A Análise Técnica velha e a Nova Análise Técnica: você prefere ler o passado ou ler o futuro? (Neste artigo você vai começar a aprender os fundamentos de algo que poderá mudar completamente seu jeito de operar na bolsa de valores)
A Análise Técnica Clássica, como vimos no artigo anterior, se volta ao passado dos ativos, isto é, aos efeitos: a movimentação dos preços, quando testemunhada no sobe e desce dos gráficos, é mera consequência de efeitos que, se detectados com antecedência, são muito mais úteis na entrada em trades e posições vencedoras.
Entenda de uma vez por todas que análise técnica não é receita de bolo.
As pessoas me perguntam qual padrão gráfico é mais forte e eu respondo: essa pergunta está errada!
A pergunta certa seria: Qual padrão da análise técnica eu devo usar em qual momento?
Em princípio, a Análise Técnica parece um jogo de adivinhação em que os traders, através de misteriosos desenhos e padrões no gráfico de um ativo, tentam prever o futuro do preço. Não é.
Existem fundamentações estatísticas, de causas e efeitos, e até mesmo psicológicas por trás da teoria que embasa a Análise Técnica.
Veja o vídeo abaixo, onde explico por meio de um comparativo entre a Análise técnica e um jogo de tênis, o porque não ela não é uma receita de bolo.
Neste artigo, vamos começar nossa jornada ao entendimento do que é a Nova Análise Técnica e em como ela pode nos ajudar nesse sentido.
Para isso, continuaremos a ver alguns conceitos da Análise Técnica Clássica e em como eles se contrapõem aos conceitos da Nova Análise Técnica. Claro que, embora correto, sob esse ponto de vista, trata-se apenas dos passos iniciais de tudo o que é ensinado no curso Raio X Preditivo.
- Gráficos da Análise Técnica
- Para a Análise Técnica, os Candles significam o quê
- Topos e Fundos: as bases da Análise Técnica
- Suportes e Resistências
- Candle de reversão
- Candle de força
- Linhas de Tendência
- Exemplos de indicadores e osciladores da Análise Técnica
- Stops
- Gaps
- Conclusão sobre a Análise Técnica
1. GRÁFICOS DA ANÁLISE TÉCNICA
Para poder interagir com a leitura do mercado, precisamos ter acesso aos gráficos.
Há alguns anos, o recurso dos pequenos investidores era assinar algum site gratuito ou pago pra poder visualizar e analisar os gráficos e aplicar seus conhecimentos de Análise Técnica.
Porém, no objetivo de comprar e vender, era preciso usar o home broker, espécie de internet banking da bolsa de valores.
Por mais recursos que os home brokers tivessem, ainda assim era mais difícil analisar os gráficos dos papeis em um ambiente e fazer as operações em outro.
Agora as coisas mudaram.
Plataformas gráficas
Agora as corretoras de valores todas oferecem diversas plataformas gráficas. Nelas é possível visualizar os gráficos, plotar indicadores, osciladores, médias e outros estudos e, no mesmo ambiente, realizar as operações.
Nas plataformas gráficas de negociação, vemos os níveis de preço: aqueles que compramos e aqueles em que pretendemos vender, seja com lucro, seja com prejuízo.
2. PARA A ANÁLISE TÉCNICA, OS CANDLES SIGNIFICAM O QUÊ?
Os candles – do inglês “velas” – representam o que aconteceu com o preço de um ativo ao longo de um período: se o gráfico é dos minutos, cada candle representa um minuto. Se é o gráfico diário, cada candle representa o anual.
A primeira informação que temos ao observar um candle é se o preço caiu ou subiu naquele período. Candles vazados ou verdes são de alta. Candles escuros ou vermelhos são de baixa.
Se é de alta, entendemos que o preço de abertura daquele período é o nível mais baixo do corpo do candle e o de fechamento o mais alto. Se é de baixa, entendemos que é o nível mais alto é o preço de abertura e o mais baixo, o de fechamento.
