Ações ordinárias e preferenciais: escolher entre uma ou outra pode fazer uma grande diferença em meus investimentos?
Ações ordinárias e preferenciais são ativos negociados na bolsa de valores e uma das principais dúvidas dos investidores iniciantes é a diferença que há entre elas.
As ações ordinárias e preferenciais têm características diferentes e, dependendo do objetivo de cada um, pode ser mais vantajoso investir em uma ou outra.
Veremos que na prática, em pequenas quantidades, o impacto de escolher uma ou outra é mínimo. Mas à medida que nos comprometemos com qualquer delas esse impacto pode fazer diferença, de acordo com as peculiaridades de cada papel.
Haverá empresas que, inclusive, nem têm ações preferenciais, característica principalmente das companhias que estão aderindo ao chamado Novo Mercado da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa de valores brasileira.
- O que é uma ação (ordinárias e preferenciais)?
- Entenda a diferença entre ações ordinárias e preferenciais
- Como escolher entre ações ordinárias e preferenciais?
- Como ganhar com ações ordinárias e preferenciais
- Como investir em ações ordinárias e preferenciais na prática?
- Riscos de investir em ações ordinárias e preferenciais
- Custos, taxas e impostos para ficar atento
- Como o Raio X Preditivo pode ajudar
- Conclusão
1. O QUE É UMA AÇÃO (ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS)?
Se eu fosse explicar pra você o que são ações, sejam elas ordinárias ou preferenciais, como se você tivesse cinco anos, eu diria que ela é “um pedacinho” da companhia que a emitiu. Ou seja, um ativo padronizado que é a menor fração de tudo o que a empresa é. Inclusa nisso, bens, capacidade produtiva, lucros, dívidas, propriedades, máquinas… enfim, tudo.
Ao comprar ações ordinárias ou preferenciais estou comprando tudo o que a companhia tem de bom e de ruim, na proporção do número de ações que compro.
Uma explicação mais técnica encontramos na Wikipedia: “Ações (AO 1945: acções), também chamadas simplesmente de papéis, são as parcelas que compõem o capital social de uma empresa, ou seja, são as unidades de títulos emitidas por sociedades anônimas. Quando as ações são emitidas por companhias abertas ou assemelhadas, são negociados em bolsa de valores ou no mercado de balcão. As ações representam a menor fração do capital social de uma empresa, ou seja, é o resultado da divisão do capital social em partes iguais, sendo o capital social o investimento dos donos na empresa, ou seja, o patrimônio da empresa, esse dinheiro compra máquinas, paga funcionários etc. O capital social, assim, é a própria empresa.”
Por que uma companhia negocia suas ações
Uma companhia, em algum momento de sua existência, pode perceber uma oportunidade ou uma necessidade de crescimento.
Para isso, ela precisa investir: abrir novas filiais, construir mais um parque fabril, contratar pessoas, ir para o exterior e muitas outras coisas. Para tanto, é necessário dinheiro que ela ainda não tem, mas que os futuros empreendimentos podem garantir.
Então, ela não tem o dinheiro pra construir, expandir e etecetera, mas essas construções e expansões podem vir a dar esse dinheiro.
Uma possibilidade é conseguir empréstimos e financiamentos junto aos bancos ou outras entidades financeiras. Mas isso é caro: tem juros que podem “comer” os lucros futuros.
Outra possibilidade, muito bem vista pelo mercado, é a abertura de capital, com o lançamento de ações ordinárias e preferenciais que serão negociadas abertamente nas bolsas de valores.
Ela abre capital, vende ações e, com essa venda, arrecada capital pra ser investido em sua própria estrutura.
Quem compra as ações passa a dividir os riscos e as possibilidades de lucro desses novos empreendimentos. Se torna acionista ou sócio.
Se tudo correr bem, a partir daí a empresa aumenta de valor e, consequentemente, as ações também. Sim: se a companhia cresceu, cada pequena parte dela (ações ordinárias e preferenciais) também aumenta.
E não só isso: é natural imaginar que uma companhia que conseguiu crescer também apresente lucros maiores ao longo do tempo. Esses lucros devem ser divididos com os acionistas. Essa divisão de lucro se chamam proventos – dividendos ou juros sobre capital próprio. Habitualmente, as empresas distribuem 25% de seus lucros entre os acionistas, mas essa porcentagem pode ser maior ou menor de acordo com o estatuto.
Claro que, se os investimentos não forem bem, por fatores internos (má gestão) ou externos (crises econômicas), as ações ordinárias e preferenciais vão desvalorizar e também vão deixar de pagar dividendos enquanto esse cenário se mantiver.
