Tereos Internacional
- Unipar Carbocloro
- Wembley Sociedade Anônima
- Évora
- Banco Sofisa
- TecToy
- Banco Indusval
Note que essas empresas saíram da listagem não só porque descumpriram regras ou porque suas ações estavam sendo negociadas abaixo de R$ 1. Muitas delas tiveram que considerar que o custo de se manterem listadas não era compatível com os lucros. Montar departamentos de Relações com Investidores não é barato. Produção e divulgação de eventos societários tampouco são uma pechincha. A publicação de demonstrações financeiras também tem custos. Em momentos em que as ações estão subindo de preço, tudo isso vale a pena. Mas, do contrário, são custos a serem considerados.
Assim, todas essas empresas e todas as outras que vierem a enfrentar algum tipo de dificuldade, em algum momento, lançam mão de um processo chamado OPA (Oferta Pública de Aquisição). Ou seja, elas oferecem aos investidores um valor para comprar de volta todas as suas ações e, assim, fechar novamente o seu capital.
Note que sair da bolsa de valores não é o fim do mundo. Não quer dizer que a empresa “faliu”. De fato, não é um bom sinal, mas provavelmente ela ainda está em condições de continuar os seus negócios.
Desde 2014 a bolsa de valores aprovou uma regra que exclui ações abaixo de R$ 1, as chamadas penny stocks. Porém, ela só passou a funcionar em agosto de 2015. Para não serem “expulsas” da bolsa de valores pelo baixo valor, as companhias nessa condição têm seis meses para tomarem medidas. Geralmente, elas optam pelo “grupamento”. Isto é, por exemplo, dez ações que custam R$ 0,20 são unidas em uma única que custa R$ 2.