Como investir na bolsa de valores: Seja com pouco ou muito dinheiro, é preciso saber o jeito certo de começar; saiba tudo sobre a bolsa neste texto simples e cheio de dicas
E, finalmente, você decidiu investir na bolsa de valores.
Este é o momento de tomar o seu dinheiro pelas rédeas, pegá-lo pela mão, atravessar a rua que separa a renda fixa da renda variável, e levá-lo pra conhecer a bolsa de valores.
Mas como investir na bolsa?
Se fosse há uns dez ou vinte anos, eu diria para você juntar um pouco mais de dinheiro. As taxas eram mais altas, a burocracia, as necessidades de deslocamento, os telefonemas e até mesmo a linguagem que se usava para se falar de bolsa desestimulava as pessoas físicas de investir na bolsa.
Hoje, em questão de minutos, você abre sua conta na corretora, transfere os recursos para essa conta e começa a investir na bolsa.
O objetivo deste artigo é fornecer todas as informações para você saber como investir na bolsa.
São informações rápidas, mas completas, de maneira que você pode guardar este texto para consultas futuras e enviar para outros amigos que queiram saber como investir na bolsa.
Sem mais delongas, vamos aos tópicos que veremos aqui:
- Bolsa de valores: como funciona a bolsa e como investir?
- Ações da bolsa, afinal de contas, são o quê e como investir?
- Tipos de ação negociadas na bolsa: ações ON e ações PN… em qual devo investir?
- Pequenas e médias empresas também podem abrir capital na bolsa? É bom investir nelas?
- Índice Bovespa: entenda como funciona, os pontos e pra que serve e como investir em índice
- Investir na bolsa de valores: como isso vai ser bom para mim?
- Como investir na bolsa de valores com pouco dinheiro: o que são ETFs, o que são fundos, o que são clubes de investimento, e como investir direto em ações com pouco dinheiro
- Riscos da bolsa: risco de mercado, risco de liquidez
- Dá pra ganhar quanto ao investir na bolsa?
- Como investir na bolsa com método: análise fundamentalista e análise técnica
- Para investir na bolsa e ganhar: como ter estratégia
- Como começar na bolsa: passo a passo e como iniciar agora mesmo
- Abrindo conta em corretora: como escolher a sua corretora com o objetivo de investir e o cadastro na corretora da bolsa?
- É obrigatório ter um agente autônomo de investimento (AAI) pra investir na bolsa?
- Quais as taxas e impostos da bolsa?
- Conclusão
1. BOLSA DE VALORES: COMO FUNCIONA A BOLSA?
Antes de saber como investir na bolsa, precisamos saber onde estamos nos metendo.
A bolsa de valores é um ambiente que proporciona o encontro entre aqueles que querem vender e aqueles que querem comprar.
Comprar e vender o quê?
Ações, títulos, contratos, minicontratos e ADRs, ETFs e enorme diversidade de papéis que, talvez, ainda não conheçamos direito mas que têm uma coisa comum: eles são padronizados e podem ser trocados sem maiores dificuldades e em grande velocidade.
Não se preocupe, vou expde capital aberto (públicas ou privadas) e outros valores mobiliários, tais como as opções”.
A bolsa de valores fornece as condições – estrutura, segurança, fiscalização, regras – a fim de que tudo isso aconteça.
No Brasil, a bolsa de valores é a B3. Antes ela se chamava Bovespa, mas em 2008 se uniu à Bolsa de Mercadorias e Futuros e passou a se chamar BM&FBovespa. Com a união à Cetip, em 2017, passou a se chamar B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Uma forma bem grosseira de entender a bolsa de valores é que se trata do lugar onde nós compramos um ativo quando esperamos que ele valorize para, então, vendê-lo a seguir. Mas também podemos vender um ativo – que não temos – pra recomprar a seguir, quando estiver mais barato, no caso de entendermos que o preço vai cair. Sim, na bolsa dá pra fazer isso. Como fazer isso é assunto pra um artigo sobre venda descoberta.
Veja esse vídeo onde explico como funciona a Bolsa de Valores, de uma maneira simples fácil de compreender:
- Aprenda a como investir na bolsa, conheça esse método surpreendente para operar na Bolsa de Valores.
2. AÇÕES, AFINAL DE CONTAS, SÃO O QUÊ?
Antes de saber como investir na bolsa, porém, precisamos continuar a aprender exatamente onde estamos nos metendo.
