Robôs HFT: as máquinas de matar da bolsa de valores podem estar acabando com você e você nem sabe disso; aprenda sobre os algoritmos de negociação de alta frequência e pare de levar prejuízos (e ganhe com os grandes)
Os HFT são os robôs de alta frequência de trade, programados por algumas das mentes mais poderosas e mais bem remuneradas do mundo, criados a fim de comprar ou vender automaticamente de forma bastante discreta, agressiva, precisa, veloz e predatória.
Se você assistiu a algum dos filmes da franquia Jurassic Park já deve estar familiarizado com os velociraptores. Os HFT – programas, algoritmos de negociação – são os velociraptores da bolsa.
Esses predadores do mercado estão a serviço dos grandes investidores institucionais: companhias gigantescas sedentas por capital e liquidez.
Veja o vídeo abaixo e veja como os robôs HFT’s estão quebrando muitos traders desavisados:
O objetivo deste artigo é conscientizar você da presença desses personagens cibernéticos na bolsa de valores e apresentar brevemente alguns dos conceitos que eles trazem – como as ordens iceberg e o spoofing (veja nosso artigo sobre spoofing).
Um ambiente desses não é lugar para largar seu dinheiro de qualquer jeito. Afinal, você deixaria um ente querido numa jaula cheia de velociraptores? Ou você entra armado até os dentes – com ferramentas e conceitos de ponta – ou nem entra.
E, olha, mesmo bem armado, eu não ficaria ali por muito tempo com os robôs HFT a solta por ali.
- O que são robôs HFT (High Frequency Trading)?
- Como funcionam os robôs HFT?
- Como são utilizados os robôs HFT nas operações?
- Como um HTF toma as decisões?
- Quais os Riscos e Vantagens de utilizar um HFT?
- Saiba como operar com a eficiência de um HFT; conheça o Raio X preditivo
- Conclusão
1. O QUE SÃO OS ROBÔS HFT (ROBÔS DE HIGH FREQUENCY TRADING)?
A sigla HFT vem das iniciais das palavras High Frequency Trading. Os robôs de HFT são, portanto, algoritmos programados a fim de enviar e executar ordens numa frequência elevada, normalmente em milissegundos.
Os primeiros robôs HFT surgiram nos Estados Unidos por volta de 1998.
É uma tecnologia sofisticada e demanda muito conhecimento em matemática avançada, cálculo complexo, informações sobre a microestrutura do mercado, milhares de horas de programação, software e hardware de ponta.
E os grandes investidores institucionais – daqui a pouco vou contar quem são eles – são os que podem pagar pelo que há de melhor em termos de robôs HFT. O varejo – eu ou você e todos os pequenos investidores que têm menos de, sei lá, R$ 100 milhões direcionados aos trades – não têm acesso a eles.
Quanto dos negócios nas bolsas de valores do mundo são realizados por robôs HFT? 10%? 20%? Nada disso. Estima-se que 80%, talvez mais dos trades dos mercados sejam feitos por algoritmos de alta velocidade.
Quem são os grandes investidores institucionais
Também nos referimos aos grandes investidores institucionais por termos tais quais big players, grandes players ou mesmo “dinheiro esperto” ou “smart money”.
Recentemente fez-se um levantamento e descobriu-se que 43 mil empresas do mundo representam a totalidade do capital do globo. Isso mesmo. A vendinha do seu Zé não conta. É dinheiro de chiclete. Essas 43 mil empresas controlam 99,99% do crédito mundial.
Acontece que, aprofundando o estudo, entendeu-se que pouco mais de 100 empresas tinham controle direto ou indireto sobre 40% das demais. Vamos arredondar e imaginar que 100 empresas, então, dominam quase metade do capital mundial.
E dessas, metade, umas 50, têm intensa atuação nos mercados e nas bolsas de valores.
Podemos citar Barclays, Capital Group Companies Inc., FMR Corporation, AXA, State Street Corporation, JP Morgan Chase, Legal and General Group, Vanguard Group, UBS e Merryll Linch, só para começar.