Os pavios, aquelas linhas que superam a parte de cima e a parte de baixo dos candles indicam os preços máximos e os mínimos atingidos naquele período.
Então, um candle nos dá sempre cinco informações: se ele é de alta ou de baixa, preço de abertura, preço de fechamento, preço máximo e preço mínimo.
3. TOPOS E FUNDOS: BASES DA ANÁLISE TÉCNICA
Vamos notar que todos os gráficos da bolsa de valores trazem um ziguezague sempre da esquerda pra a direita. Estes ziguezagues, em seus vértices, nos apresentam topos e fundos.
Os topos e fundos, para a Análise Técnica são bem importantes: topos e fundos ascendentes nos dão a tendência de alta.
Topos e fundos descendentes nos dão a tendência de baixa. Se eles não sobem e nem descem, estamos num momento de lateralização.
4. SUPORTES E RESISTÊNCIAS
Suportes e resistências são conceitos bem importantes pra Análise Técnica.
Suportes são patamares nos quais o preço tem dificuldade de descer ainda mais. Ele bate ali e volta a subir.
Resistências são patamares nos quais o preço tem dificuldade de subir além. Sempre que chega nesse ponto, o preço volta a cair.
Para a Análise Técnica Clássica, sempre que suportes e resistências são rompidos, isso significa continuidade de movimento. Isto é, o rompimento de um suporte significa que o preço vai cair mais. E o rompimento de resistências significa que o preço vai subir ainda mais.
Para a Nova Análise Técnica, como a apresentada pelo Raio X Preditivo, sabemos que não é bem assim. Rompimentos, na verdade, podem ser armadilhas de topo ou de fundo, preparadas pelos Grandes Investidores Institucionais a fim de induzir a entrada no sentido contrário do próximo movimento ou a saída precipitada de quem apostava na reversão da tendência.
5. CANDLE DE REVERSÃO
Com o tempo você vai descobrir que os candles, no seu conjunto, formam o que chamamos de candlesticks.
Alguns deles indicam que um movimento de alta ou de baixa pode estar no fim e que vão se transformar em movimentos de baixa e de alta respectivamente.
Vou dar um exemplo, a fim de não nos alongarmos demais nesse tema que é bem específico.
- Bebê abandonado: depois de um movimento de baixa intenso, normalmente marcado por um longo candle baixista, surge, no período seguinte, um candle sem corpo ou quase sem corpo. Além disso há um gap entre o primeiro e o segundo candle, incluindo os pavios. A seguir, há um terceiro candle, que abre com um gap, superior ao “bebê” e de alta. Realmente, o candle do meio parece estar abandonado entre os outros dois, de sentidos contrários. É considerado um candlesticks de alta confiabilidade de que a tendência vai se inverter, mas é bem raro.
Sim, quase todos os candlesticks têm nomes esquisitos. Este, acima, é apenas um exemplo de dezenas.
6. CANDLE DE FORÇA
Candles de força são aqueles que indicam que a tendência deve se manter por mais um tempo além da sua ocorrência.
Os candles de força geralmente terão um grande corpo e “pavios” pequenos ou inexistentes. Isso demonstra que a direção do movimento teve grande convicção naquele período do candle (minuto, dia, semana) a ponto de o fechamento ter sido muito próximo do preço máximo ou, até mesmo, o fechamento ter sido o preço máximo.
7. LINHAS DE TENDÊNCIA
As linhas de tendência podem ser traçadas unindo os fundos ascendentes, no caso de um movimento de alta, ou os topos descendentes, no caso dos movimentos de baixa.
Linha de Tendência de Alta (Bullish)
Não é incomum, em um movimento de alta, que diversos fundos possam ser ligados com maior ou menor precisão por uma única linha reta ascendente.
Sempre que o preço volta a tocar nessa linha, que forma uma espécie de suporte para o movimento, espera-se que o preço faça nova perna de alta. Caso a linha seja ultrapassada pra baixo, acredita-se que esse pode ser um sinal de queda.
