A hora da verdade sobre as ações da Copel (CPLE6). Será que fora do Índice Bovespa os papeis dessa excelente empresa vão se segurar? Minha opinião? Não importa. Evite investir nesses ativos para o longo prazo
As ações da Copel (CPLE6) saíram recentemente do Índice Bovespa. Isso só mostra que mesmo boas empresas não estão garantidas nos critérios da formação da carteira do Ibovespa, o índice mais importante de nossa bolsa de valores, a B3.
Ainda assim, esses ativos são dignos de interesse de traders e investidores, por se tratar de ações com boa liquidez e negociações suficientes para análise e oportunidades de compra e venda com lucro e com possibilidade, para aqueles que desejarem, de investir no longo prazo.
Mas será que mesmo ações de uma empresa tão boa (ela tem 100% de domínio da energia elétrica no Paraná) apresentam condições para o investimento de longo prazo?
Investir em ações da Copel (CPLE6) pode parecer uma boa, mas será que é mesmo? O objetivo desse artigo é não só contar tudo sobre a Copel, mas também dar o nosso posicionamento quanto essa estratégia de investimento de longo prazo em ações.
- O que é a Copel e o que são as ações da Copel (CPLE6)?
- Ações da Copel (CPLE6): onde e como são negociadas
- Quais são os principais acionistas da Copel?
- Formas de Ganhar com ações da Copel (CPLE6)
- Investir ou não investir em ações da Copel (CPLE6)?
- Ficou interessado? Veja os custos e taxas pra começar a operar ações da Copel (CPLE6)?
- Como o Raio X Preditivo pode ajudar a operar ações da Copel (CPLE6)?
- Como faço para comprar ações da Copel (CPLE6)?
- Conclusão
A Copel, sem dúvida, é uma boa empresa. Ela saiu do Ibovespa no início desse ano. Se voltar, suas ações podem até mesmo subir de preço (diversos fundos compram as ações quando elas entram no índice e vendem quando saem e, com compras, aumenta a demanda e consequentemente o preço).
1. O QUE É A COPEL E O QUE SÃO AS AÇÕES DA COPEL (CPLE6)?
A Copel é a Companhia Paranaense de Energia e é controlada pelo Governo do Estado do Paraná, que tem mais de 50% de suas ações. Não a preferencial (CPLE6), mas da ordinária (CPLE3). Ela também atua nas áreas de telecomunicações. A internet de fibra óptica que vem fornecendo a domicílios paranaenses, até o momento, goza de boa fama.
Ela tem 30 usinas próprias – eólicas, hidrelétricas e termelétricas – e com isso atende 74 mil clientes industriais e 4,6 milhões de consumidores, além de centenas de milhares de clientes comerciais e produtores rurais. É uma capacidade de quase 6 mil megawatts e perto de 200 mil quilômetros de linhas de distribuição e transmissão: isso dá 52% da distância até a lua.
Em sua história de mais de 60 anos, atualmente atende todos os municípios do Paraná e um de Santa Catarina. Hoje, fornece luz pra 100% dos domicílios urbanos do Paraná e 90% dos domicílios rurais. A cada ano, são 70 mil novas ligações. É considerada uma das empresas mais eficientes do setor.
Mesmo com um currículo invejável desses, suas ações (CPLE6) vêm desde 2007 numa longa e ampla lateralização na faixa entre os R$ 20 e os R$ 45. Neste momento em que escrevo este artigo, as CPLE6 estão na faixa dos R$ 35.
O que são as ações da Copel (CPLE6)?
Quando uma empresa decide crescer sem ter que lançar mão de caríssimos empréstimos ou financiamentos bancários, uma boa opção é abrir capital. Isto é, vender a investidores pequenas partes de seu capital social. Essas pequenas partes são chamadas de ações. Quem compra ações se torna sócio da empresa.
Porém, nem todos os que compram e vendem ações estão interessados em se tornar sócios. Boa parte da movimentação de negócios da bolsa, inclusive com ações da Copel (CPLE6), se dá com traders de curto prazo que compram ativos para vendê-los pouco tempo depois – prazos que vão de dias a algumas semanas – quando esses ativos estiverem um pouco mais valorizados.
Histórico da Copel e de suas ações (CPLE6)?
- 1954 – O decreto n° 14.947 de 26 de outubro de 1954 cria a Copel.
