Spoofing, a manipulação de preços através de ordens que não são executadas: saiba se você já foi “roubado” desse jeito e veja como eu ensino as minhas técnicas de defesa financeira pessoal
O spoofing – posicionamento de ordens de compra ou de venda no book da bolsa de valores, sem a intenção de executá-las, apenas a fim de manipular o preço – é uma prática ilegal.
Mas, por falta de intensidade dos órgãos reguladores na fiscalização – ou até desconhecimento ou ausência das ferramentas certas e de pessoal para verificar a prática -, o spoofing acontece todos os dias e a todo instante na bolsa de valores.
O spoofing é realizado principalmente pelos grandes investidores institucionais com ajuda de algoritmos e robôs de negociação de alta frequência: o objetivo é manipular o preço dos ativos.
Somente agora se começa a ouvir falar disso e em punições para esse método de colocar ordens de compra ou venda falsas no book apenas com o objetivo atrair os ativos a regiões de liquidez e preço adequados ao praticante do delito.
- A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) puniu em março um administrador de carteira e sua empresa investidora por prática de spoofing: veja a punição por spoofing: José Joaquim Paifer foi condenado a pagar R$ 684 mil e a Paiffer Management a pagar R$ 1,7 milhão, ambos o dobro da vantagem gerada pelo delito. Os acusados poderão apresentar recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
Neste artigo, apresentaremos para você o que é o spoofing, o contexto em que ele acontece e como podemos fazer para não cair nesse tipo de armadilha.
- O que é spoofing
- Como o spoofing é possível
- Os grandes players são maiores do que você imagina
- Como o spoofing funciona
- Exemplos de spoofing
- Como funciona a regulamentação sobre Spoofing
- Por que o spoofing é prejudicial a você
- Como você pode monitorar o spoofing ao vivo
- Conheça as ferramentas do Raio X Preditivo
- Como ganhar com um spoofing
- O spoofing na história
- Conclusão
1. O QUE É SPOOFING
Sabe aquela cena de desenho animado em que o personagem está no deserto e vê ao longe um oásis, com sombra e água fresca?
Quando o desafortunado herói chega ao ponto, a paisagem salvadora desaparece e ele se vê tentando beber areia. Talvez uma nova miragem apareça mais à frente, fazendo ele seguir a jornada desafortunada.
Ordens imensas de compra e venda são colocadas no book e movimentam o preço. Quando o preço chega próximo da execução, no último milésimo de segundo, as ordens são retiradas.
Ordens de compra cada vez de maior valor empurram o preço acima. Ordens de venda, por sua vez, abaixo.
É isso o que o spoofing faz com o preço de um ativo. O preço vai em direção onde todos têm certeza de que haverá liquidez (claro, tem milhares de ordens ali no book, tomando a frente de outras ordens!) e, quando chega lá, elas somem.
Não se engane, na bolsa, o blefe é crime
Sumiram as ordens. Eram uma miragem, um blefe, a cenoura pendurada na ponta da vara pra fazer o burro andar (não sei bem se, nessa metáfora, o burro é o trader ou o preço).
Se faltava algo que fizesse você acreditar quando eu digo que bolsa de valores não é lugar de investimento, mas de especulação, o spoofing é esse argumento que faltava: o spoofing é predatório, enganador e frequentemente usado para tomar dinheiro desde fundos menores a pessoas físicas com família para manter, cheios de esperança em ver seu dinheiro “render na bolsa”.
Quem faz isso, não liga para você. Só liga para a disputa titânica de capitais imensos no ringue do mercado.
2. COMO O SPOOFING É POSSÍVEL
A primeira coisa que devemos fazer a respeito do spoofing, a fim de entendê-lo, é contextualizá-lo.
Um levantamento recente observou que, hoje, cerca de 43 mil empresas representam o capital mundial. As demais são pequenas migalhas.
Só a título de curiosidade, uma estimativa de quanto dinheiro existe no mundo é de US$ 50 trilhões, mas isso é só baseado nos PIBs dos países.
Porém, devemos supor que essas 43 mil empresas controlam não só dinheiro, esses R$ 50 trilhões, mas também o crédito, aumentando ainda mais as pilhas de grana com que elas jogam no mercado.
