O que é a bolsa de valores: como começar agora a investir em ações; aprenda o básico, não se meta em enrascada e aumente a chance de fazer seu dinheiro crescer
No artigo anterior vimos o que é a bolsa de valores. Neste vamos ver por que é interessante às empresas entrarem nela e por que é interessante a você também investir no mercado de ações.
Você verá como é fácil começar a fazer trades no mercado e que ele é acessível a todo o mundo.
- Por que a bolsa é importante às empresas?
- Como e por que a bolsa movimenta a economia?
- Que investimentos são possíveis se fazer?
- Como operar na bolsa de valores?
- Que custos que vou enfrentar?
- Que riscos devo considerar na bolsa de valores?
- Por que vale a pena investir na bolsa de valores?
- Conclusão
1. POR QUE A BOLSA É IMPORTANTE ÀS EMPRESAS?
A bolsa de valores é importante para as empresas porque é a chance que elas têm de ampliar seus horizontes de crescimento sem apelar a financiamentos e empréstimos.
Ao vender parte de seu capital social, ela financia esses investimentos e ao mesmo tempo recebe a confiança dos acionistas, os investidores.
Abrir o capital, para a empresa, é um grande passo, dado com cautela antes de acontecer e comemorado quando acontece.
Assim como os investidores tomam risco quando compram suas ações, a empresa toma risco, na possibilidade de ver o preço de seus papeis despencar.
De outro modo, as empresas usam a estrutura da bolsa a fim de se proteger de variações cambiais – através de contratos futuros -, fazer investimentos em outros setores e estruturar estratégias financeiras para seu capital.
2. COMO A BOLSA MOVIMENTA A ECONOMIA?
O crescimento econômico mundial e de um país estão intimamente ligados ao que é a bolsa de valores.
Se fosse possível interpretar esses dois elementos separadamente, ainda assim ficaria difícil dizer se a bolsa está subindo porque há abundância de capital disponível em um mercado e, portanto, maior investimento, ou se, uma vez a bolsa subindo, as companhias ficam animadas, empregam mais, produzem mais e fazem mais dinheiro circular através de seus investimentos.
A bolsa de valores certamente é a expressão, em forma de preços de ativos e volume de negócios, da movimentação da economia, não necessariamente de sua saúde, como vimos em 2008, quando a bolha dos mercados estourou ou, indo longe, em 1929, no grande crash que antecedeu uma década de depressão econômica mundial.
O que a bolsa de valores significa pra economia nacional?
É através da bolsa de valores que as empresas conseguem investidores e, através desse investimento, que conseguem crescer. Mas não só isso: a bolsa de valores é como se fosse o coração da economia, concentrando capitais e bombeando-o a outras partes do corpo financeiro da nação. Com isso, empregos são gerados direta e indiretamente, gerando mais riqueza, produção, emprego, crédito e prosperidade.
Por outro lado, as empresas presentes na bolsa são obrigadas em maior ou menor grau a adotar práticas de gestão eficientes e transparentes.
Quanto maior a evolução da bolsa de valores e o ambiente que a cerca, mais éticas e corretas precisarão ser as empresas que atuam nesses mercados. Isso não é verdade absoluta, visto que ainda há notícias de casos de corrupção que envolvem companhias presentes na bolsa de valores, mas, sem dúvida, é uma tendência.
O que a bolsa de valores significa para economia internacional?
Do mesmo modo que para um país, as bolsas de valores, presentes em todo o globo fazem o capital circular de um ponto a outro do planeta em questão de segundos, bombeando riqueza de companhia para companhia, de território para território, facilitando transações comerciais e dando maior segurança a essas transações.
3. QUE INVESTIMENTOS SÃO POSSÍVEIS DE SE FAZER?
O que podemos fazer na bolsa de valores em termos de investimento? As opções são inúmeras:
- Comprar ativos no longo prazo.
- Fazer trades de curto prazo (inclusive comprando ações, contratos ou minicontratos e vendendo menos de um minuto depois).
- Usar produtos da sua corretora que incluem ações e derivativos, como fundos de ações e certificados de operações estruturadas.
- Investir em fundos de índice (ETFs).
- Comprar ativos estrangeiros usando BDRs.
- Fazer operações estruturadas com opções.
- Fazer hedge de câmbio comprando contratos futuros de moedas.
- Fazer hedge com contratos futuros de Índice, protegendo-se de variações negativas da bolsa, caso esteja com uma carteira comprada.
- Comprar e vender opções a seco.
- Fazer lançamento coberto de opções.
- Isso e muito mais: as possibilidades que a bolsa de valores oferece são tão vastas que renderiam volumes e volumes escritos.
4. COMO OPERAR NA BOLSA?
Para operar na bolsa de valores, o básico é abrir uma conta na corretora de valores, transferir o dinheiro e começar a comprar e a vender ações ou outros ativos.
Isso é fácil.
O difícil é responder: quando comprar? Quando vender? E, na hora de vender e comprar, quanto, financeiramente, devo posicionar? Se eu tiver lucro, quando devo sair da operação e colocar esse lucro no bolso? Se começar a levar prejuízo, qual é o prejuízo aceitável antes de eu sair da posição?
Essas são perguntas essenciais a quem quer começar a operar na bolsa de valores. Porém são de difícil resposta. Sobretudo quando estamos operando, com a bolsa se movimentando, nosso dinheiro crescendo ou diminuindo.
Para responder isso existem duas vertentes principais:
- Análise fundamentalista: vai observar os fundamentos das empresas. Grosso modo, se os ativos estão mais baratos do que sugere o valor real da empresa, interpretado através de seus balanços, está na hora de comprar. Do contrário, está na hora de vender.
