Se você tivesse comprado essas ações em março, provavelmente, estaria em um filme de terror.
Acontece, que esse filme de terror, aconteceu para muita gente.
Não há dúvida de que a pandemia, o novo coronavírus, a Covid-19 afetaram todas as ações da bolsa. Mais que isso, afetaram nossa economia e, acima de tudo o nosso cotidiano.
No entanto, desde que a crise atingiu se máximo entre final de março e início de abril, diversos papéis conseguiram se recuperar bem.
Algumas até chegaram a superar patamares anteriores do início do ano com excelente recuperação, caso, por exemplo, das ações da Magazine Luíza (MGLU3).
Porém, muitos papéis não só amargaram as maiores quedas durante a crise e seu auge como também estão com dificuldades de sair do fundo ou da proximidade de seu fundo.
Podemos dizer que isso se trata de efeito da pandemia e seus desdobramentos (isolamento social, setores diretamente ligados à movimentação e a serviços específicos), mas também podemos dizer que, em alguns casos, se trata de uma exposição das fragilidades de algumas companhias que a pandemia só fez aparecerem.
Se você tivesse comprado ações dessas empresas no início do ano, segurado até o momento, na esperança de uma retomada, estaria bem preocupado agora.
Vamos ver algumas ações que se tornaram um filme de terror para algumas pessoas:
Instituto de Resseguros Brasil – IRBR – IRBR3
Este é um caso especial.
De final de 2017 até início de 2020, foi de R$ 10 a quase R$ 50, só subindo, sem solavancos.
Claro que muitos iniciantes compraram essa ação.
Imagine! Se as coisas já estavam indo bem, o clima de euforia que vinha desafiando todas as expectativas até o final de 2019, prometia que as coisas ficariam ainda melhores.
Aí veio a pandemia.
Mas não foi só isso. Foram apuradas diversas irregularidades nas divulgações da empresa e, naturalmente, isso abalou a confiança do mercado e o valor da empresa como um todo.
No auge da crise, as ações chegaram a R$ 7,50 e estão se batendo para sair desse patamar até o momento (setembro de 2020)
Calcule: se você tinha R$ 100 mil no início do ano, nessas ações, agora tem R$ 14 mil.
Lojas Marisa (AMAR3)
A Lojas Marisa até vinha bem até o início de 2020. Durante o início da pandemia chegou a cair 66%. Chegou a apresentar alguma recuperação. Saiu de um fundo de R$ 3,75 (estava em R$ 15,28 em seu topo recente) e conseguiu recuperar para R$ 9,22… mas está lutando, no momento, para sair da faixa dos R$ 8. Quem comprou essas ações, mesmo no fundo, está vendo sua grana “patinar”.
Meal Company (MEAL3)
Na deflagração da pandemia, chegou a perder 64% de valor. Se isso não dá uma tristeza no investidor, não sei o que dá… saiu de R$ 8,70 e chegou a R$ 2,50. Recuperou para R$ 5,28 na metade do ano, mas, infelizmente, está novamente patinando na casa dos R$ 3. No momento, em tendência de queda.
No Brasil, a IMC atua desde 2007 em aeroportos, rodovias, shopping centers e hospitais, tendo como principais marcas Frango Assado, Viena, Batata Inglesa, RA Catering, além de ter os direitos de operar o Olive Garden, a Pizza Hut e o KFC no Brasil.
Smiles Fidelidade (SMLS3)
Nada como uma empresa ligada ao setor aéreo para ser atingida por uma pandemia que restringe a locomoção das pessoas. No auge da crise, essa empresa de fidelidade foi mais atingida que as próprias companhias aéreas. Caiu 62%. Saiu dos R$ 40 e foi a R$ 9. Estamos quase fechando o ano e ela continua oscilando entre R$ 14 e R$ 15. O faturamento da companhia frente a períodos similares de anos anteriores tem sido seriamente afetado.
Restoque Comércio e Confecção de Roupas (Le Lis Blanc) (LLIS3)
De quase R$ 20 a R$ 3,90 em poucas semanas. Foi o efeito da crise do Novo Coronavírus sobre os papéis dessa empresa, dona da Le Lis Blanc e da Dudalina. E, até o momento, enquanto tantas conseguiram chegar a resultados bem melhores, ela continua ali nos seus R$ 5, se tanto, lateralizando nessa faixa. Ajuda nesse cenário o fato de a empresa estar em recuperação judicial com uma dívida de mais de R$ 1,4 bilhão. Há um boato, já desmentido pela própria Restoque, de que a concorrente Soma (Animale, Farm e outras lojas de roupa) poderia vir a comprar a companhia. Porém, se qualquer dessas hipóteser for verdade, talvez seja uma oportunidade de compra dos papéis antes que eles valorizem no futuro. Mas apenas se esses “boatos” se confirmarem.
Cogna (COGN3)
A empresa de educação ainda é aposta de alguns fundos de investimento prestigiados do Brasil. Caiu 60% na pandemia. Claro, embora muitos gestores digam que ela é uma das mais preparadas para o ensino à distância, que esteja se preparando para ser uma plataforma de ensino e outros conceitos interessantes, a empresa ainda depende das mensalidades dos diversos níveis de ensino em que atua, do básico ao superior. E da presença dos alunos. E de que as pessoas tenham dinheiro para pagar por aulas. Para completar, no meio dessa história, alguns influenciadores fizeram alguns incautos acreditar que ela chegaria a R$ 15 depois de ter caído a quase R$ 3. A euforia fez as ações subirem a pouco mais de R$ 10 e aí está ela de novo chegando a quase R$ 5 e em tendência de queda.
Azul (AZUL4)
O que fazer se você compra R$ 60 mil em ações e esse dinheiro vira R$ 10 mil? Foi o que aconteceu durante a crise. Nada mais esperado para as ações de uma empresa aérea. E, pior: esse é o tipo de demanda que não é mais recuperada. As viagens que não aconteceram não ficam “represadas” como demanda… elas simplesmente desaparecem das possibilidades do futuro da empresa. Diferentemente de uma loja de produtos físicos, por exemplo… eventualmente a clientela volta a correr atrás do prejuízo (literalmente), em maior ou menor grau… talvez por isso as ações ainda estejam em R$ 23. Se você comprou no fundo, pelo menos conseguiu dobrar o capital.