Metade do mundo nas mãos de poucos
Acontece que apenas 174 dessas 43 mil controlam 40% de todas as companhias estudadas. Quase metade. Isso mesmo. Vamos dizer que 174 empresas, apenas, controlam quase a metade do capital mundial.
E, dessas 174, pelo menos metade tem intensa atuação nos mercados, nas bolsas de valores. Digamos, algo entre 60 e 90 delas.
Elas não brincam com pouco dinheiro.
O faturamento de algumas delas é o PIB de pequenos países. Talvez de países médios.
Elas são os investidores institucionais, os grandes players, o dinheiro esperto.
Vou citar algumas delas:
- UBS AG (empresa suíça de investimentos financeiros).
- Merrill Lynch & Co Inc (banco de investimento estadunidense).
- Vanguard Group (companhia estadunidense de fundos de investimento).
- Legal and General Group PLC (Companhia de seguros, pensões e investimentos, com operações no Reino Unido, Holanda, França, Alemanha, EUA, Egito, Índia e Emirados Árabes).
- JP Morgan Chase & Co (banco com sede nos Estados Unidos).
- State Street Corporation (holding que administra duas companhias financeiras dos EUA).
- AXA (francesa que administra seguros e fundos).
- Fidelity Investments (dos EUA).
- Capital Group Companies Inc (algumas das centenas de empresas que estão sob a guarda desta: Bayer e Volkswagen).
- Barclays PLC (instituição financeira do Reino Unido).
Agora, se quando você leva um stop loss e acha que algum desses caras está preocupado com os R$ 100 ou R$ 200 ou mesmo R$ 10.000 que tirou de você, você deve ter algum tipo de complexo de grandeza.
3. OS GRANDES PLAYERS SÃO MAIORES DO QUE VOCÊ IMAGINA
Os investidores institucionais têm atuação em todas as bolsas do mundo e não apenas nas bolsas de valores de seus países de origem.
Além de terem um cacife altíssimo a seu lado, bilhões e bilhões de dólares, os grandes players contam com as mentes mais aguçadas do planeta – muito bem remuneradas -, softwares muito bem desenvolvidos a fim de atende sua necessidade (algoritmos e robôs de negociação de alta frequência) e computadores de ponta.
As posições que eles assumem nos mercados são gigantescas e devem ser montadas de modo a não alarmar o mercado, como alguém que tenta colocar um elefante em uma banheira sem fazer muita turbulência.
Para isso, os robôs de alta frequência realizam negócios em frações de segundo (inferiores a milésimos).
Outra coisa que esses robôs são capazes de fazer, desde que programados para isso, é posicionar “ordens falsas”, spoofing.
Uma dica de série: a ficção explicando a realidade
Uma dica para entender como esses investidores institucionais encaram as regulações de mercado é a série Billions, do Netflix. Nela temos um procurador do estado de Nova York lutando contra o proprietário de uma grande empresa de fundos.
Ao mesmo tempo que um está pouco se lixando para as regras, o outro tenta levar adiante acusações que nem sempre encontram terreno fértil para vingar. Mesmo o procurador, às vezes, se vê em dificuldades e, ele mesmo, em duas ou três ocasiões, precisa jogar sujo para atingir seus objetivos.
Independentemente de ser ficção, dá uma pálida ideia de como a bolsa de valores é um terreno hostil, bom para visitar (fazer trades) mas péssimo para morar (investimentos).
Espero que, ao saber do spoofing, você pense duas vezes antes de investir ou “fazer poupança” na bolsa, como muitos por aí incentivam.
4. COMO O SPOOFING FUNCIONA?
O spoofing é uma prática abusiva que provoca altas e baixas artificiais no preço de um ativo e, às vezes, em um mercado inteiro.
Essa prática, através do posicionamento de ordens de negócio que serão canceladas nano segundos antes de serem executadas, aciona a venda ou a compra, executada por outros robôs ou por traders desavisados de todos os portes e experiências no mercado.
Características do spoofing
Uma das características marcantes do spoofing é que essas ordens são enormes, simulando zonas de preço de grande liquidez no book. Elas, por oferecerem melhores preços de compra e venda no booking, tomarão a frente na fila de ordens. Os que ficaram para trás farão então ofertas melhores, com medo de que o ativo naquela faixa de preço se esgote.