E nada melhor para continuar esse aprendizado e começar a entender o significado do tipo de ativo mais notável da bolsa de valores, aquele ativo pelo qual a bolsa é conhecida, embora muitos outros tipos sejam nelas negociados: a ação.
O que é uma ação?
A ação é um pedacinho de alguma empresa. Essa explicação parece meio infantil.
Então, vamos deixando essa história mais complexa aos poucos.
Uma ação é parte do capital social de certa companhia.
Opa, capital social é uma expressão nova. O que é?
Quando a empresa decide crescer, ela tem diversas opções a fim de iniciar sua captação de recursos para investir. Pode pedir emprestado a um banco. Mas uma opção excelente é abrir capital: parte do seu capital será socializada. Digamos que será uma parte de R$ 10 milhões.
Ela divide em 10 milhões de partes, cada custando R$ 1 e passa a vendê-las na bolsa de valores.
Quando todas estiverem vendidas, a empresa tem R$ 10 milhões com o objetivo de investir no seu crescimento.
Claro, é bem mais complexo que isso, mas quem comprou ações dessa empresa, agora é sócio dela, ainda que seja por alguns dias ou mesmo minutos: muitos investidores compram ações para venderem pouco tempo depois, apenas surfando as oscilações do mercado (o termo mais correto para esse tipo de personagem é “trader” ou mesmo “especulador”).
Mas como investir na bolsa desse jeito vamos tratar mais à frente neste artigo.
Quantas ações têm uma empresa?
O número de ações varia com o tamanho da empresa, se houve aglutinações de ações ou desdobramento. Na teoria, o número de ações não determina a importância, a saúde econômica da empresa ou mesmo o seu patrimônio total.
De qualquer modo, os números sempre são impressionantes.
Um exemplo que sempre uso é a Petrobras: ela tem 13 bilhões de ações, cada custando quase R$ 20, neste momento.
As ações do Itaú, que tem o maior peso no índice Ibovespa, atualmente, com cerca de 10% da composição, tem 6,5 bilhões de ações, entre preferenciais e ordinárias, negociadas a uns R$ 42 cada (na atual cotação de quando escrevo).
É muita ação. É muito dinheiro.
Saber como investir na bolsa é fundamental para participar disso sem maiores riscos.
Sim, mais à frente também vou explicar o que é o Ibovespa, o que são ações preferenciais e o que são ações ordinárias.
3. TIPOS DE AÇÃO NEGOCIADAS NA BOLSA
Basicamente, existem dois tipos de ações que são negociadas na bolsa de valores: as ações preferenciais (PN) e as ações ordinárias (ON).
Como entender as ações ON na bolsa
As ações ordinárias, conhecidas pelas letras ON, são ações que dão direito à voto nas assembleias da empresa.
Como já deve ter imaginado, não é qualquer quantidade de ações ON que vai fazer a diferença. Imagine o caso da Petrobras. Tem, ao todo 13 bilhões de ações. Só de ações ON são 7,4 bilhões. E estão custando R$ 20. Faça as contas!
Geralmente, as ações ON são indicadas pelo número 3. Como a PETR3, ordinária da Petrobras.
Como vamos aprender quando formos investir na bolsa, diversas empresas só tem essa classe de ações.
Por exemplo a Ambev, que só tem a ABEV3, ordinária (e 70% desses papeis estão nas mãos da empresa belga InBev).
A propósito, as empresas que estão abrindo capital no novo mercado, só podem lançar ações ON.
Não é o caso da Petrobras: a Petrobras tem as ações ordinárias (PETR3) e as ações preferenciais (PETR4).
Como entender as ações PN na bolsa
Com o novo mercado, há quem diga que as ações preferenciais vão acabar.
As ações preferenciais, identificadas pelas letras PN, podem ser reconhecidas sobretudo pelo número 4, como a preferencial PETR4, da Petrobras, mas também existem outras classes de ações preferenciais, como a VALE5 (as ações preferenciais da Vale não existem mais: foram todas trocadas por ordinárias VALE3; curiosamente, ainda existem 12 VALE5 no mercado, segundo o site da B3).
Elas têm esse nome porque dão a preferência, o direito de receber primeiro dividendos, juros sobre capital, bem como outros proventos e qualquer devolução financeira em caso de falência da empresa.
