As ações da Vale (VALE3): como lidar com o intenso sobe e desce de preço do ativo de uma das maiores empresas do mundo. Cuidado com esse ativo: leia este texto antes
As ações da Vale são uma boa opção pra investimento na bolsa? Essa empresa passou pela crise desencadeada pelo Novo Coronavírus – saindo de um topo de R$ 46 no início de 2020 pra um fundo de R$ 24 em poucas semanas. Depois, não só recuperou-se como em maio de 2021 – pouco mais de um ano depois – teve uma valorização de 300% indo a R$ 98. E, se nessa hora, alguém se empolgou e comprou viu novamente o preço cair para R$ 56 ainda em novembro de 2021.
E, se quem comprou no topo ficou desesperado e vendeu, então… arrependeu-se! Sim, porque em março de 2022, a ação voltava para perto dos R$ 98 originais.
E voltou a cair, desta vez para R$ 61 e, certamente, virá a esboçar uma reação ainda.
Como você pode ver, o preço de uma ação, mesmo o de uma empresa sólida como a Vale é cheio de incertezas, altos e baixos… e se formos investir levados apenas por esse fator, podemos tomar belas investidas. Estamos atualizando este artigo em outubro de 2022, mas pode ter certeza de que esses movimentos incertos e íngremes não aconteceram pela primeira vez. E nem será a última vez.
Se você olhar o gráfico de preço da ação da Vale ao longo dos anos verá que o sobe e desce não tem fim!
Qualquer fator pode ser determinante e influenciar no preço de alguma forma, direta ou indiretamente. Após a tragédia de Brumadinho, de 2019, que muitos já entenderam como crime – ambiental e de outras ordens -, contemplamos a intensa desvalorização dos ativos da empresa.
A tragédia se deu pouco mais de três anos depois da tragédia de Mariana (2015) – que derramou 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos em 600 km quadrados, também em Minas Gerais. O derramamento de Brumadinho envolveu 12 milhões de rejeitos tóxicos e, em uma área ainda que menor (60 km quadrados), deixou uma contagem de corpos que chegou às centenas.
Na época começou a se questionar outras estruturas similares da empresa, pelas autoridades, pelo público e também pelo mercado. Serão seguras?
O fato é que na segunda-feira, pós-Brumadinho, aconteceu o inevitável.
As ações da Vale despencaram na ocasião. E, claro, depois de um tempo acabaram por se recuperar. Mas aí você já sabe… justo quando estavam se levantando, veio a Crise do Novo Coronavírus de que já falamos no início deste texto. De fato, foi uma das quedas mais rápidas de preço e que atingiu todos os ativos da bolsa de valores.
Pra completar, nesse cenário, muita gente entrou na bolsa de valores recentemente, entre o final de 2019 e o começo de 2020. Por dois fatores: euforia pelos recordes do Ibovespa e desestimulados de ficar na renda fixa por uma taxa Selic se aproximando de zero (lembrando que hoje, outubro de 2022, estamos com uma Selic perto de 14% ao ano).
Muitas dessas pessoas que entraram no final de 2019 e início de 2020 venderam suas ações por metade do preço pelo qual compraram. Mas nós julgamos que, diferentemente de outras ocasiões, são essas crises dramáticas que proporcionam as melhores oportunidades pra comprar ações de algumas empresas. Seria o caso das ações da Vale (VALE3)?
As Ações da Vale
Segundo o site da B3 (antiga BM&FBovespa ou Bovespa), ao todo, são 4,8 bilhões de ações ordinárias da Vale (VALE3), sendo que, destas, 4,5 bilhões estão em circulação no mercado. As ações da companhia também estão listadas no índice ibovespa.
Curiosamente, o site da B3 mostra que existem ainda 12 ações preferenciais da Vale (VALE5), que não são mais negociadas no mercado desde que deveriam ter sido convertidas em ações ordinárias da Vale, em agosto de 2017, na bolsa.
No momento em que este artigo é atualizado, outubro de 2022, as ações da Vale (VALE3) têm o preço de, aproximadamente, R$ 70, depois do sobe e desce que relatamos no início deste artigo.
Mas, ainda assim, resta a pergunta: será que valem a pena as ações da Vale (VALE3) como investimento. Será que a bolsa, o mercado de renda variável, pode ser encarado como investimento mesmo num momento em que todas as ações, inclusive as ações da Vale (VALE3) despencaram?
