Você já ouviu falar de spread na bolsa de valores?
Calma amigo(a), se você nunca ouviu falar em spread, eu te explico neste artigo!
Às vezes esses termos em inglês confundem a gente.
Spread, na verdade, é uma coisa muito simples.
É a diferença entre a melhor oferta de venda de uma ação e a melhor oferta de compra.
Pra que um negócio ocorra, o spread deve ser “fechado”, determinando o preço imediato daquele ativo. O preço de um ativo é determinado sempre pelo último negócio fechado.
Vamos imagina uma ação XYZY3.
Diversos traders querem vender essa ação e diversos querem comprar.
Porém o vendedor com o melhor preço quer vender a R$ 11.
E o comprado com o melhor preço quer comprar a R$ 10.
Faz sentido: os compradores sempre irão querer comprar por um preço menor e os vendedores sempre irão querer vender por um preço maior.
No caso da nossa ação hipotética, o spread é de R$ 1.
Enquanto o spread estiver tão grande, o negócio não acontece.
Mesmo que seja de apenas R$ 0,01.
Para o negócio acontecer, ou o comprador diz:
– Ok, eu compro por R$ 11 – fechando o spread, agredindo, dessa forma, o preço do vendedor.
Ou o vendedor diz:
– Ok, eu quero vender logo, por isso aceito vender por R$ 10 – fechando o spread, agredindo, dessa forma, o preço do comprador.
Os fechamentos de spread, que possibilitam que os negócios ocorram, que as ordens de compra e venda sejam executadas, é que fazem os preços dos ativos subirem e descerem.
Tudo depende da vontade que há de vender ou comprar: quando a vontade de vender é maior, o preço cai, porque o vendedor precisa agredir o preço do comprador que sempre estará mais baixo; quando a vontade de comprar é maior, o preço sobe, porque o comprador sempre precisará agredir o preço do vendedor, que sempre estará mais acima.
Se o spread é fechado várias vezes para cima, isto é a vontade compradora é grande, temos uma tendência de alta.
Se o spread é fechado várias vezes para baixo, isto é, a vontade vendedora é grande, temos uma tendência de baixa.
Através do spread podemos chegar a algumas outras conclusões.
Por exemplo, spreads grandes (por exemplo, de R$ 1) acontecem em ativos de menor liquidez.
Ativos de grande liquidez, digamos ações da Petrobras ou da Vale, têm sempre spreads de R$ 0,01. Na prática, o spread praticamente nem existe, porque os negócios acontecem a cada fração de segundo.
Vamos imaginar, agora, por exemplo, o spread de uma casa de câmbio. O preço do dólar para você comprar é sempre mais alto do que o preço para você vender: boa parte do lucro das casas de câmbio está nesse spread.
Agora podemos ter outras conclusões.
Imagine um ativo muito barato. Ou um derivativo. Uma opção, por exemplo, que está com o melhor preço de compra em R$ 0.01 e o melhor preço de venda em R$ 0.02.
Então, se eu quiser comprar AGORA, terei que aceitar agredir o melhor preço de venda (R$ 0,02). Se eu comprar 50 mil opções, pagarei R$ 1.000.
Imediatamente, as opções passarão a ser cotadas a R$ 0,02 pois esse foi o preço do último negócio.
Para eu ter lucro, terei de vender as opções a pelo menos R$ 0,03, então esse, agora é o meu preço de venda.
Provavelmente a melhor oferta de compra será de R$ 0,02 agora e a melhor oferta de venda é a sua, a R$ 0,03. Para que seu lucro aconteça, o spread deve ser fechado pela ponta compradora, que terá de abrir mão do preço a R$ 0,02.
Se isso não acontecer, eventualmente um de seus “colegas” da ponta vendedora pode aceitar vender a R$ 0,02, fechando o spread para baixo e, posteriormente, ainda, a R$ 0,01. As opções que você comprou a R$ 1000, agora valem R$ 500.
Observe que o spread desse exemplo representava 50% do valor do ativo. Um spread muito alto e arriscado.
Por isso, também podemos considerar o spread como “o custo para se sair de uma operação de imediato”: quanto queremos abrir mão do dinheiro investido para se livrar do ativo ou do derivativo? No exemplo acima, para sair da operação precisamos pagar R$ 500.
Otima explicação! A melhor que encontrei até agora.
EXCELENTE MATERIA , BASTANTE ELUCIDATIVA .