Investir em dólar: tudo para começar com o pé direito e aumentar as chances de lucro (não comece sem ler isto antes)
No último artigo, vimos as diversas formas de se investir em dólar, suas vantagens, riscos, desvantagens e mecanismos. (LEIA CLICANDO AQUI)
Neste segundo artigo, veremos como investir em dólar na prática – como começar, custos, taxas, impostos, potencial de lucro – e como saber o momento de comprar e vender mais acertadamente.
Você verá que é muito simples investir em dólar no Brasil, é possível obter lucros através de uma leitura correta do mercado e que os riscos podem ser superados.
Eis alguns dos tópicos que leremos:
- Quem Deve Investir em Dólar
- Riscos de investir em dólar
- Quando comprar? Quando vender?
- Custos e Taxas
- Diferenças do Dólar
- Como a influência dos investidores estrangeiros pode influenciar em oscilações
- Vale a pena investir em dólar?
- Saiba como investir em dólar no Brasil
- Conclusão
1. QUEM DEVE INVESTIR EM DÓLAR
Investir em dólar não é para quem é avesso aos riscos, isso é certo. Mas também não é pra quem aceita riscos sem medi-los.
Do ponto de vista de prazos, existem duas maneiras de se investir em dólar:
- Investir em prazos maiores: que vão do médio ao longo: para se proteger de variações cambiais no caso de termos dívidas na moeda estrangeira ou sermos obrigados a periodicamente comprar produtos e pagar em dólar (caso de importadores).
- Investir em prazos curtos: visando as variações cambiais a que a moeda está exposta diariamente. Particularmente no day trade, a alavancagem pode chegar a 300 vezes. O que ao mesmo tempo torna esse tipo de operação acessível a todos os bolsos, embora a técnica envolvida exija uma boa dose de conhecimento de qualidade.
2. RISCOS DE INVESTIR EM DÓLAR
Como já foi abordado no artigo anterior, sim, investir em dólar tem riscos.
Vejamos alguns deles:
Variação do preço da cotação
O preço do dólar varia diariamente. E nem sempre para cima. Se compramos dólar e, por acaso, ele dá aquela oscilada pra baixo, em princípio perdemos dinheiro.
A não ser que o nosso objetivo seja fazer hedge: aí nosso objetivo não é ganhar dinheiro; nosso objetivo, aliás, não é nem ganhar nem perder e sim manter a paridade entre o preço de um produto cotado em dólar e o capital – em real – que possuímos.
Volatilidade
Existem momentos em que o dólar está mais exposto às oscilações e, nesses casos, pode oscilar e muito tanto para cima quanto para baixo.
Acontecimentos importantes da política e da economia internacional e nacional, por exemplo, podem ter forte influência sobre a cotação da moeda.
Lembre-se que, no início da década o dólar estava em R$ 1,60 apenas e hoje está em R$ 3,70. E já chegou a R$ 4 em algum momento, nesse meio tempo.
E a liquidez?
O dólar em todas as suas vertentes tem grande liquidez. Dificilmente haverá uma situação em que vamos querer montar uma posição em dólar ou se desfazer de uma e não teremos um comprador ou um vendedor.
Talvez num fundo cambial, poderemos ter esse risco, se a liquidação das cotas acontecer depois de um período mais longo como D+30 ou D+60.
3. QUANDO COMPRAR? QUANDO VENDER?
Ao investir em dólar a fim de fazer hedge (proteção), compramos e vendemos de acordo com a nossa necessidade e de acordo com as datas de nossas transações. Meu negócio não é dólar: mas seja lá qual for o produto que eu esteja comprando com o objetivo de vender no mercado interno.
Já se meu objetivo é investir em dólar na intenção de ganha com a variação positiva ou negativa da moeda, no curto prazo, uma ferramenta preciosa é a análise técnica.
A análise técnica observa os gráficos a fim de estimar qual será o movimento mais provável da cotação de um ativo. Não tem nada de mágico: é basicamente estatística, derivada da flutuação dos preços ao longo do tempo, com o contraste do volume de negócios em cada nível.
Porém, existem várias metodologias de análise técnica, diferentes indicadores, diferentes leituras dos padrões e diferentes maneiras de entrar e definir pontos de saída, seja no prejuízo ou no lucro.