Normalmente, não indicamos o longo e o longuíssimo prazo na renda variável. Mas esta pode ser uma boa oportunidade, um momento de crise quando todos estão vendendo a qualquer preço, pra entrarmos em ações de empresas consideradas sólidas. Desde o último topo a ação chegou a cair 40%, influenciada pela crise das commodities e pela guerra na Ucrânia. Desde o último fundo, já recuperou 25% da queda.
Porém, não vale a pena tentar adivinhar se estamos no fundo do mercado, se a queda vai continuar ou não ou quando será a recuperação. Se decidirmos que a Vale (VALE3) é uma boa empresa pra se investir, recomendamos entradas graduais, periódicas e a cada queda e com cautela.
Este artigo foi preparado pra responder estas e outras perguntas sobre como podemos e devemos encarar a bolsa de valores e o mercado de renda variável, seja pra ações da Vale (VALE3), seja pra qualquer outra ação ou papel neles negociados.
Continue e você terá diversas dúvidas sobre as ações da Vale (VALE3) respondidas ao longo da leitura:
- Como as ações da Vale (VALE3) são vistas pelo mercado
- O que esperar pela frente no futuro das ações da Vale (VALE3)
- Quem pode negociar: existe quantidade mínima de ações pra comprar? Existe um valor mínimo ara comprar?
- Onde e como as ações da Vale (VALE3) são negociadas?
- Ações da Vale (VALE3) negociadas em outras Bolsas do Mundo
- Histórico da Vale e de suas ações (VALE3)
- Áreas de atuação da empresa
- Ações da Vale: agora é só VALE3
- Ficou interessado? Veja os Custos e Taxas pra começar a operar ações da Vale (VALE3)
- Investir ou não investir em ações da Vale (VALE3), eis a questão?
- Conclusão
1. COMO AS AÇÕES DA VALE (VALE3) SÃO VISTAS PELO MERCADO
Não há dúvida que a Vale é encarada como uma das mais importantes e sólidas empresas atuantes no Brasil. No setor de mineração, não há competidor pra ela. As ações da Vale (VALE3), dizem, no longo prazo são a garantia de lucros sólidos e certeiros.
Alguns fatos sobre a Vale e as ações da Vale (VALE3):
- Até 2007, era conhecida por Companhia Vale do Rio Doce – CVRD, quando ficou conhecida no mercado como simplesmente Vale.
- Atua no mercado de minério de ferro, manganês, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio.
- No mercado de minério de ferro e pelotas a Vale é a maior do mundo desde 1974 e nunca foi batida.
- Tem participação no mercado de energia elétrica no Brasil, no Canadá e na Indonésia, em nove usinas.
- Assim como a Petrobras, foi criada num dos governos de Getúlio Vargas.
- Opera em 14 estados do Brasil e nos cinco continentes.
- Opera 10 mil quilômetros de ferrovias e nove terminais portuários só dela.
- Em 2006 incorporou a canadense Inco, maior mineradora do mercado de níquel do mundo.
- Em 2007, após a mudança de nome, tornou-se a 31ª empresa do mundo, então com valor de mercado de 196 bilhões de dólares, passando a IBM e, no Brasil, perdendo só pra Petrobras.
- É negociada na bolsa do Brasil, na bolsa de Paris, na bolsa de Madrid e na Bolsa de Nova York. Na bolsa de Hong Kong, esteve listada entre 2010 e 2016.
Considerando tudo isso, parece não haver dúvida de que as ações da Vale (VALE3) podem ser consideradas um bom investimento na bolsa de valores e que o mercado tem os melhores olhos possíveis quando observam uma companhia desse porte.
Então, será que devo comprar ações da Vale (VALE3), esperar algumas décadas e ter a certeza de que, quando o tempo passar esse investimento terá valido a pena?
Há diversas razões, no entanto, pra não fazer uma aposta dessas, principalmente quando falamos de ações. Não estou dizendo que não podemos lucrar com as ações da Vale (VALE3), no mercado, mas talvez nosso enfoque, nossa abordagem, deva ser outra mais ousada e mais cautelosa a um só tempo.
Mas, pra entender, é preciso que você continue a ler este artigo.
2. O QUE ESPERAR PELA FRENTE PRA AS AÇÕES DA VALE (VALE3) NA BOLSA DE VALORES
Leremos diariamente notícias que nos farão crer que as ações da Vale (VALE3) irão subir ou cair.