Não que as ordinárias não recebam proventos, mas elas não têm a preferência nesse recebimento.
E, em alguns casos, se as preferenciais ficarem sem pagar proventos durante certo tempo, elas passam também a ter direito a votos.
Como investir na bolsa? Devo comprar ações ON ou ações PN?
Alguns investidores, sobretudo os de longo prazo, vão indicar as ações ON, ordinárias, para comprar.
Traders e investidores com outro viés de prazo, vão indicar as PN por sua liquidez (diferentemente das ON, não há motivos para grandes players do setor de atuação da companhia as segurarem).
De qualquer maneira, seja ON ou PN, escolha a ação que tenha liquidez, que garanta que, no momento que for necessário comprar exista oferta e, no momento em que for necessário vender, exista demanda.
4. PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS TAMBÉM PODEM ABRIR CAPITAL NA BOLSA?
A gente fica ouvindo o tempo todo de grandes empresas com suas ações na bolsa de valores. Petrobras, Vale, Itaú, Ambev. Daí pra cima.
Mas como faz para investir na bolsa em empresas de menor porte. Ora, meu amigo, elas já estão na bolsa.
Inclusive a bolsa de valores brasileira já iniciou um programa de abertura de capital voltado às empresas de menor porte.
Imaginou como seria legal investir na Apple quando ela era aquela empresa de fundo de quintal?
5. ÍNDICE BOVESPA: ENTENDA O FUNCIONAMENTO, OS PONTOS E PARA QUE SERVE
O Ibovespa faz parte do dia a dia de qualquer um que queira aprender como investir na bolsa.
Ele é o principal índice da bolsa de valores brasileira. Digamos que ele é uma média de como desempenham as principais ações da bolsa. Olhando para ele, sabemos como o mercado, em geral, está.
Você deve ter notado que o nome do índice permanece Índice Bovespa ou Ibovespa, mesmo sabendo-se que a bolsa brasileira, agora, se chama B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Ele também permaneceu com esse nome quando a bolsa se chamava BM&FBovespa. Acontece que essa opção foi aceita por se tratar de marca largamente aceita no mercado nacional e mundial.
A primeira coisa que você deve saber sobre o Índice Bovespa é que ele traz em sua composição as ações das empresas mais negociadas na bolsa em diferentes proporções.
Se a empresa está no Índice Bovespa, ela faz parte daquele grupo de ações que é responsável por 80% dos negócios na bolsa de valores. Ou seja, se uma ação está no Ibovespa (Índice Bovespa), ela tem muitos negócios, muita liquidez, gente comprando e vendendo o tempo todo e em todas as faixas de preço.
A segunda coisa é que o Índice Bovespa é uma carteira teórica dessas ações muito negociadas. Quer dizer, é como se eu comprasse diversas ações dessas empresas, em diferentes proporções.
Os pontos são como se eu convertesse essa carteira em reais. Então, se o Ibovespa está em 80 mil pontos significa que essa carteira teórica está valendo R$ 80 mil. Simples assim. Não tem mistério.
Tem como investir na bolsa no Índice Bovespa. Tem sim: comprando as ações na mesma proporção do índice Bovespa (difícil e caro), através de ETFs, através de contratos e minicontratos de índice e, a opção mais simples, através de fundos de ações que reproduzem o Ibovespa.
Dá para fazer um artigo inteiro sobre essa possibilidade de investir em Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) e sobre o próprio Ibovespa.
6. INVESTIR NA BOLSA DE VALORES VAI SER BOM PARA MIM?
Diversificar os investimentos sempre é bom. Diversificar entre renda fixa e renda variável também. A proporção de como isso será feito depende de quanto de seu dinheiro você pretende expor ao risco e de que forma. Embora na bolsa de valores os riscos possam ser infinitos, ao mesmo tempo, há como cercar os riscos, limitá-los: no fim, é sempre o investidor quem define o risco. Uma coisa é certa: o dinheiro sempre será proporcional ao risco. Porém, convém saber limitá-lo.
Outra postura com a qual se deve tomar cuidado é com a ideia de que, no longo prazo, as ações sempre sobem e podem ser, então, uma forma turbinada de poupança. Isso pode ser verdade para muitos investidores, possivelmente minoria.
Sempre que alguém afirma algo assim, mostra que os índices da bolsa de valores sempre sobem no longo prazo.
