Liquidez de mercado e zonas de rejeição: entenda finalmente onde acontecem as festas da bolsa de valores e não perca mais nenhuma delas
A liquidez de mercado é um conceito que, junto com o volume de negociação, tem mais importância que o próprio preço no momento de fazer seus trades. É nas zonas de liquidez que a maior parte dos negócios são feitos, que grandes “apostas” em termos de ativos são feitas e a partir de onde grandes movimentos de alta e de baixa partem.
A Nova Análise Técnica busca entender o mercado a partir do comportamento dos grandes investidores institucionais, os big players. A maior dificuldade desses participantes é justamente encontrar situações em que lhes sejam oferecidas oportunidades de comprar ou vender uma grande quantidade de ativos sem que, com isso, o preço se desloque excessivamente na direção contrária a que gostariam.
Assim, neste artigo, vamos tentar entender um pouco mais os conceitos de liquidez e zonas de rejeição.
- O que é a Liquidez no Mercado Financeiro?
- Por que os players precisam de Liquidez para operar?
- Absorção x Agressão – Saiba o que são e como ajudam a trazer maior liquidez ao mercado financeiro.
- Como o Bookmap pode te ajudar a identificar zonas de Rejeição.
- Conheça os indicadores SATO’S e saiba como tirar proveito das atividades dos grandes players institucionais.
- Atue como os grandes traders institucionais; conheça o Raio X Preditivo.
- Conclusão.
Entender a liquidez e as zonas de rejeição pode ser um fator determinante para quem quer encontrar regiões de trade location, aquelas faixas de preço em que é mais provável que o preço faça um movimento específico com maiores probabilidades de acerto.
1. O QUE É A LIQUIDEZ NO MERCADO FINANCEIRO?
Um bom começo pra entender a liquidez é imaginar que essas zonas de liquidez são verdadeiros imãs para o preço.
Onde a liquidez está é provavelmente pra onde o preço vai.
Mas o que é a liquidez?
Outra forma de entendê-la é que, ao contrário das zonas de rejeição, as zonas de liquidez são níveis de preço em que os compradores de fato se encontram com os vendedores. Há um equilíbrio. São áreas onde muitos participantes, independentemente da ponta em que estão operando, aceitam negociar.
A partir daí começa a fazer sentido dizer que as zonas de liquidez são imãs para o preço, não?
Digamos que uma ação esteja sendo negociada a R$ 25. Mas poucos aceitam comprar a esse preço. No book de ofertas, porém, há milhares de vendedores querendo vender centenas de milhares dessas ações a R$ 26. Se eu sou um comprador, digamos um big player que precisa comprar milhões desses papeis, naturalmente passarei a negociar a preços cada vez mais altos até que se chegue aos R$ 26 e eu possa executar a minha estratégia, desde que eu considere esse preço justo.
Agora, note que, se a partir de R$ 26, o preço começar a subir ainda mais, quem vendeu a esse preço – sobretudo se for uma venda a descoberto, com ações alugadas – começará a perder dinheiro. A partir do momento em que você vende uma ação, automaticamente você passa a ser um comprador (passa a procurar pontos de compra). Se você estiver perdendo dinheiro com a alta, os R$ 26 passam a ser um valor em que você aceita negociar novamente, desta vez comprando. Ao mesmo tempo, quem perdeu a alta a partir de R$ 26, estará louco pra que o preço retorne para ali e, dessa forma, se aproveite a possível retomada da alta. Os R$ 26, nesse nosso exemplo, são uma zona de liquidez onde no curto e no médio prazo tenderemos a ver muitos negócios acontecendo.
Esse processo se repete indefinidamente ao longo dos minutos, dias, semanas, meses e anos na bolsa de valores.
Entre as zonas de liquidez, porém, temos as zonas de rejeição que, por haver pouco interesse de negociação, o preço se desloca com relativa facilidade.
2. POR QUE OS PLAYERS PRECISAM DE LIQUIDEZ PARA OPERAR?
Claro que as zonas de liquidez não são números redondos ou mesmo preços específicos. Seria melhor pensarmos em faixas mais ou menos estreitas.
Mas por que os grandes players precisam de zonas de liquidez?
Quando eu ou você vamos fazer uma operação na bolsa de valores, compramos um, dois, cinco, dez ou, se tanto, no máximo, 50 minicontratos de índice ou de dólar. Ou um volume similar em lotes de ações.
Contratos e minicontratos e ações do Índice Bovespa, sempre tem ofertas ou demandas por lotes desse tamanho. Há liquidez para esse volume, considerado pequeno.