- 1956 – A Copel centraliza as ações governamentais de planejamento, construção e exploração dos sistemas de produção, transmissão, transformação, distribuição e comércio de energia elétrica. Em 1º de agosto assume a distribuição de energia de um município do Estado: Maringá.
- 1963 – Entra em operação a Usina Termelétrica de Figueira (20 MW), no Norte Pioneiro, beneficiando as Regiões Norte e Centro do Paraná.
- 1966 – Incorporou a distribuição de Cascavel e Foz do Iguaçu.
- 1967 – Inaugura a Usina de Salto Grande do Iguaçu (15,6 MW), para atender ao sul do Estado.
- 1970 – Começa a operar a Usina Julio de Mesquita Filho (Foz do Chopim), com 44 MW, atendendo sudoeste e oeste.
- 1971 – Usina Governador Parigot de Souza, inicialmente conhecida como Capivari-Cachoeira. É a maior central subterrânea do sul do Brasil e possui a potência de 260 MW.
- 1973 – Assume a distribuição de energia de diversos municípios do Estado e incorpora a Companhia Força e Luz do Paraná, que atendia Curitiba.
- 1974 – Assume a distribuição de energia de Londrina, que era da Gastão Mesquita & Davis e, posteriormente, da Empresa Elétrica de Londrina.
- 1977 – Lançamento do programa de inclusão elétrica que facilitava a compra de um padrão popular de entrada de serviço, o que contribuiu para a levar energia elétrica a 20 mil residências.
- 1980 – Inaugurada a Hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto. Possui a potência de 1.676 MW, equipada com unidades geradoras que eram então as maiores existentes no Brasil. Com sua operação, a geração própria da Copel atingiu 2,9 bilhões de kWh, contra 1,9 bilhões do ano anterior.
- 1981 – A Copel alcançou a marca de 1 milhão de consumidores ligados à rede de distribuição.
- 1984 – Clic Rural, em pouco mais de seis anos, viabilizou 163 mil ligações de energia no campo.
- 1986 – 1,5 milhão de clientes no Paraná.
- 1992 – Inaugurada a Usina Hidrelétrica Governador Ney Braga, anteriormente denominada de Usina de Segredo. Possui a potência de 1.260 MW e reduziu a dependência paranaense de energia comprada de outros Estados.
- 1999 – Em fevereiro de 1999 entrou em operação a Usina Hidrelétrica Governador José Richa, anteriormente denominada de Salto Caxias. Possui capacidade de 1.240 MW de potência.
- 2001 – Primeira célula a combustível a operar no Hemisfério Sul, para suprir o Centro de Processamento de dados – CPD da Copel, no Pólo do Km 3, em Curitiba.
- 2002 – O Governo do Paraná anuncia o cancelamento do processo de privatização da Copel, iniciado em 1998.
- 2003 – Se torna a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a automatizar todas as suas subestações de transmissão.
- 2004 – 50 anos de existência no dia 26 de outubro. Para celebrar essa data, além das cerimônias realizadas no Paraná, a Copel participou do evento “Opening Bell”, sendo homenageada na Bolsa de Nova York, em 22 de novembro.
- 2006 – Usina Hidrelétrica de Fundão, no rio Jordão, chegando a 120 MW de potência instalada.
- 2012 – Após concluir todas as fases do programa Luz para Todos, a Copel conquistou a universalização do fornecimento de energia elétrica no Paraná.
- 2013 – Aquisição de sete parques eólicos localizados no Estado do Rio Grande do Norte. Com previsão de entrar em operação no início de 2015.
- 2015 – Consumidor número 4,5 milhões: uma residência em São José da Boa Vista, no Norte Pioneiro do Paraná. Inauguração de três complexos eólicos da Copel no Rio Grande do Norte.
- 2016 – Entrada em operação das primeiras linhas de transmissão da Copel fora do Paraná, com dois empreendimentos conectando o Paraná ao Mato Grosso e um no Maranhão.
2. AÇÕES DA COPEL ONDE E COMO AS AÇÕES SÃO NEGOCIADAS?
As ações da Copel (CPLE6) são negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Tudo acontece em ambiente eletrônico e em alta velocidade. Isso torna possível que grandes empresas atuem com agilidade nos mercados, negociando esse e outros ativos, e possibilita também que pessoas comuns como eu ou você possamos atuar também a partir de nossa casa, bastando para isso um computador, uma conexão com a internet, uma conta em uma corretora e uma plataforma de negociação (um programa específico para negociar ativos na bolsa de valores).