Linha de Tendência de Baixa (Bearish)
Nos movimentos de baixa, é possível unir diversos dos topos de formados pelo ziguezague dos preços. Em tendência consistente, o preço irá respeitar essa reta descendente e, quando chegar até ela, tenderá a fazer nova pernada de baixa. Se ela for ultrapassada pra cima, acredita-se, segundo a Análise Técnica Clássica, que a tendência baixista está chegando ao fim.
8. EXEMPLOS DE INDICADORES E OSCILADORES
Indicadores e osciladores são gerados a partir de cálculos que podem envolver o movimento dos preços, do volume e outros dados fornecidos pelo gráfico a fim de ajudar na tomada de decisão da Análise Técnica.
Vamos explicar com brevidade alguns deles, sem aprofundar como cada um merece. É apenas com a intenção de que você saiba que eles existem e que, assim como eles, há centenas de outros. Muitos traders se especializam em dois ou três. Uma coisa é certa, misturar demais não é uma boa receita:
- IFR – Índice de Força Relativa: o IFR é uma escala que vai de 0 a 100 e verifica se o mercado tem fôlego pra continuar na tendência que vem levando até o momento, antes de continuar. Acima de 70, significa que uma alta pode estar em seu final e uma pernada de baixa está chegando. Abaixo de 30, pode significar que a queda está no seu máximo. Esses valores podem variar de ativo para ativo.
- Bandas de Bollinger: formado por duas médias móveis, é um indicador de volatilidade. Elas formam uma espécie de “limite”, um caminho para o preço. Sempre que esse “caminho” é ultrapassado, tende a voltar para dentro de suas margens, sempre oscilando entre o limite inferior e superior. Uma banda de Bollinger larga indica grande volatilidade do ativo, uma estreita indica baixa volatilidade.
- Médias Móveis: as médias móveis são alguns dos mais simples e mais versáteis indicadores. Basicamente representam a média de preços de fechamento de certo número de períodos. O uso desse conceito é variado. Usada uma única média móvel, acredita-se que o preço sempre volta a ela. Então, numa tendência de alta, quando a cotação encosta na média, é o momento de comprar. Ou, quando se afasta demais, é o momento de vender. O cruzamento de uma média longa (com mais períodos) para cima por uma média curta, significa que é o momento de comprar. O contrário, de que é o de vender. Esse sistema costuma ser criticado por, muitas vezes dar sinais atrasados de compra e venda.
- Indicador Acumulação/Distribuição (ADL): o principal objetivo da ADL é entender o fluxo de demanda e oferta de um ativo, avaliando a quantidade de dinheiro que entrou e saiu durante um período. Se a linha formada pela acumulação e distribuição está em tendência de alta, isso significa que há uma confirmação de uma eventual alta que esteja acontecendo no ativo. Se ela, estiver no sentido contrário, em baixa, talvez essa alta não seja tão consistente.
- Volume financeiro: o volume é bem simples de entender. Em cada período do gráfico (um dia se for o gráfico diário, um minuto se for o gráfico dos minutos), há uma movimentação em termos de negócios, um determinado número de negócios implica certo número de papeis negociados e certo volume financeiro trocando de mãos. Um grande volume indica atuação dos grandes investidores institucionais. O volume, por outro lado, é considerado o “combustível” dos movimentos para a Nova Análise Técnica. Uma tendência de alta que acontece sem volume ou com volume sendo reduzindo ao longo do tempo pode indicar fraqueza. Porém é preciso indicadores que nos tragam a leitura de volume acumulado ao longo de cada pernada de alta e de baixa a fim de detectarmos a atuação desses big players e podermos observar suas pistas, para, assim, seguir seus movimentos.
O posicionamento da Nova Análise Técnica
Observe como muitos desses osciladores e indicadores se baseiam unicamente no preço. E, como vimos, o preço representa o passado, o mero mensageiro de intenções dos big players que tinham se posicionado muito antes, em algum lugar mais próximo ou mais distante no passado.
É muito mais interessante, através da metodologia do Raio X Preditivo, encontrar as oportunidades antes mesmo que elas se manifestem na volatilidade do mercado.