O problema da velha Análise Técnica
Um dos grandes problemas da maioria das metodologias de análise técnica é que, ao observar os gráficos, estão lendo os “efeitos”, olhando em direção ao passado. Nem sempre o que acontece no passado implica num acontecimento futuro necessariamente.
O ideal é um tipo de análise do gráfico que permita a observação das causas. Sabendo das causas prováveis de movimentos importantes, podemos estimar com mais precisão e maior frequência de acerto os efeitos mais prováveis e, assim, potencializar nossos lucros.
O Raio X Preditivo é a ferramenta que dá essa leitura de mercado, preparando o trader não a situações específicas, mas a qualquer situação, dando a ele o entendimento do que de fato está acontecendo com um ativo, seja esse ativo uma ação ou então um minicontrato futuro de dólar (no caso, um derivativo).
4. CUSTOS E TAXAS DE INVESTIR EM DÓLAR
Os custos e taxas para se investir em dólar varia de caso a caso:
- Papel moeda: além de pagar a diferença entre as cotações de compra e venda (spread), existe o IOF, o que aumenta ainda mais os custos dessa operação.
- Fundo cambial: além da taxa de administração do fundo, há a taxa de performance (uma porcentagem sobre tudo o que ultrapassar o objetivo do fundo) e imposto de renda.
- Mercado futuro: taxa de corretagem, taxa de custódia, taxa de liquidação e emolumentos, ISS e Imposto de Renda (20% em day trade e 15% em posições); não se assuste com o número de taxas, pois mesmo somadas elas não podem e não devem comprometer o lucro desde que a estratégia de investir em dólar seja boa.
5. DIFERENÇAS DO DÓLAR
Todos nós já ouvimos falar de diferentes tipos de dólar. Alguns são para investir e outros não. Vamos ver a diferença entre alguns deles.
Desde 2005, o Conselho Monetário Nacional unificou o câmbio comercial – ou “mercado de câmbio de taxas livres – e o câmbio turismo – ou mercado de câmbio de taxas flutuantes.
Porém, o dólar comercial e o dólar turismo continuam a ser termos amplamente utilizados e vale a pena entender o que cada um é exatamente.
Comercial
O câmbio do dólar comercial é definido mais ou menos livremente pelas empresas importadoras e exportadoras e as grandes instituições financeiras, que em suas negociações acabam achando o valor mais justo para a moeda naquele momento.
Mais ou menos livremente porque o Banco Central pode vir a intervir de acordo com os interesses econômicos do país, comprando ou vendendo dólares em grande volume.
Turismo
É a cotação do dólar que compramos nas casas de câmbio, basicamente, aquele que usamos para comprar passagens e para fazer gastos no exterior no cartão de crédito.
A cotação do dólar comercial sempre será mais cara do que a do dólar comercial. E, para venda, mais barata.
Futuro
Sempre que ouvir falar de dólar futuro, a partir de agora você já pode pensar em contratos futuros de dólar ou minicontratos futuros de dólar.
Já aprendemos do que se trata nos tópicos anteriores, mas lembre-se que a cotação de ambos é dada em pontos, equivalentes em reais a mil dólares.
À Vista
Usado principalmente por empresas que estão fechando negócio em dólar, usando a bolsa de valores para registrar a negociação. Os códigos do dólar à vista são USDP0000, USDP0001 e USDP0002, sendo negociados em lotes de US$ 50 mil.
Com o dólar à vista, através da estrutura da bolsa, instituições financeiras diferentes podem intercambiar grandes volumes de dinheiro.
Paralelo
Cotação usada por doleiros, contrabandistas e afins: não aplicável a quem quer investir em dólar com honestidade.
6. COMO A INFLUENCIA DOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS PODE INFLUENCIAR EM OSCILAÇÕES
Quando dizemos que grandes investidores estrangeiros podem influenciar a cotação de ações e de moedas em um país, não estamos de brincadeira.
É assombroso.
Estima-se que quarenta e três mil empresas – de um universo de milhões -, sozinhas, representam a economia do planeta, pela sua importância e capital.
Destas 43 mil, mil e trezentas controlam todas as outras.
Mas, afunilando um pouco mais, 120 controlam 40% – quase metade, portanto – de todas as outras.
Isso mesmo, 120 empresas apenas controlam quase metade da economia de todo o planeta.