Mas imagine que precisássemos comprar 200 mil minicontratos de índice? Não há no book de ofertas tantos contratos sendo vendidos ao mesmo tempo para satisfazer tamanha voracidade.
Se essa ordem for posicionada a mercado, certamente o preço do ativo vai subir muito antes que eu compre todos os 200 mil minicontratos. Lei de mercado simples: maior demanda, maior preço.
Assim, o grande player vai procurar situações ou vai criar situações em que poderá comprar ativos sem causar uma alta precipitada.
Essas situações de liquidez, no caso de ele precisar comprar, são duas: o momento em que estão todos vendendo porque os preços estão caindo, atravessando uma possível zona de rejeição, em tendência de baixa, ou o momento em que se encontrou uma zona de equilíbrio, uma zona de liquidez propriamente dita em que o grande player vai acumular ativos.
Em particular, um dos momentos em que o investidor institucional encontra a maior liquidez é o chamado “desespero extremo”, quando os participantes mais fracos não aguentam mais ver seus o preço de suas ações ou contratos caindo e “jogam a toalha” em grande número. Geralmente, esse é o momento que vai preceder uma alta ou um período mais ou menos longo de lateralização, em que o grande player vai acumular em uma zona de liquidez.
3. ABSORÇÃO X AGRESSÃO – SAIBA O QUE SÃO E COMO AJUDAM A TRAZER MAIOR LIQUIDEZ AO MERCADO FINANCEIRO
Para efeitos didáticos e para não termos que explicar duas vezes a mesma situação, vamos continuar imaginando que o big player precisa comprar milhares de lotes de ativos. O raciocínio no caso da venda é similar, bastando trocar os sinais da operação.
Imagine que o preço vem caindo. Todos os participantes estão buscando vendas. Afinal, a tendência é de baixa: há pessimismo, as notícias são ruins, prejuízos vem sendo realizados. Na verdade, o que eles estão fazendo é justamente oferecer liquidez aos institucionais que, desde já, vêm comprando a preços cada vez mais baixos.
Note que problemas diferentes são solucionados de maneira diferentes. Como o problema do institucional é liquidez, ele não se importa em comprar ativos contra a tendência, desde que possa fazer isso a preços cada vez menores.
Nesse momento, ele está comprando passivamente, num processo que chamamos de absorção: ele está absorvendo passivamente as ofertas de venda dos outros participantes, que agridem suas compras simplesmente posicionadas no book de ofertas.
Isso é absorção. Geralmente quando o ativo está em uma zona de rejeição, é pela absorção das agressões que o big player vai operar.
Finalmente, o preço, em algum momento chegará a uma zona de liquidez, em que todos os participantes, vendedores e compradores aceitam negociar em grande número. Talvez tenhamos antes um momento de desespero extremo, com volume de negociação altíssimo – no caso de um movimento de alta teríamos a euforia máxima. Agora, é possível que o preço trabalhe durante um tempo nessa faixa.
Depois de acumular ativos suficientes nesse patamar, o big player vai continuar a comprar, mas desta vez de forma agressiva. Isto é, ele passa a aceitar negociar a preços cada vez mais altos, comprando a preços cada vez mais altos. Com isso, ele provoca um desequilíbrio, tirando o preço da zona de liquidez e empurrando-o para a zona de rejeição. A partir daí, quem vendeu a descoberto, terá que zerar suas vendas. Vendas são zeradas com compras, aumentando a demanda e fazendo o ativo (ação, contrato, opção, etc) continuar a subir em busca de uma zona de liquidez mais acima, atravessando toda uma zona de rejeição. Nesse momento, é possível que o big player já comece a operar na venda, novamente de forma passiva, absorvendo os compradores que agridem seus preços passivos, cada vez mais altos.
Sim, pois o otimismo cada vez maior do mercado faz com que os outros participantes lhes deem a liquidez necessária para que possa desovar todos os ativos que comprou na fase anterior a preços cada vez mais altos.
4. COMO O BOOKMAP PODE TE AJUDAR A IDENTIFICAR ZONAS DE REJEIÇÃO
O Bookmap é uma plataforma israelense trazida pelo Raio X Preditivo e que trabalha com baixa latência. Os dados vêm diretamente do centro de dados da bolsa de valores.
Ao contrário da maioria das plataformas que só mostram 5% de toda atividade que ocorre no book, o Bookmap mostra 100% desses eventos apresentando de maneira inteligente todas as informações do mercado, gravando todas as instâncias do book de ofertas.
