Se você acredita mesmo que ao alocar seu dinheiro na bolsa de valores, você está investindo, não poderia estar mais enganado!
Tivemos um aumento incrível de pessoas físicas na bolsa de valores nos últimos dois anos. Saímos de praticamente 500 mil pessoas físicas que estão na B3 para mais de 3 milhões entre 2018 e 2020. E esse número continua crescendo. Sim, bolsa pode ser investimento, mas se essas pessoas não entenderem o caráter altamente especulativo desse ambiente continuarão entrando na bolsa nos momentos errados, tanto nos momentos errados de suas vidas como no momento errado da história da evolução da bolsa
Primeiro, vamos ver alguns dos motivos que trouxeram tantas pessoas para a bolsa de valores no Brasil.
- Facilidade cada vez maior de abrir uma conta na corretora de valores: é grátis, não tem taxas – nem de manutenção, nem de abertura, nem saldo mínimo. Além disso, dá para fazer esse processo usando apenas um celular, tendo uma conta corrente em qualquer banco.
- Campanhas cada vez mais agressivas das corretoras, no sentido de atrair clientes a todo custo
- A grande euforia pela qual o mercado passou no momento desse crescimento de “investidores”. Esse seria o principal e certamente o mais pernicioso dos motivos
Recentemente, tivemos alguns fatos que determinaram essa euforia:
- Promessa de um governo menos intervencionista na economia
- O atingimento dos “mágicos” 100 mil pontos do Ibovespa, o índice que dá a temperatura da B3
- A promessa de reformas fiscais, previdenciárias e administrativas no País
- E, naturalmente, e não menos importante, o efeito manada
E, com isso, cerca de 1,5 milhão de pessoas entraram na bolsa de valores, comprando ações das mais variadas empresas. Isso aos 90 mil pontos do Ibovespa. Alguns aos 100 mil pontos. Os mais infelizes entraram perto dos 120 mil pontos.
O resto da história você conhece: vem a pandemia e derruba os preços de todos os ativos e o Ibovespa cai para perto de 60 mil pontos, perdendo em poucas semanas 50% de seu valor. Isso quer dizer que boa parte desses novos “investidores” perderam quase metade do que “investiram”.
E o mais triste é que eles, desesperados, vendem suas ações e outros ativos justamente quando eles estão no fundo, pouco antes de voltar a subir.
Esses mais de um milhão de “investidores” são isso: bucha de canhão para os movimentos especulativos, dando parte da liquidez de que os grandes players necessitam (os grandes players precisam de muita liquidez para poder comprar e poder vender em grande quantidade).
O que provocou a queda depois de a bolsa chegar a seu mais recente topo foi a pandemia. Mas poderia ser qualquer outro motivo. A pandemia só foi uma excelente desculpa para fazer o preço das ações caírem a valores muito baratos e dar a possibilidade de quem comanda o mercado a valores incrivelmente baixos e em grande quantidade. Tinha quase 2 milhões de bois de piranha vendendo ações a qualquer preço, desesperados, tudo para não perder ainda mais…
E o que aconteceu depois da grande queda? Isso mesmo. Os preços voltaram a subir. Algumas ações recuperaram todo o seu valor. Outras, ultrapassaram os patamares anteriores. Podemos citar, por exemplo, o Magazine Luiza (MGLU3).
O que queremos dizer neste artigo, no entanto, não é que a bolsa de valores não possa ser investimento. Certamente há pessoas físicas que se dão bem com esse mindset aplicado à bolsa de valores.
No entanto, o importante é não deixar de lado o caráter especulativo do mercado.
Quando tem tanta gente que nunca antes tinha falado de bolsa tagarelando sobre ela e sobre como ela é maravilhosa, muitos entrando no mercado…. talvez seja o momento de deixar as barbas de molho. Quando todos estão desesperados, talvez esse sim seja o momento de entrar…
E, o mais importante, isso serve para qualquer período: seja se você vai comprar ações para ficar dois minutos (ser um trader) com elas ou se vai comprar se vai ficar 30 anos (ser um investidor).
Se no curtíssimo prazo ter essa leitura nos dá oportunidade de excelentes trades, no investimento ela nos dá o melhor momento de entrar em papéis de empresas de qualidade.
Daqui a 20 anos, ainda que o sujeito que tenha comprado R$ 100 mil em ações no começo de 2020, como o Ibovespa a 120 mil pontos jamais terá o mesmo que o sujeito que comprou as exatas mesmas ações a 60 mil pontos no final de março deste mesmo ano.
O ponto chave entre esses dois comportamentos é ter uma leitura especulativa do mercado, mesmo se sua intenção é investir na bolsa, baseando-se em fundamentos, longo prazo, buy and hold e tudo o mais.
Claro, podemos fazer uma interpretação psicológica do mercado. Depois que aconteceu, ficou óbvia a euforia dos pequenos investidores antes de março e seu desespero depois desse mês. Porém, se estivéssemos olhando o volume do topo e o volume do fundo formado entre final de março e começo de abril, perceberíamos isso nos números, objetivamente, sem interpretações.
É esse tipo de leitura que os conceitos do Raio X Preditivo dão. E eles funcionam tanto para traders que farão day trade por tempos tão curtos quanto um ou dois minutos e para investidores que pretendem ficar com as ações para o resto da vida, comprando sempre mais.
Se você quer comprar as ações, segurar, e comprar mais e mais durante a sua vida e nunca mais vender, faça isso nos momentos certos, junto com os institucionais, com os big players. É isso o que o Raio X Preditivo oferece.