9. STOPS
Como explicamos, a Análise Técnica não é garantia de nada.
Tudo o que essa forma de analisar o comportamento dos preços pode fazer é estimar a direção mais provável de um ativo e avaliar um alvo acima, no caso de uma compra, ou abaixo, no caso de uma venda.
Mas e se eu comprar e o preço do ativo cair?
Stop loss (perda)
O stop loss é um mecanismo automático que procederá a venda do ativo (caso você esteja comprado) ou a compra (caso você esteja vendido) se a operação for no sentido contrário do esperado, isto é, caso estejamos já dentro de um pequeno prejuízo.
Além de ser posicionado numa faixa de perda que é assimilável pelo gerenciamento de risco do trader, tanto melhor se essa faixa coincidir com um ponto estratégico do gráfico que indique de fato que a operação não deve vingar como o esperado.
Há quem goste de fazer o stop “na mão”, mas não é o indicado, sobretudo aos iniciantes que não compreenderam totalmente a ideia de sair de uma operação com um prejuízo a tempo de não sair com um prejuízo ainda maior.
Stop de Ganho
O chamado stop gain serve para se encerrar a operação quando estamos no lucro. A ideia é a mesma do stop loss, mas para o ganho. A ideia é que o objetivo seja sempre maior que a perda projetada, financeiramente.
Vamos imaginar que erramos nossas operações metade das vezes. E que acertamos a outra metade.
Se nas vezes que eu tiver um prejuízo eu perder o mesmo que ganho quando tenho lucro, obrigatoriamente essa conta fica no zero a zero.
Assim, é importante que a relação entre prejuízo e lucro considere a sua estatística de acertos.
Tanto o stop loss e o stop gain são patamares que serão determinados não só pela Análise Técnica, mas também pela porcentagem que podemos perder por operação e pela porcentagem que podemos perder ao longo de um período frente a nosso capital total.
10. GAPS
Imagine que, em um movimento de alta certo ativo fechou em R$ 10. A máxima no dia foi de R$ 10,22.
No dia seguinte, o ativo abriu em R$ 10,30.
Percebe que entre R$ 10 e R$ 10,30 há uma faixa de R$ 0,30 onde não aconteceu nenhum negócio?
Mesmo entre a máxima do dia anterior, há uma faixa de R$ 0,06 em que há um vazio. Esse vazio é o gap.
Existem várias teorias a respeito dos gaps, inclusive de que inevitavelmente serão fechados em algum momento.
Muitas vezes, o gap serve para deixar os traders que estão posicionados no sentido contrário presos em suas posições, paralisados pelo movimento inesperado e forte.
11. CONCLUSÃO SOBRE A ANÁLISE TÉCNICA
A Análise Técnica Clássica, sem dúvida, foi uma poderosa ferramenta de tomada de decisões na bolsa de valores, sobretudo para os prazos mais curtos. Ainda é: claro que ainda existem traders que a usam com sucesso.
Porém, não se pode ignorar o fato de que a Análise Técnica Clássica é boa em entender o passado, os efeitos que o preço de um ativo já sofreu e tentar estimar como ele vai se comportando a seguir, na esperança que esses efeitos se repitam.
Os grandes investidores institucionais estão cientes disso. Os algoritmos de que fazem uso, automaticamente, utilizam esse conhecimento, preparando armadilhas, montando gigantescas posições sorrateiramente, aos poucos, e até mesmo manipulando o deslocamento das cotações com técnicas proibidas, mas de forma indetectável.
Para enfrentar esse novo cenário, recomendamos a Nova Análise Técnica: observar não os efeitos, mas as causas (advindas desses grandes players) e, quando eles sinalizarem um possível movimento. Subir em suas costas, para não ficar sob as solas de seus sapatos.
Embora esses big players consigam disfarçar com sucesso os seus movimentos, é impossível escondê-los completamente. Eles deixam pistas e a Nova Análise Técnica se dedica a encontra-las e a fazer bom uso delas, aumentando a chance de sucesso dos traders.
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