Os problemas delas são bem diferentes dos nossos: elas têm dinheiro, sabem o que fazer para ganhá-lo, mas os volumes de ativos com que trabalham é titânico. Não há liquidez suficiente que preencha uma sacola desse tamanho.
Os robôs HFT vêm com o objetivo de resolver esse problema: buscar liquidez a preços atrativos. E, se não houver liquidez nos patamares desejados, “inventar” liquidez, tirar da cartola nem sempre usando métodos muito éticos.
2. COMO FUNCIONAM OS ROBÔS HFT?
Os robôs HFT realizam negócios?
Sim. Mas não só isso.
Os robôs HFT são programados para criar condições artificiais e manipular o preço, fazendo pressão no book de ofertas
Spoofing
Antes de os negócios serem realizados na bolsa de valores, os compradores e os vendedores, humanos ou não, enviam suas ordens, suas intenções, e essas ordens ficam registradas no book de ofertas.
Digamos que o preço de um ativo está a R$ 10. Um vendedor pode, a certa altura manifestar que deseja vender 10 mil ativos a R$ 10,05. Um comprador pode oferecer a compra de 5 mil ativos a R$ 9,96. Isso fica registrado no book de ofertas.
Um robô HFT pode, por exemplo, posicionar e reposicionar uma ordem de venda de 20 mil ativos a R$ 10,02, obrigando os outros participantes a praticarem preços cada vez mais baixos, por exemplo, R$ 10,01, a fim de não perderem a vez na fila e não ver aquela ordem gigantesca esgotando a liquidez naquela faixa de preço.
Isso, repetido diversas vezes, vai atraindo o preço a certas regiões cada vez mais baratas.
Mas, surpresa, o robô HFT não queria vender de verdade. Ele queria comprar, mas só quando o preço chegasse a R$ 9,90.
O nome dessa prática é spoofing: proibida e os primeiros casos já vem sendo punidos pelos órgãos reguladores. Apesar disso, ocorre diariamente, centenas, se não milhares de vezes, na bolsa de valores.
Ordens iceberg
Se um investidor institucional, um big player, precisa comprar 20 milhões de ações de uma determinada empresa terá dificuldades ao adquiri-las sem movimentar excessivamente a cotação do ativo: segundo a lei da oferta e da procura, uma demanda tão grande pode provocar a alta de preços.
Os robôs HFT podem ser programados com o plano de comprar as ações a um determinado preço, porém com poucos lotes. Ele vai lá compra 5 mil ações. Depois renova a oferta com mais 5 mil.
E assim por diante. Ninguém sabe quantas vezes isso será feito. Só nós sabemos que precisamos de R$ 20 milhões de ações. Assim, o mercado não fica eufórico e não começa a subir com tanta intensidade.
O lote está dividido em diversos lotes minúsculos (as pontas do Iceberg). Assim, os robôs HFT conseguem comprar ao menor preço possível.
3. COMO SÃO UTILIZADOS OS ROBÔS HFT NAS OPERAÇÕES?
Os robôs HFT são utilizados tanto para posicionar ordens com a intenção de que sejam executadas quanto para posicionar ordens que serão canceladas milissegundos antes de serem executadas.
Como o nome diz, os robôs HFT são capazes de fazer isso milhares de vezes por segundo de forma automática, seguindo sua programação e sem interferência humana.
4. COMO UM ROBÔ HTF TOMA AS DECISÕES?
Dificilmente saberemos todos os fatores que norteiam as decisões de um robô HFT.
Além de ser altamente complexo, certamente os segredos dos algoritmos e de sua programação são guardados sob contratos de sigilo com multas pesadíssimas.
Considere que muitas dos investidores institucionais têm faturamentos anuais equivalentes a PIBs de países: certos segredos dessas companhias equivalem a segredos de estado.
No entanto, podemos ter certeza: o principal problema que os robôs HFT precisam resolver é liquidez.
E na necessidade de resolver essa questão, os HFT deixam pistas, seja através do volume, seja através dos rastros deixados no book de oferta.
Com os conceitos e as ferramentas certas, é possível detectar a atuação institucional.
