Com as escoras institucionais, nunca mais você vai comprar quando os jogadores mais fortes da bolsa estão vendendo. Entenda com exemplos simples
As escoras institucionais são grandes ordens de compra ou venda posicionadas no book de ofertas de um ativo da bolsa de valores.
Elas são verdadeiras barreiras para a subida ou a queda de um ativo a partir delas, verdadeiros muros que consomem a oferta, no caso de escoras institucionais formadas por ordens de compra (abaixo no book).
E verdadeiros muros que consomem a demanda, no caso de escoras institucionais formadas por ordens de venda (acima no book)
Você vai entender melhor esse raciocínio durante este artigo:
- O que são escoras institucionais? Antes você tem que entender o que é spoofing
- Como as escoras institucionais funcionam?
- Como descobrir as escoras institucionais, pode te ajudar a evitar spoofing; conheça o Raio X Preditivo
- Conclusão
Podemos usar as escoras institucionais como resistências e suportes. Mas tem um problema. Essas ordens, se observadas num book de oferta comum são difíceis de serem detectadas. Como fazer? Aguarde.
1. O QUE SÃO ESCORAS INSTITUCIONAIS? ANTES VOCÊ TEM QUE ENTENDER O QUE É SPOOFING
Enquanto uma ordem está no book de ofertas, ela pode ser executada ou não.
Isso é um problema. Porque muitas ordens são posicionadas com o objetivo de, justamente, não serem executadas.
É uma prática proibida conhecida como spoofing.
O que é o spoofing? Ordens são executadas na bolsa de valores não por ordem de chegada, mas por valor. Sempre estarão na frente as melhores ofertas de venda e melhores ofertas de compra.
Digamos assim: a melhor de venda de uma ação é R$ 30,03 e a melhor de compra é de R$ 30,02. Para acontecer um negócio, ou os compradores agridem o R$ 30,03 (melhor de venda) ou os vendedores agridem o R$ 30,02 (melhor de compra).
Digamos que eu gerencia um fundo de investimento que acha interessante comprar um ativo a R$ 29,99 e eu acho que os vendedores continuarão agredindo as ofertas dos compradores a níveis cada vez mais baixos, deixando o ativo cada vez mais barato num ponto em que eu aceito comprá-lo.
Isto é, em algum momento, os vendedores levarão a cotação na minha direção.
Acontece que algum big players então, decide colocar uma ordem de compra de 50 mil ações a R$ 30, logo acima da MINHA ordem. Ele não só ficou na minha frente como vai esgotar toda a liquidez naquela altura (todos os que queriam vender vão conseguir vender ali) e provavelmente o ativo vai subir a partir daquele ponto. E, então, não vou conseguir comprar o ativo a R$ 29,99.
O que eu tenho que fazer? Retomar a frente na fila! Eu cancelo minha ordem de compra a R$ 29,99 e a renovo a R$ 30,01. Não só eu, mas todos os que estavam com ordens naquela posição.
Finalmente, o que acontece? A ordem de compra de 50 mil ações a R$ 30 DESAPARECEM. Era spoofing. Um blefe pra fazer as ordens de compra subirem e esgotarem a oferta naquele ponto.
O praticante de spoofing coloca uma nova grande ordem em um patamar acima, fazendo todo o mundo subir suas ofertas de compra. Isso diversas vezes por segundo.
E, na prática, adivinhe quem está vendendo a valores cada vez mais altos? O próprio praticante de spoofing. Ele mesmo não quer esgotar a oferta. Ele quer que o ativo suba porque tem ativos para vender.
2. COMO AS ESCORAS INSTITUCIONAIS FUNCIONAM?
As escoras institucionais, no entanto, são ofertas (de compra ou venda) posicionadas no book e que serão de fato executadas. Uma de suas características principais é que elas, realmente, estão há bastante tempo registradas. São o que é conhecido como “ordens limitadas”. Estão posicionadas em pontos fixos e ficam ali durante muito tempo.
Quando o preço chega ali, tem grande dificuldade de seguir em frente. Por quê? É bem simples.
Imagine que você está comprando laranjas. Todos estão comprando laranjas. As laranjas estão custando em média R$ 6 a dúzia nos supermercados. Aí aparece um grande concorrente que diz: “Laranjas a R$ 5 até acabar o estoque!”. E todo o mundo vai comprar laranja naquele supermercado. Os concorrentes pensam: “Bom, uma hora o estoque vai acabar e as pessoas voltarão a comprar laranjas da gente, certo? O preço da laranja vai voltar a subir.”