Há incertezas com relação ao mercado chinês, por exemplo, que pode crescer menos que o esperado, impactando no negócio da companhia. Ao mesmo tempo, nos últimos meses a geração de caixa tem sido positiva e a empresa vem forte do ponto de vista operacional. Nesse contexto, até mesmo a Cosan decidiu fazer fortes aportes na Vale: uma empresa que vale R$ 29 bilhões comprou R$ 21 bilhões em ações da Vale. Será que uma diminuição das restrições chinesas fará a ação chegar a R$ 90 novamente ou até superar esse valor?
Acredite, tentar adivinhar o futuro das ações da Vale (VALE3) no mercado usando todas essas informações, todas misturadas, é pra deixar qualquer um na bolsa maluco. Não é por aí.
Para começo de conversa, quando a maior parte das notícias chega ao público – e isso inclui a mim e a você – estas já estão precificadas. Quer dizer: já viraram preço, oscilação, volatilidade das ações da Vale (VALE3). Afinal, não podemos esperar que o estagiário de um portal de notícias (mesmo de um portal grande) tenha informações antes e com mais qualidade do que um diretor do Morgan Stanley, por exemplo.
Mas e aí? Podemos fazer investimento em ações da Vale (VALE3)? Sim ou não?
Ações da Vale (VALE3) em 2008
Essa abordagem de ações como investimento vem desde sempre. De fato, vamos encontrar muitas histórias de pessoas que fizeram fortuna usando ações como “poupança”. Mas será que as ações, no longo prazo, sempre valorizam?
Podemos imaginar um investidor iniciante que, empolgado com as seguidas altas da bolsa de valores, entrou no mercado de renda variável comprando, digamos umas mil ações da Vale (VALE3). Afinal, é uma grande empresa e “no longo prazo, as ações sempre valorizam”.
Não tem como errar certo?
As ações da Vale (VALE3) podiam ser compradas a R$ 45, em maio de 2008. Então digamos que ele investiu R$ 45 mil.
Já em junho de 2008 ele viu seu dinheiro inicial virar R$ 38 mil na bolsa. As ações da Vale (VALE3) eram cotadas a R$ 38 no mercado.
Mas tudo bem! A Vale é uma grande empresa e as ações da Vale (VALE3), no longo prazo, tendem a se valorizar.
É.
Mas em julho, o dinheiro que ele colocou em ações da Vale (VALE3) na bolsa de valores já tinha virado R$ 31 mil. É isso que eu ouvi? Em dois meses nosso investidor perdeu R$ 15 mil?
Isso se ele, empolgado com a ideia de que no longo prazo as ações sempre valorizam, não comprou mais ainda. Afinal, agora, as ações estavam baratas. E “no longo prazo, as ações da Vale (VALE3) sempre valorizam”.
Eu fico imaginando se ele ainda acreditava nessa abobrinha em dezembro de 2008, quando as ações da Vale (VALE3) passaram a valer R$ 18 no mercado. Toda a bolsa de valores estava derretendo, lentamente.
Mas tudo bem! A partir de janeiro de 2009, a bolsa de valores começou a se recuperar, inclusive as ações de nosso esperançoso investidor.
Sim, em janeiro de 2011, dois longos anos depois (afinal, é longo prazo e no longo prazo as coisas sempre se ajeitam, segundo os esperançosos), as ações da Vale (VALE3) atingiam R$ 41.
Agora vai, pensou nosso intrépido investidor com suas mil ações da Vale (VALE3).
Não foi.
Em janeiro de 2016, mais cinco longo anos, depois de um lento e agonizante declínio, as ações da Vale (VALE3) chegaram a R$ 9.
Os R$ 45 mil viraram R$ 9 mil. Talvez nessa hora o investidor tenha decidido vender suas mil ações da Vale e comprar uma lambreta.
Se ele foi persistente, no entanto, pode ter acompanhado uma grande recuperação que levou as ações da Vale pra atuais R$ 70. Mas, veja bem: já se passaram quase 15 anos. Será que esse nosso investidor hipotético aguentou as pancadas que aconteceram nesse meio tempo?
Não esqueça que, justo quando as ações estavam acima de R$ 50, antes do Corona Vírus, e nosso investidor estava entrando no lucro, veio a nova crise e fez o castelinho de cartas desandar. Nâo seria melhor se ele tivesse guardado esses R$ 45 mil – até mesmo na poupança (Deus me livre!) pra investir hoje, quando as ações PODEM estar realmente baratas, ele teria um bom momento pra entrar. Principalmente se não estivesse tentando adivinhar o fundo, nem o momento em que a queda cessará e nem quando será a retomada.