O que ninguém diz é que os índices, historicamente, se protegem de ações que, mesmo tendo muita liquidez e negócios diários, estejam despencando por alguma razão.
Pudemos ver isso recentemente no caso da OGX e da Oi, que despencaram terrivelmente, e mesmo tendo um grande volume de negócios diários, foram tiradas do Ibovespa, protegendo o desempenho histórico desse índice.
Assim, para o longo prazo talvez seja melhor procurar opções menos expostas à volatilidade. E ao aprender como investir na bolsa de valores, busque soluções que envolvam apenas parte de seu dinheiro total e busque opções no curto e no médio prazo, aproveitando apenas as oscilações de forma positiva.
Então, não é o caso apenas de saber comprar, mas também de saber como investir vendendo a descoberto na bolsa.
7. COMO INVESTIR NA BOLSA DE VALORES COM POUCO DINHEIRO
Para investir na bolsa, teoricamente, basta ter o dinheiro suficiente para comprar uma única ação da empresa com ações mais baratas. Existem ações que estão na casa dos centavos. Por alguns centavos você compra essa ação e, pronto, começou a investir na bolsa.
Mas vale a pena fazer isso?
Só de custos operacionais na execução dessa ordem você terá uns R$ 10. Então essa única ação teria que valorizar centenas de vezes (algo que dificilmente vai acontecer) para você entrar no lucro.
Então, sejamos realistas. O bom é começar com pelo menos alguns poucos milhares de reais comprando lotes de ações (um lote geralmente tem 100 ações), evitando o mercado fracionário.
Ainda assim, tem como investir na bolsa de valões com pouco dinheiro e vamos apresentar algumas opções nos próximos tópicos.
O QUE SÃO ETFS: COMO INVESTIR NA BOLSA COM POUCO DINHEIRO INVESTINDO EM ÍNDICE
ETF são fundos de índice. O acrônimo vem do inglês: Exchange Trading Funds. Esses ETF são comerciados como ações. Isto é, podemos comprar ETF como se fossem ações da Vale, da Petrobras ou qualquer outra empresa.
Também veremos os ETF sendo chamados de iShares.
Se achamos que o Ibovespa vai subir como um todo, compramos a ETF BOVA11, que replica o índice e o segue com maior ou menor fidelidade. Em vez de precisarmos de R$ 80 mil e um trabalhão para comprar as ações que compõem o Ibovespa, com pouco mais de R$ 8 mil compramos 100 BOVA11. Claro, dá para comprar menos de 100, mas lembre-se de que às vezes o mercado fracionário é menos líquido e é preciso pagar um spread (diferença entre o que você gostaria de pagar, geralmente o valor de mercado, e o valor que o vendedor aceita receber).
Existem ETF de vários índices:
- BOVA11 – Baseado no Ibovespa.
- BBSD11 – BB ETF S&P Dividendos Brasil se baseia no índice que mede o desempenho das melhores ações pagadoras de dividendos no mercado brasileiro.
- XBOV11 – O CAIXA ETF Ibovespa Fundo de Índice segue o índice Bovespa antes de taxas e despesas
- IVVB11 – O S&P 500 Fundo de Investimento em Cotas de Fundo de Índice – Investimento No Exterior segue o índice S&P 500 (da Bolsa de Nova York) em reais.
- BRAX11 – Baseado no Índice Brasil (IBrX 100), que mede o retorno de um investimento em carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas.
- CSMO11 – Acompanha o retorno de um investimento em carteira teórica composta pelas ações das empresas representativas dos setores de consumo.
- ECOO11 – O iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2) Brasil Fundo de Índice tem como referência o Índice Carbono Eficiente. São empresas do índice IBX-50 que adotam práticas transparentes de eficiência de emissão de gases causadores do efeito estufa.
- SMAL11 – Baseado no índice BM&FBOVESPA Small Cap, segue carteira teórica das companhias com os menores valores de capitalização listadas na Bolsa.
- UTIP11 – Baseado no índice BM&FBOVESPA de Utilidade Pública, composta por ações das empresas representativas do setor de utilidade pública.
Existem muitos outros ETFs para quem quer aprender como investir na bolsa com pouco dinheiro: a lista completa da B3
O QUE SÃO FUNDOS DE INVESTIMENTO E COMO ELAS AJUDAM A INVESTIR NA BOLSA
Uma das dificuldades de quem quer começar a investir na bolsa de valores é como diversificar.