Quais ações a Copel possui
Na Bolsa de Valores, a Copel tem ações ordinárias (ON CPLE3) e preferenciais (PN CPLE5 e CPLE6).
- Ordinárias: são aquelas que dão direito à voto nas assembleias da companhia. No entanto, mais de 50% das ações ordinárias estão com o Governo do Estado do Paraná que, portanto, têm o controle da empresa.
- Preferenciais: são aquelas que não têm direito à voto, mas que, no entanto, têm preferência no recebimento de dividendos e outros proventos. Não que as ordinárias não os recebam: apenas não têm a preferência.
Qual são os códigos
- Ações ordinárias da Copel (ON): CPLE3
- Ações preferenciais da Copel (PN): CPLE5 e CPLE6. A CPLE6 tem mais liquidez, isto é, é mais negociada
São negociadas em quais bolsas
Além de serem negociadas na B3, as ações da Copel também são negociadas na Bolsa de Nova York já há 22 anos em forma de ADR. ADRs são recibos que “travam” ações por aqui, que ficam sob a custódia de uma companhia financeira, e que são negociadas normalmente no exterior. Na Bolsa de Nova York, o código da Copel é ELP.
3. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ACIONISTAS DA COPEL?
Segundo dados da B3, os principais acionistas da Copel, atualmente, são os seguintes:
Nome | %ON – CPLE3 | %PN – CPLE5 e CPLE6 | %Total |
Estado Do Paraná | 58,63 | 0,00 | 31,07 |
Bndes Participações S.A. – Bndespar | 26,41 | 21,21 | 23,96 |
Fidelity Investments (fundos) | 0,00 | 5,01 | 2,35 |
Brandes Investment Partners. L.p. (fundos) | 0,00 | 4,87 | 2,29 |
Lsv Asset Management (fundos) | 0,00 | 5,22 | 2,45 |
Allianz Global Investors Managed Accounts Llc (fundos) | 0,00 | 5,16 | 2,43 |
Victor Adler | 0,00 | 0,03 | 0,01 |
Outros | 14,97 | 58,50 | 35,43 |
Ações Tesouraria | 0,00 | 0,00 | 0,00 |
Total | 100,00 | 100,00 | 100,00 |
Como podemos observar, o Estado do Paraná tem 58% das ações ordinárias, mais do que suficiente para controlar a estatal. Ainda assim, o Bndespar tem mais 26%. Essas duas entidades juntas também têm mais de 50% das ações preferenciais, ficando fatias bem menores a cargo de diversos grandes fundos.
Entre ordinárias e preferenciais (CPLE5 e CPLE6), o total é de 274 milhões de ações. São 145 milhões de ações ordinárias e 129 milhões de preferenciais.
4. FORMAS DE GANHAR COM AÇÕES DA COPEL (CPLE6)
Existe uma infinidade de maneiras de ganhar dinheiro com ações da Copel (CPLE6). As duas mais populares e antagônicas entre si são as seguintes:
- Trade: o trader compra ativos para vender dali a algum tempo, quando eles tiverem valorizado. Esse tempo pode ser curtíssimo (day trade, operações que começam e acabam no mesmo dia), curto (swing trade, operações de dois dias a no máximo duas semanas) e position trade (operações que duram de duas semanas a poucos meses). O trader também pode vender as ações (alugando-as de um investidor) a fim de recomprá-las quando estiverem mais baratas, se ele acreditar que a tendência é de queda. A esse tipo de operação chamamos de venda a descoberto.
- Distribuição de dividendos: esta é a opção dos investidores de longo prazo, que compram ações como uma espécie de poupança. Além de acreditar que, no longo prazo, as ações vão se valorizar, nesse meio tempo, o trader tem a esperança de que a empresa tenha lucros e, como é de lei, divida com os investidores pelo menos 25% deles.
Se em outubro de 2016 você tivesse comprado 1.000 ações da Copel, que, não podemos negar, é uma grande empresa, teria pago R$ 36 mil por elas. Hoje, quase três anos depois, elas valeriam R$ 34 mil. Vamos combinar que três anos já é um tempo razoavelmente longo e que até um CDB ganha desse “rendimento”.
