O Teste de Demanda anuncia uma possível queda intensa na bolsa: aprenda a identificar e opere de acordo para vencer
O Teste de Demanda é uma das fases fundamentais do Ciclo de Mercado estudado pela Nova Análise Técnica.
As fases do Ciclo de Mercado são as seguintes:
- Absorção: o começo do ciclo de mercado
- Acumulação/Distribuição: preparando o bote do ciclo de mercado
- Teste de oferta/Teste de demanda
- Spike: o ataque do ciclo de mercado
- Spike Channel: o último suspiro do ciclo de mercado
Teste de Demanda é quando, depois de ter distribuído ativos), a atividade profissional é retirada do mercado propositadamente, pelos investidores profissionais, a fim de verificar se não há um player de igual ou maior magnitude capaz de dar continuidade a uma alta.
Isso significa que, se não entrar ninguém forte na compra e o preço do ativo em questão se mantiver num patamar sem sustentação profissional, está na hora de provocar uma forte queda através de vendas agressivas.
Assim, vamos aprender um pouco mais sobre o Teste de Demanda e sobre como podemos tirar proveito desse comportamento institucional:
- O que é o Teste de Demanda?
- Quando ocorre o teste de Demanda?
- Como identificar um teste de Demanda?
- Qual a importância do teste de Demanda para os grandes traders?
- Como ganhar como o teste de Demanda?
- Conheça o Raio X Preditivo
- Conclusão
Identificar o Teste de Demanda, desse modo, pode nos render diversas oportunidades na bolsa de valores.
1. O QUE É O TESTE DE DEMANDA?
Para entendermos o Teste de Demanda, precisamos estar a par de todo o ciclo de mercado. Ele só faz sentido nesse contexto.
Imagine que o mercado ou determinado ativo é tomado por um clima de otimismo.
Os participantes de um modo geral, começam a comprar ativos. A demanda maior sustenta a alta e os investidores institucionais aproveitam essa liquidez, provocada pela euforia dos possuidores fracos, a fim de começar a se desfazer de ativos a preços cada vez mais altos.
Nesse momento, os investidores institucionais estão vendendo passivamente, absorvendo as agressões de compra dos traders de menor porte. Por isso, essa fase se chama Absorção.
Os big players pensam muito diferente do varejo
Note que nesse momento, a atuação dos big players vai contra o senso comum: eles estão vendendo justamente quando a tendência é de alta! Acontece que os problemas deles são outros. Enquanto nós só precisamos saber quando o preço vai subir ou cair, a principal questão dos institucionais é a liquidez: será que haverá demanda suficiente a fim de eles desovarem todos os seus ativos a preços vantajosos? Uma alta otimista é vista como oportunidade pra tanto.
Nessa alta, possivelmente, haverá um espasmo de demanda que podemos chamar de “Euforia Máxima”. É aquele momento em que ninguém quer ficar de fora da “grande alta” e até o padeiro da sua esquina começa a falar de bolsa (essa analogia serve ao longo prazo, mas dá para entender o seu sentido no curto prazo: até quem não estava otimista se deixa contagiar). Nesse momento, o grande player – ou os grandes players – veem a oportunidade de desovar uma sacolada de ativos.
Vendendo banana a preço de caviar
A partir daí, inicia-se uma fase chamada de Distribuição, caracterizada pelo deslocamento lateral do preço. O preço atua em um “range” ou retângulo mais ou menos estreito durante um tempo. E, nesse período, os institucionais continuam a distribuir seus ativos ou a abrir posições vendidas.
Aos poucos, o mercado vai começando a perder empolgação e a demanda vai secando. Os próprios big players, então, retiram suas ofertas limitadas. Isso gera uma baixa liquidez, propícia para entrada na compra de quem quer que esteja interessado nesse movimento. Para um outro grande player isso seria fácil. Este é o Teste de Demanda: o big player está verificando se não entra um adversário interessado no movimento contrário que ele quer provocar. Pode até mesmo acontecer uma Armadilha de Topo, caracterizada pelo rompimento do range ou do último topo, porém com baixo volume (sintoma de ausência de participação institucional).
O Teste de Demanda bem sucedido
Se não surgir demanda suficiente que sustente um movimento consistente de alta, este é o momento em que o big player provocará um spike de baixa, entrando forte com vendas: desta vez, não passivas, mas ativas.
O aumento repentino da oferta faz o preço despencar. Quem comprou no topo por causa da Euforia Máxima, terá de se desfazer das compras com vendas, aumentando ainda mais a oferta: nesse momento, o big player não precisa mais agredir e o preço começa a despencar “por conta própria”.
Ele pode segurar suas posições vendidas até que a cotação chegue a um valor interessante para novas compras ou recompras (no caso de vendas descobertas).