Se eu colocar todo o meu dinheiro em uma única ação, se essa ação cair de preço, todo o meu capital estará perdendo valor. Se eu compro duas ações, caso uma caia, a outra pode começar a subir e o risco está reduzido. Se eu faço isso com diversas ações na bolsa de valores, então, o risco está bem diluído. Inclusive, todas elas podem começar a subir dependendo da situação econômica do Brasil.
Mas, se eu comprar cem ações da Petrobras, só aí já foram R$ 2 mil. Se eu comprar 100 ações da Ambev, mais R$ 4500. Mais cem ações da Vale, mais R$ 4500… terei sorte se a essa altura meu dinheiro não tiver já acabado.
E mais: será que a minha escolha de carteira é a mais acertada?
Para solucionar isso existem os fundos de investimento. Muitos fundos de investimento são voltados para ações.
De uma maneira grosseira, podemos entende-los assim: o administrador pega o dinheiro de diversas pessoas, os investidores, e com essa “vaquinha” compra o mix de ações que, segundo a estratégia do fundo, serão os melhores.
Aí, para investir em um fundo de ações, você não precisa ter dinheiro para comprar lotes de todas as ações que os compõem, basta ter dinheiro para comprar uma cota. Essa cota tem valor variado, depende do fundo, mas é bem mais barato do que comprar as ações e dá menos trabalho, pois um especialista já fez o mix para gente.
Além das ações, o fundo de ações pode conter em seu mix uma parte de renda fixa – como títulos públicos – e até derivativos, geralmente usados como forma de proteção às oscilações mais bruscas do mercado.
O QUE SÃO CLUBES DE INVESTIMENTO
Clubes de investimento são parecidos com os fundos de ação, se entendermos os fundos de ação como uma maneira de investir na bolsa parecida com entrar em um condomínio.
Nos fundos de ação, o “condomínio” tem um administrador que decide o que fazer com os valores de acordo com uma estratégia bem fundamentada.
Nos clubes de investimento, um grupo se une e as decisões são tomadas pelo grupo em reuniões para escolher como serão alocados os valores.
Da mesma forma, cada participante tem uma ou mais cotas e seu dinheiro rende proporcionalmente.
Não são muito comuns hoje em dia porque os fundos se popularizaram e, muitas vezes, as reuniões de clubes de investimento e as decisões que delas vinham eram muito difíceis de se chegar a um consenso.
De qualquer forma, durante um bom tempo os clubes de investimento foram uma opção para pessoas que estavam tentando descobrir como investir na bolsa com pouco dinheiro.
INVESTIR DIRETO EM AÇÕES DA BOLSA COM POUCO DINHEIRO
E, por fim, resta a opção de investir diretamente em ações para quem quer saber como investir na bolsa com pouco dinheiro. Ela é simples no sentido operacional, isto é, é só comprar as benditas ações, mas pode ser complexa no sentido de escolher as ações para comprar ou mesmo ter dinheiro suficiente para comprar um lote completo de ações ou ao menos uma quantidade que dê conta das taxas envolvidas no caso de se obter lucro. E já que estamos falando de “pouco dinheiro” parece ser o caso.
Uma das opções escolhidas pelos iniciantes que querem saber como investir na bolsa de valores com pouco dinheiro é começar pelo day trade, pois permite que se opere alavancado. O que é isso? Com uma garantia de cem reais, mais ou menos, podemos operar papeis que valem até 35 mil reais. Como é isso? A corretora sabe que certo papel, geralmente minicontratos de índice ou dólar, não vão apresentar variações maiores do que esses R$ 100 em um único pregão. Então, desde que seja por um único pregão, a corretora “empresta” o minicontrato para o investidor. Aliás, investidor não é o termo certo. O termo certo é trader.
Claro que fazer day trade é uma especialidade. E, se você começar por esse tempo operacional, é melhor ter muito cuidado e não colocar toda a alavancagem possível nas operações ou você pode ficar sem dinheiro muito rápido e sair do jogo.
8. RISCOS DO MERCADO DE AÇÕES E DA BOLSA E COMO EVITÁ-LOS AO INVESTIR
Como investir na bolsa oferece lucros maiores é de se esperar que também ofereça riscos maiores.
Porém, como todos os riscos, eles podem ser contornados desde que conhecidos.