O que está errado neste pensamento sobre as ações da Vale?
Agora, uma informação muito importante: em momento algum a Vale deixou de ser a empresa importante que é, dominando o seu mercado, sendo gigantesca na mineração.
Acontece que ao pensar que “no longo prazo as ações da Vale sempre vão valorizar”, o investidor está rotulando o mercado: o mercado não se comporta de acordo com nossos rótulos, seja no longo prazo ou no curto prazo. Seja para as ações da Vale, seja pra ações de qualquer empresa.
E, quando as ações da Vale começam a cair, ele não consegue agir de acordo pra se proteger. Ele pode ser comparado com o animal que ao atravessar a rodovia à noite não consegue sair do caminho, paralisado pelos faróis que vêm na sua direção.
As ações da Vale não são regidas apenas pela qualidade da empresa, que é ótima, pelos seus lucros, suas dívidas, mas, sim, os papeis estão expostos à volatilidade do mercado de ações e ao funcionamento da bolsa de valores que extrapola os próprios objetivos da empresa.
O mercado de renda variável, atualmente, é controlado por cerca de 50 ou 60 multinacionais que, com sua atuação, levam os preços para direções de acordo com suas necessidades de liquidez e de se posicionar em diferentes papéis (ações da Vale ou de qualquer outra empresa ou em contratos de índice, dólar, boi gordo, café e muitos outros).
Essas empresas não estão interessadas no bom posicionamento da Vale no mercado ou se o mundo vai consumir mais minério de ferro.
Por que existe essa crença de que, no longo prazo, as ações sempre sobem?
Se olharmos os índices de ações das bolsas do mundo, veremos que ao longo das décadas, eles são ascendentes. Isso inclui o índice da bolsa do Brasil, o Ibovespa. Inclusive as ações da Vale fazem parte dele, sendo responsáveis por quase 10% de sua composição.
Portanto, é comum que ações da Vale em alta acabem gerando títulos em portais como “Ações da Vale puxam o Índice Bovespa para cima”. Ou para baixo dependendo do caso.
Então, os índices da bolsa de valores são sempre ascendentes. O Ibovespa é composto por ações responsáveis por cerca de 80% dos negócios realizados no mercado.
Porém, justamente quando OGX e Oi foram mais negociadas, elas foram retiradas da composição da carteira teórica do Ibovespa. Não porque estavam caindo vertiginosamente, mas porque estavam entrando em recuperação judicial. Mas isso, sim, é uma forma de proteger o desempenho dos índices que, finalmente, pode não corresponder à realidade do mercado.
Afinal, há alguma proteção ao índice para ações que subam vertiginosamente?
Acho que não.
Portanto, tenha isso em mente quando novamente ouvir que, no longo prazo, as ações sempre valorizam. Isso e a história de nosso investidor inventado (que com certeza existiu).
Como encarar as ações da Vale então?
A melhor forma de fazer “investimento” em ações da Vale não é “investimento”. Salvo momentos de queda exacerbada, como vimos recentemente: momentos de crise PODEM ser a chance de entrar pensando-se no longo prazo.
Preferimos não ficar expostos ao risco e à volatilidade da bolsa de valores por tempo indeterminado, sobretudo nos tempos habituais e menos ainda quando todos estão otimistas e eufóricos.
Preferimos os momentos certos e pelo tempo necessário para atingir nossos objetivos ou até que se tenha um prejuízo pequeno, administrável e limitado.
Acreditamos que a bolsa de valores, o mercado de renda variável, incluindo as ações da Vale sejam para a especulação e não para o investimento.
3. QUEM PODE NEGOCIAR: EXISTE QUANTIDADE MÍNIMA DE AÇÕES PARA COMPRAR? EXISTE UM VALOR MÍNIMO PARA COMPRAR?
Qualquer pessoa com uma conta em uma corretora de valores pode fazer investimento em ações da Vale no mercado.
Não existe valor mínimo para investimento em ações da Vale:
- Pode-se até mesmo comprar uma única ação, hoje a pouco mais de R$ 40 no mercado fracionário
- Portanto o valor mínimo é o próprio preço de uma única ação da Vale: pouco mais de R$ 40, neste momento
Quanto a ter conta em uma corretora de valores, hoje em dia, isso é absolutamente fácil: basta entrar no site da melhor corretora que você conseguir pesquisar (taxas baixas são importantes, mas não são tudo), preencher um formulário online e pronto: você tem a sua conta.