Normalmente, ordens grandes de compra tenderão a fazer o preço subir e ordens grandes de venda farão o preço cair.
Veja esse pequeno vídeo, que explicamos algumas características que evidenciam o Spoofing:
A fila no book
A posição de uma oferta no book é diferente do sistema de filas normais, aquele em que quem chega por último fica por último. Ficam na frente, as melhores ofertas, independentemente da ordem de chegada.
Assim, imagine que o melhor comprador está oferecendo comprar 10 lotes de ações por R$ 10,23. O praticante de spoofing vai oferecer comprar 1.000 lotes de ações por R$ 10,24. Todos os outros participantes, com seus lotes, ainda que menores, vão tentar comprar, agora, a R$ 10,25 para recuperarem seus lugares na fila e comprarem o ativo a um preço razoável pois aquela ordem vai esgotar o ativo naquela faixa de preço. Certeza que vai subir!
Tão logo isso aconteça, as ordens de spoofing são reposicionadas de acordo com o interesse do meliante. Nesse exemplo, adivinhe quem pode estar no exato mesmo instante vendendo o tal ativo? Exatamente, o praticante do spoofing.
Um spoofing de compra pode funcionar bem para um grande player que já esteja em uma posição comprada ou para um que queira entrar em uma posição vendida ou já esteja distribuindo ativos no caminho da subida, antes de fazer a cotação despencar.
Um spoofing de venda, por outro lado, pode ajudar um player que já está vendido e quer desvalorizar seus papeis ou que, então, quer comprar, criando de modo artificial um fundo no mercado.
Isso acontece em frações de tempo tão pequenas que “a olho nu” é impossível detectar.
5. EXEMPLOS DE SPOOFING
Imagine que eu sou um leiloeiro. Estou vendendo selos búlgaros em um leilão.
Compareceram cem possíveis compradores em meu evento. Mas estou com medo que meus preciosos selos sejam vendidos a um preço muito baixo.
O que eu faço?
Coloco um camarada meu no meio da plateia.
Sempre que as ofertas ficam estagnadas abaixo de um preço que eu acho justo, no dou-lhe duas, um momento antes de o negócio ser fechado, meu camarada faz um novo lance, um pouco maior que a anterior.
Ele não tem a intenção de comprar, mas a pessoa que realmente está interessada desconhece isso.
E, então, tem que fazer uma nova oferta. Essa real, com chances de ser executada. Se o preço ainda estiver ruim (na minha opinião), meu amigo fará uma nova oferta falsa até que cheguemos a um preço que eu julgue interessante.
Claro que isso, em leilões, também é ilegal.
Outro exemplo de spoofing
Apocalipse zumbi. Falta água no mundo.
Um caminhão pipa vem abastecer sua vila.
Além da água ser pouca, temos que pagar 10 dinheiros por um litro de água.
Estão todos enfileirados tranquilamente.
Mas um figura, cupincha do vendedor de água (vamos chama-lo apenas por suas iniciais, HFT), aparece dizendo que precisa de mil litros e, por isso, aceita pagar 11 dinheiros.
Como ninguém quer ficar sem água e esse sujeito parece que vai acabar com tudo, todos passam a aceitar pagar 12 dinheiros, fazendo o pilantra voltar para a fila, lá atrás.
O cupincha, por sua vez, retira sua oferta pela água, como se estivesse, agora, magicamente desinteressado.
Aliás, ele desapareceu, como um ninja, numa nuvem de fumaça.
6. COMO FUNCIONA A REGULAMENTAÇÃO SOBRE O SPOOFING
O caso que relatamos no início do artigo é um dos primeiros do tipo a ser punido no Brasil. Mas, segundo a CVM, outros tantos já começam a ter suas investigações aprofundadas.
A regulamentação sobre esse tipo de questão é muito mais antiga do que o dia em que algum doido imaginou que seria possível comprar e vender ações usando programas de computador, automaticamente.
O termo spoofing, claro, não aparece no texto, mas a ideia já é citada na instrução CVM número 8, de 1979. Ela veda condições artificiais de demanda e oferta, assim como a manipulação do mercado.