Por exemplo, você quer saltar de paraquedas. O maior risco é o paraquedas não abrir e você virar purê, no chão. A forma MAIS eficiente de evitar esse risco é: não salta de paraquedas.
Mas aí, você também estará evitando os prazeres de se saltar de paraquedas, seja lá quais forem (não saio de veículos em movimento).
Com a bolsa de valores é a mesma coisa. Se vamos entrar na bolsa de valores, é melhor que seja conhecendo os riscos.
Os maiores são: risco de mercado e risco de liquidez.
- Risco de mercado: ao comprar uma ação ou outro tipo de ativo, pode ser que ele comece a desvalorizar. Estaremos perdendo dinheiro. Para evitar esse risco, devemos ter critérios ao escolher uma ação para comprar. E também devemos ter um gerenciamento de risco, sabendo quanto de nosso dinheiro estaremos colocando em jogo nesse ativo e quanto aceitamos perder dessa parcela de capital se a operação der errado.
- Risco de liquidez: agora imagine você, como alguém que começou a investir na bolsa, está perdendo 1% de seu capital em uma operação de compra em determinada ação. Segundo seu gerenciamento de risco, isso é demais. É preciso vender! Mas ninguém quer comprar naquele preço. Ou simplesmente ninguém está negociando. É falta de liquidez. A melhor forma de evitar esse risco é comprar ações que, naturalmente, tem muitos negócios sendo realizados. Uma dica é escolher ações que já estejam no Índice Bovespa, cujo critério é justamente compor com ações que sejam responsáveis por pelo menos 80% dos negócios da bolsa de valores.
Quando estiver pesquisando como investir na bolsa, sugiro que, de início, foque nestes dois riscos e, a partir daí, aprenda tudo sobre gerenciamento de risco.
9. DÁ PARA GANHAR QUANTO E COMO AO INVESTIR NA BOLSA?
Quando começamos a estudar como investir na bolsa, esse é um dos nossos principais interesses: afinal, quanto dá para tirar disso aí?
Bolsa de valores é renda variável. Se soubéssemos quando iríamos ganhar se chamaria de renda fixa.
Na bolsa de valores, o quanto você vai ganhar depende do conhecimento, inteligência, controle emocional e gerenciamento de risco de quem vai investir. E até de um pouquinho de sorte: porém quanto mais dos outros elementos iniciais tivermos envolvidos menos dependeremos da sorte.
Enquanto estiver pesquisando sobre como investir na bolsa, vai encontrar relatos de grandes investidores que fizeram 20%, 30%, 40% ou até mais ao ano e durante muitos anos, ficando bilionários. Tome esses investidores como modelos e como possibilidades, mas não como a média.
Ao investir na bolsa de valores estamos nos sujeitando inclusive a perder o dinheiro investido.
Inclusive é bom saber: mais de 90% das pessoas que começam a investir na bolsa saem do mercado em menos de um ano. Com perdas e até prejuízos debilitantes.
Então, não dá para saber quanto vamos ganhar na bolsa de valores. De início, é bom se preocupar em não perder demais. E, mais adiante, se pudermos faze, ao menos, um pouco mais do que na renda fixa já será um bom começo.
10. COMO INVESTIR NA BOLSA COM MÉTODO: ANÁLISE FUNDAMENTALISTA E ANÁLISE TÉCNICA
Para saber como investir na bolsa de valores é preciso ter método. Existem duas correntes principais que ajudam a decidir quais ações comprar ou vender: a análise fundamentalista e a análise técnica.
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
A análise fundamentalista basicamente (muito basicamente) pretende estudar os fundamentos de uma empresa e comparar o resultado desse estudo com o preço das ações. Se a empresa vale mais do que sugerem suas ações, significa que as ações estão baratas, então é bom comprar. Se as ações estão mais caras do que deveriam segundo o valor sugerido pela análise fundamentalista, então é melhor não comprar ou, então, se as ações estiverem em carteira, vender.
A análise fundamentalista é frequentemente usada por investidores propriamente ditos, que acreditam em ações no longo prazo. Teremos muitos exemplos de investidores famosos que adotam essa postura buscando pechinchas ou usando a metodologia que – você vai descobrir, enquanto pesquisa como investir na bolsa – se chama “value Investing”.