E, dessas 120, estima-se que metade tem forte atuação nas bolsas de valores do mundo, inclusive no Brasil: JP Morgan, Deutsche Bank, Petrochina, Exxonmobil, entre outras.
São empresas que, quando precisam montar uma posição em contratos e minicontratos ou ações, não compram apenas mil papeis, mas dezenas de milhares.
Uma demanda assim, pode segurar uma cotação, fazer ela explodir para cima ou fazer ela cair vertiginosamente, de acordo com a posição da companhia, se comprada ou vendida.
As companhias não contam apenas com grande capacidade financeira, capaz de movimentar as bolsas a seu bel prazer, mas também o poder econômico garante as mentes mais poderosas e os computadores e softwares mais poderosos para operar de modo automatizado nos mercados.
Então, é muito importante saber detectar as pistas que essas 60 grandes empresas com importante atuação nas bolsas de valores deixam ao se mexer: com seus robôs de alta frequência elas tentam esconder seus movimentos, mas, acredite, com o Raio X Preditivo é possível rastrear essas pegadas.
7. VALE A PENA INVESTIR EM DÓLAR?
Do ponto de vista da remuneração do dinheiro, não faz tanto sentido pensar em “investir” em dólar, no sentido estrito da palavra.
Quem compra dólar no longo prazo, seja através de contratos, minicontratos, fundos cambiais ou outra modalidade está pensando mais em garantir que não será prejudicado caso o dólar caia ou suba demais em relação do real.
Ganhar dinheiro em cima do dólar, no entanto, é possível através do curto e curtíssimo prazo, fazendo-se day trade com os minicontratos de dólar, derivativo de grande liquidez e sujeito a uma boa leitura gráfica.
Claro, embora esta modalidade seja muito acessível aos iniciantes em termos de recurso, ela também é um modo de operar que exige um conhecimento mais apurado, uma boa orientação e uma certa dose de preparo emocional e psicológico.
8. SAIBA COMO INVESTIR EM DÓLAR NO BRASIL
Para investir em dólar adequadamente é necessário, em primeiro lugar, abrir uma conta em uma corretora de valores.
É ela que dará acesso tanto a um fundo cambial, para quem precisa de prazos mais alongados, como aos contratos e aos minicontratos de dólar, tanto para prazos maiores quanto para os trades de curto e curtíssimo prazo.
O processo é simples e, possivelmente, mais fácil do que abrir uma conta em um banco. É tudo feito através da internet.
A partir daí, basta transferir os recursos via TED e começar a investir.
Alguns bancos oferecem fundos cambiais, mas as taxas dos bancos costumam ser maiores e eles só podem oferecer os seus próprios produtos.
A corretora, por sua vez, pode oferecer fundos de diversas instituições financeiras. Além disso, ao abrir conta em uma corretora de valores, automaticamente você terá o acompanhamento de um agente autônomo de investimento, que saberá indicar o fundo que é mais vantajoso para você.
E, no caso de se querer fazer trades de curto prazo com minicontratos de dólar, ele saberá indicar onde conseguir os melhores conhecimentos para entrar nessa empreitada com o pé direito, com menos riscos e maior potencial de lucro.
9. CONCLUSÃO
Como vimos, investir em dólar não é para qualquer um.
Por um lado, no longo prazo, será ou para quem entende muito do mercado de câmbio e aceita seus riscos ou para aqueles cujo investimento está ligado a importação e exportação e, assim, o investimento em dólar é tão somente uma proteção a seu negócio e não um fim em si.
Para tanto, essas pessoas lançam mão tanto de fundos cambiais quanto de contratos e minicontratos de dólar.
No curto prazo, envolve a negociação de contratos e minicontratos de dólar. O day trade nesses papeis permite que eu use valores bem inferiores a seu real custo (US$ 50 mil e US$ 10 mil respectivamente), a chamada margem de garantia.
Algumas corretoras oferecem uma margem de apenas R$ 70 por contrato, o que torna a modalidade muito atraente para os iniciantes que, assim, sonham em multiplicar rapidamente seu capital.
No entanto, fazer day trade é mais difícil do que parece e mais desafiador na prática do que é acessível.
Portanto, investir em dólar dessa maneira só é viável e lucrativo de fato depois de uma preparação adequada e após a aquisição de sólido conhecimento, necessário para uma leitura correta e com maior probabilidade de acerto dos gráficos.
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