Não, não sabemos quem está comprando e vendendo ou colocando ordens, mas basta saber que há grandes quantidades de negócios sendo realizadas, grandes ordens posicionadas para, então, nós mesmos tomarmos nossas decisões.
5. QUAIS OS RISCOS E VANTAGENS DE UTILIZAR UM ROBÔ HFT?
A agressividade dos HFT e o seu nível de independência podem gerar alguns inconvenientes.
Por exemplo, esses algoritmos de negociação de alta frequência foram um dos causadores do crash e aumento da volatilidade em 6 de maio de 2010, evento que ficou conhecido como Flash Crash.
Robôs HFT programados para vender causaram um efeito dominó, disparando outros robôs para venderem também. Os preços caíram muito rapidamente. O índice Dow Jones caiu cerca de 9%, muita oscilação para a economia dos Estados Unidos.
6. SAIBA COMO OPERAR COM A EFICIÊNCIA DOS ROBÔS HFT: CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
Como expliquei, os robôs HFT e, por consequência, a atuação institucional deixa pistas, tanto no gráfico do preço e do volume quanto no book de ofertas.
Não há maneira de lutar contra esses personagens. Se eles são mais fortes, siga o fluxo de negócios que eles provocam. Quer nadar contra a corrente, é? Você vai morrer afogado.
Mas, como fazer isso, seguir a corrente, só olhando o preço? Desculpe, mas é possível. O preço é a mera consequência da atuação desses gigantes, desses predadores.
O Raio X Preditivo, que está trazendo pela primeira vez a Nova Análise Técnica ao Brasil, tem os conceitos e as ferramentas capazes de identificar a atuação dos grandes investidores institucionais.
Enquanto os métodos antigos, a Análise Técnica Clássica e o Price Action, por exemplo, olham só para o preço, a Nova Análise Técnica olha para o fluxo do mercado: se uma resistência ou um suporte são respeitados, há um motivo para isso.
Se há um “rompimento falso” de suporte ou resistência, há um motivo por trás disso. Se o mercado gira, também. E é desse motivo que a Nova Análise Técnica vai atrás.
Além dos conceitos, ela dispõe de algumas ferramentas:
- Indicadores: não são voltados para o preço (passado), mas para o fluxo de negócios (presente e futuro mais provável).
- Bookmap: trazido para o Brasil com exclusividade pelo Raio X Preditivo, ele registra todas as ordens posicionadas ou canceladas, gerando um mapa de calor; isso proporciona um nível de visualização do book impossível nas interfaces atuais (apenas com os valores das melhores ofertas de compra e venda e o número de papeis).
Como disse, não é possível saber qual é o grande player que está atuando através dessas ferramentas, mas nem é necessário.
Basta saber que o dinheiro esperto está se posicionando a certos níveis e fica fácil encontrar zonas de trade mais seguras
para trabalhar tanto na compra quanto na venda.
E essas zonas de posicionamento nem os robôs HFT com suas ordens iceberg conseguem esconder.
7. CONCLUSÃO
A presença dos robôs HFT na bolsa de valores é inegável e, desde a migração de todas as bolsas para o meio eletrônico, ela só deve progredir.
Conhecer e ter consciência da presença desses personagens cibernéticos, que parecem ter saído de um filme de ficção científica, é fundamental para atuarmos nos mercados como pequenos traders, que operam, 5, 10, 30 e, se tanto, 50 minicontratos de cada vez, no máximo.
Nosso problema, diferentemente dos grandes players, não é liquidez. É fácil comprar e vender 100 ativos. Isso nem faz cócega no gráfico.
Mas como tudo nos negócios, não há motivo para não tirarmos vantagem do problema deles que, sim, é esse: liquidez. Que os robôs HFT conseguem resolver com relativa competência.
Nosso problema é acertar a direção do preço. E a direção do preço, como sabemos, quem comanda são eles, os grandes players.
A Nova Análise Técnica nos dá as ferramentas, os conceitos e a segurança para subir nos ombros desses gigantes ao observar com clareza sua atuação e suas intenções.
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