Algumas informações observadas pelos analistas fundamentalistas: a receita da empresa (caindo ou subindo?), se existe lucro, como está a posição da empresa em relação a seus concorrentes e a situação das dívidas. Todas essas informações são fornecidas pelas próprias empresas em balanços patrimoniais e em balanços periódicos, geralmente trimestrais.
ANÁLISE TÉCNICA
Gosto de entender a análise técnica como uma pesquisa de opinião. Diferentemente do Ibope, as opiniões são dadas em tempo real, elas dizem respeito a se o preço de um ativo deve cair ou subir e são emitidas através de dinheiro, ou seja, as pessoas e instituições que estão dando essa “opinião” estão pagando por ela, de alguma forma. É coisa muito séria, portanto.
Se eu vendo, é porque a opinião é de que o preço vai cair. Se eu compro, é porque a opinião é de que o preço vai subir.
Essa opinião é lida através dos gráficos, do comportamento do preço ao longo do tempo.
O analista técnico observa o gráfico de um ativo e consegue dizer – em alguns momentos – a coisa mais provável que uma cotação fará a seguir. Note que usei a palavra provável: quer dizer, não é possível dizer com certeza o que o mercado faz, embora estatisticamente existam possibilidades maiores de que faça isso ou aquilo em determinados contextos.
Além de observar o preço no gráfico, se deslocando no tempo, o analista técnico lançará mão de indicadores, como as médias móveis (que mostram o preço de fechamento médio em determinado número de períodos de um ativo) e outros mais complexos, como o IFR, o MACD, as Bandas de Bollinger… a lista é enorme. Existem centenas de indicadores que um analista técnico pode usar com maior ou menor sucesso.
Mas existe um problema com a análise técnica clássica. Embora até existam traders que a utilizem com sucesso, ela está sempre olhando para os efeitos do deslocamento dos preços e quase nunca para a causa desse deslocamento. Consequentemente, o analista técnico quase sempre está dirigindo enquanto olha para o retrovisor, tentando adivinhar quando será a próxima curva.
11. COMO INVESTIR NA BOLSA E GANHAR: TEM QUE TER ESTRATÉGIA
Quando estamos descobrindo como investir na bolsa, costumamos, assim, ficar encantados com a análise técnica.
Assim, alguém nos diz que quando o preço se afasta de uma média móvel, a tendência é que ele volte, portanto, se ele estiver muito longe, acima da média móvel, é uma excelente ideia vender. Ou, se a tendência é de alta, e ele estiver exatamente sobre a média móvel, é melhor comprar, porque inevitavelmente vai começar a se afastar.
Seria ótimo que o mercado fosse tão simples assim: seria o mesmo que ter uma luzinha que acende no nosso computador quando é hora de comprar e outra que pisca quando é hora de vender. O mercado seria uma maquininha de fazer dinheiro para gente.
Acontece que cada situação da bolsa de valores é diferente.
Mais prudente seria que tivéssemos as ferramentas teóricas e o arsenal de indicadores corretos para ler o mercado, isso mesmo, ter uma leitura da bolsa de valores, e assim agir de acordo com essa leitura: comprando, vendendo ou não fazendo nada.
Infelizmente, a análise técnica clássica não nos dá essa leitura, pois se foca nos efeitos.
O Raio X Preditivo, uma evolução da análise técnica, dá a leitura das causas, aquelas situações que fazem o preço se mover nesta ou naquela direção através do elemento que denuncia a atuação dos grandes investidores institucionais, aqueles players que precisam montar posições gigantescas e precisam que o preço esteja em determinada faixa.
- Aprenda a como investir na bolsa, conheça esse método surpreendente para operar na Bolsa de Valores.
12. COMO COMEÇAR NA BOLSA: PASSO A PASSO PARA INICIAR AGORA MESMO
Quero apresentar aqui um passo a passo bem rápido e simples sobre como começar a investir na bolsa de valores:
- Resolva sua situação financeira: de nada adianta ter lucros na bolsa de valores se você tiver dívidas cujos juros são superiores.
- Abra a conta em uma corretora.
- Transfira os valores que pretende usar.
- Faça um curso que te ensine um método que de fato funcione e que te forneça ferramentas focadas na causa dos movimentos e não somente no efeito.
- Já pode começar a investir na bolsa de valores.
É simples assim? Sim. É simples demais.
