Você já deve ter visto comentaristas de economia dizendo que “o mercado está de mau-humor”.
Sobretudo quando é ano político, é comum ver que a liderança do candidato A ou B provoca “mau humor” no mercado, segundo esses analistas.
Geralmente, quando se diz que o mercado está de mau-humor significa que ele está em queda.
Ações diminuindo de preço, índices despencando, dólar subindo, investidores de diferentes perfis vendendo seus ativos
O que estes analistas estão fazendo é tentando ler por um viés emocional um movimento de mercado, correlacionando-o com algum fato do momento.
A grande verdade é que nem sempre essas leituras “emocionais” do mercado têm correlação com o que de fato está acontecendo.
Se você pedir para qualquer um desses analistas de portal ou de telejornal comprovarem cientificamente, através de dados que demonstrem causa e efeito, eles não conseguirão. Ou, então, ainda que consigam, ainda assim haverá grande margem para dúvidas.
Por diversos motivos.
Um deles é que quando determinada notícia sai, geralmente ela está precificada já. Os grandes players já movimentaram suas posições e o preço dos ativos por consequência.
Pode ser que uma notícia ou um contexto político e econômico provoque “mau-humor” no mercado? Sim, pode. Mas não temos como determinar em primeiro lugar se isso é verdade, se já não aconteceu e – se for verdade e está acontecendo -, não conseguimos determinar o tamanho e a direção do mau humor com precisão suficiente para
balizarmos nossas decisões de investimento.
Mas não é só isso. Não é de duvidar que os big players se aproveitem de uma crença no “mau humor” do mercado para comprar ativos e encher o carrinho, enquanto todos estão pessimistas e até desesperados, vendendo todos os seus ativos ou abrindo posições vendidas.
Não foram poucos os casos, por exemplo, em 2008, quanto todos estavam vendendo ações de bancos e outras empresas importantes, que traders de pequeno, médio e grande porte ficaram ricos ou ainda mais ricos ao comprar essas ações, que valorizariam enormemente meses depois: todos estavam acreditando fortemente no “mau humor” do mercado enquanto eles preferiram retirar as emoções da relação entre causa e efeito.
De fato, as relações de causa e efeito continuam a existir na bolsa de valores, mas têm outra natureza, pelo menos aquela que podemos detectar.
A mais evidente e acessível é a movimentação dos grandes investidores institucionais, os big players.
Podemos não saber o que está fazendo com que comprem determinado ativo, mas isso não importa. Se eles estão comprando, podemos ter certeza de que a possibilidade de que esse ativo suba em determinado momento é grande. A razão, em si, não importa: se é porque candidato X ou Y está liderando, se é porque Trump tweetou alguma coisa, se é porque um asteroide se aproxima da terra.
O melhor indício do que está acontecendo realmente em termos de mercado é o que essas instituições fazem e por quê: nenhuma dessas companhias compra milhões de ativos à toa. Elas lidam com números e não com emoções.
Embora seja difícil ler movimentações assim com os conceitos e ferramentas da Análise Técnica Clássica, a Nova Análise Técnica tem os conceitos e as ferramentas certas para isso, através da metodologia do Raio X Preditivo.
Se existe uma relação de causa e efeito é a que existe entre o fluxo do mercado – provocado por esses players – e o preço. O resto é elocubração.
Enquanto a velha Análise Técnica olha para o preço (efeito), a Nova Análise Técnica olha para a causa (fluxo de mercado e volume).
Olhando para a causa, conseguimos nos adiantar aos efeitos.
Assim, ao analisar o mercado para fazer seus investimentos e trades, deixe as emoções dessa entidade coletiva de lado. Ou quem pode ficar de mau humor é você.
Excelente leitura e otimo chamativo para ela.