Outros motivos para comprar ações ordinárias e preferenciais
A medida que as ações sobem ou descem, isso causa o que chamamos de volatilidade: o sobe e desce de seu preço, de sua cotação. Isso também é causado pelo volume de oferta (gente querendo vender) e demanda (gente querendo comprar).
Esse comportamento atrai participantes que não se enquadram como investidores, mas como pessoas que querem lucrar com ações ordinárias e preferenciais em prazos relativamente curtos (horas, dias, semanas).
São os traders ou especuladores. Eles compram ações pra vender depois de um tempo, quando estiverem mais caras. E vendem ações ara recomprar quando estiverem mais baratas (vender ações que não temos é possível através do aluguel de ações; essa operação é chamada de venda descoberta).
São os traders que dão liquidez ao mercado. Algumas das ações ordinárias e preferenciais do mercado têm milhões de compras e vendas por mês graças aos traders. Sempre tem alguém querendo comprar ou vender ações na bolsa de valores, sobretudo aquelas que dizemos ter mais “liquidez”.
2. ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS
Mas qual a diferença entre as ações ordinárias e preferenciais?
Ações ordinárias
Ações ordinárias, também conhecidas como ações ON, são aquelas que dão direito a voto nas assembleias da empresa. Cada ação que você possui corresponde a um voto.
Então vamos convir que, em uma empresa que possui 1 bilhão de ações, suas mil ações não farão muita diferença.
Inclusive, alguns estatutos limitam uma porcentagem mínima de ações pra participação efetiva em assembleias em seus estatutos.
Outra característica interessante das ações ordinárias: a Lei das Sociedades Anônimas garante que acionistas minoritários de ações ordinárias têm direito a participação no “tag along” recebendo pelo menos 80% do valor pago ao controlador, caso a empresa seja vendida. Mas esse valor pode chegar a 100%. Depende do estatuto da companhia.
Mas, atenção, caso a empresa seja liquidada – por falência ou outro motivo – os acionistas preferenciais serão pagos antes dos ordinários. E os credores também. Os últimos a serem pagos – se sobrar alguma coisa – serão os acionistas ordinários.
Claro, as ações ordinárias também recebem dividendos, mas não antes das preferenciais.
As ações ordinárias na bolsa de valores brasileira são conhecidas pelo final 3 em seus códigos de negociação. Por exemplo: PETR3, VALE3.
As companhias que aderiram ao Novo Mercado da B3 só negociam ações ordinárias.
Ações preferenciais
Ações preferenciais têm esse nome por ter a preferência no pagamento de proventos, mais comumente dividendos e juros sobre capital próprio. Não esquecendo que as ordinárias também os recebem, embora sem a preferência. As preferenciais também têm a preferência no pagamento de seu valor no caso de liquidação da companhia.
Dividendos são parte do lucro de uma companhia. Geralmente, a parte do lucro líquido reservada para os dividendos é de 25%, mas isso pode variar de acordo com o estatuto da empresa.
Vamos imaginar um exemplo fictício bem didático.
Uma empresa tem o lucro líquido de R$ 1 milhão em determinado exercício. Ela terá de dividir R$ 250 mil entre suas 1 milhão de ações, ordinárias e preferenciais. Cada uma receberá R$ 0,25.
Como eu tenho 10 mil ações, receberei R$ 2.500 de proventos.
Outras características das ações preferenciais:
- Pode (atenção, pode) ter direito a tag along, a depender do estatuto.
- Pode ter direito a voto em situações especiais definidas no estatuto da companhia.
- Preferência no reembolso do capital, até o valor de sua participação ideal no capital social, em eventual liquidação da companhia.
- Direito ao dividendo mínimo obrigatório de uma porcentagem do lucro líquido de cada exercício social.
3. COMO ESCOLHER ENTRE AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS?
Diante de todas essas características, como escolher entre ações ordinárias e preferenciais?
Um dos principais investidores pessoas físicas do Brasil, Luiz Barsi, é categórico ao dizer que o investidor deve comprar as preferenciais. De fato, ele é um investidor de longo prazo e visa não necessariamente a valorização imediata dos papeis, mas o potencial de pagamentos de dividendos consistentes ao longo do tempo, como forma de remuneração e, como ele chama muitas vezes de previdência.
Em termos de valorização, as ações ordinárias e preferenciais andam mais ou menos juntas, com alguma distorção entre si, mas que não vai fazer grande diferença ao investidor ou trader, na maioria dos casos.
Vale a pena investir em ações ordinárias?