- Análise técnica: observa os gráficos dos ativos, a movimentação do preço no tempo. A leitura gráfica fornece uma confiável interpretação estatística do que está acontecendo e, por consequência, o cenário provável do que acontecerá com a cotação de um ativo.
5. QUE CUSTOS QUE VOU ENFRENTAR?
Operar na bolsa de valores tem diversos custos. Mas atenção: se sua estratégia for realmente boa e seu gerenciamento de risco eficiente, esses custos devem ser ínfimos e de forma alguma comprometer o seu lucro. Se estão comprometendo, é hora de rever a estratégia e o gerenciamento de risco.
Conheça os custos e taxas para ficar atento:
- Taxa de corretagem: o preço que uma corretora de valores cobra para executar suas ordens
- Taxa de custódia: para custodiar suas ações, no caso de uma carteira, a corretora cobra um valor mensal
- Emolumentos e taxa de liquidação: cobrada pela bolsa de valores da corretora e repassada ao investidor. Algumas corretoras não repassam
- ISS: Imposto Sobre Serviço. É cobrado da corretora pela prefeitura de São Paulo (sim, a B3 funciona lá). É uma pequena porcentagem sobre a taxa de corretagem e é repassada ao investidor
- Imposto de renda: corresponde a 15% sobre o lucro dos meses em que as vendas de ações superarem R$ 20 mil. E, no caso de day trade, operações que começam e terminam em um mesmo pregão, a alíquota é de 20% sobre qualquer lucro. O valor deve ser recolhido através de DARF pelo próprio trader até o último dia útil do mês seguinte ao que se obteve lucro. Leia nosso artigo sobre Imposto de Renda em Operações da Bolsa de Valores: Clique Aqui!
6. QUE RISCOS DEVO CONSIDERAR?
É óbvio que a bolsa de valores implica mais riscos do que a renda fixa. Muito mais.
Pular de paraquedas implica mais riscos que andar na calçada.
Mas, veja, a paisagem não será tão bonita e, ao mesmo tempo, temos mais notícias de pessoas atropeladas em calçadas do que de paraquedistas que se estabacam no chão.
Sabe por quê? Porque os paraquedistas conhecem os riscos e, os conhecendo, os gerenciam. Eles fazem tudo para evitar que a coisa dê problema: um rigoroso treinamento, paraquedas reserva, conferência de materiais, equipamento de segurança, protocolos de salto e sabe lá mais o quê.
Conhecendo os riscos do que é a bolsa de valores, certamente será mais fácil encará-la. Claro que ainda haverá muito para ser aprendido, mas ter ciência dos riscos já é um primeiro passo.
Vai, pelo menos, evitar de você saltar de uma avião em movimento sem um paraquedas.
Fique atento aos riscos:
- Risco de liquidez: compramos ações de uma empresa, as ações aumentam de valor, mas, na hora de embolsar o lucro não conseguimos vender porque ninguém quer comprar a esse preço. Dificilmente isso acontecerá com ações de grande liquidez, como as que fazem parte do Índice Bovespa.
- Risco de mercado: esse é bem simples. Compramos ações de uma empresa e, a seguir, vemos o preço dessas ações despencar. Estamos no prejuízo. O mesmo vale se fizermos uma venda descoberta (sim, dá para vender ações mesmo sem tê-las na bolsa de valores; parece coisa de maluco, mas é bem comum) e o preço das ações subirem.
Os riscos existem, mas lembre-se que o potencial de lucro é sempre proporcional ao tamanho dos riscos.
7. POR QUE VALE A PENA INVESTIR NA BOLSA DE VALORES?
Investir na bolsa de valores pode ser considerado o início de uma maior independência financeira.
Se for feito de forma responsável, sobretudo. Se alguém entra na bolsa de valores achando que ficará rico rapidamente, sem estudar, sem se preparar, o mais provável é que perca dinheiro. Aliás, enquanto não se sente seguro, não coloque todo o seu dinheiro na bolsa de valores, mas apenas uma pequena parte. Investir na bolsa ou fazer trades mais curtos nela exige mais de nosso emocional, coisa que nunca acontece quando estamos em investimentos mais passivos como a bolsa de valores.
A renda fixa e a renda variável podem ser consideradas como a diferença entre uma pessoa que está anestesiada e uma pessoa que está lúcida. A pessoa que está anestesiada não sente nada, mas também não aproveita nada. A pessoa lúcida, por sua vez, se expõe aos prazeres da vida, mas também terá que saber lidar com a dor.
Veja o vídeo e entenda o porque vale a pena investir na bolsa de valores:
E aí? Qual delas você quer ser?
8. CONCLUSÃO
A bolsa de valores está cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas comuns. Cada vez mais pessoas sabe como ela funciona e o que ela é. É possível que, num futuro próximo, o Brasil tenha tantos investidores e traders no mercado de ações como países como Estados Unidos, Japão ou Inglaterra. Se você começar agora, certamente estará na frente.
Não basta, porém, começar. É preciso começar de forma responsável. Saiba que mais de 90% das pessoas que começam a investir na bolsa são “expulsas” em menos de um ano, com prejuízos capazes de incapacitar emocional e financeiramente uma pessoa.
Assim, se prepare bem: faça ao menos um curso de eficiência comprovada, aprenda a usar essa estratégia com consciência e disciplina e aprenda a se defender dos muitos riscos que a bolsa oferece. Só assim seu potencial de lucro aumentará. De outro modo, nem tente.
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