O spread de barra esconde a batalha entre os investidores institucionais e eu vou mostrar pra você como tudo acontece
O spread de barra é um recurso interessante pra se ler o mercado dentro da interpretação do Raio X Preditivo, a sistematização da Nova Análise Técnica, vertente que dá especial atenção ao volume de negócios.
Basicamente, spread de barra, segundo a nossa concepção e segundo a terminologia que aqui usamos é tão simplesmente o tamanho da barra. A partir dessa informação tão simples, podemos chegar a inúmeras conclusões.
Assim, este artigo tratará da introdução ao spread de barra e a tudo que podemos concluir dessa informação quando confrontada com o volume.
- O que é Spread de Barra
- Como identificar a diminuição/aumento da pressão vendedora/compradora através do Spread de Barra
- Por que o Spread de barra não considera os “pavios ou sombras”?
- Qual a importância de gerenciar suas posições?
- Como usar os indicadores pra seguir os grandes players institucionais
- Conheça o Raio X Preditivo
- Conclusão
1. O QUE É SPREAD DE BARRA
O spread de barra é tão somente o tamanho da barra ou candle.
Considere o seguinte:
- Cada barra representa o deslocamento do preço em certa fração de tempo, em um período. Se estamos olhando o gráfico do minuto, cada barra representa a história resumida de tudo o que aconteceu naquele minuto (preços mínimo, máximo, de abertura e de fechamento). No gráfico de cinco minutos, cada barra representa cinco minutos. Bem simples.
- Esse deslocamento de preço pode ter sido grande ou pequeno. Um deslocamento grande representa um spread de barra grande e um deslocamento pequeno representa um spread de barra pequeno.
Barras grandes, então representam momentos em que o preço teve facilidade para “andar”, seja pra cima, em alta, ou pra baixo, em queda.
2. COMO IDENTIFICAR A DIMINUIÇÃO/AUMENTO DA PRESSÃO VENDEDORA/COMPRADORA ATRAVÉS DO SPREAD DE BARRA
Imagine que a pressão compradora é grande.
Temos muitos traders e investidores institucionais comprando agressivamente, agredindo os melhores preços de venda cada vez mais acima, esgotando a fila de ofertas em preços cada vez mais altos.
Isso representa alta demanda.
Numa situação assim o que veremos é topos e fundos ascendentes, fundamentalmente significando tendência de alta.
Agora, imagine que a certa altura temos muitos negócios agressivos na compra, tão volumosos ou maiores que os negócios de barras anteriores.
Porém, desta vez, o preço não deslocou. O que aconteceu?
Imagine que estão todos continuando a agredir o melhor preço de venda. Mas lá pelos R$ 20,35, algum investidor institucional colocou oferta de ativos gigantesca, digamos 100.000 papeis. O volume de agressões ainda está grande e, quando os 100.000 papeis estão pra se esgotar, aquele ou outro institucional coloca mais 100.000 na venda a R$ 20,35.
Os compradores não conseguem esgotar a oferta naquele nível de preço pra que a cotação continue subindo.
Resultado, o que veremos no gráfico é um grande volume de negócios e uma barra pequena, um candle com spread de barra pequeno.
Resumindo, o que vimos é que os compradores fizeram um grande esforço e não conseguiram passar pela muralha de ofertas do investidor institucional vendedor.
Muito esforço e pouco resultado é sinal de alerta!
Houve o que chamamos no Raio X Preditivo de Absorção. Um grande player conseguiu absorver as agressões dos compradores.
Agora, tudo o que ele precisa fazer é esperar a demanda esgotar naquele nível e começar a “empurrar pra baixo”. Ou seja: se ele conseguir renovar suas ofertas naquela faixa de preço a ponto dos compradores começarem a fraquejar, o preço vai cair.
Spread de barra grande
Uma situação diferente pode acontecer. Imagine que, ao longo desse processo, acaba a munição do investidor institucional que colocou 200 mil ou 300 mil papeis para vender. E antes que a demanda acabe. Aquela barreira foi rompida. Imagine a muralha de um castelo. Primeiro passam alguns guerreiros, depois vinte, depois quarenta, cem, mil, dez mil…
Não é isso o que acontece quando, segundo a Análise Técnica Clássica, que só olha o preço, uma resistência é rompida? Pois bem, a partir de agora você passou a entender as resistências de forma mais profunda, através do volume.
A partir dali, não há mais resistência institucional. As ofertas de venda são facilmente esgotadas e rapidamente o preço progride mais acima, pois essas ofertas são figurativamente “atropeladas” pela oferta, devoradas pelo apetite dos compradores. Quanto menor a resistência, mais rapidamente o preço progride.
Resultado: spread de barra grandes, em uma ou mais barras ao longo do movimento até que se encontre oferta grande o suficiente pra segurar esse avanço.