O problema é que o estoque é muito grande. Não acaba nunca! Vai chegar o momento que os concorrentes vão dizer: “Nossas laranjas vão estragar! Temos que vender mais barato!”
A essa altura, todos os que estavam dispostos a comprar laranjas a R$ 5 inclusive já compraram. O supermercado que fez a super oferta esgotou a demanda por laranjas a R$ 5.
Acontece que, agora, os outros supermercados estão vendendo a R$ 4. Pessoas que não comprariam a R$ 5, mas que comprariam a R$ 4 entrarão na jogada. Até mesmo alguns dos que compraram a R$ 5 acharão que voltar a comprar a R$ 4 é uma boa.
O preço da laranja, assim, que estava subindo, encontrou uma resistência à altura dos R$ 5 onde estava localizada a escora institucional, a grande oferta de laranjas (ativos) do supermercado. O preço só vai passar dali quando o número de compradores de laranja a R$ 5 for superior ao estoque de laranjas que o supermercado tem: os compradores teriam que esgotar o estoque. De outra forma, eles serão todos ABSORVIDOS pelo que, pelo que, pelo quê?
Pela escora institucional.
Troque as laranjas por ações, contratos, minicontratos ou opções e você entendeu como funciona uma escora institucional.
O mesmo vale pra escoras institucionais posicionadas abaixo do preço, onde estão as ofertas de compra. Digamos que tenhamos uma tendência de queda em um ativo. Quando o preço chegar a esse preço de compra onde está a escora institucional – uma grande ordem posicionada há bastante tempo com intenção de ser executada – os vendedores vão vender, vão vender, vender e vender e é como se tentassem encher a barriga de um monstro que é um poço sem fundo, parece que ele aceita devorar tudo e a sua voracidade não tem fim.
Duas situações possíveis:
- Os monstrinhos (compradores) que estão abaixo vão começar a achar que vão ficar sem comida e vão posicionar suas “boquinhas” acima da boca do monstro que está devorando tudo naquele nível de preço.
- O monstro que estava devorando tudo, na verdade, não é um poço sem fundo e será saciado e, então, os vendedores conseguirão empurrar o preço mais pra baixo pra atender a fome dos outros monstrengos.
De qualquer forma, a escora institucional (o monstro insaciável) será um ponto em que o preço terá dificuldade de atravessar.
3. COMO DESCOBRIR AS ESCORAS INSTITUCIONAIS, PODE TE AJUDAR A EVITAR SPOOFING; CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
O Raio X Preditivo é a codificação da Nova Análise Técnica através de ferramentas e conceitos para colocar essas ferramentas em prática.
A Nova Análise Técnica se baseia sobretudo em volume, enquanto a Análise Técnica Clássica se baseia tão somente no preço. Para a primeira, o volume é a causa do movimento dos preços que, por sua vez, é mero efeito do volume.
O Raio X Preditivo tem diversas ferramentas para analisar o volume e o comportamento do preço em relação a ele.
Através delas, podemos encontrar o maior nível de apostas dos investidores institucionais, aqueles participantes que realmente têm capacidade financeira, intelectual e tecnológica para interferir no preço dos ativos.
Cruzando suas informações, com conceitos (como o de Padrão Psicológico Institucional em V, ranges e outros), barras vermelhas do Sato’s Bar, resistências formadas pelo Sato’s Defense e uma infinidade de outros recursos, podemos filtrar com eficiência os locais prováveis onde haverá a presença de escoras institucionais com grande possibilidade de segurar o preço.
4. CONCLUSÃO
As escoras institucionais estão escondidas dos praticantes da velha Análise Técnica ou Análise Técnica Clássica. Estes, geralmente, posicionam seus stops relacionando-os a pontos que todos os outros participantes usam (topos, fundos, médias específicas, linhas de tendência).
A verdade é que poucos têm as ferramentas necessárias para enxergar as escoras institucionais. Estas referências, de fato, têm uma razão de ser no que diz respeito a segurar o preço fazendo o papel de suporte ou resistência, pelas razões acima explicadas.
Porém não adianta reconhecer esse elemento. É preciso saber como fazer uso dele e quando, combinado com que outros fatores. Esse tipo de capacidade, atualmente, no Brasil, só é dado pelo Raio X Preditivo.
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