2. QUANDO OCORRE O TESTE DE DEMANDA?
O Teste de Demanda ocorrerá sempre depois de uma alta com grande absorção das agressões de compra por parte dos investidores institucionais: eles estão aproveitando a empolgação para satisfazer essa demanda e desovar seus ativos a preços cada vez mais altos.
Depois da Euforia Máxima, que pode ser caracterizada por um volume institucional extremamente alto, poderá ocorrer a fase da Distribuição, com lateralização.
O Teste de Demanda, então, ocorre para verificar se não ocorrerá a entrada de um player com volume de demanda suficiente para sustentar a continuidade da tendência de alta.
3. COMO IDENTIFICAR UM TESTE DE DEMANDA?
Para identificar um Teste de Demanda com maior probabilidade de acerto, é necessário conhecer o funcionamento do volume e ter boas ferramentas pra lê-lo, como os indicadores Sato’s.
Num Ciclo de Mercado clássico, veremos primeiro uma alta com grande atividade no volume, que pode indicar a absorção das agressões de compra. O varejo e pessoas jurídicas de menor porte estão querendo comprar e o grande player tem para oferecer um inventário aparentemente infinito de ativos.
A seguir, no final desse movimento, há a Euforia Máxima e, possivelmente, veremos tanto o movimento se acelera como um aumento no volume que já era grande.
A lateralização é marcada pela continuidade da distribuição por parte dos grandes players, porém de forma discreta, de maneira a manter o preço a um patamar interessante, sem cair… ainda. Uma busca muito forte pelas vendas, poderia provocar uma queda de preços prematura, antes de serem distribuídos necessários pra execução da estratégia.
No momento em que a demanda secar – porque os outros participantes desistem de comprar, por desconfiança, insegurança ou outros motivos -, o big player também se retira do mercado, pra aguardar a entrada de um possível adversário atraído pela baixa liquidez e a facilidade de movimentar o mercado pra cima nessas condições. Este é o Teste de Demanda.
Não entrando um adversário, ele passa a agredir nas vendas, aumentando a oferta e, consequentemente, provocando uma queda acentuada de preços e, a seguir, o acionamento dos stops de quem comprou no topo (que provocam mais vendas e mais queda).
4. QUAL A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE DEMANDA PARA OS GRANDES TRADERS?
Imagine que o big player vendeu seus ativos e até mesmo abriu posições de venda descoberta. Se, no momento em que ele for passar a entrar numa venda agressiva com o objetivo de provocar a queda que lhe interessa, entrar um outro grande player operando no sentido contrário, ele terá queimado cartuchos que seriam importantes e, ainda por cima, estará fornecendo liquidez a um adversário.
No Teste de Demanda, a condição de baixa liquidez é muito atrativa a um adversário desses, visto que é fácil empurrar o mercado para um lado ou para o outro (durante um range, por exemplo, muitos players se comprometeram em posições vendidas ou compradas e seus stops serão acionados com um simples empurrão em uma das direções).
Se um adversário, mesmo nessas condições de baixa liquidez, não entrar, então está na hora de colher os frutos do mercado a esta altura amadurecidos.
5. COMO GANHAR COMO O TESTE DE DEMANDA?
Não somos big players e mesmo que se combinássemos compras simultâneas não teríamos cacife pra sustentar a tendência de alta.
Nosso papel como pequenos traders é identificar o Teste de Demanda como oportunidade.
Sabemos para que lado o preço vai depois dele?
Não.
Mas, tão logo identifiquemos um, através das características elencadas neste texto, podemos aguardar e observar através das ferramentas de fluxo e volume do Raio X Preditivo para escolher o lado que, provavelmente, é o vencedor, mas com uma probabilidade alta de acerto.
6. CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas. A Nova Análise Técnica se caracteriza como o estudo do volume e do fluxo de mercado como causas dos movimentos dos preços.
Em contraste à antiga Análise Técnica Clássica, que usa o preço pra tentar entender as movimentações dos próprios preços, a Nova Análise Técnica considera a movimentação do preço como mero efeito das causas anteriores: volume e fluxo de mercado.
Podemos dizer que, nesse sentido, a Análise Técnica Clássica observa o mensageiro enquanto a Nova Análise Técnica foca na mensagem propriamente dita.
7. CONCLUSÃO
O Teste de Demanda é apenas uma das fases do Ciclo de Mercado e só pode ser entendido com maior chance de acerto dentro de um contexto.
Justamente, uma das principais características do Raio X Preditivo é o privilégio a uma leitura ativa do mercado em detrimento a simplesmente procurarmos sinais de compra ou de venda.
O trader assume uma postura mais ativa no que diz respeito à interpretação do que a atividade institucional está lhe dizendo e o que pode vir a acontecer a seguir com o preço.
Por isso, a ênfase conjunta na ideia de conceitos junto com ferramentas: um não é nada sem o outro. Com essa síntese, podemos identificar todas as fases do Ciclo de Mercado, pontos de grande probabilidade de trade e, assim, aumentar a chance de lucratividade.
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