Certamente, logo, logo, a palavra spoofing estará nas normas, a medida que o mercado e suas regras for se modernizando. Ou talvez uma equivalente em português.
Ainda é uma incerteza jurídica se spoofing configura manipulação de mercado ou criação de condições artificiais de preço.
7. POR QUE O SPOOFING É PREJUDICIAL PARA VOCÊ
O spoofing não é prejudicial só para você, caso vá operar nos mercados. O spoofing é prejudicial para todo o mundo.
Imagine que você cria uma demanda artificial de qualquer produto de necessidade básica. Para isso, inventa que sua empresa pretende comprar todos os tomates do mercado. E não é só isso: vai comprar a um preço excelente.
Ora, vai haver uma escassez desse produto. Os vendedores de tomate, os supermercados se acharão no direito de aumentar o preço e os donos e donas de casa, que não são empresas nem nada, vão se ver obrigados a comprar tomates mais caros, para competir com a tal empresa. Talvez tenham que pagar ainda mais do que a companhia propôs, para passar adiante na fila.
E qual não seria nossa surpresa se a tal empresa que anunciou a compra todas os tomates disponíveis a um preço superior não é a própria rede de supermercados?
Hmmm… parece errado, não?
Na bolsa de valores não lidamos com tomates, pelo menos não diretamente.
Mas, ao criar uma demanda artificial por um ativo, o preço desse ativo sobe, fazendo com que você e eu compremos o ativo mais caro, na esperança que, devido a essa demanda, ele aumente ainda mais de preço.
E qual a nossa surpresa ao descobrir que aquela demanda, desapareceu no ar, num passe de mágica e o ativo começa a cair…
Era um spoofing. Fomos enganados.
A diferença é que, considerando o ambiente do mercado e nossa falta de conhecimento até então, nós, na maior ingenuidade, só achamos que nosso sistema de trade é que era ruim, que precisamos estudar mais.
Errado.
Fomos vítimas de uma prática abusiva.
Porém, podemos, sim, nos prevenir contra o spoofing e passar a operar com mais segurança.
8. COMO VOCÊ PODE MONITORAR O SPOOFING AO VIVO
Muitos traders gostam de olhar o book de ofertas enquanto operam através de suas plataformas gráficas de negociação.
Porém, é muito difícil acompanhar o que está acontecendo de fato através do volume de ordens em sua configuração numérica, uma vez que elas vão mudando a cada segundo a cada nível de preço.
Além de não sabermos como elas estão sendo executadas (ou não), não conseguimos visualizar as “ordens iceberg”, aquelas em que os grandes operadores institucionais disfarçam posições maiores em dezenas ou centenas de ordens menores.
É humanamente impossível: tudo acontece e muda em frações de segundo, em nano segundos.
80% do mercado é da “Matrix”
Você sabia que mais de 80% dos negócios das bolsas de valores são feitos hoje através dos robôs? E eles são craques nesse tipo de negociação de maneira que grandes posições sejam montadas o mais sorrateiramente possível.
Uma ferramenta que acaba de chegar ao Brasil facilita tanto na detecção dessas ordens iceberg quanto na visualização dos spoofings.
9. CONHEÇA AS FERRAMENTAS DO RAIO X PREDITIVO
As ferramentas do Raio X Preditivo, metodologia que está lançando a Nova Análise Técnica no Brasil, habilitam o trader, independentemente do tamanho da carteira, a identificar a atuação institucional, inclusive quando alguém está fazendo spoofing no mercado.
Uma delas é o Bookmap, através de um mapa de calor, permite ver as ordens que estão no book a muito tempo, possibilita a leitura daquelas ordens que realmente foram executadas e também os pontos de liquidez onde muitas ordens são levadas a cabo, aos poucos, mas paulatinamente.
E, claro, permite ver também aquelas ordens que são retiradas e reposicionadas com frequência no gráfico, caracterizando spoofing e manipulação descarada do mercado.
O Raio X Preditivo não só tem um arsenal de ferramentas para a leitura eficiente das causas e efeitos dentro da bolsa de valores como os conceitos que fazem o praticante entender o mercado de um modo único e ainda inédito no Brasil.
