Índice da Bolsa de Valores: conheça como funciona, quais são os mais importantes e como ganhar dinheiro com eles
O principal Índice da Bolsa de Valores no Brasil é o Índice Bovespa, o Ibovespa. Mas a própria bolsa brasileira, que hoje não se chama mais Bovespa, mas B3, tem outros índices importantes.
E, no mundo inteiro, cada bolsa tem seu índice referencial e cada setor dentro delas tem um índice referencial, assim como no Brasil
Um índice da bolsa tem como objetivo dar a temperatura do mercado ou de um setor do mercado e eles são usados como referência para investidores, economistas e traders.
- O que são os Índices na Bolsa de Valores?
- Como se formam os índices?
- Quem determina quais ações entram ou saem?
- Como funciona a pontuação dos índices?
- Entendendo a influência das ações que compõem o índice
- Qual a importância do Ibovespa para economia
- Como ganhar com o Ibovespa
- Principais Índices Nacionais além do Ibovespa
- Índices Internacionais de destaque
- Conclusão
Conhecer o índice da bolsa, o Ibovespa e seu funcionamento, é fundamental para entendermos o funcionamento da bolsa ou até mesmo o funcionamento de contratos futuros de índice ou minicontratos futuros de índice.
1. O QUE SÃO OS ÍNDICES NA BOLSA DE VALORES?
Todos os índices funcionam de maneira similar na bolsa.
Tomemos o exemplo do Ibovespa.
Ele é uma carteira teórica de diversas ações. Grosso modo, as ações que o compõem devem ser as mais negociadas da Bolsa.
Basicamente, o Ibovespa reúne as ações que juntas representam aproximadamente 80% dos negócios realizados no mercado.
É como se alguém tivesse comprado aquelas ações numa determinada proporção cada uma e então temos o valor em reais dessa carteira. Se o Ibovespa está em 80 mil pontos, significa que aquela carteira teórica vale R$ 80 mil.
Claro, é um pouco mais complexo que isso, mas para começar a entender já é um bom começo.
2. COMO SE FORMAM OS ÍNDICES?
Cada índice terá um critério de formação diferente. O objetivo, no entanto, é encontrar as ações mais representativas da bolsa ou de um setor econômico da bolsa que atenda esse critério.
No caso do Ibovespa, o critério é liquidez, número de negócios. Porém, as diretrizes de formação dos índices seguem diversas regras, sempre condensadas em uma metodologia.
O Ibovespa é renovado a cada 4 meses. Então, três vezes por ano, ações saem e entram do índice e as que permanecem tem o seu peso revisado. O número de ações participantes é variável.
3. QUEM DETERMINA QUAIS AÇÕES ENTRAM OU SAEM?
No caso do principal índice da nossa Bolsa, a B3, a metodologia é determinada e reavaliada quadrimestralmente pela própria B3.
Mas qualquer pessoa ou empresa pode inventar um índice.
Por exemplo, o S&P500, um índice dentre os mais importantes da Bolsa de Nova York e da Nasdaq, tem supervisão da Standard & Poor’s, que é uma agência privada de avaliação de risco. Ele é composto por 500 ações.
O Índice Dow Jones, por sua vez, foi criado pelo editor do The Wall Street Journal, ninguém além de Charles Dow, também criador da teoria de Dow. Ele é composto sempre por 30 ações.
4. COMO FUNCIONA A PONTUAÇÃO DOS ÍNDICES?
No caso do Ibovespa, os pontos equivalem ao valor em reais daquela carteira teórica de ações que compõem o índice.
O mesmo vale para o Índice Dow Jones. A diferença é que nossa carteira é em reais e carteira do índice Dow Jones é em dólar e o número de ações participantes é inferior, sempre 30. Com algumas exceções, a pontuação dos índices é essa.
5. ENTENDENDO A INFLUENCIA DAS AÇÕES QUE COMPÕEM OS ÍNDICES DA BOLSA DE VALORES
Cada índice tem em sua composição uma porcentagem de participações por setores da economia.
Com o Índice Bovespa, da bolsa brasileira, não poderia ser diferente.
Vamos ver como é a participação de cada setor:
- Sistema financeiro: 26,459%
- Mineração: 14,538%
- Petróleo, gás e biocombustíveis: 13,72%
- Bebidas: 6,047%
- Serviços financeiros diversos: 4,664%
- Madeira e papel: 3,918%
- Consumo cíclico/Comércio: 3,621%
- Energia Elétrica: 3,358%
- Diversos: 2,927%
- Alimentos processados: 2,653%
- Metalurgia: 2,402%
- Transporte: 2,2%
- Saúde/comércio: 2,019%
- Telecomunicação: 1,953%
- Seguros: 1,227%
- Setor imobiliário: 1,203%
- Químicos: 1,172%
- Máquinas e equipamentos: 1,109%
- Equipamento aeronáutico: 1,103%
- Comércio/Distribuição: 1,031%
- Saúde: 0,801%
- Saneamento: 0,546%
- Construção civil: 0,48%
- Viagens e Lazer: 0,478%
- Produtos de cuidados pessoais: 0,371%
Claro que esta é a composição do Ibovespa hoje (setembro de 2018) e, em breve, isso deve mudar completamente.
6. QUAL A IMPORTÂNCIA DO IBOVESPA PARA A ECONOMIA
O Ibovespa é o principal índice da bolsa brasileira, a B3. A bolsa nem se chama mais Bovespa mas o índice é mundialmente conhecido por esse nome. Então, por ora, decidiu-se que ele não seria rebatizado.
Como funciona
Atualmente o índice é composto por 65 das ações mais negociados na bolsa brasileira. Essa carteira teórica representa, em pontos, quanto ela valeria caso comprássemos as ações na mesma proporção.