4. ONDE E COMO AS AÇÕES DA VALE SÃO NEGOCIADAS?
As ações da Vale são negociadas, no Brasil, na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa de valores brasileira.
Em 2009, aquela gritaria do chão da bolsa de valores foi substituída totalmente pelas transações eletrônicas.
Então, embora o prédio da bolsa de valores ainda existe, todas as negociações das ações da Vale no mercado, inclusive qualquer possível investimento seu, acontecem através do Puma Trading System.
5. AÇÕES DA VALE NEGOCIADAS EM OUTRAS BOLSAS DO MUNDO
Mas as ações da Vale também são negociadas em outras bolsas de valores e mercados do mundo:
- Bolsa de Valores de Paris
- Bolsa de Valores de Madrid
- Bolsa de Valores de Nova York (inclusive, as ações da Vale fazem parte do Dow Jones Sector Titans Composite Index)
- Bolsa de Valores de Hong Kong: de 2010 a julho de 2016
6. HISTÓRICO DA VALE E DE SUAS AÇÕES
- 1909 – Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra próximas a Itabira-MG e se reuniram fundando o Brazilian Hematite Syndicate.
- 1911 – Percival Farquhar, empresário dos Estados Unidos, adquiriu todas as ações do sindicato e mudou seu nome para Itabira Iron Ore Company. O plano era exportar 10 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para os Estados Unidos.
- 1920 – Epitácio Pessoa deu uma concessão a Percival Farquhar conhecida como Contrato de Itabira de 1920. O governador de Minas, Artur Bernardes, seria eleito presidente e, antipatizante de Farquhar, jogou água nos planos do empresário.
- 1930 – Finalmente, o plano de Farquhar foi inviabilizado com a chegada de Getúlio Vargas ao poder.
- 1942 – Getúlio tomou para o país as reservas de ferro e criou a Companhia Vale do Rio Doce, estatal com a benção dos Estados Unidos e da Inglaterra nos Acordos de Washington.
- 1952 – Francisco de Sá Lessa, engenheiro civil de formação, assumiu a presidência da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), permanecendo no cargo até 1960. Neste período a Companhia se modernizou para um novo mercado e abriu escritórios no estrangeiro.
- Em 1961 – Jânio Quadros nomeia Eliezer Batista como novo presidente da Vale, que percebendo a necessidade do Japão por ferro para se reerguer da Segunda Grande Guerra trouxe grandes lucros à empresa. O produto da Vale ainda tinha pouco valor, mas o plano era facilitar a logística, aumentando as margens.
- 1962 – Celebraram-se contratos de exportação com validade de 15 anos com 11 siderúrgicas japonesas: 5 milhões de toneladas anos. Isso dobrou a produção da Vale. Nesse ano ainda, a produção chegaria a 8 milhões de toneladas.
- 1966 – Inauguração do Porto de Tubarão. A produção era de 10 milhões de toneladas.
- 1970 – Produção de 18 milhões de toneladas.
- 1974 – Produção de 56 milhões de toneladas/ano, em 1974: assumiu a liderança mundial na exportação de minério de ferro e nunca a perdeu.
- 1980 – As jazidas de Carajás revelaram um extraordinário volume de minério de ferro de alto teor (cerca de 36 bilhões de toneladas numa primeira avaliação).
- 1985 – O projeto Grande Carajás entrou em operação em 1985, o que permitiu à Vale bater novo recorde na extração de minério de ferro, em 1989, com 108 milhões de toneladas métricas.
- 1997 – Privatização da Vale, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, a Vale produzia 114 milhões de toneladas por ano.
- 2000 – Quando a Vale adquiriu a Samitri a produção aumentou consideravelmente.
- 2002 – A Vale adquiriu a Ferteco.
- 2003 – A Vale adquiriu a Caemi, a qual detinha 85% das ações da MBR – Minerações Brasileiras Reunidas, empresa sediada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, segunda maior produtora e exportadora de minério de ferro do Brasil. Com essa aquisição, a Vale que já detinha diretamente 5% da MBR, passa a ser detentora de 90% das ações da MBR.
- 2005 – A produção de minério de ferro da Vale se elevou a 255 milhões de toneladas.