Algumas funcionalidades do Bookmap
Uma das maiores utilidades do Bookmap é encontrar escoras institucionais, aquelas grandes ordens que permanecem no book e acabam por segurar o preço. Outra é a fácil visualização de quem está agredindo num movimento de alta ou baixa: se os compradores ou os vendedores (o agressor é aquele que aceita fechar negócio a mercado, pelo preço que a outra ponta está oferecendo, cedendo e, assim, abrindo mão daquele que seria o seu melhor preço).
Ao usar o Bookmap você vai ficar espantado, percebendo a frequência com que o spoofing acontece em todos os ativos da bolsa de valores.
Cada vez mais a CVM vem investindo em políticas e tecnologias para monitorar o spoofing, se as coisas continuarem caminhando do jeito que estão, talvez não sobre um grande player para contar a história.
10. COMO GANHAR COM UM SPOOFING
O spoofing é ilegal e não devemos, de modo algum, fazê-lo. Alias, nem poderíamos: não temos acesso aos programas de computador que são capazes disso. Além do mais, não temos nem o dinheiro para “bancar” esse movimento, mesmo se tratando de um blefe.
Mas, como o spoofing existe e está presente nos mercados podemos perfeitamente detectá-lo e usá-lo a nosso favor.
Se não para ganhar dinheiro, ao menos para evitar perdê-lo.
Por exemplo, se avistamos ordens massivas entrando e saindo do book e atraindo o preço em sua direção, podemos decidir entre comprar, seguindo o fluxo da cotação ou, baseados no volume de negócios, verificar se aquele movimento é real ou se, em algum momento, não terá sustentação.
11. O SPOOFING NA HISTÓRIA
Em 2010, robôs programados para fazer spoofing, provocaram o evento que ficou conhecido como Flash Crash, nas bolsas americanas.
Programas estavam programados para vender ativos. Essas vendas dispararam outros robôs. Que dispararam outros robôs. Foi um efeito dominó no melhor estilo catástrofe. Esses robozinhos fizeram o mercado estadunidense cair 9%.
A responsabilidade, finalmente, em 2015, caiu sobre os ombros de um investidor que havia colocado US$ 200 milhões em minicontratos na Bolsa de Chicago.
As ordens de venda de todos esses minicontratos foram colocadas, retiradas e reposicionadas 19 mil vezes em poucos segundos. Não dá pra fazer isso na mão nem em um dia inteiro. Eram robôs, algoritmos, programas de computador.
E você pensando que, ao menos, estava lidando com outros seres humanos como você ou eu.
Em 2015, o testemunho de um programador foi o suficiente para pedir a condenação do diretor da gestora Phanter Energy, Michael Coscia, por spoofing.
Ele havia pedido a essa testemunha para que criasse os algoritmos com o objetivo de turbinar o mercado e as anotações da criação do programa foram usadas no caso, para punir o bandido de colarinho branco.
12. CONCLUSÃO
O spoofing é uma realidade do mercado. Ignorar sua existência é perder oportunidades de lucro e, ao mesmo tempo, ficar à mercê do jogo dos grandes investidores institucionais.
O mercado é predatório e o spoofing é só uma de suas garras.
Não é nossa obrigação fiscalizar práticas ilegais dentro da bolsa de valores. E sim da CVM e outras entidades.
Do mesmo modo como não é nossa obrigação combater o crime, mas da polícia. A nós cabe nos prevenir.
No entanto, de posse do conhecimento da existência do spoofing, das ferramentas certas para detectá-lo e de como tirar proveito dessa anomalia do mercado, podemos evitar problemas e até lucrar.
Assim como o dono da empresa de segurança privada: ele não fica feliz com a criminalidade, porém não perderá a oportunidade de abrir mais uma filial para prestar os seus serviços e saberá andar prevenido pelas ruas.
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Muito obrigado !
Aconteceu hoje 12/08/2019. MGLU3F 16:55 ação despencou e logo voltou ao normal. Levou meu Stop.
Boa tarde! E quando o contrário acontece: você coloca uma ordem, e imediatamente entra outra ordem 1¢ “melhor” que a sua (se ordem de venda, 1¢ mais barata; se ordem de compra, 1¢ mais cara)?
E mais: e se a mesma corretora fica ali operando no bid/ask spread desta forma? Isto é permitido? Tem nome? Obrigado!!
Parabéns.