Outros dirão que vale a pena sim investir em ações ordinárias ao longo prazo, devido ao direito de tag along, que garante pelo menos 80% do preço das ações negociadas pelo controlador.
Coisa que a PN não tem (salvo se não tiver pago dividendos nos últimos 3 anos) o que, pra quem investe no longo prazo, já é ruim por si só. O não pagamento de dividendos por três anos também passa a garantir o poder de voto pra preferenciais. Na prática, ao pequeno investidor isso não faz muita diferença.
Vale a pena investir em ações preferenciais?
Considerando tudo isso, investir em ações preferenciais fica muito parecido com emprestar dinheiro à empresa: a participação é só nos lucros ou nos prejuízos (refletidos apenas no valor do papel… não se preocupe, você não fica devendo nada…). Em outros mercados, a ação preferencial nem existe. Aos poucos as grandes empresas brasileiras também estão transformando suas preferenciais em ordinárias. O caso mais notório é o da Vale, que tornou as suas VALE5 todas em VALE3.
A Lei de Sociedades anônimas tornou obrigatório que, no mínimo, exista o mesmo número de ações ordinárias que o de ações preferenciais. Antes era possível que dois terços das ações fossem preferenciais e um terço apenas fosse de ordinárias. Mas ainda encontraremos empresas anteriores à lei, com mais preferenciais que ordinárias.
Liquidez das ações ordinárias e preferenciais
Outra coisa que observaremos é que muitas ações ordinárias têm menos liquidez que ações preferenciais. Faz sentido. Afinal, se elas garantem o controle acionário de uma companhia, seus maiores detentores tenderão a conservá-las em seu poder não importa a situação.
Óbvio que grandes empresas, ainda assim, terão ações ordinárias sendo muito negociadas. Basta olhar o volume diário de negócios da PETR3, sempre muito alto. Volume de negócios significa liquidez: sempre poderei comprar e vender, pois sempre terá alguém querendo vender e comprar a qualquer momento em que o mercado esteja aberto.
4. COMO GANHAR COM AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS
Independentemente se você escolhe ações ordinárias ou preferenciais, há diversas maneiras de se ganhar (ou perder) dinheiro com elas.
As mais simples dizem respeito a simplesmente fazer transações de compra e de venda dos papeis com o objetivo de lucro.
Essas formas de ganhar dinheiro com ações ordinárias e preferenciais podem ser divididas em relação a seus tempos operacionais.
Ganhando com ações ordinárias e preferenciais na queda
Lembrando que também posso ganhar dinheiro na venda, caso acredite que o preço de uma ação vá cair. Eu alugo ações de um investidor de longo prazo, vendo essas ações e, quando estiverem mais baratas, as recompro. A diferença entre os dois preços, o de venda e o de recompra, é o meu lucro. Claro que, além das taxas habituais (corretagem, emolumentos, impostos), ainda entra na minha conta o pagamento do aluguel das ações.
Tempos operacionais
- Day Trade: operações que começam e terminam em um mesmo pregão.
- Swing Trade: operações que duram alguns dias.
- Position Trade: operações que duram algumas semanas.
- Position e Buy And Hold: operações que não têm prazo pra acabar. Geralmente com ideia de longuíssimo prazo, acumulação de papeis ao longo do tempo e recebimento de dividendos como remuneração.
5. COMO INVESTIR EM AÇÕES NA PRÁTICA?
A primeira coisa que você precisará fazer é abrir uma conta em uma corretora de valores. É necessário: essa empresa faz o meio de campo entre você e a bolsa de valores.
Mas não se preocupe: é grátis, não tem taxas e não tem saldo mínimo ou valores de manutenção. Além disso, hoje em dia é superagilizado, bastando baixar um aplicativo ou entrar no site da empresa. Leva alguns minutos ou no máximo um dia pra abrir sua conta.
A seguir você vai precisar transferir dinheiro da sua conta corrente pra sua conta na corretora de valores. Para tanto, basta fazer um TED.
Agora, você vai ter que se familiarizar com os sistemas usados pra comprar e vender ações. Ou o home broker ou uma plataforma gráfica de negociação. Não se preocupe também: nenhum deles têm muitos segredos pra serem usados.
Ah, antes de negociar ações ordinárias e preferenciais, você terá que responder um questionário pra definir o seu perfil de risco e esse perfil deve ser enquadrado como arrojado.
Feito isso, já dá pra começar a comprar e vender ações. Muito fácil pra ser verdade.
Por isso, é importante que você passe por um período educacional, estude e faça um curso que lhe apresente a realidade do mercado a fim de que saiba o momento certo para comprar ativos.