Dessa forma conseguimos enxergar graficamente, através de um mapa de calor as regiões onde estão posicionadas grandes ordens de compra e venda, que serão executadas ou não, onde estão ordens limitadas gigantescas posicionadas já há muito tempo no gráfico e que servirão de escoras, verdadeiras barreiras para o preço, onde estão as regiões onde de fato os negócios são realizados.
Ou seja, o Bookmap nos dá uma visualização intuitiva de onde está a liquidez do mercado e como provavelmente o mercado irá se comportar nessas situações. Além disso, o Bookmap consegue apresentar os negócios realizados em sua microestrutura, podendo nos dar a visualização em nanossegundos dessas ordens executadas.
5. CONHEÇA OS INDICADORES SATO’S E SAIBA COMO TIRAR PROVEITO DAS ATIVIDADES DOS GRANDES PLAYERS INSTITUCIONAIS
Os indicadores Sato’s são todos projetados para a visualização clara e precisa de como estão agindo os grandes investidores institucionais.
Eles são voltados para seguir o volume e facilitar a leitura e a interpretação do comportamento das cotações a partir da verdadeira causa de seus movimentos: o volume.
Enquanto o preço é mero mensageiro, o endereço da liquidez e das zonas de rejeição, o volume é o verdadeiro indicador de onde cada uma delas está.
O volume pode ser considerado o combustível dos movimentos de alta e de baixa e os participantes capazes de injetar esse combustível no mercado, em busca de liquidez e usando zonas de rejeição a seu favor, são os grandes investidores institucionais.
- Sato’s Force Histograma: mostra o volume de negócios cumulativamente a cada pernada (swing) de alta e de baixa. Dessa forma, podemos perceber a cada pernada se há grande volume e, portanto, interesse dos grandes players em negociar em momentos de liquidez interessante. Veja mais sobre esse indicador: clique aqui!
- Sato’s Result: nos mostra, de fato, o resultado de cada “injeção” de combustível (volume). Uma grande injeção de combustível com baixo resultado, por exemplo, pode indicar que está acontecendo uma absorção numa região de liquidez interessante. Veja mais sobre esse indicador: clique aqui!
- Sato’s Bar: o Sato’s Bar traz o volume barra a barra, mostrando a intensidade da atuação institucional através de um sistema de cores que vai de azul (baixíssima atuação institucional) a vermelho (atividade institucional ultra elevada). Veja mais sobre esse indicador: clique aqui!
- Sato’s Defense: nos mostra o preço médio dos vendidos e dos comprados a partir de pontos específicos, escolhidos pelo trader. Dessa forma, sabemos locais onde provavelmente será feita uma defesa da cotação e que, possivelmente apresente alta liquidez nesse processo de defesa.
6. ATUE COMO OS GRANDES TRADERS INSTITUCIONAIS; CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica através de ferramentas (Indicadores Sato’s) e conceitos. A Nova Análise Técnica, por sua vez, é a metodologia que busca seguir a atuação dos grandes players institucionais através das pegadas por eles deixadas no book de oferta e no gráfico, usando para isso os grandes volumes que só estes participantes conseguem injetar no mercado.
Dessa maneira, é possível encontrar zonas de trade location – baseadas no volume, liquidez e zonas de rejeição – em que nos posicionamos em trades com grande probabilidade de acerto, buscando os big players não como adversários, mas como parceiros, escolhendo o lado que com mais certeza será vencedor no desenvolvimento da volatilidade diária dos ativos.
7. CONCLUSÃO
A Liquidez de Mercado e as zonas de rejeição são níveis de valor que um trader precisa conhecer para ter maiores chances de sucesso em suas negociações diárias.
Note, no entanto, que esse tipo de leitura não dá respostas prontas. É preciso ter uma interpretação do contexto dos movimentos e do volume para que tenhamos um nível de sucesso satisfatório.
Conhecer a liquidez e as zonas de rejeição não nos dirão simplesmente se é hora de comprar ou de vender. Esses conceitos pedem um comportamento mais ativo e responsável de quem, através deles, vai operar.
Além disso, são imprescindíveis as ferramentas que deem uma leitura adequada dessas informações: os big players, justamente para não terem suas intenções e seus volumes gigantescos deslocando os preços antes do momento adequado, costumam tentar esconder seu modo de operar através de diversos recursos, como ordens iceberg (grandes ordens divididas em pequenas ordens executadas centenas de vezes em poucos segundos), spoofing (uma prática ilegal, mas que acontece diariamente na bolsa) e muitas outras artimanhas.
Tanto para aprender a ler o mercado quanto para ter ferramentas adequadas, nossa recomendação é que o trader faça o treinamento Raio X Preditivo.
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