Quando foi criada
O índice foi criado em 2 de janeiro de 1968 a partir de uma aplicação hipotética com um valor base de 100 pontos.
Dados históricos do índice
A primeira carteira do Ibovespa era composta de 18 ações apenas. A seguir, houve uma expansão para 27 ações. A metodologia criada pelo economista Mário Henrique Simonsen pouco mudou desde então.
Em 1971, houve um pico do recém-nascido índice, fruto do chamado Milagre Econômico. Em breve, naquele ano mesmo, essa bolha estouraria demonstrando a falta de estofo do crescimento econômico dos anos de chumbo no Brasil. O Crash de 1971, durante o governo Médici, culminou em 1973. Entre 1977 e 1982, houve quedas graduais para patamares ainda mais baixos.
Em 1983, houve o início de uma valorização real de quase 1000% até 1986. Pois é. Em 1987, a bolha estourou de novo.
Qual a sua importância para economia
Com o Ibovespa, temos a oportunidade medir a “temperatura” do mercado. Se ele cresce, significa que o clima é otimista e as pessoas estão investindo nas empresas e em ações. Do contrário, o clima é pessimista.
7. COMO GANHAR COM O IBOVESPA
Existem diversas formas de investir no Ibovespa. Entre elas:
- ETF – IBOVESPA: funciona tal fosse uma “ação” que replica o Ibovespa. Assim, em vez de comprarmos todas os ativos, na exata proporção, o que daria muito trabalho, podemos comprar alguns ETF do Ibovespa, o Bova11. Existem ETF de muitos outros índices da bolsa.
- Fundo de Ações: aqui nós compramos cotas de um fundo de ações que reproduz o mais próximo possível do Índice Bovespa.
- Contratos de Índice: contratos futuros de índice garantem que eu pagarei pelo índice um determinado valor em uma determinada data. Um contrato equivale em reais o valor do índice, aproximadamente, dependendo de vários fatores, como a data de vencimento e a expectativa de valor do índice no futuro no dia de sua negociação. São negociados em lotes de 5 e são usados principalmente para trades de curta duração, por exemplo, o day trade.
- Minicontratos de Índice: Mesma coisa que o contrato cheio, mas equivalente a 20% de seu valor. E pode ser negociado em um lote unitário, sendo assim bem mais acessível aos traders de menor porte. Se o índice está em 100 mil pontos, o contrato cheio equivale a R$ 100 mil. O mini, por sua vez, equivaleria a R$ 20 mil.
8. PRINCIPAIS ÍNDICES DA BOLSA DE VALORES NACIONAIS ALÉM DO IBOVESPA
Como já escrevi, há uma infinidade de outros índices na bolsa brasileira:
- IBrX 100: carteira teórica formada sempre pelas 100 ações mais negociadas da B3.
- IBrX 50: carteira teórica formada sempre pelas 50 ações mais negociadas da B3.
- IBrA: Índice Brasil Amplo.
- Índices de Governança: são índices que incluem empresas que decidiram dar total transparência aos investidores. Entre eles: IGC, IGCT, IGC-NM, ITAG.
- Índices Setoriais: IEE (energia elétrica), INDX (setor industrial), ICON (índice de consumo), IMOB (imobiliário), IFNC (setor financeiro), IMAT (materiais básicos), UTIL (índice de empresas de utilidade pública.
- Índices de Sustentabilidade: ISE (sustentabilidade empresarial), ICO2 (empresas do IBrX50 com transparência na emissão de carbono).
- Índices SPDJI/BVMF: são índices em parceria com a Standard & Poor’s (índice de empresas privadas, smart betas, índice de commodities, índice de futuros e índice de renda fixa).
- Outros Índices: IGMI-C, BDRX, ICB, IFIX.
9. ÍNDICES INTERNACIONAIS DE DESTAQUE
- Índice DAX30, Frankfurt, Alemanha: DAX é uma relação das 30 companhias abertas de melhor performance financeira da Alemanha, com base no sistema Xetra da Bolsa de Valores de Frankfurt.
- Índice S&P500, Nova Iorque, EUA: abreviação de Standard & Poor’s 500. Traz 500 ações cotadas nas bolsas de NYSE ou NASDAQ, por tamanho de mercado.
- Índice FTSE100, Londres, Inglaterra: 100 ações mais representativas da Bolsa de Valores de Londres. A FTSE é uma companhia independente de propriedade conjunta do Financial Times e do London Stock Exchange.
- Índice Nikkei 225, Tóquio, Japão: compostos pelas 225 empresas mais importantes negociadas na bolsa de Tóquio.
- Índice Hang Seng, Hong Kong, China: principal índice da bolsa de valores de Hong Kong. Composto por 50 companhias, representa aproximadamente 58% da capitalização desse mercado.
10. CONCLUSÃO
Os índices da bolsa de valores são importantes de fato para ser uma medida, um termômetro, do mercado, sem dúvida.
No entanto, devemos olhar para eles com uma certa reserva visto que, superficialmente, mesmo com uma queda ali e outra ali, no longo prazo eles sempre apresentam bom desempenho.
Não seria esse bom desempenho fruto de suas próprias metodologias de composição?
Por exemplo, OGX e Oi eram componentes do Índice na época em que despencaram de valor. Mas mesmo bem desvalorizadas eram responsáveis por um nível monstruoso de liquidez e negociação.
Pelas próprias regras do índice foram excluídas, cada uma em sua época.
Não seria essa uma forma de proteger o conceito de que “investir” na bolsa, no longo prazo, sempre traz bons resultados? Fica a pergunta.
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