Interessado em investir em empresas do setor alimentício listadas na bolsa? Conheça algumas marcas que estão presentes na nossa bolsa de valores.
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), tem 12 companhias listadas na bolsa de valores do setor de produção de alimentos que são negociadas nesse mercado. Dessas, quatro companhias fazem parte do Índice Bovespa (Ibovespa), que reúne aquelas que, juntas, são responsáveis por aproximadamente 80% dos negócios (isto é, são muito negociadas, têm bastante liquidez e, geralmente, são empresas de maior porte).
Todas as listadas como compositoras do Ibovespa fazem parte da categoria “Alimentos Processados”. Eis quais são, seus códigos de negociação e seus respectivos pesos:
- BRF (BRFS3): 1,003%
- JBS (JBSS3): 1,992%
- Marfrig (MRFG3): 0,310%
- Minerva (BEEF3): 0,198%
O que dá um total de 3,503% de índice no peso e lembrando que o peso de cada ação no Ibovespa e mesmo sua presença no índice varia com o tempo. No caso, o peso está ligado ao número de ações em livre negociação e o seu valor total.
Abaixo a lista de todas as companhias listadas na B3, fazendo ou não parte do índice:
Alimentos diversos
- Camil Alimentos S.A.
- Conservas Oderich S.A.
- Forno De Minas Alimentos S.A.
- Macedo S.A.
- Josapar-Joaquim Oliveira S.A
- Dias Branco S.A.
Carnes e derivados
- Brf S.A.
- Excelsior Alimentos S.A.
- JBS S.A.
- Marfrig Global Foods S.A.
- Minerva S.A.
- Minupar Participacoes S.A.
As principais companhias de alimentos da bolsa e seu desempenho, até o momento durante a crise
- BRF (BRFS3): as ações da BRF começaram o ano cotadas a R$ 35. Durante o início da atual crise econômica chegaram a R$ 13,01 e, no final de junho, voltaram para R$ 21,37, ainda com um longo caminho até a recuperação. Sua principal marca é a Perdigão. Multinacional, veio da fusão entre Sadia e Perdigão em 2013. Tem 90 mil empregados espalhados por 130 países.
- JBS (JBSS3): as ações da JBS começaram o ano a R$ 27,20. Com a crise, caíram a um mínimo de R$ 16,75 e, agora, final de junho, recuperaram parte das perdas, chegando a R$ 21,44. A JBS, dona da marca Friboi, ficou particularmente célebre quando Joesley Batista revelou, através de gravações, o envolvimento do então presidente Temer em esquemas de corrupção (acabou tudo em pizza). Surgiu em Goiás em 1953. Ramos de atuação: processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango, processamento de couros, produtos de higiene e limpeza, colágeno, embalagens metálicas, biodiesel, entre outros. Suas marcas: Swift, Friboi, Maturatta, Seara, Cabaña Las Lilas, Pilgrim’s, Gold Kist Farms, Pierce, 1855 e Big Frango. Está em 22 países de cinco continentes tendo 300 mil clientes em cerca de 150 nações. São 216.000 empregados em 340 unidades (fábricas e escritórios).
- Marfrig (MRFG3): consideradas as circunstâncias e o desempenho das ações das principais concorrentes, as ações da Marfrig até que estão se saindo bem na atual crise. Começaram o ano a R$ 10,06. Tiveram uma queda até R$ 6,44 e, finalmente, terminam junho com ganhos do ano, fechando em R$ 12,79. A Marfrig Global Foods foi fundada em 2000. Tem 50 unidades de produção, comerciais e de distribuição em 12 países e quatro continentes. Seus produtos chegam a 100 países.
- Minerva (BEEF3): até o momento da atual crise, dentre as quatro, as ações da Minerva ficam em segundo lugar em termos de desempenho: começam o ano a R$ 12,57, caem para um mínimo de R$ 6,60 e recuperam com um pequeno ganho, chegando a R$ 13,16 no final de junho. Foi fundada em 1924 na cidade de Barretos (SP). Seus produtos são carne in natura, couros, derivados e gado vivo, além de atuar no processamento de carnes. É a segunda maior empresa de carne bovina do Brasil e do Uruguai, e atualmente, é a maior exportadora de carne bovina do Paraguai, Colômbia e Argentina, comercializando seus produtos para mais de 100 países. São 26 matadouros (11 no Brasil, 3 no Paraguai, 2 no Uruguai, 1 na Colômbia e 5 na Argentina) e 3 unidades de processamento.
Qual empresa do setor de alimentos escolher para investir
O termo “investir” pressupõe “longo prazo”. E, na bolsa, longo prazo é se sujeitar a eventuais situações inesperadas como a recente crise desencadeada pelo novo coronavírus. Inesperada entre aspas. Afinal, na bolsa, crises como essas, periódicas, sempre são ESPERADAS. Só não se sabe quando acontecerão, com que intensidade e o que vai desencadeá-las.
Então, imagine o que se passou nas emoções dos milhões de iniciantes que chegaram a bolsa de valores entre 2018 e 2019 ou mesmo aqueles que compraram ações em janeiro, apostando no otimismo que reinava. Diziam para si mesmos: “Bolsa é longo prazo! Vou deixar o dinheiro ali e esquecer! Daqui a alguns anos estarei rico!”. E semanas depois todo o dinheiro que colocaram valia metade.
Pode acreditar: diversos deles venderam as ações pela metade do preço ou menos, com medo de perder tudo.
Mas as crises dão uma característica especial aos ativos, sobretudo essas tão violentas. As ações ficam “baratas”. E, como em outras crises observadas, a recuperação sempre acontece e sempre ultrapassa os patamares anteriores. Às vezes inicia-se um novo ciclo de alta, forte e consistente.
É a única oportunidade em que nós do Raio X Preditivo indicamos a compra de ações pensando-se no longo prazo. Desde que:
- Escolha-se empresas capazes de sobreviver à crise
- Tenha-se a capacidade de suportar novas quedas, que sem dúvida podem acontecer
- Leve-se o termo longo prazo a sério: pode demorar para as altas serem retomadas e a colheita de frutos com um bom lucro pode demorar 10 anos ou mais
Fundamental é ficar de olho no volume de negócios do ativo escolhido. Um volume sobrenatural indica acumulo de ações por parte dos investidores institucionais, que se aproveitam do pânico e até o estimulam a fim de gerar e aproveitar liquidez: pessoas vendendo desesperadas ativos de boas empresas, a preços cada vez mais baixos e eles “fazendo o favor” de comprar esses ativos que ninguém mais quer.
Assim, privilegie estratégias que façam a leitura do volume e do comportamento institucional. Uma das metodologias que melhor faz isso atualmente no Brasil é o Raio X Preditivo. Ele é desenvolvido especialmente para trades de prazo mais curto, mas sem dúvida uma sábia análise do volume também ajuda na compra de ativos para o longo prazo.
Portanto, não tome nenhuma decisão de compra de ativos, do setor de alimentos ou mesmo de outro setor, sem um cuidadoso olhar para o volume de negócios: o volume de negócios é uma informação muito mais importante que o próprio preço nesse sentido.