Um exercício pra você entender o spread de barra
O spread de barra funciona da mesma maneira em movimentos de queda. Só que desta vez teremos pressão vendedora, agredindo as ordens de compra passivas. Teremos a muralha de ordens gigantesca de compra que poderá “segurar” o preço em determinado nível e, se esgotar as agressões das ofertas, poderá empurrar os preços pra cima.
O raciocínio é o mesmo e, como exercício, sugiro que tente recriar o mesmo cenário, como o descrito acima, apenas invertendo o sinal de cada movimento.
3. POR QUE O SPREAD DE BARRA NÃO CONSIDERA OS “PAVIOS OU SOMBRAS”?
O spread de barra considera o resultado de um esforço. Os pavios ou sombras dos candles representam pontos onde o preço esteve em determinado período (se é o gráfico de cinco minutos, sabemos que, dentro de cinco minutos o preço “frequentou” aquelas regiões, por exemplo).
Porém, para a leitura do spread de barra, o que nos interessa é o resultado.
Efetivamente, o esforço – auferido pela leitura do volume de negócios – resultou em um grande spread de barra ou em um pequeno?
Tivemos um pequeno esforço e um spread de barra grande?
Tivemos um grande esforço e um spread de barra pequeno?
Ou o spread de barra foi “equilibrado”, considerando-se o contexto geral?
4. QUAL A IMPORTÂNCIA DE GERENCIAR SUAS POSIÇÕES?
Quando, depois de um grande esforço (grande volume) temos um spread de barra pequeno (baixo resultado), podemos ter uma leitura de reversão de tendência. Automaticamente, sabemos como nos posicionar com nossos stop loss e nossos stop gain.
- Stop Loss: nosso stop loss ficará para além do ponto que o spread de barra pequeno impediu que o preço avançasse.
- Stop Gain: ficará posicionado perto dos preços anteriores, mas mais vale a pena seguir o fluxo. A partir do momento em que o preço reverter, devemos ficar atento aos spread de barras e, tão logo eles comecem a demonstrar que estão diminuindo apesar de um maior esforço, talvez seja a hora de encerrar qualquer operação.
5. COMO USAR OS INDICADORES PRA SEGUIR OS GRANDES PLAYERS INSTITUCIONAIS
A leitura do spread de barra é muito útil e simples: basta olhar para o tamanho das barras em relação ao quadro geral e o volume nelas movimentados. Qualquer discrepância pode nos dar uma leitura interessante do que está acontecendo e do que podemos fazer pra tirar vantagem de diversas situações.
Porém existem indicadores muito eficientes pra esse tipo de leitura, voltados especialmente para o volume de ativos negociados e que nos dá métricas muito mais eficientes pra tomada de nossas decisões.
Sato’s Bar: através de um sistema de cores, que vai do azul (pouquíssimo volume) ao vermelho (volume ultra elevado) podemos saber de imediato o grau de esforço que o mercado está colocando naquela barra. Um pequeno spread de barra em uma barra vermelha indica um grande esforço com pouco resultado. Quase certeza de que se trata de uma absorção. E este é só um exemplo das leituras possíveis.
Sato’s Result e Sato’s Force Histograma: a combinação destes dois indicadores nos dá uma leitura muito interessante, transpondo a noção de esforço e resultado não só pras barras mas pra swings inteiros. O Sato’s Result lê o deslocamento em cada pernada de alta e de baixa e o Sato’s Force nos dá o volume acumulado em cada uma dessas pernadas. Temos assim uma leitura mais macro da relação entre esforço e resultado.
6. CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas que permitem ao trader seguir os movimentos do topo da pirâmide, os grandes players.
Os grandes players do topo da pirâmide, de fato, tentam esconder seus movimentos. Porém, com as ferramentas certas é possível detectar o fluxo do mercado, o volume escondido por trás da movimentação dos preços.
A movimentação dos preços, nesse sentido é tão somente um efeito de uma causa anterior. Essa causa anterior é o volume processado pelos grandes players. Conseguindo detectar essa causa anterior, interpretá-la dentro de um contexto do ciclo do mercado, ter uma leitura assertiva da bolsa, é possível se adiantar com mais potencial de lucro aos efeitos mais importantes: as movimentações de preço mais impactantes.
Isso com menos risco, pois ao identificar onde estão posicionados os grandes players conseguimos ver mais facilmente onde está o lado vencedor em tempo real.
7. CONCLUSÃO
A noção de spread de barra, quando combinada com o volume, nos dá uma noção bem inicial da filosofia do Raio X Preditivo e da Nova Análise Técnica, bastante acessível pra qualquer um que queira começar a ler o mercado dessa forma.
Com ela, por exemplo, podemos entender porque algumas resistências e suportes são formados. Ou porque temos “dojis” – candles sem ou quase sem corpo – formados em regiões de reversão de tendência.
Porém, o Raio X Preditivo amplia o potencial dessas noções através de seus conceitos e ferramentas, aumentando o potencial e o acesso a oportunidades de alta probabilidade nos gráficos da bolsa de valores.
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