Nossa recomendação é o Raio X Preditivo, sobre o qual falaremos logo mais.
6. RISCOS DE INVESTIR EM AÇÕES
Os riscos das ações, em última instância, estão ligados diretamente à volatilidade delas, tanto para cima quanto para baixo, isto é, tanto na valorização quanto na desvalorização.
Muito simples: podemos comprar 1000 ações ordinárias ou preferenciais que custam R$ 10 cada.
No dia seguinte, descobrimos que elas passaram a custar R$ 9 cada. Isso pode acontecer por diversos motivos. Mas acima de tudo precisamos entender que PODE acontecer.
Isso é o que chamamos de risco de mercado. E quando falamos em gerenciamento de risco é do gerenciamento desse risco a que nos referimos. Afinal: eu aceito perder R$ 1 mil, como no último exemplo ou consigo aguentar financeiramente a perda de mais R$ 500?
Se a operação passar a apresentar lucro, qual o momento em que esse lucro é o suficiente e eu vou preferir não ficar mais exposto ao risco de perder o que acabei de ganhar?
Liquidez
O outro risco é o risco de liquidez que é a possibilidade de eu querer vender ações que comprei recentemente e não ter compradores disponíveis: terei que ficar com ela. Esse risco é facilmente contornável negociando-se apenas ações com grande liquidez, com um número constante de negócios acontecendo todos os dias. A cada segundo, há compradores e vendedores negociando.
7. CUSTOS, TAXAS E IMPOSTOS PARA FICAR ATENTO
Para negociar ações temos taxas de diversas origens e magnitudes. Conheça as principais:
- Taxas da corretora: taxa de corretagem (cobrada para executar as ordens de compra e venda) e taxa de custódia (para ficar com as ações em carteira durante determinado tempo, muito embora as corretoras não estejam mais cobrando este valor).
- Taxas da bolsa: são os emolumentos, e envolvem liquidação, registro e negociação, chegando a pouco mais 0,03% sobre o valor financeiro envolvido em cada ordem.
- ISS: Imposto Sobre Serviços, cobrado sobre o valor da taxa de corretagem, uma alíquota de 5%.
- Imposto de renda: 20% sobre os lucros de day trade e 15% para operações com mais de um pregão de duração. Nestas últimas, há isenção nos meses em que as vendas não superarem R$ 20 mil. Podemos descontar prejuízos de meses anteriores de meses atuais na hora de calcular a alíquota do day trade.
Leia nosso artigo sobre Imposto de Renda na Bolsa de Valores: Clique Aqui!
8. COMO O RAIO X PREDITIVO PODE AJUDAR
O Raio X Preditivo é a metodologia que sistematiza a Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas, ferramentas que possibilitam a aplicação dos conceitos.
A Análise Técnica tradicional, antiga e ultrapassada, observa o comportamento do preço dos ativos para tentar “prever o seu futuro”. A falha dessa ideia é que esse tipo de análise se baseia em acontecimentos passados para tentar prever acontecimentos futuros. Que podem ou não se confirmar. Basicamente por quê: o preço é o efeito de uma causa anterior.
Ora, não seria muito melhor conhecer e se focar nessa causa para antecipar os efeitos?
A Nova Análise Técnica, assim, se baseia na atuação dos grandes investidores institucionais, denunciada pelo grande volume de dinheiro e ativos que movimentam.
O Raio X Preditivo desenvolveu os conceitos e ferramentas para ler essas causas e se adiantar aos movimentos do preço.
Assim, com o Raio X Preditivo, você pode determinar com mais precisão o momento de comprar ou vender ações, sejam elas preferenciais ou ordinárias, independentemente dos detalhes do mercado que, muitas vezes, ficam ocultos dos noticiários e dos balanços das companhias.
9. CONCLUSÃO
Ações ordinárias ou preferenciais? Não importa. O fundamental é que nossa tomada de decisão para compra e venda desses papeis seja baseada em fatores reais e condizentes com a verdade de como a bolsa de valores funciona.
Podemos dizer que, em volumes pequenos – como costumam ser as negociações dos pequenos investidores – a liquidez de uma ou de outra será um problema real. Apenas em volumes maiores – possivelmente centenas de milhares de papeis – começamos a nos preocupar com a existência de vendedores e compradores em um patamar interessante e constante de preço.
Além disso, a diferença entre ordinárias e preferenciais só começa a ficar relevante a medida em que pensamos em prazos maiores. Se estivermos pensando em prazos mais curtos de trade, a única coisa que devemos levar em conta é uma leitura efetiva do mercado. A nossa recomendação para uma leitura eficiente é o uso do Raio X Preditivo.