- 2006 – A Vale comprou a canadense Inco, tornando-se a segunda maior empresa de mineração do mundo, atrás da anglo-australiana BHP Billiton.
- 2007 – A marca e o nome de fantasia da empresa passaram a ser apenas Vale S.A, nome pelo qual sempre foi conhecida nas bolsas de valores.
- 2008 – A Companhia Vale do Rio Doce deixou de usar a sigla CVRD, passando a usar o nome Vale e se tornou a 33° maior empresa do mundo (de acordo com o Financial Times daquele ano) e a maior do Brasil em volume de exportações, com quantidade superior à da Petrobras.
- 2010 – Grande aquisição no segmento de fertilizantes por meio da sua subsidiária Mineração Naque S.A.
- 2012 – Foi eleita como a pior empresa do mundo, no que se refere a direitos humanos e meio ambiente, pelo “Public Eye People´s”, premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONG’s Greenpeace e Declaração de Berna.
- 2013 – Recebe homenagem da Escola de Samba Grande Rio com o samba enredo “O Brasil que Vale”.
- 2015 – A Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, protagoniza o pior desastre ecológico da história do Brasil: a tragédia de Mariana. A Vale deve ser responsabilizada pelo rastro de destruição por todo o trajeto do Rio Doce até o litoral do Espírito Santo.
- 2019 – Tragédia em Brumadinho e provável rompimento talude norte da mina Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais
- 2020 – Crise do Novo Coronavírus. As ações da Vale (VALE3) despencam de R$ 57 em janeiro para R$ 34 em meados de março. No entanto, a sua ligação com o dólar e o otimismo com o mercado de minério faz com que as ações apresentem alguma recuperação e resiliência na crise.
7. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA VALE
Segundo o site da Vale, a companhia tem os seguintes níveis recentes de produção:
- A produção de finos de minério de ferro da Vale totalizou 315,6 Mt² em 2021, 15,2 Mt acima de 2020.
- A produção de pelotas da Vale totalizou 31,7 Mt em 2021, 2,0 Mt acima de 2020, como resultado da retomada da planta de pelotização de Vargem Grande em janeiro.
- Os volumes de vendas de finos e pelotas de minério de ferro totalizaram 309,8 Mt em 2021, 23,7 Mt acima de 2020.
- A produção de níquel acabado foi de 168,0 kt em 2021, 15,7 kt abaixo de 2020, principalmente explicado pela (a) interrupção do trabalho em Sudbury e (b) menor produção proveniente de PTVI devido ao impacto do Covid-19.
- O destaque positivo foi o melhor desempenho em Onça Puma, apesar da manutenção prolongada realizada durante o ano.
- O volume de vendas de níquel foi de 44,7 kt no 4T21, 6,9% maior do que 3T21, principalmente devido ao aumento da produção de níquel de Ontário. As vendas de níquel ficaram abaixo do volume produzido devido à recomposição de estoques após a sua utilização no 3T21 em consequência à paralisação em Sudbury e manutenção prolongada em Onça Puma.
- A produção de cobre foi de 296,8 kt em 2021, 63,3 kt menor que 2020.
- No 4T21, o movimento da mina em Salobo aumentou 5% em relação ao 3T21, atingindo 33,3 Mt, em linha com os níveis anteriores ao da revisão de segurança.
- As vendas de cobre cresceram em linha com a produção do trimestre.
- A produção de carvão da Vale atingiu 8,5 Mt, 2,6 Mt acima de 2020, impulsionada por um melhor desempenho no 2S21 após o ramp-up seguido do revamp da planta.
- Em 21 de dezembro de 2021, a Vale anunciou (aqui) a assinatura de um acordo vinculante para a venda de seus ativos de carvão em Moçambique, como parte do reshaping da Vale para focar em seus negócios core.
- A produção de carvão no 4T21 continuou a ter um desempenho sólido devido ao aumento da produtividade da planta remodelada.
8. AÇÕES DA VALE: AGORA É SÓ VALE3
As ações da Vale, até agosto de 2017, eram divididas em ações VALE3 (ordinárias ou ON) e ações VALE5 (preferenciais ou PN). Todas as ações preferenciais foram trocadas por ordinárias e, hoje, só existem ações VALE3 para investimento, no mercado.
Veja a diferença entre ações preferenciais e ações ordinárias:
- Ações ordinárias: dão direito a voto e podem receber dividendos e outros proventos. Claro que para ter direito a voto nas assembleias da empresa é preciso ter um número considerável de ações.