13. ABRINDO CONTA EM UMA CORRETORA: COMO ESCOLHER A SUA CORRETORA E COMO ME CADASTRO NA CORRETORA DA BOLSA?
Claro que escolher baseando-se em preços de taxas da bolsa de valores é uma boa ideia, mas também observe detalhes como: serviços, cursos, taxas em renda fixa, se a corretora oferece cursos. Faça uma pesquisa. Na internet, facilmente descobrimos as corretoras realmente boas e as que podem dar problemas. E, claro, veja se ela é credenciada na B3.
Abrir uma conta na corretora, atualmente, é muito fácil.
Basta entrar no site, preencher um formulário com seus dados pessoais, de contato e bancários e em cerca de meia hora, talvez um pouco mais, a sua conta estará aberta. No máximo será pedido o envio via e-mail (ou outro meio) de cópias dos documentos. Aí é só transferir o dinheiro e começar.
14. É OBRIGATÓRIO TER UM AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTO (AAI)?
O agente autônomo de investimento é o profissional que faz o meio de campo entre você e a corretora. É tudo o que a gente esperava que o gerente do banco fosse pra gente, mas não é. O agente autônomo de investimento cresce na medida que os seus clientes crescem. Então ele não vai empurrar um produto de investimento só porque tem que cumprir uma meta, mas porque ele realmente vai representar lucro para o investidor. Já o gerente do seu banco, embora não seja má pessoa, é obrigado a empurrar apenas os produtos do próprio banco. Até título de capitalização eles são capazes de tentar vender. Nesse sentido, não só é obrigatório ter um agente autônomo de investimento como é indicado e um direito seu ter um.
- Aprenda a como investir na bolsa, conheça esse método surpreendente para operar na Bolsa de Valores.
15. QUAIS AS TAXAS E IMPOSTOS DA BOLSA?
Enquanto pesquisamos como investir na bolsa de valores, precisamos saber que, na bolsa, sempre há taxas. Algumas corretoras aliviam as taxas de alguns investimentos de renda fixa (como o tesouro direto) para atrair, aos poucos, os novos investidores para a bolsa. E, ainda assim, conseguem fazer taxas bem enxutas para trazer mais e mais pessoas para investir na bolsa.
As taxas da bolsa de valores são as seguintes:
- Abrir e ter conta na corretora de valores: não tem custo nenhum. Não tem mensalidade. Não tem valor mínimo de manutenção.
- Taxa de corretagem: É um valor que cada corretora de valores cobra por ordem executada. Varia de corretora para corretora, mas pode ficar entre entre R$ 8 e R$ 10.
- ISS: Uma pequena porcentagem cobrada pela prefeitura de São Paulo sobre a corretagem, pois a corretora está prestando um serviço na bolsa de valores, que fica em São Paulo
- Emolumentos e liquidação: cobradas pela bolsa por ordem e trata-se 0,0325% sobre o valor negociado
- Custódia: custo cobrado pela corretora para manter as ações compradas durante o tempo em que elas estiverem em carteira.
- Imposto de renda: só incide se houver lucro. Em operações que duram mais de um dia, só incide nos meses em que as vendas suplantaram o valor de R$ 20 mil, nesse caso, a alíquota é de 15% sobre o lucro. Em operações que duram menos de um dia (day trade) incide 20% sobre o lucro e os meses anteriores em que houve prejuízo podem ser abatidos dos meses posteriores com lucro.
Leia o nosso artigo sobre Imposto de Renda na Bolsa de Valores: Clique Aqui!
16. CONCLUSÃO
A bolsa de valores é um recurso válido e valioso para quem quer diversificar os seus rendimentos.
Atualmente, é bem mais simples de começar a investir na bolsa do que há pouco mais de uma década. Podemos fazer isso de casa, a partir de um computador conectado à internet.
No entanto, os novos investidores devem tomar conhecimento de todos os riscos a que estarão expostos: precisam, assim, não expor todo o seu capital ao mercado mobiliário e, mesmo aquela parcela que ficar exposta, deve estar protegida com estratégias que vão da diversificação a um rigoroso gerenciamento de risco, tudo resguardado sob uma sólida estratégia.
A bolsa de valores só deve ser, assim, encarada por pessoas dispostas a assumir responsabilidades plenamente e não para aqueles que pretendem se aventurar e culpar terceiros por eventuais fracassos.
Observando-se isso, o mais certo é que, no longo prazo, o cenário seja – ao contrário, de sucesso.
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