Mas, tudo bem, você pensa. Vamos ver quanto ganhamos em dividendos. Bom, em 2018, não houve pagamento de dividendos nem juros sobre capital próprio. Em 2017, entre um e outro, a CPLE6 pagou R$ 1,10883 por ação.
5. INVESTIR OU NÃO INVESTIR EM AÇÕES DA COPEL (CPLE6)?
Como vimos é temeroso investir em ações pensando no longo prazo. Claro, há as exceções que sabem fazer isso. Talvez alguém tenha falado pra você de Luis Barsi e você tenha pensado que, ora, é fácil e tudo o que ele diz faz sentido.
Mas lembre-se de que o mercado é um dos setores mais competitivos que existem. Os preços dos ativos são controlados por movimentações de grandes volumes por parte dos investidores institucionais. Estes têm a seu lado algoritmos de última geração, as mentes matemáticas mais poderosas para programá-los e computadores para executá-los, de alta capacidade e, de preferência, bem perto da bolsa, para evitar a latência, fazendo milhares de operações por segundo.
E, ainda, por outro lado, vimos que se alguém tivesse investido nas ações da Copel (CPLE6) pensando no longo prazo a partir de 2008, teria em dez anos visto seu dinheiro crescer e cair, crescer e cair, ficando na mesma. Isso acontece com diversas ações, mesmo de grandes empresas como essa. E podemos nos dar por felizes quando não é o caso do ativo simplesmente despencar de uma vez.
6. FICOU INTERESSADO? VEJA OS CUSTOS E TAXAS PARA COMEÇAR A OPERAR AÇÕES DA COPEL (CPLE6)?
Comprar e vender ações da Copel (CPLE6), bem como ações de qualquer outra empresa envolve diversos custos que devem ser considerados em suas estratégias de trade e de investimento.
Temos as taxas da corretora (taxa de custódia, que está entrando em desuso, e a taxa de corretagem). Também temos as taxas da bolsa de valores, que não ultrapassam 0,03% do valor financeiro envolvido.
Por fim, temos os impostos. Entre eles o ISS, imposto sobre serviços, que corresponde a 5% da taxa de corretagem e o Imposto de Renda que é de 20% para operações de day trade e de 15% para operações que durem mais de um dia (incidentes sobre o lucro).
7. COMO O RAIO X PREDITIVO PODE AJUDAR A OPERAR AÇÕES DA COPEL (CPLE6)?
O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas. A Nova Análise Técnica analisa os gráficos dos ativos e seus potenciais movimentos através da observação do volume como fonte principal de informações, diferentemente da Análise Técnica Clássica, que foca no preço.
Para a Nova Análise Técnica, a verdadeira mensagem é o volume e o preço é o mero mensageiro, um ponto de referência. O volume é o combustível de qualquer tendência e sua análise dá informações mais completas do que pode vir a acontecer com um ativo, com maior probabilidade de acerto.
Como os volumes mais expressivos só podem ser provocados pelos investidores institucionais, o Raio X Preditivo também pode ser definido como a metodologia que observa a atuação dos big players, colocando-os como parceiros em níveis de preço de alta probabilidade de acerto, também conhecidas como trade location.
8. COMO FAÇO PARA COMPRAR AÇÕES DA COPEL (CPLE6)?
Antes de pensar em comprar qualquer ação, a coisa mais importante é: saiba onde está se metendo.
Faça um bom curso que o ajude a entender o jogo por trás do jogo.
O passo seguinte é abrir uma conta em uma corretora, transferir o dinheiro necessário para a compra das ações, pedir o auxílio de um agente autônomo de investimento, que vai lhe orientar quanto ao que é melhor para você e pronto.
Simples assim? Simples assim.
Saiba como investir em ações:
9. CONCLUSÃO SOBRE CPLE3
Certamente a Copel e suas ações (CPLE3) são um exemplo de ações de uma excelente empresa, que tem domínio de seu setor na região em que atua. Os serviços prestados são de excelente qualidade. Ainda assim, suas ações não andam, subindo e descendo ao longo dos anos. Até um CDB ganha delas.
No entanto, durante todos esses anos, para alguém que soubesse ler as dicas dadas pelo volume dos movimentos, ela apresentou oportunidades únicas de lucro. Infelizmente, são poucos os métodos ensinados no Brasil que ensinam os traders iniciantes a ler o comportamento institucional.
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