- Ações preferenciais: não têm direito à voto, mas têm a preferência no pagamento de proventos, como dividendos e juros sobre capital próprio, bem como ressarcimentos em qualquer problema pelo qual a companhia venha a passar.
No novo mercado, as empresas que estão abrindo capital já o estão fazendo apenas com ações ordinárias e sem ações preferenciais.
9. FICOU INTERESSADO? VEJA OS CUSTOS E TAXAS PARA COMEÇAR A OPERAR AÇÕES DA VALE
- Abrir e ter conta na corretora de valores: o custo para esta etapa de fazer investimento em ações da Vale é zero. Não tem custo nenhum. Nem taxa de abertura, nem taxa de manutenção e também não precisa ter um saldo mínimo na conta.
- Taxa de corretagem: É o que a corretora cobra por ordem executada.
- ISS: Uma pequena porcentagem que incide sobre a taxa de corretagem, mas nem todas as corretoras repassam isso aos clientes.
- Emolumentos e liquidação: cobradas pela bolsa por ordem e trata-se 0,0325% sobre o valor negociado.
- Custódia: custo cobrado pela corretora para manter as ações compradas durante o tempo em que elas estiverem em carteira. Como o ISS, nem todas as corretoras repassam isso aos clientes.
- Imposto de renda: só se houver lucro. Em operações que duram mais de um dia, só incide nos meses em que as vendas suplantaram o valor de R$ 20 mil. No day trade (operações que começam e terminam no mesmo dia), a alíquota é de 20% sobre qualquer lucro, não importando os valores envolvidos durante o mês.
- Atualmente, a bolsa também cobra 0,12% sobre os proventos de carteiras de ações e fundos imobiliários superiores a R$ 20 mil
Confira nosso artigo sobre Imposto de Renda em operações da Bolsa de Valores: Clique Aqui!
10. INVESTIR OU NÃO INVESTIR EM AÇÕES DA VALE, EIS A QUESTÃO?
Como vimos, a Vale nunca deixou de ser uma grande e importante empresa para o Brasil em todas as suas fases.
Isso não impediu que as ações da Vale estivessem à mercê da volatilidade do mercado.
Enquanto para muitos as ações da Vale podem ser ganhos garantidos no longo prazo, nos últimos 10 anos até mesmo a ridícula caderneta de poupança rendeu mais que ela. Aliás, se pensarmos num investimento desde 2008, a Vale ainda está no negativo. A entrada, mesmo num momento em que a ação desvalorizou tanto, deve ser feita com cautela, depois de se estudar o volume de negócios (que revela o interesse institucional) e as qualidades da companhia para suportar a crise atual, a do Novo Coronavírus.
Um investimento em ações da Vale na bolsa de valores pode ser uma opção correta. Ou errada. Não tem como saber com certeza, nunca.
Preparamos um vídeo para você que deseja começar a investir na Bolsa de Valores, mas não sabe por onde começar:
O problema é que fazer investimento em ações da Vale é rotular o mercado como se ele tivesse a obrigação de subir indefinidamente porque temos esperança de que isso aconteça.
A bolsa de valores não funciona com esperança: ela obedece a leis de mercado que vão muito além do fato de a Vale ser uma grande empresa e ter bons resultados.
O mais prudente é aprender a ler essas leis, acompanhar aqueles que, graças a seu grande potencial econômico – os grandes investidores institucionais – são capazes de movimentar os preços com maior ou menor autonomia.
Tendo essa leitura é possível especular na bolsa de valores, podendo ter mais potencial para obter lucro no mercado.
11. CONCLUSÃO
As ações da Vale certamente são um ativo a ser observado cuidadosamente.
A cautela deve ser extrema, no entanto, quando encaramos as ações da Vale, ou qualquer outra ação, como um objeto de poupança.
O risco do mercado atinge as ações de todas as empresas e não importa a sua solidez e importância.
O tempo que permanecemos expostos ao risco, esperando que as ações sempre subam, aumenta a possibilidade de um prejuízo em uma eventual crise, como vimos em 2008, mas também em outros momentos.
Mais prudente é encontrar as situações em que as ações vão subir com mais potencial de certeza, para trabalharmos na compra, e as situações em vão cair com maior possibilidade, para trabalharmos na venda a descoberto.
Dessa maneira podemos tirar do mercado aquilo de melhor que as ações da Vale têm a oferecer.
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