Os campeonatos de traders, em que humanos disputam para ver quem são os donos das melhores técnicas de negociação, são relativamente comuns e há registros deles desde a década de 80. Durante um certo período de tempo, diversos profissionais e amadores, com uma quantidade de dinheiro igual ou diferente, fazem trades e, ao final, quem fez seu dinheiro render mais vence. São diferentes campeonatos, com diferentes regras, mas o objetivo é sempre parecido: mostrar quem pode ganhar mais na bolsa de valores e no mercado de contratos futuros.
Mas com a popularização dos algoritmos, dos robôs traders e robôs de negociação, acessíveis a qualquer investidor da bolsa de valores, da mais humilde pessoa física ao mais poderoso investidor institucional, os campeonatos de robôs devem começar a se tornar mais e mais comuns.
Campeonatos desse tipo são como aquelas lutas de robôs que vemos na tevê a cabo. As diferenças: os robôs traders não são físicos, mas programas, algoritmos que seguem certas regras; eles não lutam entre si, mas tão somente tentam ter um desempenho melhor que os demais; e a arena não é um cercado, mas o mercado de renda variável.
Em 2012, a MetaQuotes Software Corp, desenvolvedora do Meta Trader 5 – uma das principais plataformas para rodar esses robôs – fez o seu Automated Trading
Championship. Cada participante iniciava com US$ 10 mil, numa alavancagem máxima de 1 para 100, e, ao final de três meses, foi avaliado o programa com maior rendimento.
Os robôs traders operam de acordo com critérios aplicados a um ou mais estudos ou indicadores. Alguns robôs traders usam MACD. Outros Bandas de Bollinger. Outros, ainda médias móveis e outras centenas possíveis. Muitos possibilitam a combinação de estudos e indicadores levando os setups possíveis a níveis estratosféricos.
As nuances dos critérios de cada indicador (por exemplo, o tamanho da periodicidade de cada média móvel a ser usada) são determinadas pelo trader. Além disso, o trader pode determinar o tamanho de seus stops, se será um stop móvel, a perda e o lucro máximo diário e os horários de operação (muitos traders não gostam de operar no início e no final do pregão).
Feito isso, o robô começa a comprar e a vender sozinho, fazendo as operações e encerrando-as de acordo com sua programação. As principais vantagens disso são tirar o fator emocional do caminho, o aproveitamento objetivo de todas as oportunidades que surgirem e o respeito espartano aos stops e outras características do gerenciamento de risco, coisas que mesmo o melhor dos humanos não é capaz de fazer.
Na falta de um campeonato de robôs recentes, podemos acompanhar o desempenho dos robôs no site da MetaQuotes, que mantém um ranking sempre atualizado de acordo com o rendimento de diferentes robôs. Muitos deles são brasileiros, inclusive, bem colocados. Você pode, por exemplo, seguir o sinal de seu robô preferido: mesmo sem instalar o programa, sua plataforma de negociação vai imitar os movimentos daquele algoritmo.
Diversos robôs traders são gratuitos e alguns deles são pagos ou mesmo tem mensalidades para o uso. Os pagos, geralmente, recebem assistência para a configuração.
Outros são “caixas fechadas” em que o usuário não mexe nas configurações que fica em segredo e sob os cuidados do desenvolvedor.
Para experimentar um robô trader, basta abrir conta em uma corretora de valores que suporte o Meta Trader 5. Uma dica, antes de deixar um autômato cuidar de seu dinheiro, é experimenta rodar o programa em sua conta simulada para ficar confiantes dos resultados.
Quem sabe se, depois de um tempo, você não está colocando o seu robô para brigar em um campeonato?
Muito legal esse artigo. É uma forma muito boa de saber quem é quem no mercado financeiro. Muitos são traders de conta demo ou apenas quando faz uma boa operação. Mas mostrar o histórico e deixar aberto para todos são poucos.
Uma dica interessante para quem tem uma estratégia é usar um robô multi estratégia como o SDIN4 que permite criar praticamente qualquer estratégia nele. Parabéns pelo conteúdo.